Peças para o próximo leilão

590 Itens encontrados

Página:

  • DESEMBARGADOR LUIS ANTONIO BARBOSA DE OLIVEIRA (1784- 1854)  PAI DO MINISTRO ALBINO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA. FOI CASADO COM DONA MARIA ROSEMUNDA BARBOSA DE OLIVEIRA. FOI CAVALEIRO PROFESSO DA ORDEM DE CRISTO (VIDE FOTO NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE). REMANESCENTE DE FAQUEIRO EM PRATA DE LEI COM MARCAS DE CONTRASTE L COROADO PARA CIDADE DE LISBOA E PRATEIRO AO REGISTRADO EM 1804 (MOTINHO PAG. 100). BELO FEITIO E EXCELENTE QUALIDADE DE EXECUÇÃO DOTADO DE 24 GARFOS PARA ENTRADAS, 11 FACAS PARA ENTRADAS, CINCO GARFOS DE JANTAR, 18 FACAS DE JANTAR E UMA FACA DE TRINCHAR. TODAS AS PEÇAS TEM O MONOGRAMA ENTRELAÇAO LABO. O DESEMBARGADOR ERA NETO DO SARGENTO MÓR DE ORDENANÇAS ANTONIO BARBOSA DE OLIVEIRA SENDO ESTE FILHO DO CAPITÃO DE MAR E GUERRA JOÃO BARBOSA DE OLIVEIRA. O DESEMBARGADOR ERA PRIMO DA ABADESSA DA LAPA QUE FOI ASSASSINADA NA BAHIA EM 20 DE FEVEREIRO DE 1822 QUANDO OS LUSITANOS NOS CONFLITOS DA INDEPENDENCIA DO BRASIL INVADIRAM O CONVENTO DA LAPA PARA APOSSAR-SE DA TORRE PONTO ESTRATÉGICO DE DEFESA. O SAGENTO MOR ANTONIO BARBOSA DE OLIVEIRA ERA UM HOMEM ABASTADO, POSSUIA FAZENDA EM ITAPARICA E QUANDO O MARQUÊS DE POMBAL EXTINGUIU A COMPANHIA DOS JESUÍTAS, ARREMATOU NOS BENS LEVADOS A LEILÃO A GRANDE CASA DEFRONTE DO AJUBE. NESSE PALACETE NASCEU O DESEMBARGADOR LUIS ANTONIO BARBOSA DE OLIVEIRA. ANOS DEPOIS ESSA CASA PASSOU A PERTENCER AO BARÃO DE ITAPARICA. SEU PAI ERA FILHO DO DR. JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA , NASCIDO EM 1749. O DR. JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA COMO FILHO MAIS VELHO FOI ESCOLHIDO PARA ESTUDAR NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA E FORMAR-SE EM CÂNONES POIS SEUS PAIS O DESTINARAM A CARREIRA ECLESIÁSTICA. MAS EIS QUE FORMADO ENAMOROU-SE DE DONA FELICIA MARIA DA PENHA DE FRANÇA DE MORAIS E DESISTIU POR ELA DE TOMAR AS ORDENS RELIGIOSAS. O FORMADO EM CANÔNES ERA TAMBÉM APTO A SER ADVOGADO E FOI ESSA A PROFISSÃO QUE TOMOU AO VOLTAR A BAHIA. EM 1790 DONA FELICIA FALECEU EM TRABALHO DE PARTO. CONTAVA O DESEMBARGADOR LUIS ANTONIO BARBOSA DE OLIVEIRA SEIS ANOS QUANDO TORNOU-SE ÓRFÃO DE MÃE. CONSERVOU-SE VIÚVO O DR. JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA ATÉ SETEMBRO DE 1809. ENTÃO, SENDO ARCEBISPO DA BAHIA D. FREI JOSÉ DE SANTA ESCOLÁSTICA, TOMOU ORDENS SACRAS.  FOI CÔNEGO DA SÉ, VIGÁRIO GERAL, TESOUREIRO-MOR, E QUANDO MORREU, A 20 DE NOVEMBRO DE 1824, ERA VIGÁRIO CAPITULAR E GOVERNADOR DO ARCEBISPADO, SEDE VACANTE. EM 1800 LUIS ANTONIO BARBOSA DE OLIVEIRA COM 16 ANOS SEGUIU PARA COIMBRA PARA FORMAR-SE. ALI FOI APADRINHADO PELO CONSELHEIRO JOSÉ DE OLIVEIRA PINTO BOTELHO E MOSQUEIRA QUE O ABRIGOU ATÉ 1808 PORQUE O FIDALGO PARTIU ENTÃO COM DOM JOÃO VI NA TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL (O SR. MOSQUEIRA FOI PROCURADOR DA COROA NO RIO DE JANEIRO, E FOI ELE QUE DEU O LUMINOSO PARECER PARA QUE O BRASIL FOSSE ELEVADO À CATEGORIA DE REINO, UNIDO COM PORTUGAL E ALGARVES. A CASA DELE ERA NA RUA DE SANTA TERESA: NELA MOROU O DESEMBARGADOR LOPES GAMA, DEPOIS VISCONDE DE MARANGUAPE, O BARÃO DE MESQUITA E O  VISCONDE DO RIO VAZ). FALECEU EM 1854 NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.  PORTUGAL, INICIO DO SEC. XIX. 4775 G (PESO TOTAL)
  • DESEMBARGADOR LUIS ANTONIO BARBOSA DE OLIVEIRA (1784- 1854)  PAI DO MINISTRO ALBINO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA. FOI CASADO COM DONA MARIA ROSEMUNDA BARBOSA DE OLIVEIRA. FOI CAVALEIRO PROFESSO DA ORDEM DE CRISTO (VIDE FOTO NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE). GRANDE E MAGNÍFICA ESPÁTULA PARA PEIXE EM PRATA DE LEI COM MARCAS DE CONTRASTE L COROADO PARA CIDADE DE LISBOA E PRATEIRO AO REGISTRADO EM 1804 (MOTINHO PAG. 100). BELO FEITIO E EXCELENTE QUALIDADE DE EXECUÇÃO. LISBOA, INICIO DO SEC. XIX. 35 CM DE COMPRIMENTO.
  • BARAO GERALDO DE RESENDE (1846  1907) -  PRATO RASO EM PORCELANA COM BORDA MAGENTA ENTRE FRISOS AMARELOS E MONOGRAMA GR SOB COROA DE BARÃO; PERTENCENTE A GERALDO RIBEIRO DE SOUZA REZENDE. FEITIO RECORTADO. NO REVERSO MARCA DEHAVILLAND; EXEMPLAR DO MESMO SERVIÇO REPRODUZIDO NA PÁGINA 260 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL, POR JENNY DREYFUS.  O BARÃO GERALDO DE RESENDE ERA CASADO COM DONA MARIA AMÉLIA BARBOSA DE OLIVEIRA, FILHA DO CONSELHEIRO ALBINO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA - PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. POR SUA VEZ COMO JÁ VIMOS A ESPOSA DO CONSELHEIRO ALBINO, DONA ISABEL AUGUSTA DE SOUZA QUEIROZ, ERA SOBRINHA DOS MARQUESES DE VALENÇA, PAIS DO BARÃO GERALDO DE RESENDE.  FRANÇA, SÉC. XIX. 24 CM DE DIÂMETRO. NOTA: O ILUSTRÍSSIMO COMENDADOR: GERALDO RIBEIRO DE SOUZA REZENDE recebeu o título de BARÃO DE IPORANGA por decreto de 19 de junho de 1889, assinado pela Sua Majestade Imperial D. Pedro II, tendo mudado, a seu pedido, para BARÃO GERALDO DE REZENDE. Recebeu o titulo de barão meses antes da Proclamação da República do Brasil (15/11/1. 889). Com a Proclamação da República, o Barão Geraldo de Rezende retira-se da política para se dedicar a sua fazenda Santa Genebra (vide foto da fazenda nos créditos extras do lote), que era considerada uma fazenda modelo, onde havia emprego de toda a tecnologia conhecida na época para o cultivo dos cafezais. O Barão Geraldo era filho do Marquês de Valença (senador Estevão Ribeiro de Rezende) e da Marquesa de Valença (Sra. Ilidia Mafalda de Souza Queiroz). O Marquês de Valença, titular de ruas e avenidas em todo o país, teve 16 filhos. Nasceu em 20 de Julho de 1777, no Arraial dos Prados, Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais. Era filho do Coronel Severino Ribeiro e de Josefa Maria de Rezende. Faleceu a 08/09/1856. Tal era o prestígio do marquês de Valença, que uma de suas filhas, D. Amélia de Souza Rezende, casou-se com o titular francês conde de Cambolas e marquês de Palarim, e outro filho seu, legitimado, Estevão de Sousa Rezende, foi elevado a barão de Lorena. O Barão Geraldo de Rezende nasceu no Rio de Janeiro em 19 de abril de 1.846. Geraldo de Resende chegou a entrar na Faculdade de Direito em São Paulo, à qual, no entanto, não se adaptou, sendo, então, enviado pelo pai, o Marquês de Valença, para estudar agronomia na França. Ao retornar em 1874, foi designado para se casar com sua prima, Izabel Augusta de Souza Queiroz, e administrar suas fazendas. Casou-se na mesma cidade onde nascera, com sua prima, filha do conselheiro imperial, Albino José Barbosa de Oliveira, e de Izabel Augusta de Souza Queiroz, irmã de Ilidia Mafalda de Souza Queiroz, ambas filhas do Brigadeiro Luiz Antonio de Souza. Logo ao chegar em Campinas, procurou a elite de fazendeiros locais, que criaram o Club da Lavoura de Campinas. Embora muitos fossem defensores da República, Geraldo sempre assumiu seu partidarismo monarquista, fazendo parte do Partido Conservador. Foi vereador de Campinas entre 1883 e 1886, e deputado geral do Parlamento Nacional, pouco antes da Proclamação da República do Brasil. Depois disso, retirou-se da vida política e passou a se dedicar à produção de sua fazenda, a Santa Genebra. Sua fazenda, na época, era considerada modelo de inovação, com maquinaria avançada e modernas técnicas agrícolas. O sobrado majestoso que ostentava era confortável e de estética arrojada, tendo recebido ilustres visitas como a do conde D'Eu; o contra-almirante G. Fournier, comandante da Divisão Naval francesa no Atlântico; o conde Lalaing, ministro da Bélgica; W. Pocom, cônsul dos Estados Unidos da América; conde Antonelli, ministro da Itália; conde Michel de Giers, ministro da Rússia; Manuel Ferraz de Campos Sales, então presidente da província de São Paulo. Barão Geraldo tinha como irmãos: o Barão de Rezende (Estevão Ribeiro de Souza Rezende) e o 2º Barão de Valença (Pedro Ribeiro de Souza Rezende). O pai do Barão Geraldo, Marquês de Valença, Por Decreto de 11.04.1812, teve concedida a licença para casar. Por esta ocasião a pretendente tinha apenas 7 anos de idade e o pretendente, curiosamente, 35 anos de idade, cinco filhos naturais, legitimados e, dois deles, nascidos depois desta licença. Casado em São Paulo, por volta de 1819, com ILÍDIA MAFALDA DE SOUZA QUEIROZ, nascida a 14.05.1805, batizada a 09.06, conforme o registro do Livro 10 da Sé ( São Paulo), fls. 35. Era filha do brigadeiro Luiz Antônio de Souza Queiroz, fidalgo português residente em São Paulo (que chegou a ser considerado como a maior fortuna da província de São Paulo) e de Genebra de Barros Leite falecida em Lisboa em 1836; Ilidia Mafalda de Souza Queiroz faleceu a 24 de julho de 1877, no Rio de Janeiro - RJ. Foi sepultada no dia seguinte na Capela de sua família, no Cemitério de S. Francisco de Paula (Catumbi) - O Barão Geraldo de Rezende suicidou na sede da fazenda de sua propriedade em Campinas, em 1 de outubro de 1.907. Teria tomado veneno ao ver a sua fazenda Santa Genebra, a qual tinha dedicado sua vida, ser tomada por hipoteca. Para saldar as dividas contraídas pelo Barão Geraldo quando da construção da Estrada de Ferro Funilense, que ligava a atual cidade de Cosmópolis (antes Fazenda Funil) ao bairro Guanabara, em Campinas, a fazenda Santa Genebra foi hipotecada pelo Governo Estadual, e posteriormente adquirida através do leilão pelo também fazendeiro senador Luiz de Oliveira Lins Vasconcellos e comprada posteriormente pelo seu irmão o banqueiro Cristiano Osório de Oliveira, pai do Sr. José Pedro de Oliveira casado com D. Jandyra Pamplona de Oliveira. José Pedro de Oliveira faleceu vitimado por tuberculose pulmonar, em 1.935, contraída por seu hábito de passar noites caçando pequenos animais na Mata da fazenda Santa Genebra. A Companhia Carril Agrícola Funilense, que como o nome diz, tinha o propósito de transportar produtos agrícolas da região do Funil através de "carris" (trilhos) de ferro, foi fundada em 24 de Agosto de 1.890, e teve o Barão Geraldo de Rezende como primeiro presidente da Companhia. Além do Barão Geraldo de Rezende, havia os sócios: Luciano Teixeira Nogueira, José Paulino Nogueira, José Guatemozim Nogueira, Artur Nogueira, dentre outros. Os incorporadores, João Manoel de Almeida Barbosa Francisco de Paula Camargo e José de Salles Leme. O objetivo da ferrovia era fortalecer a economia cafeeira e canavieira da região, como a Usina Esther ( localizada na atual cidade de Cosmópolis), os núcleos coloniais e as fazendas e lavouras do norte de Campinas, fazendo o escoamento da produção através de ferrovias, pois o transporte era feito por tração animal ( carros de boi) e em estradas precárias comprometendo a produção do açúcar e do café. Os Nogueiras conseguiram o apoio de Albino José Barbosa de Oliveira e do próprio Barão Geraldo de Rezende para a construção desta Ferrovia. O contrato da companhia carril Funilense era de risco, e a principal exigência deste contrato era caso os proprietários e responsáveis pela ferrovia não conseguissem saldar as dividas contraídas com o Estado, perderiam a posse da linha férrea que serviria como forma de pagamento desta divida (hipoteca).Os trilhos da Companhia Carril Agrícola Funilense foram inaugurados somente em 18 de setembro de 1.899. As várias estações ao longo do percurso desta ferrovia foram recebendo nomes de diretores e membros da própria Companhia: "Barão Geraldo de Rezende" ( em Cosmópolis) , "José Paulino Nogueira" ( em Paulínia), "João Aranha", "José Guatemozin Nogueira" e "Artur Nogueira", dentre outras que levaram o nome da fazenda onde estavam situadas: "Santa Genebra" ( atual distrito de Barão Geraldo), "Deserto" ( Bairro Betel, em Paulínia) , "Santa Terezinha" e " Engenho". Obviamente, os bairros onde estavam essas estações foram sendo conhecidos pelos mesmos nomes. Esta ferrovia nunca deu lucro, somente acumulou prejuízos, levando o Barão Geraldo e os outros sócios a completa falência. O Barão Geraldo de Rezende, empresário idealista e com visão, recebeu por duas ocasiões a visita da FAMÍLIA IMPERIAL em uma delas curiosamente recebeu o Conde Deu sozinho na residência porque a baronesa não estava na cidade
  • Foto: detalhe da fachada do Palacete do Barão de Ataliba Nogueira adornado com coronel de barão. Acesse o catálogo do leilão em:   https://drive.google.com/file/d/1tCoe5_7hZIhvy5ZB-7xuywiudKTYrnBW/view?usp=sharing
  • COROA EM OURO DE ALTO TEOR ESTILO E ÉPOCA DONA MARIA I. DECORADA COM ELEGANTES FESTÕES, PEROLADOS E GUIRLANDAS. ENCIMADA POR CRUZ LATINA. BRASIL, FINAL DO SEC. XVIII. 6,8 CM DE ALTURA. 16,4 G
  • MARAVILHO ANEL DITO CHEVALIER  EM OURO 18 K COM CRAVAÇÃO DE LINDO  CITRINO COM LAPIDAÇÃO QUADRADA  EMOLDURADO POR 30 DIAMANTES EXTRA BRANCOS. ARO 11  8.28 GR.
