Peças para o próximo leilão

95 Itens encontrados

Página:

  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA E FRANCISCA SANTOS DUMONT   GRANDE PAR DE RARAS TASSES LITRON OU TASSAS  BOUILLON (TAÇAS PARA CALDOS)   EM PORCELANA DA MANUFATURA DE  JULES ETTIENNE FILS RUE DE PARADIS 27 PARIS. SERVIÇO OFERTADO AO CASAL PELO IRMÃO DE DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT O AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT. BORDA COM BARRADO MARFIM LUXUOSAMENTE DECORADO COM FESTÕES, GUIRLANDAS DE FOLHAGENS E CONCHEADOS REMATADOS EM OURO E PRATA. RESERVA COM MONOGRAMA RF (RICARDO FONSECA) TAMBÉM EM OURO E PRATA. ADOTADO FREQUENTEMENTE PELO ARQUITETO EM ALFAIAS DA RESIDÊNCIA PARA INCLUIR A INICIAL DE SUA ESPOSA FRANCISCA. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. FRANÇA, DEC. 1910. 18  CM DE DIAMETRO (PIRES) NOTA: A Tasse Litron, também conhecida como "tassa bouillon, deriva seu nome da palavra latina "libra", que expressava uma unidade de medida de líquido. Seu tamanho preciso não é consistente, no entanto, pois existem quatro variações com medidas diferentes. O formato do pires, que sempre acompanhava a xícara, é notável por suas laterais elevadas e centro profundo. A xícara de litron foi vista pela primeira vez na fábrica de Vincennes em 1752, quando o consumo de chocolate quente, chá e café começou a crescer em popularidade. À medida que o formato de uma xícara de chá evoluiu para um formato diferente do de uma xícara de café, o formato de litron tornou-se estritamente associado ao consumo de café, chocolate até finalmente o uso para caldos. Curiosamente, até o início do século XX, era uma etiqueta bastante aceitável despejar uma pequena quantidade de café quente de uma xícara de litron em seu pires para esfriar o café antes de beber. A xícara de litron é quase sempre uma coleção separada de um serviço de jantar: é um objeto único, decorado com muitos designs originais em um formato atemporal. Assim, a xícara de litron representa os estilos mutáveis de diferentes épocas e essa característica única torna a coleção histórica de xícaras e pires ditas litron  ainda mais colecionáveis.
  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA E FRANCISCA SANTOS DUMONT LEGUMEIRA COM TAMPA   EM PORCELANA DA MANUFATURA DE  JULES ETTIENNE FILS RUE DE PARADIS 27 PARIS. SERVIÇO OFERTADO AO CASAL PELO IRMÃO DE DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT O AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT. BORDA COM BARRADO MARFIM LUXUOSAMENTE DECORADO COM FESTÕES, GUIRLANDAS DE FOLHAGENS E CONCHEADOS REMATADOS EM OURO E PRATA. RESERVA COM MONOGRAMA RF (RICARDO FONSECA) TAMBÉM EM OURO E PRATA. ADOTADO FREQUENTEMENTE PELO ARQUITETO EM ALFAIAS DA RESIDÊNCIA PARA INCLUIR A INICIAL DE SUA ESPOSA FRANCISCA. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. FRANÇA, DEC. 1910. 29 CM DE DIAMETRO
  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA E FRANCISCA SANTOS DUMONT. DUAS XÍCARAS DE CHÁ COM SEUS PIRES  EM PORCELANA DA MANUFATURA DE  JULES ETTIENNE FILS RUE DE PARADIS 27 PARIS. OFERTADOS AO CASAL PELO IRMÃO DE DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT O AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT. BORDA COM BARRADO MARFIM LUXUOSAMENTE DECORADO COM FESTÕES, GUIRLANDAS DE FOLHAGENS E CONCHEADOS REMATADOS EM OURO E PRATA. RESERVA COM MONOGRAMA RF (RICARDO FONSECA) TAMBÉM EM OURO E PRATA. ADOTADO FREQUENTEMENTE PELO ARQUITETO EM ALFAIAS DA RESIDÊNCIA PARA INCLUIR A INICIAL DE SUA ESPOSA FRANCISCA. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. FRANÇA, DEC. 1910. 14,5 CM DE DIAMETRO (PIRES)
  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA E FRANCISCA SANTOS DUMONT. DUAS XÍCARAS DE CHÁ COM SEUS PIRES  EM PORCELANA DA MANUFATURA DE  JULES ETTIENNE FILS RUE DE PARADIS 27 PARIS. OFERTADOS AO CASAL PELO IRMÃO DE DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT O AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT. BORDA COM BARRADO MARFIM LUXUOSAMENTE DECORADO COM FESTÕES, GUIRLANDAS DE FOLHAGENS E CONCHEADOS REMATADOS EM OURO E PRATA. RESERVA COM  MONOGRAMA RF (RICARDO FONSECA) TAMBÉM EM OURO E PRATA. ADOTADO FREQUENTEMENTE PELO ARQUITETO EM ALFAIS DA RESIDÊNCIA PARA INCLUIR A INICIAL DE SUA ESPOSA FRANCISCA. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. FRANÇA, DEC. 1910. 14,5 CM DE DIAMETRO (PIRES)
  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA E FRANCISCA SANTOS DUMONT. SEIS PRATOS PARA SOBREMESA EM PORCELANA DA MANUFATURA DE  JULES ETTIENNE FILS RUE DE PARADIS 27 PARIS. OFERTADOS AO CASAL PELO IRMÃO DE DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT O AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT. BORDA COM BARRADO MARFIM LUXUOSAMENTE DECORADO COM FESTÕES, GUIRLANDAS DE FOLHAGENS E CONCHEADOS REMATADOS EM OURO E PRATA. NA CALDEIRA MONOGRAMA RF (RICARDO FONSECA) TAMBÉM EM OURO E PRATA. ADOTADO FREQUENTEMENTE PELO ARQUITETO EM ALFAIS DA RESIDÊNCIA PARA INCLUIR A INICIAL DE SUA ESPOSA FRANCISCA. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. FRANÇA, DEC. 1910. 22 CM DE DIAMETRO
  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA E FRANCISCA SANTOS DUMONT. SEIS GRANDES PRATOS PARA SOPA EM PORCELANA DA MANUFATURA DE  JULES ETTIENNE FILS RUE DE PARADIS 27 PARIS. OFERTADOS AO CASAL PELO IRMÃO DE DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT O AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT. BORDA COM BARRADO MARFIM LUXUOSAMENTE DECORADO COM FESTÕES, GUIRLANDAS DE FOLHAGENS E CONCHEADOS REMATADOS EM OURO E PRATA. NA CALDEIRA MONOGRAMA RF (RICARDO FONSECA) TAMBÉM EM OURO E PRATA. ADOTADO FREQUENTEMENTE PELO ARQUITETO EM ALFAIAS DA RESIDÊNCIA PARA INCLUIR A INICIAL DE SUA ESPOSA FRANCISCA. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. FRANÇA, DEC. 1910. 24 CM DE DIAMETRO
  • A partir desse momento apregoaremos um  formidável serviço de jantar que pertenceu a RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA E SUA ESPOSA FRANCISCA SANTOS DUMONT. Com marcas da manufatura de JULES ETTIENNE FILS RUE DE PARADIS 27 PARIS, primeira década do sec. XX. ofertado pelo irmão de DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT O AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT. Iniciaremos com o lote que segue: RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA E FRANCISCA SANTOS DUMONT. SEIS LINDOS PRATOS RASOS EM PORCELANA DA MANUFATURA DE  JULES ETTIENNE FILS RUE DE PARADIS 27 PARIS. BORDA COM BARRADO MARFIM LUXUOSAMENTE DECORADO COM FESTÕES, GUIRLANDAS DE FOLHAGENS E CONCHEADOS REMATADOS EM OURO E PRATA. NA CALDEIRA MONOGRAMA RF (RICARDO FONSECA) TAMBÉM EM OURO E PRATA. ADOTADO FREQUENTEMENTE PELO ARQUITETO EM ALFAIS DA RESIDÊNCIA PARA INCLUIR A INICIAL DE SUA ESPOSA FRANCISCA. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. FRANÇA, DEC. 1910. 24,5 CM DE DIAMETRO
  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA (1869-1940)  - ENGENHEIRO,ARQUITETO, ARQUEÓLOGO E ESCRITOR- CUNHADO DE SANTOS DUMONT CASADO COM A IRMÃ CAÇULA DO AVIADOR DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT.  UM SOBERBO  SERVIÇO DE TAÇAS EM FINO CRISTAL COM DECORAÇÃO ESTILO E ÉPOCA ART DECO APRESENTANDO BARRADO EM OURO REMATADO POR ESMALTES VERDE ESMERALDA. A BORDA TAMBÉM É FILETADA EM OURO. GUARNECEU A RESIDÊNCIA DE RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA E SUA ESPOSA FRANCISCA SANTOS DUMONT. DOTADO DE 62 PEÇAS. SENDO:   15 TAÇAS ALTAS PARA VINHO TINTO, 16 COPOS PARA REFRESCO, 16 FLUTS PARA CHAMPAGNE, 8 TAÇAS PARA VINHO DO PORTO E 7 TAÇAS PARA LICOR. FRANÇA, INICIO DO SEC. XX. 20 CM DE ALTURA (TAÇA PARA VINHO)
  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA (1869-1940)  - ENGENHEIRO,ARQUITETO, ARQUEÓLOGO E ESCRITOR- CUNHADO DE SANTOS DUMONT CASADO COM A IRMÃ CAÇULA DO AVIADOR DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT.  MAGNIFICO RELÓGIO COM CAIXA EM JACARANDÁ E PLACA DE PRATA DE LEI CONTRASTE  916 E MARCAS DA CASA LEITÃO E IRMÃOS EM LISBOA . O MAIS BELO RELÓGIO NEO JOANINO QUE JÁ VI NA VIDA. MUITO ADEQUADO AO ARQUITETO CUJA MARCA RECONHECIDA FOI A DEFESA DA ARQUITETURA NEO COLONIAL. ESTE ERA O RELÓGIO DA SALA DE JANTAR DA RESIDÊNCIA DE RICARDO SEVERO E CHINQUINHA SANTOS DUMONT ONDE TANTAS VEZES O AVIADOR ALBERTO SANTOS DUMONT FEZ SUAS REFEIÇÕES NO AMBIENTE FAMILIAR. A INSCRIÇÃO VOAM AS HORAS NA PARTE INFERIOR DA CAIXA É UMA LEMBRANÇA DE QUE ESSAS HORAS DE CONVÍVIO AGRADÁVEL TEM DE SER APROVEITADAS. A PRATA É ASSINADA POR JOSE ESTEVÃO DE SOUSA, PRATEIRO REAL, QUE TRABALHOU JUNTO A LEITÃO E FILHOS NA CONFECÇÃO DE INÚMERAS ENCOMENDAS DA CASA REAL PORTUGUESA. ESTÁ ASSINADO E DATADO FEVEREIRO DE 1926. NA PARTE INFERIOR DO RELOGIO  EM RESERVA A PLACA APRESENTA OS DIZERES "VOAM AS HORAS". O MECANISMO É ALEMÃO, COM PÊNDULO, SONERIA A CADA MEIA HORA.. ESTÁ EM FUNCIONAMENTO.. ALÉM DAS PLACAS TAMBÉM PÉS E PUXADOR SÃO EM PRATA DE LEI TOTALIZNADO EM METAL APROXIMADAMENTE 1KG. O VIRTUOSO TRABALHO DE JOSÉ ESTEVÃO DE SOUSA  APRESENTA REQUINTADA DECORAÇÃO COM LAURÉU, CONCHEADOS E ESCUDELAS, TAMBÉM ELEMENTOS  VEGETALISTAS. UMA OBRA PRIMA DEFINIVAMENTE ÚNICA E BELISSIMA! PORTUGAL, DEC. 1920. 65 X 26 CM
  • OPULENTA COROA SEISCENTISTA EM PRATA DE LEI COM VERMEIL DE ESTILO MANEIRISTA. DE GRANDE DIMENSÃO TEM FABULOSA DECORAÇÃO SINUOSA APRESENTANDO FLORES, FRUTOS E RAMAGENS. FRONTALMENTE APRESENTA CRAVAÇÃO DE PEDRAS.  TRABALHADA COM CINZELADOS E REPUXO É UM RARO EXEMPLAR DE OURIVESSARIA LITURGICA DOS ANOS 1600 QUE CHEGA ATÉ OS NOSSOS DIAS. PEÇA FABULOSA!  PORTUGAL, SEC .XVII. 27 CM DE DIAMETRO.  855 G
  • CORAÇÃO VOTIVO EM PRATA DE LEI POR UMA GRAÇA RECEBIDA". DECORADO A TODA VOLTA COM TORSOS ANGELICAIS ENTRE FENESTRAS  EM FEITIO DE ROSÁCEAS. O CORAÇÃO FLAMEJANTE É ORNAMENTADO COM PEROLADOS, FLORES E EM DOURADO AS INICIAS ENTRELAÇADAS PGR (PER GRAZIE RICEVUTO).TAMBEM  EM DOURADO UMA COROA. ITÁLIA, FINAL DO SEC. XIX. 20 X 16 CM
  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA (1869-1940)  - ENGENHEIRO,ARQUITETO, ARQUEÓLOGO E ESCRITOR- CUNHADO DE SANTOS DUMONT CASADO COM A IRMÃ CAÇULA DO AVIADOR DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT.  CRHISTOFLE  SERVIÇO DE CHÁ E CAFÉ EM METAL ESPESSURADO A PRATA COMPOSTO DE BELISSIMO TABULEIRO GUILOCHADO, BULE PARA CHÁ, BULE PARA CAFÉ, AÇUCAREIRO E CREMEIRA. TODAS AS PEÇAS SÃO MONOGRAMADAS COM INICIAS RF (RICARDO FONSECA). CORPO EM SUAVE TORCEIL COM GOMADOS. RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA ERA UM ATIVO COLECIONADOR DE OBRAS DE ARTE E ANTIGUIDADES. MAS FOI NO RAMO DA ARQUITETURA QUE MUDOU PARA SEMPRE AS BASES DA MODERNA ARQUITETURA BRASILEIRA A PARTIR DA DEFESA DE UM ESTILO NEOCOLONIAL QUE VALORIZAVA NOSSA HERANÇA CULTURAL SENDO ESTE ESTILO A INSSUFLAR E INFLUENCIAR BASES DA ARQUITETURA MODERNISTA BRASILEIRA.  FRANÇA, FINAL DO SEC. XIX. 49 CM DE COMPRIMENTO. NOTA: RICARDO SEVERO E O NASCIMENTO DO ESTILO NEOCOLONIAL NO BRASIL: Estabelecendo-se em São Paulo por volta de 1892, Severo logo se inseriu nas elites brasileiras, desposando Francisca, filha de Henrique Santos Dumont  um dos mais ricos fazendeiros de café paulistas do período, e pai do aviador Santos Dumont. Em 1897, tendo recebido adiantadamente mil contos de réis de herança de seu sogro  quantia vultosa para a época , Severo resolveu retornar a Portugal, instalando-se no Porto, onde passou a dedicar-se à publicação da revista Portugália, especializada em assuntos históricos, etnográficos e arqueológicos relativos à península ibérica. A linha filosófica impressa por Severo à revista Portugália prendia-se à tese da existência da Raça portuguesa, com características definidas, antes da invasão da Península Ibérica pelas legiões romanas, contrapondo-se à tese de Alexandre Herculano, tradicionalmente aceita, de que as características étnicas do povo português só haviam se consolidado após o domínio romano . Ao retornar ao Brasil em 1907, Ricardo Severo deu continuidade a suas veleidades intelectuais sempre voltadas à exaltação das raízes portuguesas (e, por extensão, das brasileiras), o que, por sua vez, também caía muito bem numa sociedade conservadora arrastada por um turbilhão de cosmopolitismo. De fato, a cidade de São Paulo passava naquele momento por uma fase de grande dinâmica urbana, impulsionada inicialmente pela riqueza do café e, logo depois, pelo surto de industrialização fomentado pela substituição de importações que foi uma das consequências, no Brasil, da Primeira Guerra Mundial. Foi neste ambiente que, em 1914, Severo proferiu a conferência A Arte Tradicional no Brasil, o marco inaugural do movimento neocolonial5 . Já se evidencia desde logo que, longe de ser fortuita, a boa acolhida de suas idéias tradicionalistas está, ao contrário, precisamente ligada ao contexto de modernização econômica e crescimento urbano, que alçou São Paulo a uma posição preeminente no cenário nacional. É certo que já houvera surtos de manifestações nativistas anteriores, principalmente na literatura  de que é emblemático o romance O Guarani, de José de Alencar, de 1857. Mais tarde, já na República, também a pintura e a escultura se engajaram na temática nacional, sempre vinculadas à representação do indígena. Mas tais propostas não se mostraram capazes de promover significativa mobilização simbólica, a extravasar os estreitos círculos acadêmicos. Tal feito foi alcançado pelo Neocolonial. De fato, embora seu alcance e significado tenham sido por muito tempo menosprezados, o estágio atual das pesquisas permite colocá-lo entre os movimentos pioneiros de matizes nacionalistas que mais ampla difusão alcançou entre nós  e isso, tratando-se de uma proposta ancorada na arquitetura, que exige o comprometimento efetivo de recursos significativos para sua concretização, não é pouca coisa. Severo iniciou sua conferência inaugural ressaltando a modéstia do patrimônio arquitetônico brasileiro e dizendo-se envergonhado por falar de coisas esquecidas, de uma arte morta, cuja mortalha não tem a majestade das ruínas monumentais, não é um manto de epopeias, mas, singelamente, a humilde estamenha de uma geração que modestamente viveu sobre a terra em que hoje também vivemos, aqui sepultada pelos tempos passados na mais rasa e humilde das sepulturas, Pedia assim à plateia, de toda sua justa admiração por tudo quanto é grandiosamente bom e belo, algum pouco de piedoso amor para o que foi, por simples e humilde, igualmente belo e bom. O tom é de desculpas por tratar de assuntos de tão pequena importância diante dos efeitos deslumbrantes e as opulentas ornamentações de qualquer arte contemporânea. A conferencia repercutiu com extremo sucesso nos meios culturais brasileiros. Em 1917, evidenciando o sucesso de sua conferência de 1914, Ricardo Severo foi convidado a proferir palestra ao Grêmio Politécnico de São Paulo  a associação discente da Escola Politécnica, instituição em que o estudo da arquitetura brasileira dos primeiros séculos encontraria certa ressonância. Tendo sido publicada na prestigiosa Revista do Brasil 8 , a conferência alcançou grande e longeva repercussão. Segundo Ricardo Severo Não se mede uma civilização pela grandeza de seus monumentos; nessa avaliação intervém a arqueologia, para a qual ciência as mais rústicas ruínas têm um valor máximo e o mais modesto edifício tem uma brilhante significação, pela natureza dos seus materiais, técnica construtiva, caráter arquitetônico, época, estilo ou escola, seu destino e tradição. As ideias de Ricardo Severo, manifestas nas duas conferências analisadas, impressionaram fortemente um jovem escritor então em princípio de carreira: Mário de Andrade, autor de uma série de artigos sob o título A Arte Religiosa no Brasil, publicados em 1920 na Revista do Brasil, que parece claramente motivada por elas. Foi aí calcado nas idéias de RICARDO SEVERO que surgiu o conceito do NEO COLONIAL adotado nas discussões da SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922. a menção à renovação do passado e à realização do ideal moderno em Brecheret prenuncia a presença do neocolonial na Semana de Arte 18 Moderna, que teria lugar em fevereiro de 1922, com o objetivo de promover a atualização artística brasileira a partir de uma ótica nacionalista. O mesmo tom permeia todo o artigo de fevereiro de 1921  exatamente um ano antes da realização da Semana de Arte Moderna, portanto  em que, após elogiar o glorioso estilo neocolonial, que um grupo de arquitetos nacionais e portugueses, com o sr. Ricardo Severo à frente, procura lançar, Mário concluiu explicitando seu entusiasmo pela tendência Neocolonial: São Paulo será a fonte dum estilo brasileiro. Estou convencido de que não, mas creio firme e gostosamente que sim (PINHEIRO, 2005, p. 107). Registre-se que esta parece ser a primeira vez em que é empregado o termo Neocolonial em referência à campanha tradicionalista encetada por Ricardo Severo. Um ano depois, este entusiasmo persistia e deve ter contaminado outros modernistas, pois o Neocolonial se fez presente na seção de arquitetura da Semana de Arte Moderna através de um projeto elaborado pelo arquiteto polonês Georg Przyrembel , que viera ao Brasil para acompanhar as obras de construção do novo mosteiro de São Bento. Também faziam parte da exígua mostra alguns desenhos de inspiração art déco realizados por outro estrangeiro, o espanhol Antônio Garcia Moya. Tais trabalhos passaram incólumes pela celeuma desencadeada pelo evento  que, de resto, teve repercussão muito reduzida fora de São Paulo. Se a Seção de Arquitetura da Semana de Arte Moderna passou largamente desapercebida, o mesmo não pode ser dito das idéias de Severo, que marcaram presença nos festejos de comemoração do Centenário da Independência do Brasil, em 1922. Em São Paulo, o Neocolonial foi empregado nas obras oficiais comemorativas do Centenário da Independência - a reurbanização da Ladeira da Memória e os monumentos do Caminho do Mar projetadas pelo prestigiado arquiteto francês e professor da Escola Politécnica de São Paulo Victor Dubugras. No Rio de Janeiro, a efeméride foi comemorada com uma grande exposição internacional  a Exposição do Centenário de 1922 -, na qual o Neocolonial foi o estilo oficial dos pavilhões nacionais, por iniciativa do prefeito Carlos Sampaio. A despeito de tais características  ou até por causa delas -, a Exposição de 1922 ensejou grande disseminação do estilo neocolonial, e, por extensão, das idéias de Ricardo Severo. Surge em cena, assim, o nome de José Mariano Filho, o epígono do Neocolonial carioca, e um dos principais responsáveis pela popularidade que o movimento veio a alcançar nas décadas de 1920 e 1930. Figura polêmica do panorama cultural carioca, José Mariano Carneiro da Cunha Filho (1881-1946) era pernambucano, descendente da família Carneiro da Cunha, uma estirpe antiga e ilustre, doirada de fidalguia e de ilustre prosápia (Emerenciano, 1953, p. 9). Seu pai, José Mariano (1850-1912), era bacharel em direito, tendo alcançado grande projeção na política e na imprensa. Um de seus irmãos era o já mencionado poeta Olegário Mariano (1889-1958), membro da Academia Brasileira de Letras que chegara a aproximar-se do modernismo. Embora fosse médico, não parece ter se dedicado a essa profissão, sendo entretanto extremamente ativo junto aos artistas e arquitetos do Rio de Janeiro, a quem prestigiou através de inúmeras iniciativas. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Belas Artes (SBBA) e chegou a ser nomeado Diretor da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) em 1926, onde procurou instituir uma cadeira de História da Arte Brasileira, sem sucesso. Segundo suas próprias palavras, o início de sua campanha pela arquitetura tradicional no Rio de Janeiro deu-se por volta de 1920, sob influência de Ricardo Severo: ... comecei a trabalhar tenazmente pelas ideias que Ricardo Severo divulgara. Consegui interessar no movimento os mais formosos espíritos da moderna geração de arquitetos brasileiros, e em menos 21 de dez anos logramos reconstituir, embora com imperfeições, o velho estilo arquitetônico brasileiro  Assim como Severo, José Mariano Filho era também um grande colecionador de obras de arte e objetos antigos, entre os quais contavam-se os valiosos despojos do convento franciscano de Santo Antônio do Paraguaçu, como o lavabo da sacristia, painéis de azulejos, lampadários e alfaias. A par da promoção de concursos de arquitetura neocolonial, outra iniciativa de Mariano Filho para suprir a carência de estudos e de repertório sobre a arquitetura tradicional brasileira foi a concessão de bolsas de viagem a jovens arquitetos ou estudantes de arquitetura às cidades mineiras do ciclo do ouro. Assim, em 1924, com patrocínio da SBBA, de que era presidente, José Mariano enviou os então estudantes Nestor de Figueiredo, Nereu Sampaio e Lúcio Costa a Ouro Preto, Congonhas do Campo e Diamantina, respectivamente. A iniciativa de José Mariano Filho na SBBA é análoga ao patrocínio de Ricardo Severo para a realização de viagens de documentação da arquitetura colonial ao pintor José Wasth Rodrigues, como mencionado, e às excursões às cidades mineiras empreendidas por Alexandre Albuquerque, com seus alunos do curso de engenheiroarquiteto da Escola Politécnica de São Paulo. Não se pode deixar de sublinhar ainda que  por uma diferença de poucos dias , os estudantes cariocas deixaram de cruzar em terras mineiras com Mário de Andrade e seus amigos modernistas, na famosa viagem de descoberta do Brasil, que empreenderam no final de abril daquele mesmo ano, em companhia de Blaise CendrarsDe certa forma, portanto, pode-se dizer que a carreira profissional de Lúcio Costa iniciou-se sob a égide do movimento neocolonial no Rio de Janeiro  o que vale dizer, de José Mariano Filho, sua figura de proa. Aliás, como estagiário dos arquitetos 23 Memória e Cuchet, Lúcio participou da elaboração do projeto neocolonial do Pavilhão das Indústrias da Exposição de 1922
  • RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA (1869-1940)  - ENGENHEIRO,ARQUITETO, ARQUEÓLOGO E ESCRITOR- CUNHADO DE SANTOS DUMONT CASADO COM A IRMÃ CAÇULA DO AVIADOR DONA FRANCISCA SANTOS DUMONT. TRÊS FOTOGRAFIAS EM GRANDE FORMATO EM ÉPOCAS DISTINTAS DA VIDA DO ERUDUTO: EM 1908 ENTÃO COM  39 ANOS DE IDADE. 1928 ENTÃO COM  59 ANOS DE IDADE E 1935 COM 66 ANOS DE IDADE. 28 X 22 CM ( A MAIOR)NOTA: Ricardo Severo da Fonseca e Costa nasceu em Lisboa, em 1869, filho de José António da Fonseca e Costa, comerciante em Angola, e de D. Mariana da Cruz da Fonseca e Costa. Faleceu em São Paulo, Brasil, em 1940. Engenheiro, arqueólogo, arquiteto, formou-se como engenheiro civil de obras públicas em 1890 e engenheiro civil de minas em 1891, na Academia Politécnica do Porto. Participou na fundação da Sociedade Carlos Ribeiro, em atividade de 1887 a 1898, e na da Revista de Ciências Naturais e Sociais (1890 a 1898). Os membros da Sociedade, inspirados pelo arqueólogo Carlos Ribeiro (1813-1882), enfatizaram a formação étnica do povo português, tema central das pesquisas arqueológicas que Severo desenvolveu na sociedade e na revista Portugália: Materiais para o Estudo do Povo Português (1899-1908), da qual foi fundador, editor e diretor. Quando, a 31 de Janeiro de 1891, teve inicio a revolução republicana no Porto, Ricardo Severo, de acordo com as suas convicções políticas, desempenhou um papel bastante ativo em todo o processo.Fracassado o movimento e, provavelmente, para fugir a eventuais perseguições, Ricardo Severo viajou para o Brasil, fixando-se em São Paulo. Aqui escreveu um artigo sobre o Museu Sertório, em 1892, por intermédio do qual conheceu Ramos de Azevedo (1851-1928), que o convidou a trabalhar no seu escritório.Em 1893 casou com Francisca Santos Dumont, irmã do inventor Alberto Santos Dumont (1873-1932) e filha do então rei do café, Henrique Dumont. Do casamento contraído com esta senhora nasceram oito filhos, quatro em Portugal e quatro no Brasil. Apesar da incansável atividade profissional exercida em diversas áreas, nunca descurou a família, à qual sempre se dedicou.Em finais do século XIX regressou a Portugal, onde retomou as atividades como arqueólogo, à frente da Portugália. Em 1908, confrontado com dificuldades financeiras, regressou ao Brasil. Ao contrário do que havia feito em Portugal entre 1884 e 1908, época em que se dedicou quase exclusivamente à arqueologia, a sua atuação no Brasil foi diversificada. Em 1908 tornou-se sócio do Escritório Técnico F. P. Ramos de Azevedo, estendendo o vínculo à Companhia Iniciadora Predial, à Companhia Cerâmica Vila Prudente e ao Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, do qual foi diretor entre 1928 e 1940.Em 1934, escreveu o livro Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo: Histórico, Estatutos, Regulamentos, Programas, Diplomas, ainda hoje uma referência importante sobre a história dessa instituição.Planeou e concebeu a revista Portuguesa e dirigiu-a entre 1930 e 1937. Editada pela Câmara Portuguesa de Comércio e pelo Clube Português, dedicava-se às ciências, às artes, à arquitetura, ao comércio e a outras atividades vinculadas à colónia portuguesa em São Paulo, da qual Ricardo Severo era um dos principais representantes. Filiou-se no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 1911, e participou na criação da Revista do Brasil. Nessas e em outras instituições e periódicos publicou séries de artigos e de conferências dedicadas à arqueologia, ao republicanismo, à colónia portuguesa e à arquitetura. As conferências com maior destaque foram aquelas que compuseram o que Severo denominou Campanha de Arte Tradicional no Brasil - A Arte Tradicional no Brasil: a Casa e o Templo, em 1914, e A Arte Tradicional no Brasil, em 1916, conhecidas na bibliografia especializada como marcos do neocolonialismo, termo que o engenheiro rejeitava. Existe uma interminável lista dos trabalhos realizados por Severo por todo o Brasil, não sendo menos longa a lista das publicações em revistas e obras científicas da altura, principalmente ligadas à arqueologia.Em 1932 foi homenageado pela colónia portuguesa, em comemoração dos 41 anos da revolta do Porto, e, em 1969, pela Academia Paulista de Letras, pelo centenário do seu nascimento. Durante estes eventos foram lançados os livros Homenagem a Ricardo Severo e Homenagem a Ricardo Severo: Centenário do Seu Nascimento 1869-1969.
  • ALBERTO SANTOS DUMONT  ESCOVA PARA TERNOS (CLOTHES BRUSH) COM ESTRUTURA EM MARFIM COM APLICAÇÃO DE PRATA DE LEI FORMANDO MONOGRAMA SD ENTRELAÇADO. CERDAS MACIAS DE ORIGEM ANIMAL.  REQUINTADO ADEREÇO PARA CUIDADO COM TERNOS MASCULINOS. PERTENCEU A ALBERTO SANTOS DUMONT.  EUROPA, SEC. XX. 20 CM DE COMPRIMENTO.NOTA: Quase cento e vinte anos depois do histórico vôo com o 14 Bis em 7 de setembro de 1906  é assombroso pensar o quanto ALBERTO SANTOS DUMONT mudou definitivamente a história da humanidade. Ele materializou o mítico, o impensável, o inconcebível  ao  conceder ao  homem o poder de voar controlando seu percurso. E a partir daí o céu não foi mais o limite. Viagens intercontinentais que duravam meses passaram a ser realizadas em  poucas horas. Reduziu distâncias, salvou incontáveis vidas, trouxe desenvolvimento, permitiu descobertas, possibllitou como nunca o lazer. Mas também permitiu aos homens potencializar a mais mortífera arma de guerra já idealizada. Alguns detalhes de sua biografia Ele foi o homem mais famoso do mundo em sua época. Segundo ALBERTO SANTOS DUMONT revelou em entrevista concedida ao periódico LA FRANCE CONTEMPORAINE  ALBUM ILLUSTRE, BIOGRAPHIQUE publicado por CLEMENT DELTOUR ainda nos primeiros anos do sec. XX,  o pai do inverntor, HENRIQUE DUMONT era amigo do IMPERADOR DOM PEDRO II, e recebeu do monarca grandes provas de simpatia e estima. Ele também era muito bem quisto no círculo da alta sociedade brasileira. Nessa mesma entrevista quando perguntado sobre o segredo para voar em balões SANTOS DUMONT cravou a resposta: LEVANTE-SE CEDO. Provocado pelo repórter para detalhar sua resposta acrescentou olhando para o seu relógio: DURMA TARDE.
  • ALBERTO SANTOS DUMONT - O PAI DA AVIAÇÃO  RETRATO DE HENRY MANUEL POR VOLTA DE 1910 (HENRY MANUEL FOI FOTOGRAFO OFICIAL DO GOVERNO FRANCÊS). BELA FOTOGRAFIA COM MOLDURA EM JACARANDÁ DECORADA COM TREMIDOS E APLICAÇÃO EM METAL. APRESENTA SANTOS DUMONT POR VOLTA DO ANO DE 1910. INICIO DO SEC. XX.  31 X 25 CM COM A MOLDURA.SOMENTE A FOTOGRAFIA 23 X 17 CMNOTA: segundo relatos de um familiar ALBERTO SANTOS DUMONT Era uma figura que, à primeira vista, revelava marcada personalidade, a inspirar curiosidade e simpatia. Não fumava, só bebia nas refeições e detestava todo tipo de jogo por considerar "dissolvente do caráter dos homens". Preocupado com sua aparência era um cavalheiro. Quando criança,  conta-se que certa feita o menino Alberto brincava com seus amigos de um jogo chamado  Passarinho voa?. Era um jogo frequente entre crianças até meados do sec. Passado. Numa roda de amigos, alguém pergunta: Passarinho voa?, e todos respondem: Sim!. E o jogo continua: Abelha voa?, Galinha voa?, e assim por diante. Lá pelas tantas, para confundir, alguém indaga: Cachorro voa?. Se alguém erra a resposta, paga uma prenda. Certo dia, ao ouvir Homem voa?, Santos Dumont cravou: Sim!, para espanto de todos. Logo, sob protestos e vaias, quiseram que ele oferecesse a palma da mão em sacrifício para levar uns tapas dos amigos. Diante da zombaria do grupo, provocou: Nunca leram Júlio Verne?, quis saber o leitor precoce de clássicos da literatura universal, como Cinco Semanas num Balão, Viagem ao Centro da Terra e Vinte Mil Léguas Submarinas. E assim cresceu para dar asas materiais a sua etéria imaginação. Quando completou 18 anos, o futuro pai da aviação trocou São Paulo por Paris. Precocemente emancipado legalmente por seu pai, ajudado pelos vultosos recursos da casa paterna advindos da riqueza do rei do café no Brasil pode prosseguir rumo aos seus sonhos.  Na capital francesa, sonhava voar como os pássaros. Para realizar seu sonho, estudou, entre outras disciplinas, física, eletricidade e mecânica, e construiu, em pouco mais de dez anos, 22 máquinas voadoras, como balões, dirigíveis e aeroplanos. Em 1898, ele deu asas à primeira de suas invenções: Brasil, um balão inflado a hidrogênio, feito de seda japonesa e com seis metros de diâmetro. No dia 4 de julho de 1898, até ganhou altitude, mas não voou. Motivo: falta de vento. Seu segundo balão, batizado de América, já podia transportar alguns passageiros. Ganhou o primeiro lugar em uma competição do Aeroclube da França. Ao contrário do modelo anterior, permaneceu no ar por quase 24 horas. Até a virada do século 20, o balonismo era o único meio de transporte aéreo que existia. O problema é que, dentro de um balão,  só se pode controlar a altitude.  Santos Dumont foi o primeiro homem a conseguir voar em qualquer direção, sem ficar à mercê dos ventos. Aos 28 anos, ele conseguiu realizar um dos desejos mais antigos da humanidade. Ainda em 1898, Santos Dumont construiu seu primeiro dirigível  modelo que, como o nome já diz, pode ser dirigido ou controlado. Caiu no segundo voo. Não desistiu e deu vida ao dirigível nº 2. Caiu na primeira tentativa. No ano seguinte, criou o de nº 3. A cada novo invento, dava um número diferente. E realizava pequenos ajustes. À época, cansado de encher o balão de hidrogênio toda vez que precisava testar seu dirigível, criou o primeiro hangar  mais do que um galpão para abrigar suas geringonças infladas, o local funcionava como oficina mecânica. Com o dirigível de nº 5, chegou a contornar a Torre Eiffel, mas, no dia 8 de agosto de 1901, se chocou contra o Hotel Trocadero e ficou dependurado em seu cesto de vime a 20 metros de altura. Foi salvo pelos bombeiros. Com o dirigível de nº 6, tentou atravessar o Mediterrâneo, mas não conseguiu. Por pouco, não morreu afogado. Ao longo de sua carreira, Santos Dumont sofreu incontáveis acidentes. O importante é que ele sabia como cair. Tinha uma agilidade incrível e quase não se machucava. Na pior das hipóteses, ficava atordoado e nada mais. No dia 19 de outubro de 1901, realizou sua primeira façanha: decolou de Saint Cloud, nos arredores de Paris, deu a volta na Torre Eiffel (ou seja, contra e a favor do vento) e retornou ao ponto de partida em menos de 30 minutos. Conquistou o Prêmio Deutsch e recebeu 100 mil francos. Como não precisava do dinheiro doou o prêmio aos mecânicos de sua oficina e aos pobres de Paris. Recebeu telegrama de congratulações de outro gênio inventivo: o norte-americano Thomas Edison (1847-1931). Bandeirante dos ares!, elogiou o pai da lâmpada elétrica. E de Pedro, um amigo de infância: Você se lembra, caro Alberto, do tempo em que brincávamos de Passarinho voa?. Você tinha razão em levantar o dedo, pois acaba de demonstrá-lo voando por cima da torre Eiffel. Quando não estava em seu hangar construindo novas aeronaves ou consertando as antigas, Santos Dumont gostava de se aventurar em voos noturnos, descer no meio de uma corrida de cavalos ou, então, deixar uma mulher, Aída de Acosta (1884-1962), pilotar, sozinha, seu dirigível. Em 1903, durante o aniversário da Queda da Bastilha, sobrevoou um desfile militar em plena Champs-Élysées. Se Paris era a capital do mundo, Santos Dumont era o homem mais famoso do mundo. Naquele ano, criou o dirigível de nº 9, que ganhou o apelido de Baladeuse. Seu volante foi construído com roda de bicicleta. Pequeno e fácil de manobrar, Santos Dumont usava o primeiro carro aéreo do mundo para passear. Santos Dumont tinha mesa reservada em qualquer restaurante de Paris. Amarrava o balão a uma árvore, descia por uma escada de corda e, terminado o jantar, voltava para casa. A cidade parava para vê-lo passar. Era um playboy sui generis. Os inventos seguintes, de nº 10, 11 e 12, podem ser considerados protótipos de ônibus-voador (com capacidade para dez passageiros), hidroavião e helicóptero, respectivamente. O de nº 13, construído em 1905, foi destruído durante uma tempestade. Entre uma invenção e outra, Santos Dumont escreveu, em francês, o primeiro volume de sua autobiografia, Dans Lair (1904)  lançado no Brasil sob o título de Os Meus Balões (1938). Quatorze anos depois, publicou o segundo volume, O Que Eu Vi, O Que Nós Veremos (1918). Segundo ocupante da cadeira de número 38 da Academia Brasileira de Letras (ABL), Santos Dumont foi eleito imortal em 4 de junho de 1931, para ocupar o lugar de Graça Aranha, mas não chegou a tomar posse. Do outro lado do Atlântico, os irmãos Wilbur (1867-1912) e Orville Wright (1871-1948) também quebravam a cabeça para construir uma aeronave mais pesada que o ar. No dia 17 de dezembro de 1903, os dois levantaram voo, a bordo do aeroplano Flyer, na praia de Kitty Hawk, na Carolina do Norte. Quando os Wright convocaram a imprensa para provar que o aparelho deles voava, só conseguiram levantar voo com ajuda de uma catapulta,. É como se colocasse uma pedra em um bodoque, puxasse o elástico e a jogasse longe. Em 1906, Santos Dumont voltou a escrever seu nome na história da aviação ao criar o 14-Bis. Ao contrário dos modelos anteriores, o mais recente não era um dirigível, mas um aeroplano do tipo canard (pato, em francês), que tem o leme na parte da frente e as asas maiores na parte de trás. Para construir a aeronave, em pouco mais de um mês, usou papel de seda, hastes de bambu, pedaços de madeira e algumas peças de metal, como um motor de lancha. O 14-Bis tinha 10 metros de comprimento, 4,81 de altura e 11,5 de envergadura. E pesava 240 quilos. Os franceses apelidaram-no de Oiseau de proie (Ave de rapina). Com sua mais nova invenção, Santos Dumont fez dois voos memoráveis: no dia 23 de outubro, quando, a três metros do chão, percorreu 60 metros em sete segundos, e no dia 12 de novembro, quando, a seis metros de altura, percorreu uma distância três vezes maior, de 220 metros, ambos no Campo de Bagatelle, em Paris. Entre os milhares de curiosos que assistiram ao voo do dia 12, membros da Federação Aeronáutica Internacional (FAI). É, portanto, o primeiro voo registrado e reconhecido da história da aviação.Santos Dumont não parou ali. Até 1909, construiu mais oito modelos. Aos quatro últimos, deu o nome de Demoiselle (donzela), o primeiro ultraleve da história. O sucessor do 14-Bis chegou a alcançar a velocidade de 96 quilômetros por hora. No dia 8 de abril de 1909, percorreu 2,5 mil metros a 20 metros de altura.Santos Dumont não patenteou suas invenções. Colocou à disposição de quem quisesse reproduzi-las. Por essa razão, Demoiselle é considerada a primeira aeronave a ser fabricada em série. Foram construídos mais de 40 exemplares. Em 1910, por recomendação médica, se aposentou como piloto. Desconfia-se que sofria de esclerose múltipla. Em 1918, escolheu a cidade de Petrópolis, na serra fluminense, como residência de verão. Construiu, em apenas três meses, uma casa apelidada de Encantada. Alguns dos móveis da casa, projetada pelo arquiteto Eduardo Pederneiras, foram pensados para exercer múltiplas funções. A mesa, por exemplo. Durante o dia, era escrivaninha. À noite, virava uma cama. Os degraus das escadas são recortados no formato de raquete para facilitar a subida e evitar quedas. No banheiro, outra de suas incontáveis invenções: o chuveiro de água quente.  A mais famosa delas, com exceção do 14-Bis, é o relógio de pulso. Segundo biógrafos, teria pedido a um amigo, o joalheiro Louis Cartier (1875-1942), que fizesse um. Criou, então, um quadrado com pulseira de couro. Com o relógio de bolso, Santos Dumont não conseguia pilotar e cronometrar o tempo de voo ao mesmo tempo. Cartier, aliás, não era o único amigo famoso de Santos Dumont. Volta e meia, o piloto brasileiro saía para jantar no Maxims, seu restaurante favorito, com a princesa Isabel (1846-1921), que assinou a Lei Áurea, ou com o engenheiro Gustave Eiffel (1832-1923), que projetou a Torre Eiffel. Segundo os biógrafos de Santos Dumont, ele era baixinho  algo em torno de 1,52 metro de altura  e pesava 50 quilos. Para disfarçar sua baixa estatura, usava um chapéu panamá, terno de gola alta e sapatos de sola grossa. Tanto a fazenda Cabangu, na pequena Palmira (MG), onde nasceu, em 20 de julho de 1873, quanto a Encantada, sua residência de verão em Petrópolis, viraram museus. Hoje, sua cidade natal se chama Santos Dumont. Sobre a polêmica envolvendo a paternidade da aviação, Santos Dumont escreveu, em O Homem Mecânico: Os partidários dos irmãos Wright afirmam que foram eles que voaram na América do Norte de 1903 a 1908. Esses voos pareciam ter ocorrido perto de Dayton, num campo ao longo de uma linha de bonde. Escrito em 1929, o manuscrito O Homem Mecânico só foi descoberto 75 anos depois por um sobrinho-neto. Não posso deixar de ficar profundamente estupefato por essa reivindicação ridícula, prossegue Santos Dumont. É inexplicável que os irmãos Wright pudessem ter realizado inúmeros voos durante três anos e meio sem terem sido observados por um único jornalista da perspicaz imprensa norte-americana que tivesse se dado o trabalho de assisti-los e de produzir a melhor reportagem da época, conclui. No dia 23 de julho de 1932, Santos Dumont foi encontrado morto, enforcado com duas gravatas, no banheiro de seu quarto no Hotel de La Plage, no Guarujá (SP). Até hoje, não se sabe ao certo o que teria levado o pai da aviação a cometer suicídio. Uma das hipóteses é a de que ele teria entrado em depressão ao ver seu principal invento usado como máquina de guerra na Revolução Constitucionalista de 1932. Nunca pensei que fosse causar derramamento de sangue entre irmãos, teria dito ao ascensorista do hotel, Olympio Peres Munhoz, minutos antes de sair do elevador. O que eu fiz?. Por mais de 20 anos, acreditou-se que Santos Dumont teria morrido de um colapso cardíaco, como atestava sua certidão de óbito. Seu coração foi guardado em um pequeno cofre de ouro e no formato de esfera celeste no Museu Aeroespacial, no Campo dos Afonsos, e seu corpo sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, ambos no Rio de Janeiro. Uma curiosidade: foi o próprio Santos Dumont quem mandou erguer o jazigo, ornamentado pela estátua em bronze de Ícaro, ao lado dos pais, Henrique e Francisca. Ficou muito bonito, escreveu ao sobrinho Alberto, em 19 de outubro de 1923. Não podia ser mais a meu gosto. Entre outras homenagens, Santos Dumont virou nome de rua, praça e aeroporto. Em 1973, no centenário de seu nascimento, a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) deu o nome do inventor brasileiro a uma cratera lunar de 8,8 km de diâmetro, que fica próxima ao local de pouso da missão Apollo 15. (excertos do texto de ANDRÉ BERNANDO para BBC BRASIL: Santos Dumont, 150 anos: as aventuras (e desventuras) do 'pai da aviação')
  • FRANCISCA SANTOS DUMONT E RICARDO SEVERO - FOGOGRAFIA EM GRANDE FORMATO DO CASAL EM LUA DE MEL N0 PÁTEO DOS LEÕES NO ALHAMBRA EM GRANADA. O RETRATO É DE 21 DE ABRIL DE 1894. NO VERSO NSCRIÇÃO: GRANADA "PATEO DOS LEÕES" NO "ALHAMBRA" 21 DE ABRIL DE 1894. CHIQUINHA 17 ANOS RICARDO 25 ANOS.  ESPANHA, FINAL DO SEC. XIX. . 31 x 23  cm (CONSIDERANDO O PASPPATOUR).NOTA: FRANCISCA SANTOS DUMONT, MANA CHICA, COMO ERA CONHECIDA. Era a irmã caçula do AVIADOR E INVENTOR ALBERTO SANTOS DUMONT. FRANCISCA casou-se com RICARDO SEVERO após o falecimento súbito de sua irmã SOFIA SANTOS DUMONT contando apenas 17 anos. O ENGENHEIRO,ARQUITETO, ARQUEÓLOGO E ESCRITOR RICARDO SEVERO DA FONSECA E COSTA (1869-1940) era português veio para o Brasil impondo-se um auto exílio da pátria natal,  Portugal após sua participação ativa na mal sucedida Revolução Republicana do Porto de 1891. Desembarcando no Porto do Rio de Janeiro, na recém proclamada República Brasileira e foi surpreendido pela situação precária da cidade sob um violento e mortal surto de cólera o que o levou a radicar-se na efervecente São Paulo da última década do SEC. XIX. Em São Paulo foi prometido a SOFIA SANTOS DUMONT, e após o falecimento da noiva, cumprido o período de luto, noivou e casou com a irmã mais nova da defunda: FRANCISCA SANTOS DUMONT. RICARDO SEVERO foi uma personalidade relevante tanto em sua pátria natal onde atuou destacadamente na arqueologia quanto no Brasil como Engenheiro, Arquiteto, precursor do estilo arquitetônico  neo colonial no país e sócio do arquiteto RAMOS DE AZEVEDO. Também foi diretor do LICEU DE ARTES E OFÍCIOS EM SÃO PAULO e membro  do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO E PARTICIPANTE DA CRIAÇÃO DA REVISTA DO BRASIL.
  • RICA COROA DE GRANDE DIMENSÃO EM PRATA DE LEI COM VERMEIL REQUINTADA DECORAÇÃO COM PALMAS, FLORES, RAMAGENS E VOLUTAS. ENCIMADA POR CAPRICHADA ESFERA FINALIZADA POR LINDA CRUZ NATIVA QUE IRRADIA RESPLENDORES. BASE COM BÉLISSIMO CINCELADO. BRASIL, SEC. XVIII OU INICIO DO SEC. XIX. 23 CM DE ALTURA POR 16 CM DE DIAMETRO
  • GRANDE E BELA COROA EM PRATA DE LEI SETECENTISTA ESTILO E ÉPOCA DONA MARIA I. CORPO LISO COM HASTES CONTENDO EXTREMIDADES CAPRICHOCAMENTE CINZELADAS. A BASE DA COROA É DECORADA COM FLORES VOLUTAS E GUILLOCHES. UM PRIMOR DA OURIVESSARIA BRASILEIRA DO FINAL DO SEC. XVIII. 28 CM DE ALTURA POR 17 CM DE DIAMETRO
  • ESTADO PAPAL CIDADE DE ROMA  FORMIDÁVEL NAVETA EM PRATA DE LEI BATIDA COM MARCAS PARA CIDADE DE ROMA (CHAVES CRUZADAS DE SÃO PEDRO SOB UM GUARDA CHUVA LITÚRGICO)  UTILIZADA DE 1738 TÉ A INVASÃO NAPOLEONICA EM 1798. LINDO FEITIO. EXTREMIDADES RECORTADAS. ESTADOS PAPAIS, SEC. XVIII. 22 CM DE COMPRIMENTONOTA: Os primeiros estatutos da guilda dos ourives romanos datam de 1358, nos quais foi declarada a regra do punção de garantia.A Universidade dos Ourives foi fundada em 1508 e os estatutos aprovados no ano seguinte introduziram o uso da marca do mestre, além da marca de garantia anterior.Em 1738, com a reforma dos Estatutos dos Ourives, a guilda adquiriu o nome de " Nobil Collegio degli Orefici ed Argentieri di Roma " (Colégio Nobre de Ourives e Prateiros de Roma).A marca de garantia usada antes da invasão francesa era uma série de " chaves cruzadas de São Pedro sob um guarda-chuva litúrgico " encerradas em escudos, ovais ou outras formas geométricas.
  • EXCEPCIONAL GALHETA LITÚRGICA DE GRANDE DIMENSÃO EM PRATA DE LEI COM FRASCOS EM CRISTAL LAPIDADO GUARNECIDO TAMBÉM EM PRATA DE LEI REMATADA COM LEMENTOS VEGETALISTAS E PEROLADOS. A BASE DE LINDO FEITIO É DECORADA COM CAPRICHADOS GUILOCHES APRESENTANDO ELEMENTOS EUCARÍSTICOS (PARRAS DE UVAS, ESPIGAS E PLANTAS DE TRIGO). A BASE TEM FEITIO RECORTADO COM BORDA REMATADA POR PEROLADOS. UM CONJUNTO MAGNIFICO! BRASIL, SEC. XIX. 29 CM DE COMPRIMENTO. 860 G (PESO TOTAL)NOTA : As galhetas (do espanholgalleta, pequeno vaso) são dois pequenos frascos de vidro destinados a conter o vinho e a água para a Celebração Eucarística, desde o início da celebração até o momento da Apresentação das Oferendas. O sentido de manter o vinho e a água nas galhetas e não no cálice é justamente para dar sentido ao rito da mistura da gota de água no vinho no momento da Apresentação das Oferendas: nossa humanidade, simbolizada pela gota dágua, é oferecida a Deus junto à divindade de Cristo, simbolizada pelo vinho. Para a Celebração Eucarística, as galhetas são colocadas na credência. No momento da Apresentação das Oferendas, o acólito ou os coroinhas levam-nas ao diácono ou, na sua ausência, ao próprio sacerdote, que impõe o vinho e a água no cálice recitando a oração prescrita no Missal Romano. As galhetas são então levadas novamente à credência. O sentido de manter o vinho e a água nas galhetas e não no cálice é justamente para dar sentido ao rito da mistura da gota de água no vinho no momento da Apresentação das Oferendas: nossa humanidade, simbolizada pela gota dágua, é oferecida a Deus junto à divindade de Cristo, simbolizada pelo vinho. Para a Celebração Eucarística, as galhetas são colocadas na credência. No momento da Apresentação das Oferendas, o acólito ou os coroinhas levam-nas ao diácono ou, na sua ausência, ao próprio sacerdote, que impõe o vinho e a água no cálice recitando a oração prescrita no Missal Romano. As galhetas são então levadas novamente à credência.( http://pilulasliturgicas.blogspot.com/2012/07/as-galhetas.html)

95 Itens encontrados

Página: