Leilões em Andamento
Leilão 50295 LEILÃO COLEÇÃO DR. ANTONIO MELILLO, BIBILIOTECA DR ANTÃO DE MORAES E BIBLIOTECA GERALDO SERRA/BARDI
Leilão 50295 LEILÃO COLEÇÃO DR. ANTONIO MELILLO, BIBILIOTECA DR ANTÃO DE MORAES E BIBLIOTECA GERALDO SERRA/BARDI
Leilão
Dia 14, 15 e 16 de Abril de 2025
Segunda, Terça e Quarta às 19h30
Exposição
de 4 a 13 de abrii das 10 as 18 horas
Local
em nossas instalações a Rua Barreto Leme 1789
Leiloeiro
Informações importantes:
LEILÃO COLEÇÃO DR. ANTONIO MELILLO, BIBILIOTECA DR ANTÃO DE MORAES E BIBLIOTECA GERALDO SERRA/PIETRO MARIA BARDI - SEGUNDA ETAPA - Em 8/8/1964 o Jornal ÚLTIMA HORA um dos mais respeitados diários de notícias brasileiro trazia pela primeira vez, à luz da imprensa, a notícia sobre a mais espetacular coleção particular de documentos históricos existente no Brasil, a COLEÇÃO EDUARDO STOPPEL. A matéria por si só atraia o interesse pelo inusitado de seu conteúdo com ares de enredo novelesco. O jornal relatou a curiosa história de um judeu alemão que ainda antes da Segunda Guerra Mundial abandonou a Alemanha, seu país de origem, já impregnado dos ideais nazistas encarnados por Adolf Hitler, para viver no Brasil. Em 1935 uma edição do ALMANAQUE LAEMMERT listava EDUARDO STOPPEL como um BELCHIOR, termo empregado para designar um comerciante de livros usados e documentos, um alfarrabista estabelecido então na Rua Barão de Itapetininga n. 42, República na cidade de São Paulo (vide em: http://memoria.bn.br/docreader/cache/1834704700543/I0115406-2-0-003094-001876-006278-003807.JPG). De forma emblemática o escritório de EDUARDO STOPPEL ficava bem em frente ao local do martírio dos jovens MARTINS, MIRAGAIA, DRAUSIO E CAMARGO (MMDC) para sempre símbolos da luta contra a ditadura e a favor das liberdades constitucionais no estopim da Revolução Constitucionalista de 1932. EDUARDO STOPPEL dedicou-se no Brasil a mesma profissão que exercera na Alemanha por toda vida, foi sempre um BELCHIOR. Sem parentes em nosso país ou sucessores conhecidos em seu país de origem, EDUARDO STOPPEL foi recolhido no final dos anos 50 em um hospital para loucos na Capital Paulista onde passou seus últimos dias até falecer em 18 de outubro de 1961 (conforme registro no cemitério Israelita de São Paulo). Pouco antes de falecer, EDUARDO STOPPEL revelou aos médicos da instituição Psiquiátrica, a existência dessa preciosa coleção guardada em um cofre forte de agência bancária em São Paulo. Em um primeiro momento sua revelação não teve impacto, foi tratada como mais um devaneio de loucura. Mas diante da insistência do paciente, por ocasião do óbito, alguêm lembrou de averiguar a informação e constatou-se que eram verídicas e precisas, havia na agência indicada um cofre em nome de EDUARDO STOPPEL. A instituição que albergou o judeu alemão em seus últimos anos RECEBEU AUTORIZAÇÃO, POR MEIO DE ORDEM JUDICIAL DO JUIZ TITULAR DA 3. VARA DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DA COMARCA DA CIDADE DE SÃO PAULO (com base no inventário processado pelo CARTÓRIO DO 8. OFÍCIO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES de São Paulo), PARA PROCEDER O LEILÃO EM HASTA PÚBLICA DA COLEÇÃO EM ÚNICO LOTE, A TÍTULO DO PAGAMENTO DAS VULTOSAS SOMAS DECORRENTES DA INTERNAÇÃO DO FALECIDO EDUARDO STOPPEL. O JORNAL O GLOBO informava que o cerne da coleção de EDUARDO STOPPEL trazida por ele da Alemanha, foi fundido a documentos por ele adquiridos no Brasil, que tinham pertencido à coleção de JOSÉ JACQUES DA COSTA OURIQUE, TENENTE DO CORPO DE ENGENHEIROS DO EXÉRCITO IMPERIAL. José Jacques da Costa Ourique, originário do Rio de Janeiro foi designado diretor do Gabinete Topográfico do serviço de estradas provinciais paulistas em 1842. Formado pela Academia Militar do Rio de Janeiro, que, desde sua origem, em 1810, foi destinada ao ensino de oficiais artilheiros e engenheiros geógrafos e topógrafos a serem aproveitados na direção dos trabalhos de minas e obras públicas. Ourique nasceu em 1815, ao ser transferido para São Paulo, contava 27 anos. Ali dirigiu o curso proposto para os alunos do Gabinete Topográfico para formação de engenheiros práticos. Em 1844 foi criada a Diretoria de Obras Públicas, a qual foi subordinada a escola dirigida por Ourique. Sucedeu que a diretoria entendeu não mais remunerar seus alunos que eram assalariados para dedicar-se aos estudos e essa política acabou por promover o esvaziamento e consequente extinção da Escola. Quanto ao Gabinete Topográfico, o mesmo foi extinto pela lei nº 27, de 23 de abril de 1849. Ourique optou por permanecer como engenheiro de obras na Diretoria de Obras Públicas. No Relatório Geral do Conselho dos Engenheiros, de 1852, localizamos Ourique como chefe da 2ª Seção do Sul da Diretoria de Obras Públicas, compreendendo a 5ª Comarca com exceção dos municípios de Guaratuba, Paranaguá; e Antonina. Tratou aí de obras nas estradas de Santo Amaro e São Bernardo. Mais tarde tornou-se o primeiro comandante da Escola Militar (curso de Infantaria e Cavalaria) da Província do Rio Grande, entre 1851 e 1853, faleceu durante uma experiência com hidrogênio no laboratório da escola conforme Relatório sobre os ex-integrantes ilustres da escola militar, do Comando Militar de Porto Alegre. Para além de militar e lente de escola de engenharia Ourique era um estudioso interessado em História Brasileira e por meio de Documentos históricos escritos pelas personalidades que protagonizaram os fatos, reuniu uma coleção voltada à gênese da NAÇÃO BRASILEIRA. Seguindo a trajetória da coleção em 1963, o pregão judicial da COLEÇÃO EDUARDO STOPPEl (já então congregando a coleção JOSÉ JACQUES OURIQUE), foi realizado pelo LEILOEIRO OFICIAL MOACIR CATALDI e o arrematante foi o célebre COMERCIANTE DE ANTIGUIDADES JOSÉ CLAUDINO DA NÓBRECA (AUTOR DO LIVRO MEMÓRIAS DE UM VIAJANTE ANTIQUÁRIO). O JORNAL ÚLTIMA HORA relata que JOSÉ CLAUDINO DA NÓBREGA após o arremate que atingiu o valor de aproximadamente UM MILHÃO DE CRUZEIROS, entrou em negociação com o MUSEU NACIONAL para vender a preciosa coleção. Entretanto a negociação não chegou a bom termo porque o Museu não conseguiu levantar o recurso de 2,5 milhões de cruzeiros necessários para aquisição e o antiquário JOSÉ CLAUDINO DA NÓBREGA procedeu a venda por 4 milhões de cruzeiros ao DR ANTONIO MELILLO, entusiasta colecionador de documentos históricos e objetos arqueológicos. Por décadas o DR ANTONIO MELILLO não só preservou a coleção como a ampliou e permitiu sua divulgação e apresentação em importantes exposições promovidas em INSTITUIÇÕES MUSEOLÓGICAS BRASILEIRAS (como o Museu Histórico Nacional e Museu Imperial, Biblioteca Nacional, Instituto Histórico e Geográfico Nacional, Biblioteca Pública de São Paulo, também foram amplamente divulgadas em matérias de tv e muitos jornais ao longo dos ultimos 50 anos). A coleção DR ANTONIO MELILLO foi adquirida após sua morte por um conceituado professor da POLI USP, quis o destino que quase duzentos anos após ser iniciada por um Professor de Engenharia (JACQUES OURIQUE), tenha sido colocada sob a guarde de um outro Professor também de Engenharia. Segue há alguns anos, com seu último proprietário e nesse momento, quase dois séculos após o início de sua formação, a COLEÇÃO DR ANTONIO MELILLO (EX EDUARDO STOPPER E EX JOSÉ JACQUES DA COSTA OURIQUE) será apregoada como uma das mais significativas coleções particulares brasileiras de DOCUMENTOS HISTÓRICOS a serem apresentados item por item. Toda a documentação jurídica do primeiro leilão de 1963 ordenado pela justiça do Estado de São Paulo, no já longínquo ano de 1963 (PERÍODO EDUARDO STOPPER) até as publicações dos jornais que anunciaram a existência da COLEÇÃO E SUA HISTÓRIA FORMATIVA no período em que esteve sobre a propriedade de JOSÉ CLAUDINO DA NÓBREGA e a documentação relativa as publicações e exposições realizadas durante as décadas em que esteve de posse do DR ANTONIO MELILLO, estão disponíveis para analise dos licitantes e acompanharão de acordo com o julgamento do LEILOEIRO os lotes que lhes forem pertinentes (seguindo como critérios os documentos específicos reproduzidos em jornais da época que dizem respeito aos lotes. Quanto a documentação do leilão judicial do ACERVO EDUARDO STOPPER realizado em 14 de maio de 1963 será juntada aos lotes do arrematante cujas compras atingirem em sua soma o maior valor de arremate no pregão). DESSA FORMA A DARGENT LEILÕES TEM A HONRA DE APRESENTAR A SEGUNDA ETAPA DO LEILÃO DE DOCUMENTOS HISTÓRICOS, GRAVURAS E TESOUROS ARQUEOLÓGICOS EGIPCIOS DA COLEÇÃO DR. ANTONIO MELILLO. Uma oportunidade única para aquisição de documentos que apresentam pontos de vista e exercício do ofício de personagens envolvidos na história brasileira e mundial UM PREGÃO DE DOCUMENTOS IMPORTANTES MAS TAMBÉM COM O ACRESCIMO DE DUAS GRANDES E IMPORTANTES BIBLIOTECAS PARTICULARES, A DO DESEMBARGADOR DR ANTÃO DE MORAES (1887-1974) E BIBLIOTECA GERALDO SERRA/PIETRO MARIA BARDI. BONS ARREMATES A TODOS!!!!