  • BARAO GERALDO DE RESENDE (1846  1907) -  PRATO RASO EM PORCELANA COM BORDA MAGENTA ENTRE FRISOS AMARELOS E MONOGRAMA GR SOB COROA DE BARÃO; PERTENCENTE A GERALDO RIBEIRO DE SOUZA REZENDE. FEITIO RECORTADO. NO REVERSO MARCA DEHAVILLAND; EXEMPLAR DO MESMO SERVIÇO REPRODUZIDO NA PÁGINA 260 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL, POR JENNY DREYFUS.  O BARÃO GERALDO DE RESENDE ERA CASADO COM DONA MARIA AMÉLIA BARBOSA DE OLIVEIRA, FILHA DO CONSELHEIRO ALBINO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA - PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. POR SUA VEZ COMO JÁ VIMOS A ESPOSA DO CONSELHEIRO ALBINO, DONA ISABEL AUGUSTA DE SOUZA QUEIROZ, ERA SOBRINHA DOS MARQUESES DE VALENÇA, PAIS DO BARÃO GERALDO DE RESENDE.  FRANÇA, SÉC. XIX. 24 CM DE DIÂMETRO. NOTA: O ILUSTRÍSSIMO COMENDADOR: GERALDO RIBEIRO DE SOUZA REZENDE recebeu o título de BARÃO DE IPORANGA por decreto de 19 de junho de 1889, assinado pela Sua Majestade Imperial D. Pedro II, tendo mudado, a seu pedido, para BARÃO GERALDO DE REZENDE. Recebeu o titulo de barão meses antes da Proclamação da República do Brasil (15/11/1. 889). Com a Proclamação da República, o Barão Geraldo de Rezende retira-se da política para se dedicar a sua fazenda Santa Genebra (vide foto da fazenda nos créditos extras do lote), que era considerada uma fazenda modelo, onde havia emprego de toda a tecnologia conhecida na época para o cultivo dos cafezais. O Barão Geraldo era filho do Marquês de Valença (senador Estevão Ribeiro de Rezende) e da Marquesa de Valença (Sra. Ilidia Mafalda de Souza Queiroz). O Marquês de Valença, titular de ruas e avenidas em todo o país, teve 16 filhos. Nasceu em 20 de Julho de 1777, no Arraial dos Prados, Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais. Era filho do Coronel Severino Ribeiro e de Josefa Maria de Rezende. Faleceu a 08/09/1856. Tal era o prestígio do marquês de Valença, que uma de suas filhas, D. Amélia de Souza Rezende, casou-se com o titular francês conde de Cambolas e marquês de Palarim, e outro filho seu, legitimado, Estevão de Sousa Rezende, foi elevado a barão de Lorena. O Barão Geraldo de Rezende nasceu no Rio de Janeiro em 19 de abril de 1.846. Geraldo de Resende chegou a entrar na Faculdade de Direito em São Paulo, à qual, no entanto, não se adaptou, sendo, então, enviado pelo pai, o Marquês de Valença, para estudar agronomia na França. Ao retornar em 1874, foi designado para se casar com sua prima, Izabel Augusta de Souza Queiroz, e administrar suas fazendas. Casou-se na mesma cidade onde nascera, com sua prima, filha do conselheiro imperial, Albino José Barbosa de Oliveira, e de Izabel Augusta de Souza Queiroz, irmã de Ilidia Mafalda de Souza Queiroz, ambas filhas do Brigadeiro Luiz Antonio de Souza. Logo ao chegar em Campinas, procurou a elite de fazendeiros locais, que criaram o Club da Lavoura de Campinas. Embora muitos fossem defensores da República, Geraldo sempre assumiu seu partidarismo monarquista, fazendo parte do Partido Conservador. Foi vereador de Campinas entre 1883 e 1886, e deputado geral do Parlamento Nacional, pouco antes da Proclamação da República do Brasil. Depois disso, retirou-se da vida política e passou a se dedicar à produção de sua fazenda, a Santa Genebra. Sua fazenda, na época, era considerada modelo de inovação, com maquinaria avançada e modernas técnicas agrícolas. O sobrado majestoso que ostentava era confortável e de estética arrojada, tendo recebido ilustres visitas como a do conde D'Eu; o contra-almirante G. Fournier, comandante da Divisão Naval francesa no Atlântico; o conde Lalaing, ministro da Bélgica; W. Pocom, cônsul dos Estados Unidos da América; conde Antonelli, ministro da Itália; conde Michel de Giers, ministro da Rússia; Manuel Ferraz de Campos Sales, então presidente da província de São Paulo. Barão Geraldo tinha como irmãos: o Barão de Rezende (Estevão Ribeiro de Souza Rezende) e o 2º Barão de Valença (Pedro Ribeiro de Souza Rezende). O pai do Barão Geraldo, Marquês de Valença, Por Decreto de 11.04.1812, teve concedida a licença para casar. Por esta ocasião a pretendente tinha apenas 7 anos de idade e o pretendente, curiosamente, 35 anos de idade, cinco filhos naturais, legitimados e, dois deles, nascidos depois desta licença. Casado em São Paulo, por volta de 1819, com ILÍDIA MAFALDA DE SOUZA QUEIROZ, nascida a 14.05.1805, batizada a 09.06, conforme o registro do Livro 10 da Sé ( São Paulo), fls. 35. Era filha do brigadeiro Luiz Antônio de Souza Queiroz, fidalgo português residente em São Paulo (que chegou a ser considerado como a maior fortuna da província de São Paulo) e de Genebra de Barros Leite falecida em Lisboa em 1836; Ilidia Mafalda de Souza Queiroz faleceu a 24 de julho de 1877, no Rio de Janeiro - RJ. Foi sepultada no dia seguinte na Capela de sua família, no Cemitério de S. Francisco de Paula (Catumbi) - O Barão Geraldo de Rezende suicidou na sede da fazenda de sua propriedade em Campinas, em 1 de outubro de 1.907. Teria tomado veneno ao ver a sua fazenda Santa Genebra, a qual tinha dedicado sua vida, ser tomada por hipoteca. Para saldar as dividas contraídas pelo Barão Geraldo quando da construção da Estrada de Ferro Funilense, que ligava a atual cidade de Cosmópolis (antes Fazenda Funil) ao bairro Guanabara, em Campinas, a fazenda Santa Genebra foi hipotecada pelo Governo Estadual, e posteriormente adquirida através do leilão pelo também fazendeiro senador Luiz de Oliveira Lins Vasconcellos e comprada posteriormente pelo seu irmão o banqueiro Cristiano Osório de Oliveira, pai do Sr. José Pedro de Oliveira casado com D. Jandyra Pamplona de Oliveira. José Pedro de Oliveira faleceu vitimado por tuberculose pulmonar, em 1.935, contraída por seu hábito de passar noites caçando pequenos animais na Mata da fazenda Santa Genebra. A Companhia Carril Agrícola Funilense, que como o nome diz, tinha o propósito de transportar produtos agrícolas da região do Funil através de "carris" (trilhos) de ferro, foi fundada em 24 de Agosto de 1.890, e teve o Barão Geraldo de Rezende como primeiro presidente da Companhia. Além do Barão Geraldo de Rezende, havia os sócios: Luciano Teixeira Nogueira, José Paulino Nogueira, José Guatemozim Nogueira, Artur Nogueira, dentre outros. Os incorporadores, João Manoel de Almeida Barbosa Francisco de Paula Camargo e José de Salles Leme. O objetivo da ferrovia era fortalecer a economia cafeeira e canavieira da região, como a Usina Esther ( localizada na atual cidade de Cosmópolis), os núcleos coloniais e as fazendas e lavouras do norte de Campinas, fazendo o escoamento da produção através de ferrovias, pois o transporte era feito por tração animal ( carros de boi) e em estradas precárias comprometendo a produção do açúcar e do café. Os Nogueiras conseguiram o apoio de Albino José Barbosa de Oliveira e do próprio Barão Geraldo de Rezende para a construção desta Ferrovia. O contrato da companhia carril Funilense era de risco, e a principal exigência deste contrato era caso os proprietários e responsáveis pela ferrovia não conseguissem saldar as dividas contraídas com o Estado, perderiam a posse da linha férrea que serviria como forma de pagamento desta divida (hipoteca).Os trilhos da Companhia Carril Agrícola Funilense foram inaugurados somente em 18 de setembro de 1.899. As várias estações ao longo do percurso desta ferrovia foram recebendo nomes de diretores e membros da própria Companhia: "Barão Geraldo de Rezende" ( em Cosmópolis) , "José Paulino Nogueira" ( em Paulínia), "João Aranha", "José Guatemozin Nogueira" e "Artur Nogueira", dentre outras que levaram o nome da fazenda onde estavam situadas: "Santa Genebra" ( atual distrito de Barão Geraldo), "Deserto" ( Bairro Betel, em Paulínia) , "Santa Terezinha" e " Engenho". Obviamente, os bairros onde estavam essas estações foram sendo conhecidos pelos mesmos nomes. Esta ferrovia nunca deu lucro, somente acumulou prejuízos, levando o Barão Geraldo e os outros sócios a completa falência. O Barão Geraldo de Rezende, empresário idealista e com visão, recebeu por duas ocasiões a visita da FAMÍLIA IMPERIAL em uma delas curiosamente recebeu o Conde Deu sozinho na residência porque a baronesa não estava na cidade
  • MARQUÊS DE VALENÇA ESTEVÃO RIBEIRO DE RESENDE (1777-1856) RARA FRUTEIRA  EM PORCELANA DA MANUFATURA DE FOUQUE ARNOUX, EM VALENTINE, PROXIMIDADES DE TOULOUSE. BORDA FILETADA EM VERMELHO COM RESERVA CONTENDO O BRASÃO DE ARMAS DO TITULAR TAMBÉM EM VERMELHO SOB COROA DE MARQUES. REPRODUZIDO NA PÁGINA 340 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR "JENNY DREYFUS". DOS APARELHOS DO MARQUÊS DE VALENÇA ESTE É O MAIS DIFICILMENTE ENCONTRADO. FRANÇA SEC. XIX. 23 X 14 CM. NOTA: EXERCEU GRANDE INFLUENCIA NO POLITICA NO PRIMEIRO REINADO ATUANDO EM CONJUNTO COM JOSÉ BONIFÁCIO, FOI DEPUTADO CONSTITUINTE EM 1823, SENADOR DO IMPÉRIO, MINISTRO DO IMPÉRIO E MINISTRO DA JUSTIÇA, SUA ESPOSA DONA ILIDIA MAFALDA DE SOUZA QUEIROZ FOI DAMA DA IMPERATRIZ LEOPOLDINA. FORAM PAIS DO BARÃO GERALDO DE RESENDE, DA CONDESSA DE CARAMBOLAS, DO 2, BARAO DE VALENÇA, DO BARÃO DE REZENDE E DO BARÃO DE LORENA.FRANÇA, SEC. XIX. 20  CM DE DIAMETRO NOTA: ESTÊVÃO RIBEIRO DE RESENDE, FILHO LEGÍTIMO DO CORONEL SEVERINO RIBEIRO, DE DISTINTA FAMÍLIA DE LISBOA, E DE D. JOSEFA MARIA DE RESENDE, DE ABASTADA E IMPORTANTE FAMÍLIA DE MINAS GERAIS, NASCEU NO ARRAIAL DOS PRADOS, COMARCA DO RIO DA MORTE, PROVÍNCIA DE MINAS, EM 20 DE JULHO DE 1777.EDUCADO DESDE SEUS PRIMEIROS ANOS COM TODO O ESMERO E CUIDADO QUE SÓEM TER POR SEUS FILHOS OS PAIS QUE, COMO OS SEUS, PREZAM MAIS QUE TUDO A HONRA E A VIRTUDE, NUNCA SE MOSTROU INDIGNO DO NOME QUE RECEBEU DE SUA FAMÍLIA, E PELO CONTRÁRIO MERECEU SEMPRE, POR SUAS BOAS QUALIDADES E MORIGERAÇÃO, A ESTIMA DE TODAS AS PESSOAS QUE O CONHECERAM APENAS ENTRADO NO MUNDO, MAS JÁ PENSANDO COM UM CRITÉRIO POUCO COMUM EM SUA IDADE SOBRE AS COISAS DA VIDA.TENDO MOSTRADO MUITA VIVEZA PARA OS ESTUDOS PRIMÁRIOS, APROVEITOU SUAS DISPOSIÇÕES PARA AS LETRAS E MANDOU-O ESTUDAR EM MINAS OS PREPARATÓRIOS, QUE ALI ENTÃO SE ENSINAVAM. EM BREVE, POIS, FICOU O JOVEM ESTÊVÃO RIBEIRO DE RESENDE PRONTO PARA EXAME EM FRANCÊS, LATIM, ITALIANO, RETÓRICA E FILOSOFIA, ESTUDOS EM QUE MUITO SE DISTINGUIU, E TANTO QUE SEU PAI LOGO QUE O TEVE NELES PREPARADO MANDOU-O PARA LISBOA A SEGUIR PARA COIMBRA, ONDE DEVIA ESTUDAR O CURSO DE DIREITO.SEPARADO DE SEUS PAIS E DO LUGAR DE SEU NASCIMENTO, ONDE DEIXAVA TANTA SIMPATIA, QUE QUASE TODA A POPULAÇÃO DE S. JOSÉ DO NORTE DESPEDIU-SE DELE COM AS PROVAS DO MAIS VIVO PESAR, CAPRICHOU O SR. RESENDE POR CONTINUAR LONGE DE SUA FAMÍLIA A MESMA NORMA DE CONDUTA QUE SEMPRE SEGUIRA QUANDO EM SEU SEIO; E COM EFEITO, EM COIMBRA COM-PORTOU-SE POR TAL MODO, QUE EM BREVE FOI MUITO ESTIMADO POR SEUS COLEGAS E BENQUISTO DE SEUS PROFESSORES. SUA INTELIGÊNCIA NÃO DESMENTIU NOS NOVOS ESTUDOS A QUE SE APLICOU, OS PRIMEIROS SINAIS DE FORÇA E AGUDEZA QUE DERA EM SEUS ESTUDOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS; SEU CURSO ELE O COMPLETOU SEM NENHUM EMBARAÇO, ANTES PELO CONTRÁRIO, RECEBENDO SEMPRE BOAS NOTAS E MUITA CONSIDERAÇÃO, O QUE LHE FACILITOU SER ACEITO PARA A LEITURA DO DESEMBARGO DO PAÇO, PRIMEIRA PORTA POR ONDE ENTÃO SE ENTRAVA PARA A CARREIRA DA MAGISTRATURA. ANTES, PORÉM, QUE FIZESSE A LEITURA, MORREU-LHE NO BRASIL SEU PAI, E ESSA NOTÍCIA CHEGANDO-LHE A LISBOA NAQUELE TEMPO, QUIS ELE INTERROMPER SUA CARREIRA PARA VIR À PÁTRIA BEIJAR AS MÃOS À MÃE E APRESENTAR-SE-LHE DEPOIS DE DOUTORADO.DE VOLTA A PORTUGAL FEZ SUA LEITURA NO DESEMBARGO DO PAÇO, E FOI LOGO NOMEADO PELO SENHOR D. JOÃO VI, EM 21 DE JUNHO DE 1806, JUIZ DE FORA DE PALMELA, TENDO JÁ ANTES RECEBIDO DO MESMO MONARCA O HÁBITO DE CRISTO COM UMA TENÇA E A PROPRIEDADE DO OFÍCIO DE TABELIÃO DO PÚBLICO JUDICIAL E NOTAS DA VILA DE S. JOÃO DEL-REI, EM ATENÇÃO AOS BONS SERVIÇOS DE SEU PAI E ÀS SUAS QUALIDADES, MAIS QUE DIGNAS DAQUELA DISTINÇÃO.POUCO DEPOIS DE EMPOSSADO NO JUIZADO DE PALMELA, EM PORTUGAL, TEVE LUGAR NA PENÍNSULA A INVASÃO FRANCESA, QUE VINHA COM O PRESTÍGIO DE MIL VITÓRIAS CONQUISTADAS PARA O IRMÃO DO VENCEDOR DO MUNDO UMA COROA E UM ESTADO.A CORTE PORTUGUESA, COLOCADA NA ALTERNATIVA QUE LHE OFERECIAM, DE UM LADO A FRANÇA ARROGANTE E ORGULHOSA DE SEUS TRIUNFOS, E DO OUTRO A INGLATERRA FORTE E SEMPRE PERTINAZ EM NÃO CEDER ÀS ÁGUIAS IMPERIAIS, A EUROPA E O MUNDO A QUE SE ATIRAVAM COM AVIDEZ, RESOLVEU SABIAMENTE ESCOLHER UM MEIO-TERMO, DEIXANDO A ANTIGA METRÓPOLE PARA VIR ESTABELE-CER-SE NO BRASIL; O JUIZ DE PALMELA QUIS APROVEITAR ESSA OPORTUNIDADE DE VOLTAR À SUA PÁTRIA E À SUA FAMÍLIA, E POR ISTO MUITO SE EMPENHOU PARA FAZER PARTE DA COMITIVA REAL; PORÉM SENDO PRECISO, PARA BEM DO REINO, QUE AS AUTORIDADES PERMANECESSEM EM SEUS POSTOS E MANIFESTANDO O GOVERNO REGENCIAL A UTILIDADE QUE RESULTAVA DESTE FATO, O SR. RESENDE DESISTIU DE SEUS DESEJOS, E FICOU EM PALMELA, ONDE RECEBEU COM ÂNIMO E CORAGEM AS TROPAS FRANCO-ESPANHOLAS QUE ACOMETIAM O REINO DE PORTUGAL.ESTA FOI TALVEZ UMA DAS ÉPOCAS EM QUE O SR. RESENDE MAIORES SERVIÇOS PRESTOU À SUA PÁTRIA. NO PONTO EM QUE SE ACHAVA NÃO SE TEVE COM EFEITO QUE LASTIMAR GRANDES MALES QUE DEIXAVAM A CONSTERNAÇÃO E A DESOLAÇÃO POR ONDE PASSAVAM AS TROPAS INVASORAS. A HONRA E A FORTUNA FORAM RESPEITADAS EM PALMELA POR ESFORÇO DE SEU JUIZ, QUE, REVESTINDO-SE DE TODA A CORAGEM E ENERGIA, DIRIGIA-SE A FAZER RECLAMAÇÕES E CENSURA, ONDE E SEMPRE QUE SE DAVA UM FATO DE ABUSO DE FORÇA DA PARTE DAS FORÇAS ALI ESTACIONADAS.POR ALGUM TEMPO MARCHARAM AS COISAS ASSIM DE UM MODO O MAIS SATISFATÓRIO, MAS NEM ERA CRÍVEL, NEM MESMO IMAGINÁVEL, QUE SOLDADOS ACOSTUMADOS A DERRUBAREM TODAS AS BARREIRAS, QUER FÍSICAS, QUER MORAIS, VIESSEM AQUI ESTACAR DEFRONTE DE UM SÓ HOMEM, EMBORA POR ESSE HOMEM FALASSEM A RAZÃO E A JUSTIÇA. O VENCIDO NÃO TEM DIREITOS, SUA LEI É A VONTADE DO VENCEDOR, E POIS O QUE FAZER O JUIZ DE FORA DE PALMELA QUANDO OS FRANCESES, FECHANDO OS OUVIDOS À SUA VOZ, QUISERAM OBRIGÁ-LO, E OBRIGARAM O POVO QUE LHE TINHA SIDO CONFIADO A CONCORRER COM O NECESSÁRIO PARA SUA SUBSISTÊNCIA E PARA A SATISFAÇÃO DE SEUS CAPRICHOS? ENQUANTO FOI POSSÍVEL RESISTIR-LHE, ELE O FEZ, AGORA, PORÉM, QUE SUA INFLUÊNCIA É NULA E QUE SUA PESSOA ATRAI SOBRE OS QUE O SEGUEM ÓDIOS E MAUS DESEJOS, AGORA QUE SEM DÚVIDA COM PERIGO IMINENTE SEM QUE DAÍ RESULTE BEM PARA NINGUÉM, AGORA É TEMPO DE CEDER À FORÇA DAS CIRCUNSTÂNCIAS. E COM EFEITO, O SR. RESENDE DEIXOU PALMELA E RETIROU-SE PARA LISBOA, TENDO ANTES EM COMPANHIA DE UM VEREADOR OCULTADO EM UM ALTAR OS DINHEIROS PÚBLICOS QUE TINHA À SUA DISPOSIÇÃO.RECEBENDO DEL-REI A FACULDADE DE VOLTAR PARA O BRASIL, ELE O FEZ IMEDIATAMENTE, E AO CHEGAR EM SUA PÁTRIA NATAL, VIU APRECIADO POR SEU DEVIDO VALOR OS SERVIÇOS QUE ACABAVA DE PRESTAR, E EM ATENÇÃO AOS ANUAIS O SENHOR D. JOÃO VI NOMEOU-O EM 13 DE MAIO DE 1810 JUIZ DE FORA DA CIDADE DE S. PAULO, LUGAR QUE FOI ELE ENCARREGADO DE CRIAR NAQUELA CIDADE.EM 17 DE DEZEMBRO DE 1813 DEIXOU ELE O JUIZADO DE S. PAULO, POR TER NESSA MESMA DATA SIDO NOMEADO FISCAL DOS DIAMANTES, LUGAR IMPORTANTE QUE TEVE DE DEIXAR NO ANO SEGUINTE, EM CONSEQÜÊNCIA DE TER SIDO NOMEADO EM 12 DE SETEMBRO DE 1814 DESEMBARGADOR DA RELAÇÃO DA BAHIA.EM TODA A PARTE POR ONDE PASSAVA O SR. RESENDE ERA GERALMENTE ESTIMADO E APRECIADO POR SUAS QUALIDADES, E CADA UM LUGAR QUE EXERCIA DAVA-LHE NOVOS TÍTULOS E MAIS DIREITOS PARA ALCANÇAR LUGARES MAIS SUBIDOS.FELIZMENTE NAQUELES TEMPOS AS QUALIDADES E APTIDÃO DAVAM DIREITO; E É POR ISTO QUE O NOVO DESEMBARGADOR DA BAHIA FOI A 29 DE MARÇO DE 1817, QUADRA CALAMITOSA DE REVOLUÇÕES, NOMEADO AJUDANTE DO INTEN-DENTE-GERAL DA POLÍCIA, E NO SEGUINTE ANO DE 1818, A 12 DE OUTUBRO, NOMEADO DESEMBARGADOR DA CASA DA SUPLICAÇÃO.A 10 DE NOVEMBRO DE 1821 FOI NOMEADO SUPERINTENDENTE-GERAL DOS CONTRABANDOS, E NESSA ÉPOCA EM QUE O BRASIL TANTO PRECISOU DO ESFORÇO DE SEUS FILHOS, ESTÊVÃO RIBEIRO DE RESENDE ESTEVE FIRME NA ESTACADA, PRESTANDO A SEUS PAIS E A SEU PRÍNCIPE OS SERVIÇOS QUE PODIA PRESTAR.PROCURADOR DA PROVÍNCIA DE MINAS GERAIS, JUNTO AO PRÍNCIPE D. PEDRO, ELE MOSTROU-SE TAL QUAL ERA E CAPTOU POR ESSE MODO A ESTIMA DAQUELE PRÍNCIPE, QUE SEMPRE DISTINGUIU E QUE ELEVOU-O AO PONTO DE NOMEÁ-LO, A 6 DE ABRIL DE 1822, SECRETÁRIO DE ESTADO ENCARREGADO DE TODAS AS PASTAS PARA ACOMPANHÁ-LO A MINAS, ONDE UMA NOBRE INSPIRAÇÃO O LEVAVA COM O FIM DE ACALMAR COM SUA PRESENÇA OS MOVIMENTOS SEDICIOSOS QUE ALI COMEÇAVAM A MANIFESTAR-SE, A PONTO DE NEGAR-SE AQUELA PROVÍNCIA A OBEDECER AO PRÍNCIPE REGENTE.VEIO A INDEPENDÊNCIA, E LOGO APÓS A NECESSIDADE DE REGULAR-SE O PACTO FUNDAMENTAL POR ONDE DEVESSE O PAÍS SE REGULAR; O IMPERADOR CONVOCA PARA ESSE FIM A ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE; E MINAS, QUE ATENDE PARA O MERECIMENTO QUANDO ESCOLHE UM ALTO FUNCIONÁRIO, TANTO QUANTO UM QUALQUER EMPREGADO, ELEGE SEU DEPUTADO AO SR. RESENDE. CAI A CONSTITUINTE EM VIRTUDE DO GOLPE DE ESTADO DO PRIMEIRO IMPERADOR, TUDO SE AMOTINA, PARECE QUE VAMOS TER UMA REVOLUÇÃO, MAS GRAÇAS À BOA ESCOLHA DO SENHOR D. PEDRO I, MANDANDO, A 17 DE JANEIRO DE 1823, AO SR. RESENDE PARA INTENDENTE-GERAL DA POLÍCIA, TODA A TEMPESTADE SE DESFAZ SEM DEIXAR O MAIS LIGEIRO SINAL DE SUA ATERRADORA PASSAGEM, E NEM POR ISTO FOI NECESSÁRIO O EMPREGO DE ARMAS E AMEAÇAS DE PRISÕES E PERSEGUIÇÕES, BASTOU A INFLUÊNCIA E A CONFIANÇA GERAL DE QUE GOZAVA O INTENDENTE PARA OBTER AQUELE RESULTADO.EM 14 DE OUTUBRO DE 1824 CHAMOU-O O SENHOR D. PEDRO I AOS CONSELHOS DA COROA, ENCARREGANDO-O DA PASTA DO IMPÉRIO, QUE TEVE A SEU CARGO ATÉ 21 DE NOVEMBRO DE 1825, EM QUE RECEBEU O DECRETO DE SUA DEMISSÃO, NO QUAL ELOGIAVA MUITO O IMPERADOR E LHE AGRADECIA SEUS BONS SERVIÇOS. NAQUELE MESMO ANO DE 1824 FOI AINDA NOMEADO, A 1º DE DEZEMBRO, DESEMBARGADOR HONORÁRIO DO PAÇO, E EM 15 DE OUTUBRO DE 1825 FOI GALARDOADO POR SUA MAJESTADE O IMPERADOR COM O TÍTULO E GRANDEZAS DE BARÃO DE VALENÇA.NESTE ANO VEIO O SR. RESENDE ELEITO POR SUA PROVÍNCIA À AS-SEMBLÉIA GERAL LEGISLATIVA, E AO MESMO TEMPO QUE TINHA POR ESSA HONROSA ELEIÇÃO ENTRADA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS, RECEBIA AINDA DE SEUS COM-PROVINCIANOS MAIOR HONRA E MAIOR PROVA DE ESTIMA E CONSIDERAÇÃO, TENDO SEU NOME NA LISTA POR ELES OFERECIDA AO MONARCA PARA ESCOLHER OS SENADORES DO IMPÉRIO. CONJUNTAMENTE COM MINAS GERAIS, QUIS S. PAULO MOSTRAR TODA A SUA AFEIÇÃO E AGRADECIMENTO PELO DISTINTO BRASILEIRO, QUE EM SEU SOLO COMEÇOU A CARREIRA DA MAGISTRATURA EM QUE TANTAS GLÓRIAS COLHEU, ESCOLHENDO SEU NOME PARA MANDAR AO IMPERADOR NA LISTA DOS QUE DEVIAM SER ESCOLHIDOS SEUS SENADORES. ASSIM, POIS, ERA O SR. VALENÇA AO MESMO TEMPO DEPUTADO POR MINAS, E ELEITO SENADOR PELA MESMA PROVÍNCIA E PELA DE S. PAULO. ENTRE AS DUAS PROVÍNCIAS OPTOU PELA DE MINAS, ONDE TINHA SEU BERÇO E TUDO O QUE HÁ DE MAIS CARO AO CORAÇÃO DO HOMEM, SUA FAMÍLIA E AS CINZAS DE SEUS BONS PAIS. EM VISTA DE SUA OPÇÃO, FOI ESCOLHIDO SENADOR POR CARTA IMPERIAL DE 19 DE ABRIL DE 1826 E NESSE MESMO ANO, A 12 DE OUTUBRO, PASSOU A DESEMBARGADOR DO PAÇO EFETIVO E FOI APOSENTADO POR PEDIDO SEU; ASSIM COMO TAMBÉM A 30 DO MESMO MÊS E ANO FOI O SEU TÍTULO DE BARÃO ELEVADO AO DE CONDE DE VALENÇA.A 18 DE MAIO DE 1827 ENTROU NOVAMENTE O ENTÃO CONDE DE VALENÇA PARA OS CONSELHOS DA COROA, E DESTA VEZ COUBE-LHE A PASTA DA JUSTIÇA, EM QUE FUNCIONOU ATÉ 20 DE NOVEMBRO DE 1827, EM QUE FOI DISSOLVIDO O GABINETE DE QUE FAZIA PARTE E COM O QUAL TAMBÉM ELE CAIU, TENDO SIDO TRÊS DIAS ANTES NOMEADO CONSELHEIRO DE ESTADO HONORÁRIO.RETIRADO DE CENA POLÍTICA, FICOU O CONDE DE VALENÇA EXCLUSIVAMENTE OCUPADO COM OS DEVERES DE SENADOR DO IMPÉRIO, E FOI DESSE POSTO EMINENTE QUE ELE AGREGOU EM TORNO DE SI ESSE GRUPO DE SEUS COLEGAS, QUE FIZERAM A MAIS HERÓICA BARREIRA AOS EXCESSOS DEMAGÓGICOS QUE SE DESENVOLVERAM NO BRASIL PELA RETIRADA DO FUNDADOR DO IMPÉRIO.FIRME NESSE POSTO, QUE A HONRA E O DEVER LHE HAVIAM INDICADO, O CONDE DE VALENÇA NÃO DESCANSOU UM MOMENTO ENQUANTO NÃO VIU POR TERRA A DEMAGOGIA E ELEVADO AO TRONO DO BRASIL O FILHO DO SEU PRIMEIRO IMPERADOR. ENTÃO FALTARAM-LHE FORÇAS PARA NOVAS LUTAS; JÁ TINHA 63 ANOS, JÁ TINHA COMBATIDO COM UMA GERAÇÃO INTEIRA, NOVA GERAÇÃO DESPONTAVA NOS HORIZONTES DA PÁTRIA, ERA FORÇA CEDER-LHE OS NEGÓCIOS DESSA CARA PÁTRIA. O SR. VALENÇA RETIROU-SE COMPLETAMENTE DA VIDA POLÍTICA PARA ENTREGAR-SE EXCLUSIVAMENTE À VIDA PRIVADA.EM 1848 O SENHOR D. PEDRO II ELEVOU-O A MARQUÊS DE VALENÇA, E EM 8 DE SETEMBRO DE 1856 VEIO A MORTE SURPREENDÊ-LO NO SEIO DE SUA FAMÍLIA, E NA IDADE DE 79 ANOS.O MARQUÊS DE VALENÇA FOI CASADO COM A EXMª SRª ELÍDIA MAFALDA DE SOUSA QUEIRÓS, FILHA DO OPULENTO FAZENDEIRO BRIGADEIRO LUÍS ANTÔNIO DE SOUSA E SUA MULHER D. GENEBRA DE BARROS LEITE.ERA SÓCIO HONORÁRIO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO, SÓCIO EFETIVO DA SOCIEDADE AUXILIADORA DA INDÚSTRIA NACIONAL, SÓCIO EFETIVO DA INSTRUÇÃO ELEMENTAR, MEMBRO DA SOCIEDADE DE AGRICULTURA DO REINO DA SUÉCIA, DIGNITÁRIO HONORÁRIO DA ORDEM IMPERIAL DO CRUZEIRO POR CARTA DE 16 DE AGOSTO DE 1830, CAVALHEIRO DO HÁBITO DE CRISTO, GRÃ-CRUZ DA MESMA ORDEM E FIDALGO CAVALHEIRO DA CASA IMPERIAL
  • BELO E GRANDE  ANEL EM OURO 18K COM FORMATO DE NO CRAVAÇÃO DE  BRILHANTES  . ARO 20, PESO 4,59    GR
  • MARQUÊS DE VALENÇA ESTEVÃO RIBEIRO DE RESENDE (1777-1856) XÍCARA DE CAFE E SEU PIRES  EM PORCELANA DA MANUFATURA DE FOUQUE ARNOUX, EM VALENTINE, PROXIMIDADES DE TOULOUSE. BORDA FILETADA EM VERMELHO COM RESERVA CONTENDO O BRASÃO DE ARMAS DO TITULAR TAMBÉM EM VERMELHO SOB COROA DE MARQUES. REPRODUZIDO NA PÁGINA 340 DO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR "JENNY DREYFUS". DOS APARELHOS DO MARQUÊS DE VALENÇA ESTE É O MAIS DIFICILMENTE ENCONTRADO. FRANÇA SEC. XIX. NOTA: EXERCEU GRANDE INFLUENCIA NO POLITICA NO PRIMEIRO REINADO ATUANDO EM CONJUNTO COM JOSÉ BONIFÁCIO, FOI DEPUTADO CONSTITUINTE EM 1823, SENADOR DO IMPÉRIO, MINISTRO DO IMPÉRIO E MINISTRO DA JUSTIÇA, SUA ESPOSA DONA ILIDIA MAFALDA DE SOUZA QUEIROZ FOI DAMA DA IMPERATRIZ LEOPOLDINA. FORAM PAIS DO BARÃO GERALDO DE RESENDE, DA CONDESSA DE CARAMBOLAS, DO 2, BARAO DE VALENÇA, DO BARÃO DE REZENDE E DO BARÃO DE LORENA.FRANÇA, SEC. XIX. 20  CM DE DIAMETRO NOTA: ESTÊVÃO RIBEIRO DE RESENDE, FILHO LEGÍTIMO DO CORONEL SEVERINO RIBEIRO, DE DISTINTA FAMÍLIA DE LISBOA, E DE D. JOSEFA MARIA DE RESENDE, DE ABASTADA E IMPORTANTE FAMÍLIA DE MINAS GERAIS, NASCEU NO ARRAIAL DOS PRADOS, COMARCA DO RIO DA MORTE, PROVÍNCIA DE MINAS, EM 20 DE JULHO DE 1777.EDUCADO DESDE SEUS PRIMEIROS ANOS COM TODO O ESMERO E CUIDADO QUE SÓEM TER POR SEUS FILHOS OS PAIS QUE, COMO OS SEUS, PREZAM MAIS QUE TUDO A HONRA E A VIRTUDE, NUNCA SE MOSTROU INDIGNO DO NOME QUE RECEBEU DE SUA FAMÍLIA, E PELO CONTRÁRIO MERECEU SEMPRE, POR SUAS BOAS QUALIDADES E MORIGERAÇÃO, A ESTIMA DE TODAS AS PESSOAS QUE O CONHECERAM APENAS ENTRADO NO MUNDO, MAS JÁ PENSANDO COM UM CRITÉRIO POUCO COMUM EM SUA IDADE SOBRE AS COISAS DA VIDA.TENDO MOSTRADO MUITA VIVEZA PARA OS ESTUDOS PRIMÁRIOS, APROVEITOU SUAS DISPOSIÇÕES PARA AS LETRAS E MANDOU-O ESTUDAR EM MINAS OS PREPARATÓRIOS, QUE ALI ENTÃO SE ENSINAVAM. EM BREVE, POIS, FICOU O JOVEM ESTÊVÃO RIBEIRO DE RESENDE PRONTO PARA EXAME EM FRANCÊS, LATIM, ITALIANO, RETÓRICA E FILOSOFIA, ESTUDOS EM QUE MUITO SE DISTINGUIU, E TANTO QUE SEU PAI LOGO QUE O TEVE NELES PREPARADO MANDOU-O PARA LISBOA A SEGUIR PARA COIMBRA, ONDE DEVIA ESTUDAR O CURSO DE DIREITO.SEPARADO DE SEUS PAIS E DO LUGAR DE SEU NASCIMENTO, ONDE DEIXAVA TANTA SIMPATIA, QUE QUASE TODA A POPULAÇÃO DE S. JOSÉ DO NORTE DESPEDIU-SE DELE COM AS PROVAS DO MAIS VIVO PESAR, CAPRICHOU O SR. RESENDE POR CONTINUAR LONGE DE SUA FAMÍLIA A MESMA NORMA DE CONDUTA QUE SEMPRE SEGUIRA QUANDO EM SEU SEIO; E COM EFEITO, EM COIMBRA COM-PORTOU-SE POR TAL MODO, QUE EM BREVE FOI MUITO ESTIMADO POR SEUS COLEGAS E BENQUISTO DE SEUS PROFESSORES. SUA INTELIGÊNCIA NÃO DESMENTIU NOS NOVOS ESTUDOS A QUE SE APLICOU, OS PRIMEIROS SINAIS DE FORÇA E AGUDEZA QUE DERA EM SEUS ESTUDOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS; SEU CURSO ELE O COMPLETOU SEM NENHUM EMBARAÇO, ANTES PELO CONTRÁRIO, RECEBENDO SEMPRE BOAS NOTAS E MUITA CONSIDERAÇÃO, O QUE LHE FACILITOU SER ACEITO PARA A LEITURA DO DESEMBARGO DO PAÇO, PRIMEIRA PORTA POR ONDE ENTÃO SE ENTRAVA PARA A CARREIRA DA MAGISTRATURA. ANTES, PORÉM, QUE FIZESSE A LEITURA, MORREU-LHE NO BRASIL SEU PAI, E ESSA NOTÍCIA CHEGANDO-LHE A LISBOA NAQUELE TEMPO, QUIS ELE INTERROMPER SUA CARREIRA PARA VIR À PÁTRIA BEIJAR AS MÃOS À MÃE E APRESENTAR-SE-LHE DEPOIS DE DOUTORADO.DE VOLTA A PORTUGAL FEZ SUA LEITURA NO DESEMBARGO DO PAÇO, E FOI LOGO NOMEADO PELO SENHOR D. JOÃO VI, EM 21 DE JUNHO DE 1806, JUIZ DE FORA DE PALMELA, TENDO JÁ ANTES RECEBIDO DO MESMO MONARCA O HÁBITO DE CRISTO COM UMA TENÇA E A PROPRIEDADE DO OFÍCIO DE TABELIÃO DO PÚBLICO JUDICIAL E NOTAS DA VILA DE S. JOÃO DEL-REI, EM ATENÇÃO AOS BONS SERVIÇOS DE SEU PAI E ÀS SUAS QUALIDADES, MAIS QUE DIGNAS DAQUELA DISTINÇÃO.POUCO DEPOIS DE EMPOSSADO NO JUIZADO DE PALMELA, EM PORTUGAL, TEVE LUGAR NA PENÍNSULA A INVASÃO FRANCESA, QUE VINHA COM O PRESTÍGIO DE MIL VITÓRIAS CONQUISTADAS PARA O IRMÃO DO VENCEDOR DO MUNDO UMA COROA E UM ESTADO.A CORTE PORTUGUESA, COLOCADA NA ALTERNATIVA QUE LHE OFERECIAM, DE UM LADO A FRANÇA ARROGANTE E ORGULHOSA DE SEUS TRIUNFOS, E DO OUTRO A INGLATERRA FORTE E SEMPRE PERTINAZ EM NÃO CEDER ÀS ÁGUIAS IMPERIAIS, A EUROPA E O MUNDO A QUE SE ATIRAVAM COM AVIDEZ, RESOLVEU SABIAMENTE ESCOLHER UM MEIO-TERMO, DEIXANDO A ANTIGA METRÓPOLE PARA VIR ESTABELE-CER-SE NO BRASIL; O JUIZ DE PALMELA QUIS APROVEITAR ESSA OPORTUNIDADE DE VOLTAR À SUA PÁTRIA E À SUA FAMÍLIA, E POR ISTO MUITO SE EMPENHOU PARA FAZER PARTE DA COMITIVA REAL; PORÉM SENDO PRECISO, PARA BEM DO REINO, QUE AS AUTORIDADES PERMANECESSEM EM SEUS POSTOS E MANIFESTANDO O GOVERNO REGENCIAL A UTILIDADE QUE RESULTAVA DESTE FATO, O SR. RESENDE DESISTIU DE SEUS DESEJOS, E FICOU EM PALMELA, ONDE RECEBEU COM ÂNIMO E CORAGEM AS TROPAS FRANCO-ESPANHOLAS QUE ACOMETIAM O REINO DE PORTUGAL.ESTA FOI TALVEZ UMA DAS ÉPOCAS EM QUE O SR. RESENDE MAIORES SERVIÇOS PRESTOU À SUA PÁTRIA. NO PONTO EM QUE SE ACHAVA NÃO SE TEVE COM EFEITO QUE LASTIMAR GRANDES MALES QUE DEIXAVAM A CONSTERNAÇÃO E A DESOLAÇÃO POR ONDE PASSAVAM AS TROPAS INVASORAS. A HONRA E A FORTUNA FORAM RESPEITADAS EM PALMELA POR ESFORÇO DE SEU JUIZ, QUE, REVESTINDO-SE DE TODA A CORAGEM E ENERGIA, DIRIGIA-SE A FAZER RECLAMAÇÕES E CENSURA, ONDE E SEMPRE QUE SE DAVA UM FATO DE ABUSO DE FORÇA DA PARTE DAS FORÇAS ALI ESTACIONADAS.POR ALGUM TEMPO MARCHARAM AS COISAS ASSIM DE UM MODO O MAIS SATISFATÓRIO, MAS NEM ERA CRÍVEL, NEM MESMO IMAGINÁVEL, QUE SOLDADOS ACOSTUMADOS A DERRUBAREM TODAS AS BARREIRAS, QUER FÍSICAS, QUER MORAIS, VIESSEM AQUI ESTACAR DEFRONTE DE UM SÓ HOMEM, EMBORA POR ESSE HOMEM FALASSEM A RAZÃO E A JUSTIÇA. O VENCIDO NÃO TEM DIREITOS, SUA LEI É A VONTADE DO VENCEDOR, E POIS O QUE FAZER O JUIZ DE FORA DE PALMELA QUANDO OS FRANCESES, FECHANDO OS OUVIDOS À SUA VOZ, QUISERAM OBRIGÁ-LO, E OBRIGARAM O POVO QUE LHE TINHA SIDO CONFIADO A CONCORRER COM O NECESSÁRIO PARA SUA SUBSISTÊNCIA E PARA A SATISFAÇÃO DE SEUS CAPRICHOS? ENQUANTO FOI POSSÍVEL RESISTIR-LHE, ELE O FEZ, AGORA, PORÉM, QUE SUA INFLUÊNCIA É NULA E QUE SUA PESSOA ATRAI SOBRE OS QUE O SEGUEM ÓDIOS E MAUS DESEJOS, AGORA QUE SEM DÚVIDA COM PERIGO IMINENTE SEM QUE DAÍ RESULTE BEM PARA NINGUÉM, AGORA É TEMPO DE CEDER À FORÇA DAS CIRCUNSTÂNCIAS. E COM EFEITO, O SR. RESENDE DEIXOU PALMELA E RETIROU-SE PARA LISBOA, TENDO ANTES EM COMPANHIA DE UM VEREADOR OCULTADO EM UM ALTAR OS DINHEIROS PÚBLICOS QUE TINHA À SUA DISPOSIÇÃO.RECEBENDO DEL-REI A FACULDADE DE VOLTAR PARA O BRASIL, ELE O FEZ IMEDIATAMENTE, E AO CHEGAR EM SUA PÁTRIA NATAL, VIU APRECIADO POR SEU DEVIDO VALOR OS SERVIÇOS QUE ACABAVA DE PRESTAR, E EM ATENÇÃO AOS ANUAIS O SENHOR D. JOÃO VI NOMEOU-O EM 13 DE MAIO DE 1810 JUIZ DE FORA DA CIDADE DE S. PAULO, LUGAR QUE FOI ELE ENCARREGADO DE CRIAR NAQUELA CIDADE.EM 17 DE DEZEMBRO DE 1813 DEIXOU ELE O JUIZADO DE S. PAULO, POR TER NESSA MESMA DATA SIDO NOMEADO FISCAL DOS DIAMANTES, LUGAR IMPORTANTE QUE TEVE DE DEIXAR NO ANO SEGUINTE, EM CONSEQÜÊNCIA DE TER SIDO NOMEADO EM 12 DE SETEMBRO DE 1814 DESEMBARGADOR DA RELAÇÃO DA BAHIA.EM TODA A PARTE POR ONDE PASSAVA O SR. RESENDE ERA GERALMENTE ESTIMADO E APRECIADO POR SUAS QUALIDADES, E CADA UM LUGAR QUE EXERCIA DAVA-LHE NOVOS TÍTULOS E MAIS DIREITOS PARA ALCANÇAR LUGARES MAIS SUBIDOS.FELIZMENTE NAQUELES TEMPOS AS QUALIDADES E APTIDÃO DAVAM DIREITO; E É POR ISTO QUE O NOVO DESEMBARGADOR DA BAHIA FOI A 29 DE MARÇO DE 1817, QUADRA CALAMITOSA DE REVOLUÇÕES, NOMEADO AJUDANTE DO INTEN-DENTE-GERAL DA POLÍCIA, E NO SEGUINTE ANO DE 1818, A 12 DE OUTUBRO, NOMEADO DESEMBARGADOR DA CASA DA SUPLICAÇÃO.A 10 DE NOVEMBRO DE 1821 FOI NOMEADO SUPERINTENDENTE-GERAL DOS CONTRABANDOS, E NESSA ÉPOCA EM QUE O BRASIL TANTO PRECISOU DO ESFORÇO DE SEUS FILHOS, ESTÊVÃO RIBEIRO DE RESENDE ESTEVE FIRME NA ESTACADA, PRESTANDO A SEUS PAIS E A SEU PRÍNCIPE OS SERVIÇOS QUE PODIA PRESTAR.PROCURADOR DA PROVÍNCIA DE MINAS GERAIS, JUNTO AO PRÍNCIPE D. PEDRO, ELE MOSTROU-SE TAL QUAL ERA E CAPTOU POR ESSE MODO A ESTIMA DAQUELE PRÍNCIPE, QUE SEMPRE DISTINGUIU E QUE ELEVOU-O AO PONTO DE NOMEÁ-LO, A 6 DE ABRIL DE 1822, SECRETÁRIO DE ESTADO ENCARREGADO DE TODAS AS PASTAS PARA ACOMPANHÁ-LO A MINAS, ONDE UMA NOBRE INSPIRAÇÃO O LEVAVA COM O FIM DE ACALMAR COM SUA PRESENÇA OS MOVIMENTOS SEDICIOSOS QUE ALI COMEÇAVAM A MANIFESTAR-SE, A PONTO DE NEGAR-SE AQUELA PROVÍNCIA A OBEDECER AO PRÍNCIPE REGENTE.VEIO A INDEPENDÊNCIA, E LOGO APÓS A NECESSIDADE DE REGULAR-SE O PACTO FUNDAMENTAL POR ONDE DEVESSE O PAÍS SE REGULAR; O IMPERADOR CONVOCA PARA ESSE FIM A ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE; E MINAS, QUE ATENDE PARA O MERECIMENTO QUANDO ESCOLHE UM ALTO FUNCIONÁRIO, TANTO QUANTO UM QUALQUER EMPREGADO, ELEGE SEU DEPUTADO AO SR. RESENDE. CAI A CONSTITUINTE EM VIRTUDE DO GOLPE DE ESTADO DO PRIMEIRO IMPERADOR, TUDO SE AMOTINA, PARECE QUE VAMOS TER UMA REVOLUÇÃO, MAS GRAÇAS À BOA ESCOLHA DO SENHOR D. PEDRO I, MANDANDO, A 17 DE JANEIRO DE 1823, AO SR. RESENDE PARA INTENDENTE-GERAL DA POLÍCIA, TODA A TEMPESTADE SE DESFAZ SEM DEIXAR O MAIS LIGEIRO SINAL DE SUA ATERRADORA PASSAGEM, E NEM POR ISTO FOI NECESSÁRIO O EMPREGO DE ARMAS E AMEAÇAS DE PRISÕES E PERSEGUIÇÕES, BASTOU A INFLUÊNCIA E A CONFIANÇA GERAL DE QUE GOZAVA O INTENDENTE PARA OBTER AQUELE RESULTADO.EM 14 DE OUTUBRO DE 1824 CHAMOU-O O SENHOR D. PEDRO I AOS CONSELHOS DA COROA, ENCARREGANDO-O DA PASTA DO IMPÉRIO, QUE TEVE A SEU CARGO ATÉ 21 DE NOVEMBRO DE 1825, EM QUE RECEBEU O DECRETO DE SUA DEMISSÃO, NO QUAL ELOGIAVA MUITO O IMPERADOR E LHE AGRADECIA SEUS BONS SERVIÇOS. NAQUELE MESMO ANO DE 1824 FOI AINDA NOMEADO, A 1º DE DEZEMBRO, DESEMBARGADOR HONORÁRIO DO PAÇO, E EM 15 DE OUTUBRO DE 1825 FOI GALARDOADO POR SUA MAJESTADE O IMPERADOR COM O TÍTULO E GRANDEZAS DE BARÃO DE VALENÇA.NESTE ANO VEIO O SR. RESENDE ELEITO POR SUA PROVÍNCIA À AS-SEMBLÉIA GERAL LEGISLATIVA, E AO MESMO TEMPO QUE TINHA POR ESSA HONROSA ELEIÇÃO ENTRADA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS, RECEBIA AINDA DE SEUS COM-PROVINCIANOS MAIOR HONRA E MAIOR PROVA DE ESTIMA E CONSIDERAÇÃO, TENDO SEU NOME NA LISTA POR ELES OFERECIDA AO MONARCA PARA ESCOLHER OS SENADORES DO IMPÉRIO. CONJUNTAMENTE COM MINAS GERAIS, QUIS S. PAULO MOSTRAR TODA A SUA AFEIÇÃO E AGRADECIMENTO PELO DISTINTO BRASILEIRO, QUE EM SEU SOLO COMEÇOU A CARREIRA DA MAGISTRATURA EM QUE TANTAS GLÓRIAS COLHEU, ESCOLHENDO SEU NOME PARA MANDAR AO IMPERADOR NA LISTA DOS QUE DEVIAM SER ESCOLHIDOS SEUS SENADORES. ASSIM, POIS, ERA O SR. VALENÇA AO MESMO TEMPO DEPUTADO POR MINAS, E ELEITO SENADOR PELA MESMA PROVÍNCIA E PELA DE S. PAULO. ENTRE AS DUAS PROVÍNCIAS OPTOU PELA DE MINAS, ONDE TINHA SEU BERÇO E TUDO O QUE HÁ DE MAIS CARO AO CORAÇÃO DO HOMEM, SUA FAMÍLIA E AS CINZAS DE SEUS BONS PAIS. EM VISTA DE SUA OPÇÃO, FOI ESCOLHIDO SENADOR POR CARTA IMPERIAL DE 19 DE ABRIL DE 1826 E NESSE MESMO ANO, A 12 DE OUTUBRO, PASSOU A DESEMBARGADOR DO PAÇO EFETIVO E FOI APOSENTADO POR PEDIDO SEU; ASSIM COMO TAMBÉM A 30 DO MESMO MÊS E ANO FOI O SEU TÍTULO DE BARÃO ELEVADO AO DE CONDE DE VALENÇA.A 18 DE MAIO DE 1827 ENTROU NOVAMENTE O ENTÃO CONDE DE VALENÇA PARA OS CONSELHOS DA COROA, E DESTA VEZ COUBE-LHE A PASTA DA JUSTIÇA, EM QUE FUNCIONOU ATÉ 20 DE NOVEMBRO DE 1827, EM QUE FOI DISSOLVIDO O GABINETE DE QUE FAZIA PARTE E COM O QUAL TAMBÉM ELE CAIU, TENDO SIDO TRÊS DIAS ANTES NOMEADO CONSELHEIRO DE ESTADO HONORÁRIO.RETIRADO DE CENA POLÍTICA, FICOU O CONDE DE VALENÇA EXCLUSIVAMENTE OCUPADO COM OS DEVERES DE SENADOR DO IMPÉRIO, E FOI DESSE POSTO EMINENTE QUE ELE AGREGOU EM TORNO DE SI ESSE GRUPO DE SEUS COLEGAS, QUE FIZERAM A MAIS HERÓICA BARREIRA AOS EXCESSOS DEMAGÓGICOS QUE SE DESENVOLVERAM NO BRASIL PELA RETIRADA DO FUNDADOR DO IMPÉRIO.FIRME NESSE POSTO, QUE A HONRA E O DEVER LHE HAVIAM INDICADO, O CONDE DE VALENÇA NÃO DESCANSOU UM MOMENTO ENQUANTO NÃO VIU POR TERRA A DEMAGOGIA E ELEVADO AO TRONO DO BRASIL O FILHO DO SEU PRIMEIRO IMPERADOR. ENTÃO FALTARAM-LHE FORÇAS PARA NOVAS LUTAS; JÁ TINHA 63 ANOS, JÁ TINHA COMBATIDO COM UMA GERAÇÃO INTEIRA, NOVA GERAÇÃO DESPONTAVA NOS HORIZONTES DA PÁTRIA, ERA FORÇA CEDER-LHE OS NEGÓCIOS DESSA CARA PÁTRIA. O SR. VALENÇA RETIROU-SE COMPLETAMENTE DA VIDA POLÍTICA PARA ENTREGAR-SE EXCLUSIVAMENTE À VIDA PRIVADA.EM 1848 O SENHOR D. PEDRO II ELEVOU-O A MARQUÊS DE VALENÇA, E EM 8 DE SETEMBRO DE 1856 VEIO A MORTE SURPREENDÊ-LO NO SEIO DE SUA FAMÍLIA, E NA IDADE DE 79 ANOS.O MARQUÊS DE VALENÇA FOI CASADO COM A EXMª SRª ELÍDIA MAFALDA DE SOUSA QUEIRÓS, FILHA DO OPULENTO FAZENDEIRO BRIGADEIRO LUÍS ANTÔNIO DE SOUSA E SUA MULHER D. GENEBRA DE BARROS LEITE.ERA SÓCIO HONORÁRIO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO, SÓCIO EFETIVO DA SOCIEDADE AUXILIADORA DA INDÚSTRIA NACIONAL, SÓCIO EFETIVO DA INSTRUÇÃO ELEMENTAR, MEMBRO DA SOCIEDADE DE AGRICULTURA DO REINO DA SUÉCIA, DIGNITÁRIO HONORÁRIO DA ORDEM IMPERIAL DO CRUZEIRO POR CARTA DE 16 DE AGOSTO DE 1830, CAVALHEIRO DO HÁBITO DE CRISTO, GRÃ-CRUZ DA MESMA ORDEM E FIDALGO CAVALHEIRO DA CASA IMPERIAL
  • JOÃO CARLOS LEITE PENTEADO. PAI DE CARLOS OLYMPIO LEITE PENTEADO O PRIMEIRO PROPRIETÁRIO DA FAZENDA SANTO ANDRÉ. PRATO DE JANTAR EM PORCELANA PERTENCENTE A JOÃO CARLOS LEITE PENTEADO. EXEMPLAR DESSE APARELHO ESTÁ REPRODUZIDO NA PÁGINA 109 DO LIVRO CAMPINAS MUNICÍPIO NO IMPÉRIO DE CELSO MARIA DE MELLO PUPO (VIDE FOTO DA PÁGINA DA PUBLICAÇÃO). ABA COM LARGO BARRADO NA TONALIDADE SALMÃO. ARREMATES EM OURO FORMANDO GREGA. NA CALDEIRA, EM RESERVA, MONOGRAMA ENTRELAÇADO JCLP. PERTENCENTE A JOÃO CARLOS LEITE PENTEADO. MARCAS DO ATELIER CH PILLIVUYT & CO MEDAILLES D0R 1867 1868. FRANÇA, SEC. XIX, 22 CM DE DIÂMETRO.NOTA: Doutor João Carlos Leite Penteado, nasceu em São Paulo em 1815. Formado em direito, foi abastado fazendeiro, juiz em Mogy Mirim e eleitor naquela cidade em 1844. Foi casado com Maria Hygina f.ª de Antonio Alvares de Almeida Lima, fazendeiro na Limeira e de Maria Emilia de Toledo. João Carlos Leite Penteado descendente de João Correia Penteado 1666-1739 e Isabel Pais de Barros 1673-1753. Foi avô da socialite Yolanda Penteado, que exerceu forte mecenato junto aos grandes artistas do sec. XX do modernismo brasileiro. Antes do matrimônio, na casa de sua tia Olívia Guedes Penteado, Yolanda relaciona-se com a primeira geração de modernistas em São Paulo: Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Villa-Lobos, entre outros. D. Olívia Guedes, conhecida como a madrinha dos artistas e protetora das artes, para acolher seus amigos modernistas criou, em 1925, um ambiente especial, o Pavilhão Modernista, expunha suas telas de Picasso, Legér, Tarsila, Brancusi e Brecheret. Dessa convivência, em suas memórias, Di Cavalcanti merece um capítulo especial nas memórias de Yolanda que transcreveu um bate-papo com o artista. Nessa transcrição, Di Cavalcante relembra como conheceu Yolanda: "Meu conhecimento com você não foi propriamente conhecimento com a pessoa. Foi conhecimento com a entidade. Quando fui estudar Direito em São Paulo, havia uma porção de mulheres que eram verdadeiras entidades. Yolanda Penteado era uma delas".
  • VISCONDE DE SANTA ISABEL  LUIZ DA CUNHA FEIJÓ (1817-1882)  O PARTEIRO DA PRINCESA ISABEL - MONUMENTAL TABULEIRO EM PRATA DE LEI NUMERADO E COM MARCAS DE CONTRASTE EUROPEU. ESSE MUITO GRANDE TABULEIRO TEM BORADA EM GODRONS E ALÇAS LATERAIS. O PLANO TEM EXUBERANTE DECORAÇÃO CINZELADA FORMANDO ROSEIRAS E ROSAS. NO CENTRO RESERVA COM MONOGRAMA SI ENTRELAÇADO SOB COROA DE VISCONDE. A DECORAÇÃO DO TABULEIRO COM ROSEIRAS EXTREMAMENTE BEM FEITAS COM FOLHAS SERRILHADAS E DELICADOS ESPINHOS ALUDE AO ORAGO DO TÍTULO DO MÉDICO LUIZ DA CUNHA FEIJÓ, O MILAGRE DAS ROSAS DE SANTA ISABEL. CONTA-SE PELA TRADIÇÃO ORAL PORTUGUESA QUE A RAINHA ISABEL SAIU COM O MANTO CHEIO DE PÃES PARA OFERTAR AOS POBRES, MESMO SOB PROIBIÇÃO DE SEU MARIDO, POIS ESSE ERA UM HÁBITO QUE A RAINHA SANTA POSSUIA SEMPRE SOB A CENSURA DO SEU MARIDO. AO SAIR APRESSADA FOI SURPREENDIDA POR SEU  MARIDO QUE   LHE INTERPELOU: O QUE LEVAIS AÍ ESCONDIDO MINHA SENHORA? SÃO ROSAS SENHOR  RESPONDEU ELA. ROSAS EM JANEIRO? O REI INQUIRIU POIS ERA O MÊS DO FRIO INTENSO EM QUE ROSAS NÃO FLORESCIAM. DE OLHOS BAIXOS A RAINHA SANTA ISABEL ABRIU O MANTO E EIS QUE OS PÃES TINHAM SE TRANSFORMADO EM ROSAS TÃO LINDAS QUANTO JAMAIS SE VIU. O TÍTULO DE VISCONDE DE SANTA ISABEL É UMA HOMENAGEM DO IMPERADOR AO MÉDICO QUE ACOMPANHOU DILIGENTEMENTE OS PARTOS DA PRINCESA ISABEL, HERDEIRA DO TRONO DO BRASIL. EUROPA, SEC. XIX. 74 CM DE COMPRIMENTO. 3410 GNOTA: Luiz da Cunha Feijó (1817-1882), Visconde de Santa Isabel, foi Lente Catedrático de Partos (expressão utilizada na época, para professor de obstetrícia), de 1851 a 1872, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Feijó foi o mais reputado parteiro do seu tempo, tendo sido obstetra da Casa Imperial. Acompanhou a Princesa Isabel em três viagens à Europa (1865,1870 e 1878), e apesar de sua notória competência, como bom prático, foi alvo de maledicência quando a princesa deu à luz, sob sua assistência, a sua primogênita.  A Princesa Isabel não era estéril (incapacidade definitiva de engravidar), e sim infértil (incapacidade reiterada de levar a um feto viável), padecia de aborto habitual ou recorrente, isto é, engravidava e perdia, o que a deixava muito triste, angustiada e apreensiva. Com o fito de levar a sua gestação ao termo, consultou-se com um especialista europeu, seguiu um tratamento. Debalde o conselho do especialista, submeteu-se às curas hidroterápicas, e aos banhos de mar. A Princesa Isabel era muito católica, fazia muitas novenas, e apegava se cada vez mais aos santos, de quem esperava inspiração e milagre. Fez promessas à milagrosa Bernadette, em Lourdes na França, e para Nossa Senhora Aparecida de quem era muito devota. E foi depois de uma longa permanência em Caxambu, Minas Gerais, uma cidade de águas minerais de estações termais, que a Princesa Isabel consegue finalmente o seu escopo, a concepção do herdeiro. Este evento que maravilhou a Corte, causou grande entusiasmo entre todos os brasileiros.  Nessa cidade, a Princesa Isabel em suas orações, fez a promessa, que caso conseguisse conceber um filho, faria construir uma Igreja sob a invocação de Santa Isabel, rainha da Hungria. Cumpriu a sua promessa, e até hoje existe em Caxambu, a Igreja de Santa Isabel da Hungria. O seu primeiro parto, realizado na manhã de 28/07/1874 (dez anos após o seu casamento), no Paço Isabel (atual Palácio Guanabara) no Rio de Janeiro, transcorreu tropeçoso, um parto difícil e doloroso, resultando em natimorto (criança que nasce sem nenhum sinal de vida) uma menina loira que denominaram de Luíza Victória de Orléans Bragança. Como não conseguiram (eram três obstetras - Feijó, Ferreira de Abreu e Sousa Fontes) extrair o feto morto do ventre da princesa, fizeram uma mutilação (craniotomia) nesse feto, um procedimento rotineiro na época. Esse ato, feito com um aparelho denominado craniótomo, consiste na perfuração da cabeça do feto com o objetivo de reduzir o seu volume, através da retirada do conteúdo cerebral. Só assim, conseguiram retirá-lo do ventre da princesa. Isso foi feito após inúmeras tentativas malogradas de aplicação do fórcipe (um instrumento de dois ramos cruzados ou não, e desarticuláveis, destinado a apreender a cabeça do feto e extraí-la através do canal pelvigenital), manipulado até pelo próprio Imperador D. Pedro II que fez questão de ajudar os médicos no parto, sempre emocionado e com carinhos a sua filha Isabel, em função da exaustão dos três obstetras que se revezavam no tracionamento do fórcipe. Todos esses eventos foram duramente censurados, mesmo nos periódicos leigos da época. Grávida novamente, a Princesa Isabel estava na Europa e manifestou o desejo de ser partejada em Paris (não queria parir no Brasil porque temia outro infortúnio), pelo hábil tocólogo (obstetra) francês Jean - Anne - Henri Depaul (1811-1883). Mas, em função de normas políticas, teria que parir no Brasil, afinal, este filho poderia ser o herdeiro presuntivo da Coroa Imperial, ou seja, seria o futuro Imperador do Brasil. Pela lei do Império somente filhos homens poderiam garantir a sucessão do Trono. Já em Petrópolis, a Princesa Isabel exigiu ter o seu parto com o Dr.Depaul, e nem o Imperador D. Pedro II conseguiu demovê-la de seu propósito. O Dr. Depaul chegou ao Rio de Janeiro, em 24 de setembro de 1875, acompanhado da esposa, do filho e de sua auxiliar, a enfermeira Soyer. Iniciado o trabalho de parto da Princesa Isabel, o Dr. Depaul notou que o feto estava em situação transversa, ou seja, em apresentação de espádua (ombro), e não conseguia vira-lo de cabeça para baixo (apresentação cefálica), ou vira-lo para ficar de nádegas (apresentação pélvica). O obstetra francês naquele momento aflito procurou socorrer-se de imediato do professor Sabóia - Vicente Candido Figueira de Sabóia (1835-1909), Visconde de Sabóia, Lente Catedrático de Cirurgia, e Diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1881 - 1889). O Dr.Depaul o havia conhecido através do livro de texto do Dr. Sabóia  Traité Théorique et Pratique de la Science et de LArt des Accouchements. Trata-se de um tratado sobre partos, escrito em francês e editado em Paris, em 1873.Este, comparece prontamente, e com feliz manobra obstétrica conseguem fazer a versão do feto, ou seja, conseguiram vira-lo de cabeça para baixo (apresentação cefálica) e através do fórcipe, nasceu após 13 horas de trabalho de parto, às 4 horas e 50 minutos da madrugada de 15 de outubro de 1875 no Palácio da Princesa Isabel, em Petrópolis, D.Pedro de Alcântara, o Príncipe do Grão- Pará (assim denominado em homenagem à maior Província do Brasil, que então englobava os atuais Estados do Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre, Pará e Maranhão), herdeiro presuntivo da Coroa Imperial brasileira, pesando 12 libras (5,4quilogramas). Este, que recebeu no seu batismo o nome de Pedro de Alcântara Luiz Felipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança, nasceu asfixiado (sufocado), tendo sido reanimado pela enfermeira Soyer. Como havia sido um parto laborioso, demorado, e extraído a fórcipe, houve lesão do plexo braquial (estrutura a partir do qual têm origem um conjunto de nervos dos membros superiores) esquerdo do recém-nascido. Esta lesão comprometeu a 7ª e 8ª raízes dos nervos cervicais (do pescoço), determinando paralisia da mão e dos dedos, com reflexo de preensão palmar ausente, isto é, ele não conseguia fechar a mão esquerda, não conseguia segurar nada. Por isso, D. Pedro de Alcântara ficou conhecido por Mão Seca, ou Mão Atrofiada. Esta paralisia, em que o braço, mão e dedos estão sempre em extensão, é denominada eponimicamente de paralisia de Klumpke. Três semanas após o parto, que teve também a ajuda do Dr.Feijó, o Dr. Depaul regressou à França com mais de 35 mil francos só de consultas concedidas em Petrópolis, fora os honorários do parto, tudo pago de sua dotação anual sem nenhum dinheiro do governo. O terceiro filho, Dom Luis de Orléans, nasceu saudável no Palácio Imperial de Petrópolis na manhã de 26 de janeiro de 1878, pelas mãos do Dr. Depaul. Este, retornou a Paris em 15 de fevereiro. No mesmo ano, a Princesa Isabel e esposo foram residir em Paris, em busca de tratamento para a mão atrofiada do Príncipe do Grão-Pará. Lá, nasceu no Palácio alugado da Rue de La Fainsanderie, 27, Passy, Paris, e também saudável em 9 de agosto de 1881, o quarto e último filho, Dom Antonio Gastão.Em dezembro desse mesmo ano regressaram ao Brasil. A Princesa Isabel foi tê-lo em Paris, com o Dr. Depaul, evitando constrangimentos de trazê-lo novamente ao Brasil, pois já no segundo e terceiro partos da princesa, o Dr. Depaul foi recebido sem simpatia, e com disfarçada hostilidade dos médicos brasileiros, que teriam sido menosprezados com a presença de um estrangeiro, para que em suas mãos nascesse o herdeiro do trono do Brasil. A Princesa Isabel em 6 de novembro de 1888, agradeceu à Nossa Senhora Aparecida a graça alcançada (da gestação de termo), entregando-lhe uma pequena coroa de ouro em forma de globo com uma cruz, cravejada de diamantes e rubis e um rico manto azul-marinho, com 21 brilhantes representando as 21 Províncias do Império do Brasil.A coroa ainda hoje orna a cabeça da pequena imagem. A imagem com a coroa e manto continua em Aparecida.
  • VISCONDE DE SANTA ISABEL  MUITO RARO PRATO PARA SOBREMESA EM PORCELANA INTEGRANTE DO SEGUNDO DO  TITULAR (DREYFUS PAG 317) E LOUÇA HISTÓRICA DO MUSEU DE ARTE DA BAHIA PAG. 60) , ABA DELIMITADA POR FRISO AZUL FERRETE ENTRE FILETE E RENDILHADOS DOURADOS E MONOGRAMA SI SOB COROA DE CONDE, CALDEIRA COM LINDA RESERVA CONTENDO CENA DE GALANTEIO. PERTENCENTE A LUIZ DA CUNHA FEIJÓ; NO REVERSO MARCA J. KLOTZ; FRANÇA, SÉC. XIX. 21 CM DE DIAMETRO. NOTA: Luís da Cunha Feijó, 2.º barão e único visconde de Santa Isabel (Rio de Janeiro, 1 de junho de 1817 Petrópolis, 6 de março de 1881), foi um médico e professor brasileiro. Filho do farmacêutico Tristão da Cunha Feijó e de Ana Joaquina da Natividade. Formado médico na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, foi lá professor de patologia e também seu diretor. Considerado por alguns como o primeiro praticante de cesariana no Brasil. Acompanhou Princesa Isabel em suas viagens à Europa em 1865, 1870 e 1878. Foi membro da Academia Nacional de Medicina e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Agraciado grande dignitário da Imperial Ordem da Rosa e comendador da Imperial Ordem de Cristo.
  • CONDE DO PINHAL PRATO RASO EM PORCELANA, ABA DELIMITADA POR FRISO BORDEAUX ENTRE FILETES DOURADOS, DECORADO POR RAMOS E FOLHAS DOURADAS EM RELEVO E MONOGRAMA CP SOB COROA DE CONDE EM DOURADO, PERTENCENTE A ANTONIO CARLOS DE ARRUDA BOTELHO, CONDE DO PINHAL. EXEMPLAR DO MESMO SERVIÇO REPRODUZIDO NA PÁGINA 307 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL, POR JENNY DREYFUS. FRANÇA, SÉC. XIX. 24 CM DE DIÂMETRO.NOTA: Antonio Carlos de Arruda Botelho (Piracicaba, 23 de agosto de 1827 São Carlos, 11 de março de 1901), primeiro e único barão, visconde e conde do Pinhal, foi um político e empresário brasileiro. Herdeiro de terras na sesmaria do Pinhal, formou várias fazendas nos municípios de São Carlos e Jaú, tendo prosperado como grande produtor de café, cujos rendimentos possibilitaram a ele investir em outros ramos de negócios. Teve importante participação política no Estado de São Paulo, principalmente no período do Segundo Império no Brasil. Casou-se duas vezes, tendo, ao todo, treze filhos. Sua residência familiar era a Fazenda Pinhal, localizada no município de São Carlos, onde o conde do Pinhal faleceu, em 1901. Antonio Carlos era neto de Carlos Bartholomeu de Arruda Botelho, que obteve entre os anos de 1785 e 1786 duas sesmarias nos conhecidos Campos ou Sertões de Araraquara , uma por meio de doação da Coroa e outra mediante compra. Um dos filhos de Carlos Bartholomeu, Manoel Joaquim Pinto de Arruda, adquiriu mais uma sesmaria nos mesmos Campos, em 1786, que juntas formaram a Sesmaria do Pinhal. Porém, foi um dos filhos de Carlos Bartholomeu, o Carlos José Botelho, conhecido também como Botelhão, que requereu a demarcação dessas terras, em 1831. Ele foi o responsável por construir a Casa de Morada nas terras que herdou do pai, na Sesmaria do Pinhal, formando, assim, a Fazenda Pinhal. Carlos José se casou em 1824 com Cândida Maria do Rosário, tendo com ela nove filhos, além de uma filha natural. Dentre os filhos do casal está Antonio Carlos de Arruda Botelho, o futuro Conde do Pinhal. Antonio Carlos se casou em primeiras núpcias, em 31 de maio de 1852, com Francisca Theodora Ferraz Coelho, natural de Piracicaba, nascida em 1834, filha de Frutuoso José Coelho e Antonia da Silva Ferraz. Do primeiro casamento, Antonio Carlos teve só um filho: o futuro senador Carlos José de Arruda Botelho, nascido em Piracicaba. Com a morte do Botelhão, em 1854, as terras da Sesmaria do Pinhal foram divididas entre seus filhos e coube a Antonio Carlos a Fazenda Pinhal e terras ao seu redor. Por volta desse período, este último, sua mulher e o filho pequeno residiam naquela propriedade. Contudo, em 10 de março de 1862, Francisca Theodora faleceu na Fazenda Pinhal. Aproximadamente um ano após a morte da primeira companheira, em 23 de abril de 1863, Antonio Carlos se casou novamente, agora com Anna Carolina de Mello Oliveira, a futura condessa do Pinhal , natural de Rio Claro, nascida em 5 de novembro de 1841, e filha de José Estanislau de Oliveira e Elisa de Mello Franco. José Estanislau foi um grande fazendeiro e influente político na região de Rio Claro, tendo obtido em 1867 o título de Primeiro Barão de Araraquara e, em 1870, o título de visconde do Rio Claro. Antonio Carlos e Anna Carolina tiveram 12 filhos. O primeiro deles, José Estanislau de Arruda Botelho, casou-se com Ana Brandina de Queirós Aranha, de Campinas. Ela era filha de Manuel Carlos Aranha, barão de Anhumas, e de Brandina Augusta de Queirós Aranha, a baronesa consorte de Anhumas, da família Pereira de Queirós, de Jundiaí, sobrinha de Antônio de Queirós Teles, barão de Jundiaí, tendo esta herdado de seus pais a Fazenda Pau d'Alho, em Campinas. Antonio Carlos de Arruda Botelho, o conde do Pinhal, faleceu na Fazenda Pinhal, após regressar de uma viagem de negócios que fez no Rio de Janeiro, em 11 de março de 1901. Após seu falecimento, a administração de seus negócios e bens passaram às mãos de sua esposa, auxiliada por filhos e netos. Anna Carolina de Mello Oliveira, a condessa do Pinhal, faleceu em 5 de outubro de 1945, exatamente um mês antes de completar 104 anos de idade. Carlos José, o Botelhão, pai do futuro conde do Pinhal, idealizou em vida fundar uma povoação próxima às suas terras na sesmaria do Pinhal. Porém, devido a sua morte, ele não pôde efetivamente pôr em prática tal projeto. Assim, seu filho Antonio Carlos, em companhia de alguns irmãos e de Jesuíno José Soares de Arruda, levaram a cabo esse objetivo. Houve a doação de terras por parte desses fazendeiros, tendo sido construída uma capela, onde hoje se encontra a catedral da cidade. A família Arruda Botelho fez a doação, para a mencionada capela, de uma imagem de São Carlos Borromeu, santo padroeiro da família e que passou a ser o padroeiro da cidade também, dando seu nome a ela. A 4 de novembro de 1857 foi oficialmente fundada São Carlos do Pinhal, a atual cidade de São Carlos, no interior do Estado de São Paulo . Antonio Carlos de Arruda Botelho herdou do pai as terras onde está localizada a Fazenda Pinhal. Essa propriedade lhe serviu de morada durante toda a sua vida, sendo o local em que criou seus filhos. Ele promoveu o desenvolvimento dessas terras, inicialmente com cana-de-açúcar e gado e, posteriormente, com o cultivo do café , que no último quartel do século XIX era o principal produto agrícola produzido na região do Oeste Paulista, configurando-se também como o principal produto nacional destinado à exportação. No caso da Fazenda Pinhal, a criação de gado sempre existiu, mesmo que em alguns momentos em pequena escala. Ao mesmo tempo, o conde do Pinhal abriu e formou várias fazendas na região, a grande maioria de café. Em Jaú, as fazendas Maria Luísa, Carlota, Sant'Ana, Santo Antonio, Santa Sofia, São Carlos, São Joaquim e Salto do Jaú; e em São Carlos, as fazendas: Palmital, Serra, Santa Francisca do Lobo e Santo Antonio. Em Ribeirão Preto, comprou de um grupo de capitalistas fluminenses, em 1892, uma companhia agrícola, conhecida como Companhia Agrícola de Ribeirão Preto, formada por nove fazendas para o cultivo de café. Ao longo de todo esse período, e devido ao desenvolvimento e expansão de sua produção cafeeira, Antonio Carlos, tal como outros grandes fazendeiros da época, inverteu parte de seus recursos em outros ramos de atividades, mas todos ligados, de certa forma, aos negócios cafeeiros. O transporte do café até o porto de Santos, por exemplo, sempre foi uma preocupação dos fazendeiros do interior. Nos municípios servidos por estradas de ferro (ferrovias), o transporte além de ser mais rápido, evitava perdas do produto pelo caminho. Até por volta de 1880, não havia nos municípios de São Carlos, Araraquara e Jaú ferrovias que fizessem o transporte em direção ao porto de Santos. Rio Claro estava ligado a Jundiaí por meio da estrada de ferro da Companhia Paulista de Estradas de Ferro; de Jundiaí a Santos, quem fazia o transporte ferroviário era a São Paulo Railway Company. A Companhia Paulista manifestou interesse em ampliar seus trilhos além Rio Claro, mas o traçado proposto era contrário aos interesses de alguns fazendeiros da região. Depois de negociações com o Governo e diante das pressões desses fazendeiros, encabeçadas por Antonio Carlos de Arruda Botelho (que na época era Deputado Provincial e Barão do Pinhal), a Paulista abdicou da concessão de prolongamento da ferrovia. Em 1882, Antonio Carlos comprou, com capital próprio e de outros fazendeiros, parte dessa concessão. Assim, elaborou-se um novo projeto e a estrada de ferro pôde ser concluída . Eles formaram, então, a Companhia do Rio Claro de Estradas de Ferro. Em 1884 foi inaugurado o trecho entre Rio Claro e São Carlos. Já o prolongamento até Araraquara foi finalizado em 1885, e em 1886 foi concluído o trecho até Jaú. Além de ter uma posição estratégica para o transporte do café, essa nova ferrovia propiciou, também, maior desenvolvimento aos municípios por ela servidos. Em 1889, a Companhia do Rio Claro de Estradas de Ferro foi comprada pela "São Paulo Railway Company", e posteriormente, em 1892, pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Outro investimento de Antonio Carlos de Arruda Botelho, diretamente ligado ao setor cafeeiro, foi a criação de uma casa comissária na cidade portuária de Santos, a Casa Comissária Arruda Botelho, que surgiu por volta de 1886/1887. As casas comissárias, nesse momento, recebiam comissões por comercializarem produtos agrícolas nacionais no exterior nesse período principalmente o café fornecendo aos fazendeiros tanto créditos em dinheiro, quanto bens de consumo e instrumentos a serem aplicados nas lavouras, tendo como garantia o produto enviado ou a ser enviado no futuro por esses mesmos fazendeiros . Além desses grandes investimentos, Antonio Carlos fundou também três bancos. Em 1889 ele fundou na cidade de São Paulo o Banco de São Paulo (banco emissor). Já os outros dois foram fundados no interior do Estado, ambos em 1891: o Banco União de São Carlos e o Banco de Piracicaba. Estes últimos, porém, não tiveram a mesma prosperidade do primeiro, tendo sido liquidados em anos posteriores, talvez devido às crises cafeeiras surgidas em fins do século XIX. Antonio Carlos de Arruda Botelho pertencia ao Partido Liberal (Brasil Império), formado no período regencial do Brasil (1831 1840) . Ele foi um importante político, tendo ocupado diversos cargos influentes. Assim, de forma cronológica, algumas de suas principais participações/atuações "políticas" Foi Juiz Municipal e Presidente da Camara Municipal de Araraquara, tenente-coronel Comandante do Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional, Deputado Provincial e Senador. Além dos cargos eletivos acima mencionados, Antonio Carlos teve participação na Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e 1870. Ele ficou incumbido de abastecer as tropas, enviando carnes e açúcar; recrutar voluntários; além de promover a manutenção dos caminhos que levavam a Mato Grosso. Por sua participação na Guerra, recebeu os seguintes títulos : 23 de abril de 1867: Coronel Comandante Superior da Guarda Nacional. Em 02 de setembro de 1868: foi nomeado Oficial da Ordem da Rosa. Em 02 de agosto de 1879: Barão do Pinhal. Ao mesmo tempo, pelo empreendimento que realizou por ter criado a Companhia do Rio Claro de Estradas de Ferro, que ligou Rio Claro a Jaú, passando por São Carlos e Araraquara, Antonio Carlos, que já era o Barão do Pinhal, foi agraciado com mais dois títulos : Em 05 de maio de 1883: Visconde do Pinhal. Em 07 de maio de 1887: Conde do Pinhal. Em 1957, durante as comemorações do centenário da fundação de São Carlos, os Correios confeccionaram um selo em homenagem ao Conde do Pinhal. A família do Conde do Pinhal possuía, além de sesmarias na região de São Carlos, também na região de Piracicaba, chamada Sesmaria do Bom Jardim do Salto. O Conde se ausentava frequentemente da Fazenda do Pinhal, tendo formado várias fazendas nas regiões de São Carlos e Jaú, dentre elas: Santo Antonio, da Serra, Palmital, Maria Luiza, Carlota, Sant Ana, Santa Sophia, São Carlos, São Joaquim e Salto de Jaú. A família possuía também diversos imóveis urbanos, como o Palacete Conde do Pinhal em São Carlos, uma residência em São Paulo (demolida na década de 1940), e outra em Poços de Caldas, conhecida como Villa Pinhal (demolida nos anos 1980). Após a morte da condessa, em 1945, os bens seriam divididos entre os filhos, exceto a Fazenda Pinhal, que ficou em estado pró-indiviso por 23 anos. Nos anos 1970, a Casa do Pinhal seria comprada por Modesto Carvalhosa e sua esposa Helena Vieitas Carvalhosa, bisneta do Conde, os quais manteriam o imóvel rural nas próximas décadas. Em 2010, a Fazenda Pinhal foi adquirida por Fernão Carlos Botelho Bracher, bisneto do Conde, e sua esposa Sônia. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Carlos_de_Arruda_Botelho-
  • 1º BARÃO DE ITAMBÉ FRANCISCO JOSÉ TEIXEIRA (1780-1866)  BELO PRATO RASO PERTENCENTE AO SERVIÇO DO BARÃO DE ITAMBÉ. MANUFATURA EM PORCELANA DE PARIS. BORDA VERDE COM "VERMICULATED GROUND" REMATADO EM OURO. NA PARTE SUPERIOR, RESERVA ENRIQUECIDA COM MOTIVOS FLORAIS EM OURO, CONTENDO  OS DIZERES: "B. DE ITAMBÉ". AO CENTRO ROSÁCEA DOURADA. PASTA DURA. A MEU VER UM DOS MAIS BELOS SERVIÇOS DE PORCELANA DOS TITULARES BRASILEIROS. REPRODUZIDO NO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS NA PAG. 275, SEM MARCA. FRANÇA. SÉCULO XIX. 24 CM DE DIÂMETRO.NOTA: Francisco foi titulado barão por Decreto de 15 de novembro de 1856 em função de vários serviços prestados ao Segundo Reinado, tomando tal designação toponímica de um pico e de uma povoação de Minas Gerais, onde se radicara sua família. Nasceu na Fazenda da Ilha, em Conceição da Barra (São João d'El Rei), em 6 de setembro de 1780, e faleceu em Vassouras em 22 de março de 1866, aos 85 anos, sendo filho do Capitão Francisco José Teixeira (nascido em 1750 em São Tiago da Cuxita, na Comarca de Guimarães, Arcebispado de Braga, Portugal e falecido em 1788 quando trabalhava como minerador no Rio das Mortes, em Minas Gerais) e de D. Ana Josefa de Souza (nascida em 1758 em São João d'El Rei e falecida em 23 de janeiro de 1808) e neto paterno de Belchior Gonçalves e de Helena Teixeira e materno de Manuel Martins de Carvalho e de Josefa de Souza Monteiro. Casou-se em 13 de setembro de 1802 com Francisca Bernardina do Sacramento Leite Ribeiro, nascida também em São João d'El Rei no dia 4 de junho de 1781 e morta em Vassouras em 6 de setembro de 1864 aos 83 anos, por uma infeliz coincidência no dia do aniversário de 83 anos do marido. Era ela filha do sargento-mor José Leite Ribeiro e de D. Escolástica Maria de Jesus (nascida em 1745 no Distrito de Nazaré, também em São João d'El Rei, e falecida na mesma cidade em 25 de junho de 1823, aos 78 anos de idade), sendo neta paterna de Francisco Leite Ribeiro e de Isabel Ferreira e materna do sargento-mor Lourenço Correia Sardinha (nascido em Portugal em data ignorada e falecido em Minas Gerais em 1747) e de Maria da Assunção Morais (nascida em São João d'El Rei em 1721 e ali morta em 1763). Francisca Bernardina também era sobrinha do barão de Itamarandiba (Joaquim Vidal Leite Ribeiro), sendo sua mãe irmã do barão de Ayuruóca ou Airuóca (Custódio Ferreira Leite). O barão de Itambé foi um banqueiro de grande renome em toda a área do Vale do Paraíba e político de imenso prestígio e respeito, principalmente em Vassouras, cidade em que desenvolveu vários trabalhos sociais. A propósito, deixou ele no centro de Vassouras e bem ao lado da Matriz um belo palacete edificado entre 1848 e 1849 por José Joaquim Botelho. Trata-se de uma rica e elegante construção assobradada, com cobertura em telha de canal, de pé direito elevado. No sobrado, na parte central, há um amplo salão com três portas que se abrem para a varanda corrida com guarda-corpo de ferro e belos desenhos nas vidraças das portas. Por sua vez, o pavimento térreo, que é mais longo que o segundo, possui cinco janelas. À direita do solar, lateralmente, aparece o pórtico de entrada para a chácara, dotado de portão de ferro robusto e desenho refinado, encimado por frontão partido que tem ao centro uma gárgula de louça. O belo prédio hoje pertence à Universidade de Vassouras.Os barões de Itambé geraram 11 filhos (8 homens e 3 mulheres), sendo que o segundo - Francisco José Teixeira Leite - foi titulado barão de Vassouras em 1871. Além de banqueiro, o barão de Itambé foi também agricultor e prestigiado chefe político, tendo sido agraciado pelo Império como Comendador da Imperial Ordem da Rosa.A descendência o barão de Itambé 01. JOSÉ EUGÊNIO TEIXEIRA LEITE (1803-1873), nascido em 28 de julho de 1803 em Conceição da Barra. Casado em 25 de janeiro de 1835 com Maria Guilhermina Cândida Teixeira Leite, sua prima. O casal teve 6 filhos (José Eugênio Filho, Francisco Leopoldo, Maria, João, Francisca e Ana). 02. FRANCISCO JOSÉ TEIXEIRA LEITE, O BARÃO DE VASSOURAS (1804-1884), casado uma primeira vez com sua prima Ana Esméria Teixeira Leite e uma segunda vez com outra prima, Alexandrina Teixeira Leite. Com a primeira esposa ele gerou 7 filhos e com a segunda mais  11 descendentes. Esse barão merecerá um capítulo futuro. 03. JOÃO EVANGELISTA TEIXEIRA LEITE (1807-1861), nascido em Conceição da Barra em 15 de maio de 1807. Casado em 26 de outubro de 1837 com Ana Bernardina de Carvalho, nascida em 1816 e falecida em 1851, filha do 1º Barão do Amparo. O casal gerou 5 filhos, sendo que a terceira (Amélia Eugênia Teixeira Leite) casou-se com Joaquim Gomes Leite de Carvalho, o 2º barão do Amparo, seu tio. Os outros quatro foram João Evangelista Filho, Francisco Augusto, Francisca Bernardina e Ana Bernardina. 04. MARIANA (OU MARIA ALEXANDRINA) TEIXEIRA LEITE (1808-1842), nascida em Conceição da Barra em 18 de dezembro de 1808 e falecida em São João d'El Rei em 28 de junho de 1842. Casada em 2 de novembro de 1827 com Batista Caetano de Almeida (nascido em 3 de maio de 1797 e falecido em 24 de junho de 1839), com quem gerou 5 filhos (Mariana, Emília, Batista Caetano Filho, Manoel e Francisca Bernardina). 05. ANTÔNIO CARLOS TEIXEIRA LEITE (1810-1877), nascido em Conceição da Barra em 26 de julho de 1810 e morto em 20 de outubro de 1810. Casado em primeiras núpcias com Maria Jesuína Teixeira Leite, sua contraparente, não se descobrindo registro de filhos para eles. Casado uma segunda vez com Umbelina Cândida Teixeira Leite, sua prima, teve com ela 8 filhos (João Olímpio, Antônio Carlos, Custódio Sobrinho, Umbelina, Ernestina, Carlos Alberto, Jorge Luiz e Luciano Arnaldo). 06 JOAQUIM JOSÉ TEIXEIRA LEITE (1812-1872), nascido em Conceição da Barra e batizado na Matriz daquela cidade em 6 de fevereiro de 1812. Faleceu em Vassouras em 14 de novembro de 1872. Casado em 15 de agosto de 1847 com Ana Esméria Corrêa e Castro, filha de Laureano Corrêa e Castro, o barão de Campo Belo. O casal teve apenas duas filhas: Francisca e Eufrásia Teixeira Leite, esta nascida em 1850. Eufrásia herdou dos pais, entre outros vários bens, a Chácara da Hera. 07. CARLOS TEIXEIRA LEITE (1814-1873), nascido em Conceição da Barra, onde foi batizado em 28 de julho de 1814. Casado na mesma cidade, em primeiras núpcias, em 6 de setembro de 1844, com sua sobrinha Mariana Alexandrina Teixeira de Almeida (filha de Batista Caetano e Maria Alexandrina), com quem gerou três filhos (Mariana, Carlos e Luciano). De um segundo casamento com Carlota Augusta do Couto Teixeira, em 18 de outubro de 1858, nasceram mais 5 filhos (Francisca, Francisco José, Ernesto, Julieta e Estefânia). 08.ANA JESUÍNA C NDIDA TEIXEIRA LEITE (1815-1899), nascida em Conceição da Barra em 10 de dezembro de 1815. Casada com o Comendador Luciano Leite Ribeiro. Não se conhecem descendentes do casal. 09. MARIA GABRIELA TEIXEIRA LEITE (1817-1883), nascida em Conceição da Barra em 28 de setembro de 1817 e falecida em 21 de agosto de 1883. Casada, em 6 de setembro de 1844, com o Major Francisco José Teixeira e Souza, seu primo nascido em 1800. Tiveram 5 descendentes, sendo que a filha Emília Gabriela Teixeira Leite e Souza tornou-se esposa de Manuel Gomes de Carvalho, o barão do Rio Negro. 10. CUSTÓDIO TEIXEIRA LEITE (1819-1883), nascido em Conceição da Barra em 1819 e falecido na cidade de Nice, na França, em 1 de fevereiro de 1883. Casado com sua prima Teresa Vidal Leite Ribeiro. Tiveram três filhos falecidos solteiros, cujos nomes não se tornaram conhecidos. 11. PEDRO TEIXEIRA LEITE - Sem maiores dados.
  • 2. MARQUES DE PARANAGUÁ. JOÃO LUSTOSA DA CUNHA PARANAGUÁ (1821  1912). Raríssimo prato Brasonado de porcelana Francesa, Marca de manufatura "Grand Depot E. Boureois". ABA COM EXUBERANTE BARRADO EM OURO DECORADO COM LAUREU. SUCEDE-SE DELICADA GUIRLANDA. EM RESERVA CAPRICHOSA COROA DE MARQUES EM SUA FORMULA HERÁLDICA. PERTENCEU AO SERVIÇO DO MARQUES DE PARANAGUA ILUSTRE MINISTRO DO IMPÉRIO, GOVERNADOR DAS PROVINCIAS DO MARANHÃO, BAHIA E  PERNAMBUCO. TAMBÉM FOI PRESIDENTE DO CONSELHO DOS MINISTROS (COMO PRIMEIRO MINISTRO) NO GABINETE PARANAGUA (1882-1883) NESTA POSIÇÃO LUTOU PELA APROVAÇÃO DA  PROIBIÇÃO DO TRAFICO INTERPROVINCIAL DE ESCRAVOS. VIDE NOS CREDITOS EXTRAS DO LOTE O RETRATO DO ILUSTRISSIMO MARQUES DE PARANAGUA - "PARIS".  24,5 CM DE DIÂMETRO. NOTA: João Lustosa da Cunha Paranaguá, 2.º Marquês de Paranaguá (Nossa Senhora do Livramento de Parnaguá, Piauí, 21 de agosto de 1821  Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1912) foi um magistrado e político brasileiro. Governou as províncias do Maranhão (19 de outubro de 1858 a 20 de maio de 1859), Pernambuco (2 de agosto de 1865 a 6 de março de 1866) e Bahia (25 de março de 1881 a 5 de janeiro de 1882). Foi ministro em diversos gabinetes (ver Gabinete Ferraz, Gabinete Sinimbu e Zacarias de 1866) e presidente do Conselho de Ministros (Gabinete Paranaguá). Nasceu na Fazenda Brejo do Mocambo, na antiga freguesia de Nossa Senhora do Livramento de Parnaguá (atual município de Parnaguá), Piauí. Filho do coronel José da Cunha Lustosa e de D. Ignácia Antônia dos Reis Lustosa, e neto do capitão-mor José da Cunha Lustosa e da paulista Helena Camargo de Sousa.1 Eram seus irmãos o Barão de Paraim e o Barão de Santa Filomena. Formado pela Faculdade de Direito de Olinda em 1846, casou-se no ano seguinte, em Salvador, com Maria Amanda Pinheiro de Vasconcelos (Salvador, 3 de setembro de 1829  Nova Friburgo, 20 de novembro de 1873), filha do Visconde de Monserrate, com quem teve seis filhos. A segunda Condessa do Barral foi uma delas. Também a baronesa de Loreto. O Conde de Paranagua também foi seu filho.  Desde cedo ocupou os cargos de juiz distrital, delegado de polícia em Salvador, secretário da Província da Bahia, juiz do Distrito de Petrópolis, juiz da 3ª Vara Cível da Corte, fazendo a sua carreira na magistratura até atingir o cargo de conselheiro (atual desembargador), em sua província natal, aposentando-se em 1878 com honras de Desembargador. Foi deputado provincial pela província da Bahia (1848-1849). Foi deputado geral, representando a província do Piauí entre 1850 a 1864, nas 8ª e 13ª legislaturas, tomando posse em 21 de dezembro de 1849. Foi nomeado senador vitalício por Carta Imperial de 16 de janeiro de 1865, em diversas legislaturas entre 1865 a 1889, quando houve a queda do Império no Brasil. Tendo iniciado a vida política nas fileiras do Partido Conservador, tornou-se posteriormente um dos líderes do Partido Liberal. Fez parte de vários gabinetes imperiais:Ministro da Justiça - de 10 de agosto de 1859 a 3 de março de 1861 e de 3 de agosto a 27 de outubro de 1866 (Gabinete Ferraz); Ministro da Justiça, dos Estrangeiros e da Guerra - de 7 de outubro de 1866 a 16 de julho de 1868 (Gabinete Zacarias de 1866); Ministro da Guerra - 1878 (Gabinete Sinimbu); Primeiro-ministro e ministro da Fazenda - de 3 de julho de 1882 a 24 de maio de 1883 (Gabinete Paranaguá); Ministro dos Estrangeiros - de 9 de dezembro de 1867 a 14 de abril de 1868 e de 6 de maio a 20 de agosto de 1885 (Gabinete Saraiva de 1885). Quando ocupou a Pasta da Guerra o país estava mergulhado no conflito com o Paraguai.Além das atividades políticas teve intensa vida cultural, tendo presidido a "Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro" desde 1883 e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que presidiu de 1906 a 1907, além de ter sido membro efetivo e honorário de entidades similares.Algumas de suas correspondências com o imperador D. Pedro II, de grande valor histórico, estão preservadas no Museu Imperial de Petrópolis. Foi o segundo visconde (com grandeza), título concedido por decreto imperial em 18 de janeiro de 1882 e segundo marquês de Paranaguá. Grande do Império, veador de Sua Majestade a Imperatriz, comendador da Ordem de São Gregório Magno, dentre outras. Com a proclamação da República abandonou a atividade política.
  • BARÃO DE IBITINGA (1832-1815)  JOAQUIM FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE  FILHO DO BARÃO DE ITATIBA, SOGRO E PADRASTO DO CONDE DE ÁLVARES PENTEADO, CUNHADO DA BARONESA DE PIRAPITINGUI. PRATO PARA SOBREMESA EM PORCELANA DA MANUFATURA DE CHARLES PILLIVUYT & CO MEDAILLE D0R 1867  1878. BORDA COM BARRADO EM SALMÃO DELIMITADO POR FRISOS EM OURO. CALDEIRA COM RESERVA CONTENDO INICIAS BI ENTREÇADOS SOB COROA DE BARÃO. PERTENCEU AO SERVIÇO DE JOAQUIM FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE. EXEMPLAR DESSE BELO SERVIÇO ESTÁ REPRODUZIDO A PAGINA 265 DO LIVRO LOUÇA DA ARISTOCRACIA DO BRASIL POR JENNY DREYFUS.  EXCELENTE ESTADO DE CONSERVAÇÃO. FRANÇA, DEC. 1870. 21,5 CM DE DIAMETRONOTA: Natural de Campinas, Joaquim Ferreira de Camargo nasceu em 1832. Proprietário de uma fazenda de café, conhecida como Nova Lousã, no município de Espírito Santo do Pinhal. Também foi proprietário da Fazenda das Cabras e São José. Pertenceu ao Partido Liberal, exercendo cargos de nomeação e eleição popular. Foi fazendeiro e teve plantação de café no município de Itatiba/SP, foi também vereador, juiz municipal e diretor de várias empresas, como a Companhia Campineira de Iluminação e Gás e Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Em 1882 foi agraciado com o título de Barão de Ibitinga pelo Governo Imperial. Joaquim Ferreira de Camargo Andrade é neto, por pai, do Capitão Joaquim de Camargo Penteado e é neto, por mãe, do Capitão Mor, Floriano de Camargo Penteado. Foi fazendeiro e teve plantações de café no município de Itatiba/SP. Casou-se com Cândida Marcolina de Cássia Franco (1842 - 1866), filha do capitão Joaquim Franco de Camargo e de sua segunda esposa, Maria Lourença de Morais. Eram suas irmãs Manuela Assis de Cássia Franco, baronesa de Araras, e Clara Franco de Camargo, primeira esposa do Barão de Arari. O casal teve cinco filhos: Maria Ferreira de Camargo; Francisca Ferreira de Camargo; Cândida Ferreira de Camargo; Joaquim Ferreira de Camargo; Ana Ferreira de Camargo, morta em tenra idade. Viúvo, casou pela segunda vez com Maria Higina Álvares de Almeida Lima (1833 - 1902), também viúva (do Dr. João Carlos Leite Penteado), filha de Antônio Álvares de Almeida Lima, importante fazendeiro de Limeira, e de Maria Emília de Toledo, irmã do Barão do Descalvado. Desta união, nasceram-lhe mais quatro filhos: Alberto Ferreira de Camargo; Clodomiro Ferreira de Camargo; Fausto Ferreira de Camargo; Amália Ferreira de Camargo. Um fato curioso é que Maria, Francisca e Cândida, as três filhas do primeiro casamento de Camargo Andrade, casaram-se, respectivamente com Antônio Álvares, Carlos Olímpio e Bernardo Álvares Leite Penteado, filhos do primeiro casamento de Maria Higina. Também Clodomiro casou-se com Lucília Ferreira de Camargo, sua sobrinha, filha de sua meia-irmã Maria Joana Leite Penteado, do casamento de Maria Higina e de João Carlos Leite Penteado, e de Elisiário Ferreira de Camargo Andrade, seu tio paterno. Já Joaquim e Alberto desposaram outras duas irmãs: Clara e Olívia, filhas de João Soares do Amaral e de Maria da Glória Lacerda (filha de Clara Franco de Camargo). Amália, por sua vez, casou-se com Henrique Santos Dumont, irmão de Alberto Santos Dumont. Em 7 de maio de 1882, foi condecorado com o título de Barão de Ibitinga pelo imperador Pedro II. Faleceu em Campinas, aos 83 anos, e seu corpo foi sepultado no Cemitério da Saudade
  • ELDINO DA FONSECA BRANCANTE. O BRASIL E A CERÂMIA ANTIGA. CIA LITHOGRAFICA IPIRANGA. SÃO PAULO, 1981. 730 PP. IMPORTANTE OBRA REFERENCIAL SOBRE PORCELANA DE TITULARES PORGUESES NO BRASIL, CASA REAL E IMPERIAL PORTUGUESA E BRASILEIRA, NOBRES E ARISTOCRATAS BRASILEIROS. IMPERDÍVEL E EM MUITO BOM ESTADO!
  • FLACON DE SEIL (GARRAFA DE SAIS ) ESTILO E ÉPOCA NAPOLEÃO III EM OURO MACIÇO (FRACO E TAMPA)  VIVAMENTE DECORADO EM ESMALTES COM MARCAS DE CONTRASTE FRANCES PARA O SÉC XIX. A TAMPA BASCULANTE É DECORADA EM RELEVO COM FLORES, VOLUTAS E CABEÇAS DE RAPOSA. INTERIOR TEM ROLHA EM CRISTAL PARA IMPEDIR A DISSIPAÇÃO DOS SAIS O QUE OS TORNARIA OBSOLETOS PARA SEU USO: DESPERTAR DE DESMAIOS POR FALTA DE AR AS DAMAS QUE USAVAM OS APERTADOS ESPARTILHOS. O FRASCO DE FEITIO CONICO TEM DECORAÇÃO COM ROSAS PAPOULAS, CORDAS DE VIOLA E OUTRAS FLORES DO CAMPO.  O ESMALTE ESTA IMPECÁVEL. AS RESERVAS FLORAIS SÃO EMOLDURADAS EM CARTELA EM VERMELHO COM ELEGANTES ARREMATES EM OURO. ESTÁ IMPECÁVEL. PEÇA MAGNIFICA PARA COLECIONADOR. NO MERCADO INTERNACIONAL UM FRASCO EM OURO, CRISTAL E ESMALTE COMO ESSE ATINGE CIFRAS DA ORDEM DE ALGUNS MILHARES DE EUROS. PARA SUA COMPARAÇÃO VIDE UM DESSES FRACOS AVALIADO EM LEILÃO COM VALOR ENTRE R$ 25.000,00 E R$ 40.000,00 (VIDE EM: https://www.tajan.com/auction-lot/fanniere-freres-annees-1860-exceptionnel-flacon-a_07C42E8B3F ). FRANÇA, SEGUNDA METADE DO SEC. XIX. 7 CM DE ALTURA. 23,1 GNOTA: Utilizadas pela primeira vez pela aristocracia no século XVII, as garrafas de sal, uma forma de luxo, foram utilizadas pela burguesia no século XVIII e depois por notáveis no século XIX. Testemunhas da moda e da feminilidade, os pequenos frascos são também testemunhas do boom industrial do século XIX, em particular do desenvolvimento das técnicas e da procura de novidades nas fábricas de cristais. Esses pequenos frascos eram usados para acordar mulheres propensas a desmaiar devido a espartilhos muito apertados. As mulheres os guardavam no bolso ou na bolsa, mas mais frequentemente como um pingente no pescoço, pendurado com amuletos para não serem pegas desprevenidas quando esses vapores horríveis surgiram. Eles foram obrigados a respirar esses sais e as senhoras com espartilhos, sujeitas a numerosos desconfortos, recuperaram a razão. A garrafa de sal era uma desculpa para expor um belo objeto que, após o uso, seria colocado em um móvel de quarto ou boudoir. As garrafas de sal são sempre equipadas com uma segunda rolha de vidro porque a garrafa continha sais de carbonato de amônio ou sais de amônia, muitas vezes mantidos em garrafas Overlay de cristal ou opalina no século XIX,
  • BARÃO DE POTENGI (INACIO DE AMERICA PINHEIRO, 1830-1892) - PRATO EM PORCELANA FRANCESA DE LIMOGES, MANUFATURA "HAVILAND & Cº", SÉC XIX. ESMALTADO COM RAMOS DE ROSA EM POLICROMIA. BORDA MONOGRAMA " BP " EM DOURADO E ROSA SOB COROA DE BARÃO. BORDA ONDULADA COM FRISO DOURADO. REPRODUZIDO NO LIVRO "LOUÇA DA ARISTOCRACIA NO BRASIL" POR JENNY DREYFUS NA PAG. 309. EXEMPLAR DESSE SERVIÇO COMPÕE TAMBÉM O ACERVO DO MUSEU IMPERIAL DE PETRÓPOLIS. 24 CM DE DIAMETRO. NOTA: IGNÁCIO JOSÉ DA AMÉRICA PINHEIRO, PRIMEIRO E ÚNICOBARÃO DE POTENGI (VALENÇA  IO DE JANEIRO,19 DE OUTUBRO DE 1892) FOI UM NOBRE BRASILEIRO. FILHO DE JOSÉ PINHEIRO DE SOUSA E DE ISABEL MARIA DA VISITAÇÃO, QUE ERA FILHA DE INÁCIO DE SOUSA WERNEK. CASOU-SE COM ANA PEREGRINA PINHEIRO WERNECK (1837 - 13 DE MARÇO DE 1925), E TORNOU-SE BARONESA DE POTENGI. AGRACIADO COM O TÍTULO DE BARÃO, POR DECRETO IMPERIAL DE17 DE JUNHO DE 1882.ERA IRMÃO DO VISCONDE DE IPIABAS, PEREGRINO JOSÉ DE AMÉRICA (OU DAMERICA) PINHEIRO (1811-1882) QUE FOI SENHOR DA FAMOSA FAZENDA ORIENTE EM VASSOURAS. A FAMÍLIA PINHEIRO TORNOU-SE UM  DOS MAIS IMPORTANTES CLÃNS CAFEEIROS DO BRASIL. UMA DAS FILHAS DO VISCONDE DE IPIABAS, DONA ANA PEREGRINA, PINHEIRO WERNECK VEIO A CASAR-SE COM O BARÃO DE POTENGI, IRMÃO DO VISCONDE IPIABAS, TORNANDO-SE PORTANTO TIO DE SUA ESPOSA E CUNHADO DE SEU IRMÃO. O VISCONDE DE IPIABAS E SEU IRMÃO O BARÃO DE POTENGY ERAM MEMBROS DA ANTIGA ARISTOCRACIA RURAL FLUMINENSE, ERAM UM DOS MAIORES PRODUTORES DE CAFÉ EM VALENÇA, RIO DE JANEIRO. PEREGRINO FOI COMENDADOR E CORONEL DA GUARDA NACIONAL, SENDO TAMBÉM AGRACIADO COM AS INSÍGNIAS DAS ORDENS DE CRISTO E DA ROSA, ALÉM DE SER MOÇO FIDALGO COM EXERCÍCIO NA CASA IMPERIAL. FOI PROVEDOR DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VALENÇA E MEMBRO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO, ALÉM DE CONTRIBUIR COM ELEVADA SOMA DE DINHEIRO PARA A CRIAÇÃO DO CORPO DO EXÉRCITO DO BRASIL QUE LUTOU NA GUERRA DO PARAGUAI. EXTREMAMENTE RELIGIOSO, COLABOROU PARA A RESTAURAÇÃO, E MESMO CONCLUSÃO, DE VÁRIAS IGREJAS LOCALIZADAS NA ÁREA DE VALENÇA. CASOU-SE NO DIA 4 DE FEVEREIRO DE 1841 COM SUA PRIMA-IRMÃ ANA ISABEL WERNECK, COM QUEM TEVE 15 FILHOS. PELA SUA INICIATIVA EM CONSTRUIR ESCOLAS, HOSPITAIS E EM LIBERTAR A MAIORIA DE SEUS ESCRAVOS E TORNA-LOS TRABALHADORES ASSALARIADOS, RECEBEU DO IMPERADOR INÚMERAS CONDECORAÇÕES, SENDO CAVALEIRO DA IMPERIAL ORDEM DA ROSA, DA IMPERIAL ORDEM DE CRISTO E TÍTULOS DE BARÃO E VISCONDE DE IPIABAS. FALECIDO EM 1883 DEIXOU PARA SEUS DESCENTES 38 ESCRAVOS, E MAIS DE 100 CONTOS DE RÉIS. A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO TROUXE GRANDES PREJUÍZOS FINANCEIROS A FAZENDA DA FAMÍLIA, QUE ERA ADMINISTRADA POR SUA VIÚVA, DONA ANA WERNECK QUE ACUMULOU MAIS DE 150 CONTOS DE RÉIS ANTES DE SUA MORTE EM 1892. NA VIRADA DO SÉCULO XX, A FORTUNA DA ANTIGA FAMÍLIA CAFEEIRA JÁ HAVIA EVAPORADO ENTRE OS DESCENDENTES. (VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE FOTOGRAFIA DO RETRATO DO VISCONDE DE IPIABAS)

590 Itens encontrados

Página: