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  • BARAO GERALDO DE RESENDE PRATO RASO EM PORCELANA COM BORDA MAGENTA ENTRE FRISOS AMARELOS E MONOGRAMA GR SOB COROA DE BARÃO; PERTENCENTE A GERALDO RIBEIRO DE SOUZA REZENDE. FEITIO RECORTADO. NO REVERSO MARCA DE HAVILLAND; EXEMPLAR DO MESMO SERVIÇO REPRODUZIDO NA PÁGINA 260 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL, POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, SÉC. XIX. 24 CM DE DIÂMETRO. NOTA: O Barão Geraldo de Rezende, empresário idealista e com visão, recebeu por duas ocasiões a visita da FAMÍLIA IMPERIAL em uma delas curiosamente recebeu o Conde DEu sozinho na residência porque a baronesa não estava na cidade. Foi em 1884, o Conde D'Eu percorreu as linhas férreas do Oeste "a Paulista" e a "Mogiana". Em Campinas foi recebido pelo Barão Geraldo de Resende na Fazenda Santa Genebra, uma fazenda modelo de café. A baronesa a esta altura não estava em sua propriedade e escreveu ao marido que ia sozinho hospedar o conde a propósito do almoço: "mando-te a lista dos pratos que devem ficar na mesa e se não houver lugar para todas as carnes, melhor será que venha cada cousa por sua vez, seguindo a ordem em que vai e que espero que aches bem". Parece que a aflição da baronesa para organizar o almoço a distancia parece ter surtido efeito, após a refeição e uma visita pelas instalações da fazenda o Conde D'Eu assim se manifestou: "Reúne-se aqui o útil ao agradável".
  • GRANDE SALVA CIRCULAR EM PRATA DE LEI MARCAS DO PRATEIRO SP E CONTRASTE 833. GALERIA FENESTRADA COM FLORES E RAMAGENS, PLANO COM GUIRLANDAS GUILLOCHADAS. ASSENTE SOBRE PÉS EM PAPIRO. BRASIL, MEADOS DO SEC. XX. 38 CM DE DIAMETRO. 1203 G
  • BARAO GERALDO DE RESENDE (1846  1907) -  PRATO RASO EM PORCELANA COM BORDA MAGENTA ENTRE FRISOS AMARELOS E MONOGRAMA GR SOB COROA DE BARÃO; PERTENCENTE A GERALDO RIBEIRO DE SOUZA REZENDE. FEITIO RECORTADO. NO REVERSO MARCA DEHAVILLAND; EXEMPLAR DO MESMO SERVIÇO REPRODUZIDO NA PÁGINA 260 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL, POR JENNY DREYFUS.  O BARÃO GERALDO DE RESENDE ERA CASADO COM DONA MARIA AMÉLIA BARBOSA DE OLIVEIRA, FILHA DO CONSELHEIRO ALBINO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA - PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. POR SUA VEZ COMO JÁ VIMOS A ESPOSA DO CONSELHEIRO ALBINO, DONA ISABEL AUGUSTA DE SOUZA QUEIROZ, ERA SOBRINHA DOS MARQUESES DE VALENÇA, PAIS DO BARÃO GERALDO DE RESENDE.  FRANÇA, SÉC. XIX. 24 CM DE DIÂMETRO. NOTA: O ILUSTRÍSSIMO COMENDADOR: GERALDO RIBEIRO DE SOUZA REZENDE recebeu o título de BARÃO DE IPORANGA por decreto de 19 de junho de 1889, assinado pela Sua Majestade Imperial D. Pedro II, tendo mudado, a seu pedido, para BARÃO GERALDO DE REZENDE. Recebeu o titulo de barão meses antes da Proclamação da República do Brasil (15/11/1. 889). Com a Proclamação da República, o Barão Geraldo de Rezende retira-se da política para se dedicar a sua fazenda Santa Genebra (vide foto da fazenda nos créditos extras do lote), que era considerada uma fazenda modelo, onde havia emprego de toda a tecnologia conhecida na época para o cultivo dos cafezais. O Barão Geraldo era filho do Marquês de Valença (senador Estevão Ribeiro de Rezende) e da Marquesa de Valença (Sra. Ilidia Mafalda de Souza Queiroz). O Marquês de Valença, titular de ruas e avenidas em todo o país, teve 16 filhos. Nasceu em 20 de Julho de 1777, no Arraial dos Prados, Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais. Era filho do Coronel Severino Ribeiro e de Josefa Maria de Rezende. Faleceu a 08/09/1856. Tal era o prestígio do marquês de Valença, que uma de suas filhas, D. Amélia de Souza Rezende, casou-se com o titular francês conde de Cambolas e marquês de Palarim, e outro filho seu, legitimado, Estevão de Sousa Rezende, foi elevado a barão de Lorena. O Barão Geraldo de Rezende nasceu no Rio de Janeiro em 19 de abril de 1.846. Geraldo de Resende chegou a entrar na Faculdade de Direito em São Paulo, à qual, no entanto, não se adaptou, sendo, então, enviado pelo pai, o Marquês de Valença, para estudar agronomia na França. Ao retornar em 1874, foi designado para se casar com sua prima, Izabel Augusta de Souza Queiroz, e administrar suas fazendas. Casou-se na mesma cidade onde nascera, com sua prima, filha do conselheiro imperial, Albino José Barbosa de Oliveira, e de Izabel Augusta de Souza Queiroz, irmã de Ilidia Mafalda de Souza Queiroz, ambas filhas do Brigadeiro Luiz Antonio de Souza. Logo ao chegar em Campinas, procurou a elite de fazendeiros locais, que criaram o Club da Lavoura de Campinas. Embora muitos fossem defensores da República, Geraldo sempre assumiu seu partidarismo monarquista, fazendo parte do Partido Conservador. Foi vereador de Campinas entre 1883 e 1886, e deputado geral do Parlamento Nacional, pouco antes da Proclamação da República do Brasil. Depois disso, retirou-se da vida política e passou a se dedicar à produção de sua fazenda, a Santa Genebra. Sua fazenda, na época, era considerada modelo de inovação, com maquinaria avançada e modernas técnicas agrícolas. O sobrado majestoso que ostentava era confortável e de estética arrojada, tendo recebido ilustres visitas como a do conde D'Eu; o contra-almirante G. Fournier, comandante da Divisão Naval francesa no Atlântico; o conde Lalaing, ministro da Bélgica; W. Pocom, cônsul dos Estados Unidos da América; conde Antonelli, ministro da Itália; conde Michel de Giers, ministro da Rússia; Manuel Ferraz de Campos Sales, então presidente da província de São Paulo. Barão Geraldo tinha como irmãos: o Barão de Rezende (Estevão Ribeiro de Souza Rezende) e o 2º Barão de Valença (Pedro Ribeiro de Souza Rezende). O pai do Barão Geraldo, Marquês de Valença, Por Decreto de 11.04.1812, teve concedida a licença para casar. Por esta ocasião a pretendente tinha apenas 7 anos de idade e o pretendente, curiosamente, 35 anos de idade, cinco filhos naturais, legitimados e, dois deles, nascidos depois desta licença. Casado em São Paulo, por volta de 1819, com ILÍDIA MAFALDA DE SOUZA QUEIROZ, nascida a 14.05.1805, batizada a 09.06, conforme o registro do Livro 10 da Sé ( São Paulo), fls. 35. Era filha do brigadeiro Luiz Antônio de Souza Queiroz, fidalgo português residente em São Paulo (que chegou a ser considerado como a maior fortuna da província de São Paulo) e de Genebra de Barros Leite falecida em Lisboa em 1836; Ilidia Mafalda de Souza Queiroz faleceu a 24 de julho de 1877, no Rio de Janeiro - RJ. Foi sepultada no dia seguinte na Capela de sua família, no Cemitério de S. Francisco de Paula (Catumbi) - O Barão Geraldo de Rezende suicidou na sede da fazenda de sua propriedade em Campinas, em 1 de outubro de 1.907. Teria tomado veneno ao ver a sua fazenda Santa Genebra, a qual tinha dedicado sua vida, ser tomada por hipoteca. Para saldar as dividas contraídas pelo Barão Geraldo quando da construção da Estrada de Ferro Funilense, que ligava a atual cidade de Cosmópolis (antes Fazenda Funil) ao bairro Guanabara, em Campinas, a fazenda Santa Genebra foi hipotecada pelo Governo Estadual, e posteriormente adquirida através do leilão pelo também fazendeiro senador Luiz de Oliveira Lins Vasconcellos e comprada posteriormente pelo seu irmão o banqueiro Cristiano Osório de Oliveira, pai do Sr. José Pedro de Oliveira casado com D. Jandyra Pamplona de Oliveira. José Pedro de Oliveira faleceu vitimado por tuberculose pulmonar, em 1.935, contraída por seu hábito de passar noites caçando pequenos animais na Mata da fazenda Santa Genebra. A Companhia Carril Agrícola Funilense, que como o nome diz, tinha o propósito de transportar produtos agrícolas da região do Funil através de "carris" (trilhos) de ferro, foi fundada em 24 de Agosto de 1.890, e teve o Barão Geraldo de Rezende como primeiro presidente da Companhia. Além do Barão Geraldo de Rezende, havia os sócios: Luciano Teixeira Nogueira, José Paulino Nogueira, José Guatemozim Nogueira, Artur Nogueira, dentre outros. Os incorporadores, João Manoel de Almeida Barbosa Francisco de Paula Camargo e José de Salles Leme. O objetivo da ferrovia era fortalecer a economia cafeeira e canavieira da região, como a Usina Esther ( localizada na atual cidade de Cosmópolis), os núcleos coloniais e as fazendas e lavouras do norte de Campinas, fazendo o escoamento da produção através de ferrovias, pois o transporte era feito por tração animal ( carros de boi) e em estradas precárias comprometendo a produção do açúcar e do café. Os Nogueiras conseguiram o apoio de Albino José Barbosa de Oliveira e do próprio Barão Geraldo de Rezende para a construção desta Ferrovia. O contrato da companhia carril Funilense era de risco, e a principal exigência deste contrato era caso os proprietários e responsáveis pela ferrovia não conseguissem saldar as dividas contraídas com o Estado, perderiam a posse da linha férrea que serviria como forma de pagamento desta divida (hipoteca).Os trilhos da Companhia Carril Agrícola Funilense foram inaugurados somente em 18 de setembro de 1.899. As várias estações ao longo do percurso desta ferrovia foram recebendo nomes de diretores e membros da própria Companhia: "Barão Geraldo de Rezende" ( em Cosmópolis) , "José Paulino Nogueira" ( em Paulínia), "João Aranha", "José Guatemozin Nogueira" e "Artur Nogueira", dentre outras que levaram o nome da fazenda onde estavam situadas: "Santa Genebra" ( atual distrito de Barão Geraldo), "Deserto" ( Bairro Betel, em Paulínia) , "Santa Terezinha" e " Engenho". Obviamente, os bairros onde estavam essas estações foram sendo conhecidos pelos mesmos nomes. Esta ferrovia nunca deu lucro, somente acumulou prejuízos, levando o Barão Geraldo e os outros sócios a completa falência. O Barão Geraldo de Rezende, empresário idealista e com visão, recebeu por duas ocasiões a visita da FAMÍLIA IMPERIAL em uma delas curiosamente recebeu o Conde Deu sozinho na residência porque a baronesa não estava na cidade
  • CONDE MATARAZZO - FRANCESCO ANTONIO MARIA MATARAZZO  (1854-1937)  BACCARAT COM SELO DA MANUFATURA. BELISSIMO PAR DE TAÇAS DOUBLE RUBI E TRANSLÚCIDO REMATADOS POR COROA DE CONDE EM OURO. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. PERTENCERAM AO SERVIÇO DO CONDE FRANCESCO ANTONIO MARIA MATARAZZO. FRANÇA, DEC. 30. 19 CM DE ALTURANOTA: No verão de 1924 o Conde Francesco Matarazzo, recém-chegado do Brasil para passar férias em Nápoles, visitou o atelier de seu alfaiate favorito e lhe fez a encomenda de um terno de tecido inglês. O alfaiate inconformado com a parcimônia da encomenda indagou: Mas Senhor Conde, só encomenda um terno? Seu filho encomendou-me seis ainda nesta manhã! O Conde Matarazzo então respondeu: É que meu filho tem o pai rico. Já eu não tenho! Essa passagem registrada da vida de Francesco Antonio Matarazzo, contada como pilhéria na época, demonstra um pouco da personalidade do homem que de mascate imigrante fundou um império que viria a ser o motor da industrialização do Brasil. Na opinião desse leiloeiro, o Conde Matarazzo é o grande patrono da indústria brasileira. Seu mote nos negócios era buscar a emancipação industrial do Brasil. A partir de um pequeno capital inicial, ele acumulou um patrimônio que em valores atuais passaria de 20 bilhões de dólares e o colocaria confortavelmente entre os dez homens mais ricos do mundo. As Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo, as IRFM, chegaram a empregar mais de 30 mil pessoas, número que pouquíssimas empresas privadas atingem no Brasil de hoje. Além de diversificar e fazer crescer a indústria nacional, o legado de Matarazzo para o Brasil incluiu a conquista de um enorme mercado consumidor, fundamental para o desenvolvimento de nosso capitalismo. Muitos brasileiros aprenderam o que era fazer compras adquirindo produtos das IRFM. Como escreveu Ronaldo Costa Couto, o mais importante biógrafo do conde, ele era um fabricante de fábricas. Há quem diga que chegou a ter 365 fábricas uma para cada dia do ano. Sua riqueza era tão célebre no Brasil de sua época, que originou até uma expressão que os pais usavam para admoestar os filhos quando desperdiçavam, esbanjavam ou queriam ostentar muito : Você está pensando que eu sou o Matarazzo?. Francesco Antonio Matarazzo nasceu em Castellabate, a cerca de 200 quilômetros de Nápoles em 9 de março de 1854, primogênito de nove irmãos. Era filho do médico e comerciante Costabile (falecido em 1873) com Mariangela. Ao chegar ao Brasil, aos 27 anos, acompanhado de sua companheira Filomena e de dois filhos, ele já tinha uma década de experiência no comércio. Mas o jovem comerciante perdeu boa parte de seu patrimônio logo ao aportar aqui, em dezembro de 1881. No Rio de Janeiro, por um descuido no desembarque, ele viu naufragar duas toneladas de banha de porco que havia trazido da Itália para vender aqui. O refugiado escolheu se estabelecer em Sorocaba, então com 13 mil habitantes, no interior paulista. No início, abriu um armazém de secos e molhados. Em 1883, nascia na casa de Matarazzo o que pode ser considerada sua primeira fábrica, que consistia de uma prensa de madeira e um tacho de metal, usados para extrair e derreter banha de porco (essencial para a cozinha naquela época). Em pouco tempo, a principal atividade do comerciante passou a ser percorrer o interior paulista em lombo de mula, negociando a compra de porcos e a venda da banha. O sucesso inicial permitiu que a mãe e alguns dos irmãos de Matarazzo também viessem viver no Brasil. A banha vendia cada vez mais e, já razoavelmente rico, Matarazzo pensou em voltar para a Itália. Conversando com outros imigrantes, ele mudou de idéia e resolveu ir para São Paulo. Afinal, a capital era o centro para onde estavam indo os enormes lucros da cafeicultura paulista. Na capital, Matarazzo optou, no início, por investir no comércio, impulsionado pela venda de farinha de trigo importada dos Estados Unidos. Em pouco tempo, tornou-se o maior do ramo, mas sem negar as origens: manteve consigo duas fábricas de banha na região de Sorocaba e uma em Porto Alegre. Em três anos, a família se mudou para um enorme palacete, a segunda casa a ficar pronta na recém-inaugurada avenida Paulista. Sua importadora não parava de crescer. Em meados de 1899, um movimento ousado faz com que Matarazzo finque para sempre o pé na grande indústria. Em vez de importar, ele decide fazer farinha de trigo no Brasil, e resolve construir um moinho de grande capacidade. Nem o emergente Matarazzo tinha capital para tamanho investimento. Graças à sua credibilidade, conseguiu empréstimo com um banco inglês e, em dez meses, estava pronto o Moinho Matarazzo, o maior e mais moderno da América Latina. Ocupando dois quarteirões do bairro industrial do Brás, era a maior fábrica de São Paulo. O sucesso com a venda da farinha permite quitar em pouco tempo a dívida com os ingleses. Em torno do Moinho, que duplicaria sua capacidade em menos de dois anos, novas fábricas surgem. Em 1901, a fábrica de sacos para embalagem da farinha daria origem à Tecelagem Mariangela onde 60 mil fusos começaram a fazer tecidos leves e sofisticados. Logo depois, é a oficina de manutenção que se transforma: vira indústria de embalagens. O algodão da tecelagem começa a ser aproveitado integralmente quando, de seu caroço, Matarazzo extrai a matéria-prima para óleos e sabões. Nasceria daí, em breve, a maior fábrica brasileira de saponáceos. Matarazzo fundou e presidiu o Centro e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (o Ciesp e a Fiesp), na passagem dos anos 20 para os 30. No fim da primeira década do século 20, Matarazzo havia consolidado sua atuação nos ramos de alimentos, tecidos e óleos e derivados. Em 1911, nascem as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo, sediadas em São Paulo e com filiais em Santos e na Argentina. E a marcha de inaugurações seguia: uma usina de açúcar em 1911, uma fábrica de pregos em 1912... As IRFM já movimentavam milhões de dólares. Matarazzo, em vez de só gozar da fortuna, seguia reinvestindo seus lucros.As IRFM também serviam como banco. Recebiam investimentos que eram registrados em cadernetas. No fim de 1914, Matarazzo parte para a Itália com a esposa e os filhos mais novos. A viagem era para ser um período de repouso, mas o patriarca é surpreendido pela entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial. Em vez de voltar, Matarazzo decide ficar e ajudar seu país, cuidando da distribuição de alimentos na região de Nápoles. Essa atuação lhe renderia, além do reconhecimento de seus conterrâneos, o título de Conde do Reino, outorgado em 1917. Enquanto a Europa é destruída pelo conflito, as IRFM continuam avançando no Brasil. A súbita dificuldade de se importarem produtos europeus faz com que, para dar conta da demanda interna, a indústria brasileira cresça muito. Com o fim da guerra, Matarazzo retorna a São Paulo. Em 1920, ele adquire um terreno de mais de 100 mil metros quadrados, no bairro da Água Branca. À beira das ferrovias, permitiu realizar o sonho do conde: concentrar muitas de suas fábricas num lugar só. Naquele ano, chegou ao local a produção de itens como sabão, velas e pregos. Durante a década de 20, as IRFM ainda incorporariam frigoríficos, indústria química, destilaria e até uma distribuidora cinematográfica. E aí veio a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, seguida pela Grande Depressão, que afeta o comércio exterior no mundo todo. Enquanto os barões do café vêem suas exportações caírem 40% num ano, Matarazzo nem liga. Apoiado em matérias-primas nacionais e em seu grande capital, ele aproveita a crise para comprar concorrentes e consolidar seu domínio. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, quando São Paulo se revoltou contra Vargas, grandes industriais paulistas entraram no movimento (inclusive Ciccillo, sobrinho do conde, que fez capacetes para as tropas). Aos 82 anos, enxergava mal, mas ainda visitava suas fábricas apoiado em uma bengala. Certo dia, depois de trabalhar normalmente, o conde chegou em casa e começou a ter violentas convulsões. Ficou dois dias de cama, quase inerte. Os rins não suportaram, e ele morreu às 15h de 10 de fevereiro de 1937. Foi enterrado em São Paulo, cerca de 100 mil pessoas saíram às ruas para acompanhar o préstito e se despedir do Conde Matarazzo. No dia seguinte, o Jornal do Comércio publicava no seu necrológio: Deixa, em pleno grau de florescimento, uma vasta organização que se estende por todo o país, dispondo de vagões e navios próprios e abrangendo inúmeros ramos da indústria e comércio, possuindo dezenas de estabelecimentos fabris e mais de duzentas propriedades imobiliárias, inclusive fazendas, todas elas cedidas às suas indústrias. Nos meios financeiros calcula-se que o patrimônio total de suas indústrias ascende a setecentos mil contos.
  • YOLANDA DE ATALIBA NOGUEIRA PENTEADO (1903-1983)  SOCIALITE E MECEDAS DAS ARTES. DONA DA FAZENDA EMPYREU NETA DOS BARÕES DE ATALIBA NOGUEIRA E DOS CONDES ÁLVARES PENTEADO. BELA BOLSA  CLUTCH EM CAMURÇACOM ARREMATE EM PRATA DE LEI E ESMALTE AZUL. RESERVA COM CENA GALANTE. ELEGANTE E MUITO BEM CONSERVADA! ALEMANHA, PRIMEIRA METADE DO SEC. XX. 20 X 24 CMNOTA: Yolanda de Ataliba Nogueira Penteado (Leme, 6 de janeiro de 1903  Stanford, 14 de agosto de 1983) foi uma socialite e princesinha do café, pertencente a tradicionais famílias paulistas quatrocentonas. Filha de Juvenal Leite Penteado e de Guiomar de Ataliba Nogueira, descendia, por via de seu pai, de João Correia Penteado (1666-1739) e Isabel Pais de Barros (1673-1753). Já por via de sua mãe, descendia de Tomé Rodrigues Nogueira do Ó (Funchal, Ilha da Madeira, 1675 - Baependi, 02 de agosto de 1741). Era neta materna do barão de Ataliba Nogueira. Nasceu na riquíssima Fazenda Empyreo, no município de Leme, São Paulo, sendo fazendeira sensível aos rumos da produção rural no Brasil, e amante e incentivadora das artes, mulher pioneira e grande colecionadora. Também costumava frequentar a famosa casa do senador José de Freitas Valle, o senhor da Villa Kyrial, no bairro de Vila Mariana em São Paulo, o salão cultural mais importante da capital paulista no início do século XX, sendo um dos idealizadores da Semana da Arte Moderna, em 1922, onde abrigou grandes nomes da arte, como Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Victor Brecheret, Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Sarah Bernhardt e tantos outros. Sobrinha de Olívia Guedes Penteado, (produtora de café e também grande patrona das artes de São Paulo, na década de 1920), teve um rápido relacionamento afetivo com o aviador e patrono da Aeronáutica Alberto Santos Dumont no fim de sua adolescência, dentre tantos admiradores, inclusive com o jornalista Assis Chateaubriand que abusada mas carinhosamente a chamava de a "caipirinha de Leme". Casou-se com Jayme da Silva Telles, amigo de sua família, de quem se desquitou após 13 anos, causando polêmica em São Paulo, e, em 1943, casou-se no México (ou "Mexicou", como se dizia na ocasião, pois não era uma união válida no Brasil), com o ítalo-brasileiro Francisco Matarazzo Sobrinho, conhecido como Ciccillo, uma pessoa muito rica e influente na época. Não teve filhos, pois Yolanda tinha "útero infantil", e jamais poderia engravidar. Yolanda era extremamente ligada aos sobrinhos, especialmente à sobrinha Maria de Lourdes (Marilu) Pujol Penteado Novais Pinto (filha de Juvenal Penteado e Odila Pujol Penteado), que se casou com Otávio Novais Pinto, filho da renomada pianista Guiomar Novaes. Marilu morreu num desastre automobilístico aos 27 anos, exatamente quando se dirigia à fazenda Empyreo. Yolanda Penteado e Ciccillo Matarazzo organizaram a primeira Bienal de São Paulo, em 8 de outubro de 1951, com 1800 obras e 21 países e, na segunda Bienal, em dezembro de 1953, trouxeram de Nova York, onde estava guardada esperando o fim da ditadura de Franco para seu retorno a Espanha, a obra Guernica, de Pablo Picasso, como presente à cidade de São Paulo, nos seus 400 anos, comemorados em 25 de janeiro de 1954. Teve importante papel no estabelecimento do Museu de Arte Moderna de São Paulo e das Bienais, inclusive doando sua coleção particular e generosos recursos ao Museu de Arte Contemporânea da USP e colaborou com Assis Chateaubriand no Museu de Arte de São Paulo e na implantação dos Museus Regionais (Olinda, Campina Grande e Feira de Santana). Foram muitos os artistas, no Brasil e no exterior, que se tornaram seus amigos. Registrou no livro de sua autoria, "Tudo em Cor de Rosa", algumas das personalidades com quem conviveu. Não foram poucas as marcas profundas deixadas por Yolanda Penteado, assim como abundam os episódios com personalidades e mesmo de sua vida pessoal, tal como a separação de Ciccillo ou a venda da Empyreo, ao casal Sylvia Lafer Piva e Senador Pedro Piva e a tristeza da área que restou dela, cortada pela rodovia.
  • JOÃO CARLOS LEITE PENTEADO. PAI DE CARLOS OLYMPIO LEITE PENTEADO O PRIMEIRO PROPRIETÁRIO DA FAZENDA SANTO ANDRÉ. PRATO DE JANTAR EM PORCELANA PERTENCENTE A JOÃO CARLOS LEITE PENTEADO. EXEMPLAR DESSE APARELHO ESTÁ REPRODUZIDO NA PÁGINA 109 DO LIVRO CAMPINAS MUNICÍPIO NO IMPÉRIO DE CELSO MARIA DE MELLO PUPO (VIDE FOTO DA PÁGINA DA PUBLICAÇÃO). ABA COM LARGO BARRADO NA TONALIDADE SALMÃO. ARREMATES EM OURO FORMANDO GREGA. NA CALDEIRA, EM RESERVA, MONOGRAMA ENTRELAÇADO JCLP. PERTENCENTE A JOÃO CARLOS LEITE PENTEADO. MARCAS DO ATELIER CH PILLIVUYT & CO MEDAILLES D0R 1867 1868. FRANÇA, SEC. XIX, 22 CM DE DIÂMETRO.NOTA: Doutor João Carlos Leite Penteado, nasceu em São Paulo em 1815. Formado em direito, foi abastado fazendeiro, juiz em Mogy Mirim e eleitor naquela cidade em 1844. Foi casado com Maria Hygina f.ª de Antonio Alvares de Almeida Lima, fazendeiro na Limeira e de Maria Emilia de Toledo. João Carlos Leite Penteado descendente de João Correia Penteado 1666-1739 e Isabel Pais de Barros 1673-1753. Foi avô da socialite Yolanda Penteado, que exerceu forte mecenato junto aos grandes artistas do sec. XX do modernismo brasileiro. Antes do matrimônio, na casa de sua tia Olívia Guedes Penteado, Yolanda relaciona-se com a primeira geração de modernistas em São Paulo: Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Villa-Lobos, entre outros. D. Olívia Guedes, conhecida como a madrinha dos artistas e protetora das artes, para acolher seus amigos modernistas criou, em 1925, um ambiente especial, o Pavilhão Modernista, expunha suas telas de Picasso, Legér, Tarsila, Brancusi e Brecheret. Dessa convivência, em suas memórias, Di Cavalcanti merece um capítulo especial nas memórias de Yolanda que transcreveu um bate-papo com o artista. Nessa transcrição, Di Cavalcante relembra como conheceu Yolanda: "Meu conhecimento com você não foi propriamente conhecimento com a pessoa. Foi conhecimento com a entidade. Quando fui estudar Direito em São Paulo, havia uma porção de mulheres que eram verdadeiras entidades. Yolanda Penteado era uma delas".
  • CONDE ÁLVARES PENTEADO   GRANDE  PRASCO LONGILÍNEO  EM CRISTAL BACCARAT E GUARNIÇÃO EM PRATA DE LEI CONTRASTE CABEÇA DE MERCÚRIO E MARCAS DO PRESTIGIADO PRATEIRO KELLER,  FORNECEDOR DAS CORTES  DA RÚSSIA, GRÉCIA, ROMENIA, MONACO E ESPANHA. O CRISTAL TEM  REQUINTADA LAPIDAÇÃO FORMANDO GUIRLANDA COM FESTÕES. TERÇO INFERIOR LAPIDADO EM SULCOS E BASE COM LAPIDAÇÃO DITA ESTRELA. A PRATA TEM ARREMATE EM VERMEIL.  EM RESERVA BRASÃO AP SOB COROA DE CONDE. PERTENCEU AOS CONDES ÁLVARES PENTEADO. FRANÇA, CIRCA DE 1910. 18 CM DE ALTURA
  • CONDE ÁLVARES PENTEADO  PRECIOSO PRASCO PARA NECESSEIRE EM CRISTAL BACCARAT E GUARNIÇÃO EM PRATA DE LEI CONTRASTE CABEÇA DE MERCÚRIO E MARCAS DO PRESTIGIADO PRATEIRO KELLER,  FORNECEDOR DAS CORTES  DA RÚSSIA, GRÉCIA, ROMENIA, MONACO E ESPANHA. O CRISTAL TEM  REQUINTADA LAPIDAÇÃO FORMANDO GUIRLANDA COM FESTÕES. TERÇO INFERIOR LAPIDADO EM SULCOS E BASE COM LAPIDAÇÃO DITA ESTRELA. A PRATA TEM ARREMATE EM VERMEIL. TAMPA ROSQUEÁVEL.  EM RESERVA BRASÃO AP SOB COROA DE CONDE. PERTENCEU AOS CONDES ÁLVARES PENTEADO. FRANÇA, CIRCA DE 1910. 8 CM DE DIAMETRO
  • PRATA INGLESA - MAGNIFICA CAFETEIRA EM PRATA DE LEI COM MARCAS DE CONTRASTE PARA CIDADE DE SHEFFIELD E PRATEIRO EMILE VINER PARA O INICIO DO SEC. XX. ESSA LINDA CAFETEIRA DITA DE PESCOÇO TEM A BASE BOJUDA REMATADA POR GODRONS NO TERÇO INFERIOR ASSENTE SOBRE QUATRO PÉS EM BOLA. ALÇA EM CARAPETA E UM ESTREITAMENTO NA PARTE SUPERIOR CONDUZINDO A UM FEITIO ELEGANTE E INCOMUM. INGLATERRA, INICIO DO SEC. XX. 27 CM DE ALTURA. 765 G
  • PRATA DE LEI VITORIANA  LINDA SALVA EM PRATA DE LEI COM BORDA ELEGANTEMENTE DECORADA SEGUNDO ESTILO ROCOCÓ COM BELOS CONCHEADOS. PLANO TEM LIONDA ROCAILLE VEGETALISTA SEGUINDO A MESMA INSPIRAÇÃO ESTILISTICA DA BORDA. ASSENTE SOBRE TRÊS REQUINTADOS PÉS EM SAPATAS. MARCAS DE CONTRASTE PARA CIDADE DE SHEFFIELD E LETRA DATA 1899. PRATEIRROS WILLIAM HUTTON & SONS. ESSA SALVA É PRODUÇÃO DA MELHOR ÉPOCA DESSA LONGEVA MANUFATURA QUE SE TORNOU CONHECIDA EXATMAENTE PELA QUALIDADE DE SUAS DE PRATA ARTIS & CRAFTS NA VIRADA DO SEC. XIX PARA O XX. INGLATERRA, 1899. 27 CM DE DIAMETRO. 625 G
  • SEVRES  REQUINTADO TET A TET EM PORCELANA DE SEVRES COM GURANIÇÃO EM BRONZE ORMOLU. O PRESENTOIR NA TONALIDADE AZUL CELESTE É DECORADO COM DEZENAS DE FLORES DE LIS RELEVADAS EM OURO EMOLDURADAS POR PEROLADO EM ESMALTE SIMULANDO PÉROLAS DISPOSTAS EM GUIRLANDA. O BRONZE É MAGNIFICO! AS PEÇAS SÃO DECORADAS COM RESERVAS PINTADAS MANUALMENTE APRESENTANDO RETRADOS DASMULHERES PROEMITENTES NA CORTE FRANCESA DOS REIS LOUIS XV E LOUIS XVI NO FINAL DO SEC. XVIII. SÃO DUAS XÍCARAS DE CAFÉ UMA COM A EFÍGIE DA MADAME DE POMPADOUR, FAVORITA DO REI LOUIS XV A OUTRA XÍCARA APRESENTA A MADAME DU BARRY (TAMBÉM AMANTE DE LOUIS XV).  O AÇUCAREIRO TEM EM UMA FACE A EFIGIE DA PRINCESA DE LANBELLE (AMIGA DA RAINHA MARIA ANTONIETA) E NA FACE OPOSTA A DUQUESA DE POLIGNAC.  A CREMEIRA APRESENTA A MARQUESA DE  CREQUY QUE VIVEU NAS CORTES DE LOUIS XIV, LOUIS XV E LOUIS XVI. E O BULE APRESENTA A RAINHA  MARIA ANTONIETA EM UMA FACE  E NA OUTRA A PRINCESA ELIZABETH, CUNHADA DA RAINHA PORTANTO IRMÃ DE LOUIS XVI. TODAS AS PERSONAGENS SÃO IDENTIFICADAS COM INSCRIÇÃO EM VERMELHO NO FUNDO DAS PEÇAS. UM CONJUNTO RICO, HISTÓRICO E BELISSIMO! FRANÇA, SEC. XIX. NOTA: Na corte francesa da época moderna, a mulher desempenhou diferentes papéis, nem sempre submissos. Curiosamente, a aristocracia foi mais flexível com a figura feminina do que a burguesia, que a sucedeu no poder após a Revolução Francesa (1789). Não quer dizer que as mulheres não estivessem submetidas a regras sociais estritas; mas, dentro das altas classes, surgiram alguns modos de comportamento aceitos e espaços de afirmação possíveis.No final do século XVII, as festas da nobreza ressurgiram com uma nova roupagem e plantaram a semente dos futuros Salões  que passaram a ser espaços importantes para o desenvolvimento intelectual no século XVIII e XIX. Por volta de 1680, surgiram dois grupos: as Preciosas e os Libertinos. Eram, respectivamente, as mulheres e os homens da nobreza que estavam envolvidos em atividades novas, que mudariam a sociedade. Ambos lutaram pela liberdade de pensamento contra a Igreja e contribuíram de maneira diferente, mas complementar, para o surgimento dos Salões. As Preciosas destacaram-se pela habilidade em estabelecer um diálogo produtivo e interessante (arte da conversação) e pela invenção da psicologia amorosa (jogos de sedução); nesse sentido a Preciosa foi antecessora da coquete. O Libertino, por sua vez, dedicado que estava à satisfação dos desejos mundanos, e à atividade sexual em particular, investia contra a religião institucionalizada pelo Estado, a qual, na sua opinião, impunha à sociedade uma moral sufocante. Um exemplo da filosofia libertina foi o Marquês de Sade (17401814), que, através de seu comportamento social e de seus textos críticos e carregados de histórias picantes, desafiava as instituições da época. No século das mulheres (XVIII), o reinado delas aconteceu nos Salões. Nesses espaços elas receberam, durante décadas, filósofos e escritores das Luzes, ou seja, os portadores das novas ideias. Após o fim do reinado de Versalhes e com a morte de Luís XIV em 1715, os nobres passaram a construir palacetes em Paris, os chamados hôtels particuliers. Era nesses endereços que aconteciam os Salões, organizados pelas damas que presidiam suas residências. Assim, as mulheres eram estimuladas à leitura, uma vez que isto permitia a troca de ideias e o diálogo. A sedução das damas incitava ao desejo tanto dos corpos quanto do espírito, inspirando a reflexão filosófica e a arte.Algumas das mulheres que comandavam os Salões eram particularmente abertas e sensíveis à utopia, à generosidade e às mudanças de perspectivas de ver o mundo. Montesquieu, por exemplo, frequentou muitos desses espaços, em especial o Salão de Madame de Lambert (16471733), onde se imagina que tenha feito leituras de suas Cartas Persas. As mulheres nos Salões podiam ter a palavra, manter um diálogo com escritores e filósofos e, ocasionalmente, tornaram-se elas mesmas escritoras e filósofas. Assim, um importante passo foi dado; nesses espaços elas passam a existir enquanto mulheres e não enquanto esposas ou mães. O Salão da Marquesa de Lambert brilhou no período da Regência (17151721). Ficou conhecido como um templo do bom gosto e um espaço para as discussões intelectuais de seu tempo. Ela foi a primeira a abrir suas portas para atores de teatro e incentivou a aceitação de Montesquieu na Academia de letras francesa. A própria Marquesa dedicou-se à escrita. Preocupada com a questão da educação infantil, escreveu duas obras, uma dedicada ao seu filho e outra a sua filha. Seu trabalho mais polêmico foi Reflexão sobre as mulheres. Nele, a autora evoca o paradoxo da condição feminina de seu tempo: por um lado, não rejeitar os atrativos da feminilidade e, por outro, a necessidade de uma educação elevada para o conhecimento da moral e o afastamento do vício, uma vez que a mulher sem conhecimento era facilmente corrompida.SEVRES  FORMIDÁVEL PAR DE ANFORAS DE GRANDE DIMENSÃO EM PORCELANA COM GUARNIÇÃO EM BRONZE ORMOLU.  A PORCELANA NA TONALIDADE AZUL ROYAL É LAUTAMENTE DECORADA COM RESERVAS DE CENAS GALANTES EMOLDURADAS POR SUNTUOSAS GURILANDAS EM OURO RELEVADO. ALÇAS LATERAIS, BASE E PEGA EM EXTRAORDINÁRIO BRONZE. MARCAS DA MANUFATURA SOB A BASE. FRANÇA, SEC. XIX. 57 CM DE ALTURA
  • CONVITE PARA O BATIZADO DE S.A.R DOM PEDRO DE ALCANTARA  HENRIQUE EM 27 DE DEZEMBRO DE 1945 NA CATEDRAL IMPERIAL DE PETRÓPOLIS. O CONVITE É FORMULADO PELO  PRINCIPE D. PEDRO HENRIQUE DE ORLEANS E BRAGANÇA E PELA PRINCESA MARIA ELISABETH FRANZISKA JOSEPHA THERESIA VON WITTELSBACH. BRASÃO DA CASA IMPERIAL BRASILEIRA. 17 X 12 CMNOTA: Pedro Henrique de Orléans e Bragança (Boulogne-Billancourt, 13 de setembro de 1909  Vassouras, 5 de julho de 1981), foi um descendente da família imperial brasileira e pretendente ao extinto trono do Brasil de 1921 até sua morte, em julho de 1981. Filho mais velho do príncipe Luís de Orléans e Bragança e da princesa Maria Pia das Duas Sicílias, sucedeu sua avó, a Princesa Isabel, na chefia da Casa Imperial do Brasil em novembro de 1921, com apoio dos monarquistas e de seu tio, Pedro de Alcântara. Nascido durante o exílio de sua família, na França, foi criado entre o Castelo d'Eu e o Palácio de Boulogne-sur-Seine, sendo educado primeiramente por sua avó, a Princesa Isabel, e por preceptores imcubidos em educá-lo como futuro imperador do Brasil. Tendo o seu pedido de servir nas Forças Armadas Brasileiras negado, Pedro Henrique continuou na França onde concluiu o curso de Ciências Políticas e Sociais na Universidade de Sorbonne. Em agosto de 1937, casou-se com a princesa Maria Isabel da Baviera, neta do rei Luís III, com quem teve doze filhos: Luiz, Eudes, Bertrand, Isabel Maria, Pedro de Alcântara, Fernando, Antonio, Eleonora, Francisco, Alberto, Maria Tereza e Maria Gabriela. Apenas com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Pedro Henrique junto a esposa e filhos, se mudaram para o Brasil. Residiram inicialmente em Petrópolis, e mais tarde se mudaram para o Rio de Janeiro. No ano seguinte, a família adquiriu a Fazenda São José, no norte do Paraná, para onde se mudaram. Lá, que no final da década de 1950, um grupo de militares de alto escalão o procurou, pedindo seu apoio para a restauração da Monarquia, por meio de um golpe de Estado, vindo ele a recusar a proposta, dizendo que jamais usaria de táticas republicanas para chegar ao poder. Em 1965, se mudou, com a família, para o Sítio Santa Maria, em Vassouras, no Rio de Janeiro, onde viria a falecer em 5 de julho de 1981, vítima de uma doença pulmonar, sendo sucedido na chefia da Casa Imperial do Brasil, por seu primogênito, Luiz.
  • IMPERADOR DOM PEDRO II  RARA FOTOGRAFIA DO IMPERADOR DOM PEDRO II, IMPERATRIZ TEREZA CHRISTINA E DO PRÍNCIPE PEDRO AUGUSTO DE SAXE COBURGO, PRIMOGENITO DA PRINCESA LEOPOLDINA. EM PORTA RETRATOS 23 X 15 CM (O RETRATO)NOTA: NOTA: Pedro Augusto Luís Maria Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Saxe-Coburgo e Bragança(Rio de Janeiro,19 de marçode1866Tulln an der Donau,6 de julhode1934),príncipe do Brasile deSaxe-Coburgo-Gota, era o filho mais velho dedona Leopoldina de Bragançae do príncipeLuís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota. Neto mais velho do imperadordom Pedro II do Brasil, alcunhado de "O Preferido" e "O Predileto", dom Pedro Augusto foi, durante seus nove primeiros anos de vida, considerado o segundo na linha de sucessão ao trono brasileiro. DomPedro Augusto foi o primeiro príncipe no mundo a graduar-se emEngenharia Civil, escrevendo diversos trabalhos sobremineralogia. Tendo herdado o gosto do avô pelos estudos, foi membro doInstitut de France, doInstituto Histórico e Geográfico Brasileiroe chegou a proferir uma conferência sobre minerais na conceituadaAcadémie des Sciences, naFrança. Apesar de ser preterido pelos filhos da princesadona Isabel, o príncipe acalentou a ideia de suceder ao avô até a queda doImpério, em 1889. Teve participação ativa nas tentativas de se subverter aconstituição do Impérioem seu favor, reunindo em torno de si diversos partidários contrários a um terceiro reinado encabeçado pela tia - atitudes que lhe valeram, no parlamento, o apelido dePríncipe Conspirador. O fracasso de seus planos foi uma das principais causas dos transtornos mentais que o acometeriam desde aproclamação da república brasileiraaté sua morte. Filho mais velho do príncipeLuís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, duque de Saxe, e dedona Leopoldina de Bragança, princesa do Brasil, dom Pedro Augusto também foi o primeiro neto dedom Pedro IIe da imperatrizdona Teresa Cristina. Seus avós paternos foram o príncipeAugusto de Saxe-Coburgo-Gotae a princesaClementina de Orléans(filha do reiLuís Filipe I de França). Devido à falta de herdeiros por parte daPrincesa Imperiale a umaborto espontâneosofrido por dona Leopoldina em sua primeira gestação, havia uma grande expectativa em torno do nascimento de dom Pedro Augusto. Às vésperas do parto, oconselho de ministros, assim como representantes dolegislativo, osGrandes do Impérioe todo ocorpo diplomáticoforam avisados do grande acontecimento:"Havendo Sua Majestade o Imperador por bem que, quando S. A. a Sra. D. Leopoldina se achar próximo a dar à luz, seja de dia ou de noite, o Senhor príncipe ou princesa, cujo feliz nascimento se espera, os ministros de Estado, os conselheiros de Estado e os grandes do Império concorram ao palácio da residência de Sua Alteza, para o que lhes servirá de sinal uma girândola de foguetes soltada da Imperial Quinta da Boa Vista e correspondida por outra no morro do Castelo. De fato, às 16:10 de 19 de março de 1866, noPalácio Leopoldina,"O Preferido"veio ao mundo. O nascimento foi anunciado com três foguetes lançados a partir doPalácio Imperial de São Cristóvão, seguidos por salvas de canhões das fortalezas e dos navios ancorados na barra.O batizado realizou-se em 4 de abril naCapela Imperial,tendo o príncipe como padrinhos o imperador dom Pedro II e a rainha dos franceses,Maria Amélia de Bourbon-Nápoles(representada pela avó, dona Teresa Cristina), cuja morte tinha ocorrido dezesseis dias antes e que não fora notificada, por causa da lentidão nas comunicações.NaFala do Tronode 3 de maio daquele ano, o imperador discursava: "Cheio de prazer vos annuncio o nascimento do príncipe D. Pedro, fructo do feliz consórcio de minha muito cara filha a princeza D. Leopoldina com o meu muito prezado genro o duque de Saxe."Por força do disposto na convenção matrimonial entre a princesa Leopoldina e o duque de Saxe, o casal comprometia-se a residir parte do ano no Brasil enquanto o imperador não considerasse assegurada a sucessão da princesa Isabel.Assim, dom Pedro Augusto passou parte de sua primeira infância entre o Brasil e aEuropa. Poucas semanas após o nascimento de seu quarto e último filho, o príncipeLuís Gastão, dona Leopoldina contraiufebre tifoide, morrendo emVienaem 7 de fevereiro de 1871, aos vinte e três anos de idade. Neste mesmo ano, o casal imperial faz sua primeira visita à Europa, onde um conselho de família decide que dom Pedro Augusto e seu irmão,dom Augusto Leopoldo, devem retornar para o Brasil, para serem educados pelos avós maternos. A pedido do imperador o médicoManuel Pacheco da Silva, futuro barão de Pacheco, deixou suas funções comoreitordo Externato Dom Pedro II para tornar-sepreceptordos netos, que"(...) estão atrasados e falam pessimamente o português, apenas conhecem a língua alemã". Aos oito anos, o jovem príncipe foi matriculado noImperial Colégio de Pedro II, tornando-sebacharelem Ciências e Letras em 1881. Em 1 de abril de 1887, graduou-se emEngenharia CivilpelaEscola Polytechnica, tendo já proferido uma conferência naAcadémie des Sciences.Estudioso como o avô, Pedro Augusto foi membro doInstitut de Francee autor de várias obras sobremineralogia, tidas hoje como preciosidades. A aparente infertilidade da princesa dona Isabel elevou Pedro Augusto aostatusdeherdeiro presuntivodesde o dia de seu nascimento. Tido como neto predileto do imperador, a quem se ligou por laços de afeto e interesses comuns, o príncipe viu-se preterido na linha de sucessão ao trono aos nove anos de idade, com o nascimento do primodom Pedro de Alcântara, a quem coube o título dePríncipe do Grão-Pará. A mudança de contexto afetaria consideravelmente o comportamento de Pedro Augusto.Após o nascimento do primo e durante toda sua adolescência, o príncipe passou a sofrer de insônia, de intensas dores de cabeça, palpitações e tremores nas mãos. O recorrente medo da morte - temia estar infectado com a mesma doença que matara sua mãe - tornou-se uma preocupação para o pai e os avós. A preferência do imperador pelo neto mais velho causava ciúmes à princesa imperial e alimentava as especulações sobre uma reviravolta na linha sucessória. A correspondência diplomática e a imprensa deixavam transparecer a divisão familiar e a rejeição da elite política ao alegadofanatismo religiosode dona Isabel e às pretensões de governo deGastão de Orléans, Conde d'Eu, acabaram criando um partidarismo favorável a um III Reinado encabeçado por dom Pedro Augusto. Instalado no Palácio Leopoldina, o príncipe tornava-se bastante popular, promovendo recepções e banquetes e chegando mesmo a formar uma corte informal em torno de si a quem presenteava com grande generosidade. As somas de dinheiro que pedia ao pai aumentavam consideravelmente, levando Luís Augusto a pedir explicações ao imperador:"É incrível como gosta de gastar dinheiro e uma de suas cartas é cheia de pedidos de dinheiro e mais dinheiro. É triste porque, na sua idade, nem deve se preocupar deste assunto. Minhas ordens são para dar somente 200 réis por mês ... Venho ainda pedir um esclarecimento a Majestade para não falar disto ao Pedro. Ele me pediu para dar-lhe 500 mil para despesas da viagem. Viagem planejada ou somente de imaginação de Pedro? Ele deseja também fazer um presente de um conto de réis a seu repetidor, ano passado não fez presente deste valor." OPríncipe Conspirador, como era chamado noParlamento, teve, segundo seus contemporâneos, ativa participação na campanha que pretendia promovê-lo ao trono em detrimento da tia e do primo. Seu maior mentor nesta época e um de seus maiores entusiastas foi oconselheiro Sousa Dias, presidente doconselho de ministrosentre 1884 e 1885. Na Europa, onde esteve com os avós entre 1887 e 1888,Eduardo Pradoe obarão de Estrelaencarregavam-se de orientá-lo e de fazer propagar suas virtudes em contraste com os "defeitos" de dona Isabel. Com efeito, em suatournéeeuropeia, dom Pedro Augusto foi recebido com as pompas de sucessor de dom Pedro II em todos os países ecasas reaispor onde passou e sua popularidade crescia a olhos vistos. NaFrança, foi agraciado porSadi Carnotcom a grã-cruz daLegião de Honra; emPortugal, o reidom Luís Iconcedeu-lhe a grã-cruz daOrdem da Torre e Espada.O retorno ao Brasil aprofundou a crise silenciosa no seio da Família Imperial. O apoio ao príncipe crescia em número e em peso político: obarão de Maia Monteiro, oconde de Figueiredo, omarquês de Paranaguá- entre outros políticos de renome - e até mesmo a própria imperatriz tornaram-se seus partidários.Ao entusiasmo do príncipe fazia contraponto as palavras proféticas de seu irmão, dom Augusto:"Deixa disso, que a sucessão não é da caroladona Isabel,nem do manetao Príncipe do Grão-Pará,nem do surdoo conde d'Eu,nem tua também." Dom Pedro Augusto tomou conhecimento dogolpe militarque resultou naProclamação da Repúblicahoras depois do ocorrido, quando retornava de um passeio a cavalo. Alegando ter ido pedir orientação aos seus partidários, demorou a unir-se com o restante da família, só chegando aoPaço Imperial- que já se encontrava cercado por homens do exército - no final da tarde do dia 15 de novembro. Obrigados pelogoverno provisórioa seguir para oexíliona madrugada do dia 17 de novembro, todos os membros da Família Imperial - com exceção de dom Augusto, que encontrava-se em viagem decircunavegaçãocom aArmada Imperialno Oriente - foram embarcados novaporAlagoase escoltados peloCouraçadoRiachueloaté o limite daságuas territoriaisbrasileiras.Foi a bordo doAlagoasque o príncipe apresentou o seu primeiro surto psicótico, tentando esganar o comandante do navio, a quem acusava de ter recebido dinheiro para eliminar a todos.Contido e preso em seu camarote, foi acometido de delírios persecutórios, chegando a envolver seu corpo numa boia salva-vidas, temendo que o navio fosse bombardeado. Alternando momentos de excitação e de letargia, Pedro Augusto jogava garrafas ao mar com pedidos de socorro. Há registros de ao menos uma dessas mensagens, encontrada numa garrafa na praia deMaragogi, no litoral deAlagoas: "Bordo do Alagoas, 23 de novembro de 1889, às 11 horas da manhã.A família imperial fiada nos compromissos do Governo Provisório e coagida a partir, a pretexto de segurança, no dia 17, às 3 horas no cruzador Parnaíba, onde escrevemos várias cartas e que a conduziu à enseada do Abraão onde logo embarcou a bordo deste vapor, dirigido pelo Riachuelo, dizendo-se que iam para Lisboa, acha-se bem como sua comitiva, em posição crítica e decerto, segundo penso, está condenada toda e todos a uma morte violenta. O perigo é grande. Nas águas de Pernambuco vagando ao acaso. Meu Deus! D. Pedro Augusto de Coburgo e Bragança."Já no exílio, Pedro Augusto é levado para tratamento psiquiátrico emGraz. Poucas semanas depois recebe alta e vai ao encontro dos avós quando, então, recebe a notícia da morte de dona Teresa Cristina, a única aliada familiar em suas pretensões ao trono.Com a transferência da família paraCannes, passa a contactar antigos partidários e a planejar a restauração monárquica no Brasil. Entretanto, sua situação psicológica voltou a se deteriorar e os poucos conspiradores monarquistas ainda ativos logo se afastaram do príncipe. Com o abandono dos chamados "pedristas", os sintomas psiquiátricos de Pedro Augusto se agravaram progressivamente. Passava as noites em claro, não se alimentava, balbuciava palavras incompreensíveis ou vociferava contra inimigos imaginários. Com frequência os criados doPalácio Coburgoo encontravam em seus aposentos acocorado a um canto com o olhar vidrado e espumando pela boca.Os poucos amigos que lhe restaram tentavam, em vão, ajudá-lo. A pedido do médicoJean Charcot, o jovem foi examinado pelo famosoSigmund Freud, conforme registrou dom Augusto Leopoldo em carta enviada aobarão de Santa Vitória: "Quero agradecer a visita do jovem Doutor Sigmund Freud enviado pelo bom Dr. Jean Charcot. Na sua opinião, não havia por parte de meu irmão nenhum sintoma monomaníaco, ou de excitação descontrolada, constituindo-se unicamente de profunda depressão e infelicidade. O que sentiu é que está esgotado, recomendando, por enquanto, muito repouso.Embora tenha recuperado a razão, o jovem não recuperou o apoio de seus antigos correligionários, que acabaram investindo em seu irmão como pretendente ao trono extintoCom a morte de dom Pedro II, em 5 de dezembro de 1891, a melancolia e as manias de perseguição voltaram à cena: acusava os tios - a princesa Isabel e o conde d'Eu - de espalharem rumores sobre sua sanidade mental, acusava os jornalistas de colocarem em dúvida sua masculinidade e seus aliados de traição. Em outubro de 1893, artigos publicados em jornais franceses e argentinos - dando conta ora da aclamação de seu primo dom Pedro de Alcântara como imperador do Brasil ora a aclamação de dom Augusto Leopoldo - levaram Pedro Augusto à beira de um colapso. Envergando as placas e bandas de todas as ordens com que fora agraciado, o príncipe saiu cavalgando pelas ruas de Viena no meio da madrugada, acometido dos antigos delírios persecutórios. Após ser contido e reconduzido ao Palácio Coburgo tentou osuicídio, atirando-se por uma das janelas de seu quarto. Internado pelo pai numsanatórioemTülln an der Donau,O Prediletopassou o resto de sua vida acreditando que se tornaria imperador do Brasil. Em 25 de abril de 1900, todos os seus objetos pessoais foram leiloados em Viena.Morreu em 6 de julho de 1934, aos 68 anos de idade e mais de 40 anos de internação. Seu corpo foi sepultado na cripta daSt. Augustinkirche, emCoburgo
  • DOM PEDRO I - PAÇO IMPERIAL  GRANDE CADEADO E SUA CHAVE EM FERRO COM ARREMATE EM BRONZE RECOBERTO EM OURO FORMANDO ESCUDO IMPERIAL SOB COROA DE DOM PEDRO I. SOB O ESCUDO INSCRIÇÃO PAÇO IMPERIAL. PEÇA MAGNÍFICA, A HASTE DE FECAMENTO DE TANTO USO CHEGA A APRESENTAR NO SEU TOPO UM DESGASTE DO MATERIAL AFINANDO-O  PELO ATRITO DA CORRENTE QUE O SUSTENTAVA. UMA  PEÇA HISTÓRICA, RARA, INTERESSANTE E AINDA EM FUNCIONAMENTO. VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE GRAVURA DE 1830 ONDE SE VÊ O PAÇO IMPERIAL AO LARGO E ILUSTRAÇÃO DA ENTREGA DA CARTA DE BANIMENTO DE DOM PEDRO II NA NOITE DE 16 DE NOVEMBRO DE 1889. BRASIL, PRIMEIRA METADE DO SEC. XIX. 16 X 10 CMNOTA: O Paço Imperial é, sem dúvida, o prédio mais importante da História do Brasil. E um dos mais bonitos também. Residência oficial do governador e do vice-rei no século XVIII, foi o centro político e social do Brasil Colônia, do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e do Império do Brasil. Hoje está aberto ao público, gratuitamente. Foi no Paço Imperial que Pedro, então príncipe regente, anunciou o Fico, recusando-se a obedecer a ordem da família para voltar para Portugal e acelerando o processo da Independência do Brasil. Também foi no Paço Imperial que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea. A oficialização da Independência foi assinada ali pelo primeiro imperador, Dom Pedro I. O Paço Imperial seguiu então como o coração do Império até seu fim, em 1889. Ironicamente localizado na praça hoje conhecida como PRAÇA 15 DE NOVEMBRO (assim denominada em memória da fatídica data da proclamação da república o PAÇO IMPERIAL, em estilo barroco, foi construído entre 1738 e 1743. A construção se deu depois que Antônio Gomes Freire de Andrade, Conde de Bobadela, governador e capitão-general do Rio de Janeiro, fez uma reivindicação ao rei D. João V, em Portugal. Insatisfeito com a casa onde morava na Rua Direita, atual Primeiro de Março. Gomes Freire solicitou um alojamento mais condizente com a importância do cargo, sendo atendido. Até sua morte, 20 anos depois, o prédio foi sede da Capitania do Rio de Janeiro. Coube ao engenheiro militar português José Fernandes Alpoim edificar o novo prédio no local em que funcionavam, desde 1699, a Casa da Moeda e o Armazém del Rey, onde eram guardados carregamentos de sal e de açúcar. A obra foi uma novidade porque, até então, as moradias eram invariavelmente construídas no alto dos morros. A população se referia à praça como Terreiro da Polé, nome popular do pelourinho, mas também como Largo do Carmo, em referência ao Convento do Carmo, de 1619, que existe até hoje, na esquina da Avenida Primeiro de Março com Rua Sete de Setembro. Com a transferência da sede do governo geral para a cidade, em 1763, a construção ficou conhecida como Palácio dos Vice-Reis. O primeiro deles, Dom Antônio Álvares da Cunha, era famoso pela tirania contra os adversários. É dessa fase a construção do cais e, também, do chafariz do Mestre Valentim, datado de 1789, que abastecia de água potável tanto os navios quanto as habitações do entorno. Com a chegada da família real, em 1808, o nome mudou novamente, para Paço Real, e o endereço se tornou sede administrativa do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves até 1822, quando, finalmente, passou a ser referido como Paço Imperial. Antes da mudança para o Paço de São Cristóvão, os membros da família do príncipe regente Dom João ocupavam apenas o andar térreo. No piso superior ficavam os alojamentos dos fidalgos da corte. Como a comitiva era numerosa, contando cerca de 15 mil pessoas, foram requisitadas acomodações também no Convento do Carmo. As celas dos frades carmelitas eram ocupadas pela mãe de D. João, D. Maria I e suas damas, enquanto o prédio da Casa de Câmara e Cadeia Pública, onde hoje fica o Palácio Tiradentes, ficou destinado a acompanhantes e criados. Ambos os prédios eram ligados ao Paço por meio de pontes elevadas, chamadas de passadiços. Em 1817, foi construído o terceiro pavimento, ainda restrito ao lado da fachada voltada para o mar, que passou a ser destinado apenas ao rei e, mais tarde, aos imperadores. Após a mudança para a Quinta da Boa Vista, D. Carlota Joaquina, que não se entendia bem com o marido, D. João, preferiu permanecer com as filhas no Paço. No entanto, os despachos administrativos e as festividades importantes, como a aclamação de D. João VI a rei, em 1818, ou a recepção à D. Leopoldina para o casamento com o príncipe D. Pedro, continuaram ocorrendo no centro da cidade. Nessa época, as paredes externas ostentavam a cor amarela do Império, e na fachada se destacavam os balcões de ferro pintados de dourado. Com o advento da República, o mobiliário foi leiloado e o prédio cedido ao Ministério da Instrução e dos Correios, então dirigido por Benjamin Constant, em 1890. Só não foi demolido para dar lugar à construção da nova sede do poder legislativo federal porque o senador Paulo de Frontin interferiu. Depois de passar por uma reforma em 1929, que completou todo o terceiro andar, foi tombado pelo patrimônio histórico em 1938, servindo como agência central dos Correios e Telégrafos até 1982, quando um processo de restauração de três anos devolveu as características da fase joanina. O piso na entrada do térreo é revestido de pedra de lioz, uma espécie de mármore português que servia de lastro aos navios. Dois cômodos, localizados abaixo e ao lado da escadaria na entrada e chamados de segredos foram encomendados por aquele primeiro vice-rei cruel, Dom Antônio Álvares da Cunha, em 1776, para encarcerar seus opositores. Na área onde fica o Bistrô do Paço, vestígios de fixação de argolas parecem indicar que ali se localizava outra área utilizada como prisão e conhecida como potência, criada a mando do mesmo Conde da Cunha. Outra sala interessante, localizada nesse pavimento, é a Casa da Moeda, onde era fundido o ouro extraído em Minas Gerais. As moedas foram cunhadas ali até o ano de 1814. Eventualmente, o local também servia de cárcere, como no caso dos 700 franceses sobreviventes entre os 1.200 que acompanharam Jean-François Duclerc na invasão da cidade, em 1710. o primeiro andar fica uma série de espaços importantes. A biblioteca tem um acervo doado pelo arquiteto e historiador de arte Paulo Santos ao Iphan em 1984, que conta com cerca de oito mil volumes. Duas das salas serviram para iniciativas literárias: a Academia dos Felizes, poetas que ali se reuniam a partir de 1736; e a Academia dos Seletos, que sucedeu a primeira em 1752. A Sala Mestre Valentim serviu de aposento para os vice-reis e, mais tarde, foi ocupada por D. Carlota Joaquina e as princesas. Da janela da Sala do Dossel, D. Pedro I anunciou, em 1822, que não retornaria a Portugal, como determinado pela Coroa, no evento conhecido como o Dia do Fico. Na Sala do Trono aconteciam as cerimônias do beija-mão. De suas janelas os soberanos eram aclamados ou se despediam. Instalados no balcão da Sala Treze de Maio, a Princesa Isabel e o Conde dEu receberam os aplausos pela assinatura da Lei Áurea, em 1888. A Sala Gomes Freire de Andrade homenageia o governador que deu origem ao Paço. A Sala dos Arqueiros recebeu esse nome em referência à guarda real que ficava naquele espaço, muito embora a claraboia tenha sido construída durante o período republicano, assim como os rendilhados junto ao teto.
  • PRINCESA ISABEL E GASTÃO DE ORLEANS, CONDE DEU - PRATO RASO DE PORCELANA FRANCESA PERTENCENTE AO 2º SERVIÇO DE GALA. BORDA RECORTADA E FILETADA A OURO, OSTENTANDO MONOGRAMA I.G. SOB COROA IMPERIAL EM OURO COM PDERFARIAS EM VERMELHO E VERDE. MARCADO EM DOURADO ESCALIER DE CRISTAL PARIS E MARCA DE FABRICAÇÃO HAVILAND. FRANÇA, SEC. XIX.  24,2 CM DE DIAMETRONOTA: A 29 de julho de 1846, nascia Isabel Christina Leopoldina Augusta Michaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Orléans e Bragança. Era a segunda filha do Imperador D. Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina. Seu irmão, Afonso Pedro, herdeiro presuntivo do trono brasileiro morreria, em 1850. Isabel tornou-se assim Princesa Imperial. A perda do pequeno príncipe causou um abalo sem precedentes no regime monárquico. A irmã mais nova, Leopoldina, nasceu em 13 de julho de 1847. Esses eram tempos em que mulheres eram educadas para viver no espaço privado. Daí seu pai ter se preocupado, e muito, com a educação que lhes foi dada. Sua aia, a Condessa de Barral, figura cosmopolita e que já tinha atuado em Cortes europeias, foi encarregada de proporcionar a melhor instrução possível. Línguas estrangeiras, conhecimentos de geografia e história, artes, desenho, música, astronomia, mineralogia, botânica, enfim, uma educação preciosa. Com a entrada das princesas na puberdade, era preciso casá-las. Não sobravam candidatos, pois poucos príncipes de sangue europeu se interessavam por um império agrícola e ainda escravista.Dom Pedro II procurou um marido para Isabel e Leopoldina entre as casas reais francesas, inicialmente considerando o príncipe Pedro, Duque de Penthièvree filho de Francisco, Príncipe de Joinville. A mãe dele era a princesa D.Francisca, irmã do imperador. Entretanto o Príncipe de Joinville , sugeriu seus sobrinhos os príncipes Gastão, Conde d'Eu, e Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota como escolhas adequadas para as duas princesas. Os dois homens viajaram para o Brasil em agosto de 1864 a fim que os quatro pudessem se conhecer antes de qualquer acordo final ser acertado. Isabel e Leopoldina só foram informadas quando Gastão e Luís Augusto já estavam a caminho. Os dois chegaram no começo de setembro e a Princesa Isabel em suas próprias palavras "começou a sentir um terno amor" pelo conde. Gastão e Isabel e Luís Augusto e Leopoldina, ficaram noivos em 18 de setembro. No dia 15 de outubro de 1864, casaram-se a herdeira do trono do Brasil e o Conde dEu, filho do Duque de Nemours, da França. O cortejo saiu da Quinta da Boa Vista cerca de 9 horas e seguiu, sob aplausos do povo, até o Largo do Paço (atual Praça XV), onde aguardavam a Guarda Nacional e um Batalhão de Fuzileiros, em trajes de gala. As salas do Paço estavam cheias de gente. Às 10 e meia anunciaram a chegada dos noivos e os foram esperar, à porta da Catedral, as Damas e os Oficiais da Casa. A Princesa trajava um vestido de filó branco com renda de Bruxelas e uma grinalda de flores de laranjeira. O noivo, em farda de Marechal, trazia a grã-cruz do Cruzeiro, a comenda da Ordem Militar de Espanha, a comenda da Ordem da Casa de Saxe e a medalha da Campanha do Marrocos. Os noivos, ajoelhados em almofadas bordadas a ouro, ouviram as palavras cerimoniais do arcebispo da Bahia, Dom Manoel Joaquim da Silveira, e confirmaram os votos perante Igreja. Terminada a cerimônia, D. Pedro II abraçou o genro e lhe condecorou com o colar da Ordem da Rosa. Seguiram todos para o salão do Paço, onde representantes estrangeiros, altos funcionários, membros do Legislativo e da Magistratura, muitos cidadãos de várias comissões especialmente designadas para cumprimentar Suas Majestades. Às duas horas da tarde, recolheu-se a família Imperial, partindo os recém-casados do Arsenal de Marinha na galeota com destino a Petrópolis.E o povo comemorou, até altas horas o acontecimento
  • VICENTE CARUZO (1912-1986)  DOM ERNESTO DE PAULA  OST  - BISPO DE JACAREZINHO (1942-1945) E PRIMEIRO  BISPO DE PIRACIBABA (1945-1960)  BISPO TITULAR DE GEROCESARÉIA.  107 X87 COM A MOLDURA SEM CONSIDRAR A MOLDURA 84 X 64 CMNOTA: DOM ERNERSTO DE PAULA.  Paulistano, filho de imigrantes italianos. Ordenado padre e sagrado bispo na cidade de São Paulo.Como bispo, teve rápida passagem por Jacarezinho/PR, sendo transferido para Piracicaba, tomando posse em 08 de setembro de 1945.Em Piracicaba criou paróquias, ordenou padres, instalou congregações religiosas, mosteiros e construiu o patrimônio da Diocese recém criada.Mas a maior e mais polêmica de suas obras foi a construção da Catedral de Santo Antonio. Setores tradicionais e mesmo os contrários á Igreja nunca perdoaram o bispo por ter ordenado a demolição da antiga matriz. Com muita dificuldade e enfrentando resistências, inaugurou a nova matriz em 1950, por ocasião do jubileu de ouro de ordenação sacerdotal de Mons. Rosa, figura mítica da cidade.Inesperadamente, em 1960 renunciou ao governo da Diocese de Piracicaba. Alegou problemas de saúde e retornou á capital e á casa de seus irmãos. Tornou-se emérito de Piracicaba e titular de Gerocesaréia. Espanto geral pois a idade de aposentadoria de um bispo é aos 75 anos e Dom Ernesto tinha ainda 60 anos. Para seu lugar foi escolhido o padre campineiro, Aniger Francisco Maria Melillo.Após cinco anos sem atividades foi incumbido pelo cardeal de São Paulo para exercer funções burocráticas na Cúria e tornou-se capelão da Capela Santa Luzia e Menino Jesus, na Rua Tabatinguera, onde permaneceu até sua morte em 31 de dezembro de 1994. Neste período de ociosidade escreveu dois livros de incrível valor histórico: Reminiscências e São Paulo do meu tempo. Hoje consideradas obras raras pelo seu preciosismo histórico.Foi sepultado na cripta da Catedral da Sé. O mais natural teria sido seu sepultamento na Cripta da Catedral de Piracicaba, local este idealizado pelo próprio Dom Ernesto como local de sepultamento dos Bispos de Piracicaba. Mas o velho bispo manifestou esta sua última vontade por escrito para que não houvesse dúvidas ou divergências. Existiu um esforço por parte de Dom Eduardo Koaik para que seus restos mortais fossem transladados para Piracicaba, mas sem êxito.A cidade de Piracicaba prestou algumas homenagens á Dom Ernesto. Colocou seu nome em uma rua e concedeu o título de cidadão piracicabano. A cidade de São Paulo o homenageia em uma praça.Mas, na cidade de São Roque/SP existe algo maior, o MUSEU HISTÓRICO E GALERIA SACRA DOM ERNESTO DE PAULA. Muitos de seus pertences, fotos, documentos, paramentos e relíquias estão neste museu particular. Localizado na zona rural de São Roque, na divisa com Mairinque/SP, é de difícil acesso, por estrada de terra, íngreme e cheia de curvas.Sr. Roque de Castro, dono do sítio e da casa centenária que abriga o museu, recebeu dos irmãos de Dom Ernesto e do Padre Avelino, seu fiel secretário e amigo, parte de seus arquivos e idealizou o local. Difícil não ficar intrigado, pois estas coisas deveriam estar em Piracicaba, organizadas com rigor histórico. É parte da história da Diocese e da cidade de Piracicaba que está guardada em São Roque.Qual seria a razão? Mágoas ou falta de zelo com a história?Qualquer que seja o motivo, este não diminui o gesto do Sr. Roque de Castro. É digno de louvor e respeito este cuidado e carinho para com os pertences de Dom Ernesto de Paula.Além de tornar sua própria casa em museu conseguiu que a Câmara Municipal de São Roque colocasse o nome de Dom Ernesto de Paula na estrada que leva até lá.Anualmente, em julho, reúne centenas de pessoas para um dia todo de festividades em torno da figura do bispo emérito de Piracicaba.
  • DOM PEDRO II - SERVIÇO DE CAÇA - MAGNÍFICO PRATO EM PORCELANA FRANCESA, ABA AZUL ROYAL E DOURADO; QUATRO RESERVAS, DUAS A DUAS, COM PÁSSAROS E FLORES; CALDEIRA COM RAMO DE FLORES EM POLICROMIA E ARABESCOS DOURADOS. ESSE APARELHO FOI OFERECIDO A DOM PEDRO II PELO IMPERADOR DA FRANÇA NAPOLEÃO III ENTRE 1852 E 1870. REPRODUZIDO À PÁGINA 211 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL", POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, SÉC. XIX. 27 CM DE DIÂMETRO.NOTA: Como leiloeiros muitas vezes nos deparamos com a surpresa de nossos clientes principalmente na sala de leilão com o fato de um objeto da Família Imperial Brasileira ser levado à hasta pública. A pergunta recorrente é: Como esse objeto pode ter vindo parar aqui não teria de estar em um museu?. Por isso resolvi escrever um pouco sobre o desfecho da memória física da família Imperial Brasileira após o golpe republicano. Passados 129 anos da fatídica madrugada chuvosa e melancólica em que a Família Imperial embarcou para seu exílio na Europa em 17 de novembro de 1889 rememoramos um fato que aprendemos na escola, Dom Pedro II não pede indenização por suas propriedades perdidas, valores, haveres, apenas dirige ao governo provisório o pedido de um saco com terra do Brasil para pousar sua cabeça quando morresse. Tudo ficou para trás, o elo perdido da monarquia era um corpo insepulto nos corredores e aposentos dos palácios imperiais cheios de suas mobílias e alfaias. A última coisa que os golpistas desejariam era preservar essa memória em um museu. O novo sistema de governo sem legitimidade tratou de tentar varrer a honrada memória de Dom Pedro II e de sua família. Assim rapidamente organizou dezenas de leilões públicos para dar cabo da acusadora lembrança do regime imperial. Tomo a liberdade de transcrever alguns trechos Litiere C. de Oliveira a propósito dos leilões dos paços imperiais: O nono leilão realizado no Paço de São Cristóvão, realizado em 3 de outubro de 1890, começou com uma novidade que ainda hoje não é praticada em nenhum leilão de arte, que foi a venda antecipada, "por conveniência", de 28 lotes, não se sabe a quem nem o motivo! Entre as peças vendidas, destacamos: uma bela pintura a óleo sobre tela, "Vista de Veneza" com moldura veneziana, autor não revelado; três quadros pequenos e uma aquarela; um quadro "Paisagem", o.s.t. de artista ignorado; quatro telas, pontes "St. Pierre et neuf á Toulouse", "Hospício de la Grave" e "Eglise des Jesuites", Toulouse; uma pintura o.s.t. "Claustro de um convento" por M.C., 1843; uma pintura o.s.t. "Peregrino" por L. Moureaux; uma mesa e 12 cadeiras de mogno com assento e encosto de palhinha; duas mesas de mogno para jogo; quatro castiçais de Cristofle; seis antigas cadeiras de jacarandá esculturadas; secretária de mogno com guarnições de bronze dourado e fundo de espelho; outros móveis e diversos quadros e aquarelas. Segundo Francisco Marques dos Santos, "o leilão do Imperador foi como um destes grandes leilões modernos; o entusiasmo não arrefeceu, muito embora não fosse a São Cristóvão um número considerável de pessoas de destaque, justamente aquelas timoratas e outras que imaginavam se comprometer e algumas que, sendo hostis ao novo estado de coisas, não queriam arrostar os desordeiros que espionavam a casa, por própria conta ou de terceiros, fazendo, não raro, achincalhe ao antigo regime. Nesse leilão o que mais se via eram senhoras, formando grupo maior do que em dias anteriores. O leilão atravessou os aposentos particulares do Imperador e aquela gente estava na volúpia de devassar, ver os recantos onde vivia uma família arrebatada de sua Pátria pelo sopro tempestuoso dos acontecimentos políticos. No decorrer do leilão todos os móveis com a coroa imperial ou iniciais dos ex-imperadores adquiriram preços muitas vezes maiores do que a avaliação que lhes fizeram..."Esse nono leilão também ficou marcado por um fato inusitado e talvez inédito na leiloaria brasileira. Ao apregoar um piano de cauda (lote 1747), em caixa de jacarandá e tuia, com escultura e filetes dourados, fabricado por Chickering e comprado pelo Sr. Antônio Rezende por 2:000$000 (US$ 1.080), o leiloeiro Virgílio sentou-se ao piano e executou uma música. O referido piano está hoje no Museu Histórico Nacional. O décimo leilão foi realizado em 7 de outubro e se destacou pela acirrada disputa pelo dormitório da Imperatriz. Somente a cama de jacarandá com coroa esculturada e colchão de crina (lote 2001), foi vendida por preço recorde: 7:000$000 (três mil, setecentos e oitenta Dólares). Enquanto isso a cama onde dormia o Imperador (lote 1980), por ser um móvel modesto, sem coroa, brasão ou iniciais, alcançou apenas o preço de 190$000 (102 Dólares)! Era uma sólida cama de mogno e érable, com acolchoado de crina vegetal e lastro de palhinha. O filho e a governanta alemã do comprador afirmaram, tempos depois, que a cama foi destruída pelos cupins e jogada fora! Outros destaques desse leilão foram: cama de jacarandá que pertenceu à Princesa Isabel quando solteira, com escultura e coroa, comprada pelo Comendador Antônio Rezende por 3:100$000 (US$ 1.673), e que depois foi vendida no leilão do Conde Sebastião de Pinho ao Dr. Castro Maia, cujo filho doou ao Museu Imperial; um lavatório de jacarandá com esculturas, bronze e tampo de mármore (lote 1983), adquirido pelo Sr. A. Rezende por 5:000$000 (US$ 2.700); guarda-roupa de D. Pedro II (lote 1984) vendido por 2:000$000 (US$ 1.512); cadeira de repouso do Imperador (lote 1885) de jacarandá, com escultura, coroa e iniciais comprada pelo Comendador A. Rezende por 3:100:000 (US$ 1.674); entre outros. Realizado no dia 10 de outubro, o décimo primeiro leilão compreendeu os lotes 2001 a 2345, com aproximadamente 650 peças. Até aquele momento os leilões tinham atingido 400 contos de Réis, cerca de 215 mil Dólares, valor muito superior à avaliação inicial de 90:000$000, e ainda faltavam mais de dez pregões. Esse leilão era constituído de objetos que tinham sobrado do dormitório dos imperadores, das salas 40 e 41, galeria, sacristia e tribuna. Entre as peças leiloadas estavam: um oratório de jacarandá esculturado e guarnecido de cornalinas, lápis lazuli e figuras de bronze (lote 2007) que foi comprado pelo Dr. Faro por 3:000$000 (US$ 1.620); uma secretária de bois-rose com placas de porcelana de Sèvres e guarnições de bronze dourado (lote 2135) adquirida pelo Barão de Itacurussá por 7:000$000 (US$ 3.800); guarda roupa de jacarandá com guarnições de bronze dourado, coroa e espelho francês (lote 2034) alienado por 5:000$000 (US$ 2.700) ao Sr. Antônio Resende; uma mobília de jacarandá com 11 peças (lote 2236) vendida ao Sr. Goulart e outros móveis, ricas pinturas, porcelanas, esculturas, muitos objetos de decoração e bibelots, quase todos esses lotes a preços irrisórios. Ao final do décimo primeiro leilão, o último realizado no interior do Paço de São Cristóvão, relata Marques dos Santos: "Depois do leilão da galeria do 2º andar, desceu o leiloeiro ao pavimento térreo, onde estava a capela e suas dependências, que deviam imediatamente desaparecer, para dar lugar ao salão cenográfico do Congresso. O singelo e gracioso templo, concepção de Manoel de Araújo Porto Alegre, ostentava na frontaria Ecce Agnus Dei. Abrangia a nave propriamente dita e a sacristia, em dois compartimentos, além da tribuna, onde o pregão do leiloeiro emudeceu! Ali estacou! Naquele lugar onde tanta gente fora batizada, acrescendo ao nome o apelido de do Paço, onde tanta vez rezaram os Imperadores, em horas alegres e amargas! Já que falamos em capela: ainda vemos em São Cristóvão, no primeiro andar, ao Torreão do Norte, o local onde ficava o altar privado dos Imperadores, cuja abóboda, pintada de azul celeste, deixa ver em pequeno céu, mimosas estrelinhas de prata! Que recordações trazem!" O décimo segundo leilão foi realizado em uma das cocheiras do Paço de São Cristóvão, com os objetos não licitados, não retirados ou que não foram incluídos nos leilões anteriores. Esse leilão foi realizado no dia 20 de outubro, abrangendo 155 lotes. Foram leiloados quadros a óleo, ricos espelhos, estantes de jacarandá e de mogno, porcelanas valiosas, cristais, molduras de quadros que tinham ido para a Europa (!), um telescópio que ficava no terraço do Paço, alguns móveis e outros objetos. O décimo terceiro leilão foi realizado no dia 10 de novembro de 1890 abrangendo as benfeitorias da Quinta da Boa Vista, assim relatado por Francisco Marques dos Santos: Foi arrematante dessas benfeitorias o próprio governo. Supomos que foi o Comendador Bethencourt da Silva quem comprou por 320:000$000, como representante do Ministério do Interior e Justiça as casas ali existentes, habitadas pelos empregados e protegidos da família Imperial, desde o tempo de Dom João. Essa operação foi considerada bastante vantajosa. Segundo a Gazetilha do Jornal do Commércio de 12 de novembro, valia perto de 300:000$000 só a casa do mordomo ou Quinta da Joana, como era conhecida a grande habitação próxima ao portão da Estrada de Ferro, na então Rua Duque de Saxe. Era solidamente construída, com vastas acomodações para família, abundância de água, gaz, aparelhos e magnífico terreno. O edifício que o Imperador construíra de seu bolso para escola mista diurna e noturna, destinada aos filhos dos moradores da Quinta e seus arredores, fora reedificado em 1883 e custara 60 contos de réis. Arrematou-a o Ministério da Instrução Pública por 41:000$000. Cumpre, aliás, notar que o governo sempre fez bom negócio naquilo que comprou, pertencente ao Imperador! Antes dos leilões da Fazenda Imperial de Santa Cruz, um outro foi realizado nas cocheiras do Paço da Cidade, no dia 5 de dezembro, lotes 1 a 14, compreendendo as últimas carruagens que se achavam espalhadas por diversas cocheiras particulares. O destaque foi um rico coche de gala com lanternas de cristal, guarnições de bronze e armas imperiais. Também foi vendido nesse leilão o carro mortuário, com coroa imperial que, entre outros nomes importantes, fez o enterro do General Osório e do Marques do Paraná. Quando a DARGENT LEILÕES leva a pregão objetos como o desta coleção ligados ao cotidiano da Família Imperial Brasileira sempre busca justamente o contrário do que o regime republicano tentou com a venda dos objetos imperiais. Não buscamos esconder, apagar, esmaecer a augusta memória de Dom Pedro II, mas sim exaltar a figura de um patriota e do homem que construiu as bases para o crescimento do Brasil, um sábio reconhecido pelo mundo e injustiçado em seu próprio País.
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