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  • A PARTIR DESSE MOMENTO APREGOAREMOS OBJETOS DE UMA SALA NA FAZENDA QUE INSPIROU UMA POESIA DE GUILHERME DE ALMEIDA, O PRÍNCIPE DOS POETAS POR OCASIÃO DE UMA DE SUAS ESTADAS NA FAZENDA SANTA CÂNDIDA. A SALA PERMANECE PRATICAMENTE INTOCADA COMO ESTAVA HÁ QUASE SETENTA ANOS QUANDO A POESIA FOI ESCRITA. GUILHERME DE ALMEIDA FOI AMIGO DE CAIO PINTO GUIMARÃES E FREQUENTOU MUITAS VEZES A FAZENDA. FOI ELE ALÍAS, GENEALOGISTA RECONHECIDO QUEM DESENHOU O BRASÃO E A BANDEIRA DA FAZENDA. INICIAREMOS COM O LOTE QUE SEGUE: SANTO ANTÔNIO DO PORTO  BUSTO DE CAMÕES LAUREADO. RARA E IMPORTANTE HERMA EM FAIANÇA DE SANTO ANTONIO DO PORTO COM A FIGURA DO POETA LUIZ VAZ DE CAMÕES (1524  1580), A FIGURA MAIOR DA LITERATURA LUSÓFONA E UM DOS MAIORES POETAS DA TRADIÇÃO OCIDENTAL. O POETA É REPRESENTADO COROADO POR LAURÉL. NA BASE INCRIÇÃO L. CAMÕES E NA LATERAL FÁBRICA DE SANTO ANTONIO DO PORTO. TRATA-SE DE PRODUÇÃO DE MEADOS DO SEC. XIX, DA FASE MAIS EXPRESSIVA DA FÁBRICA QUANDO ESTAVA SOB A DIREÇÃO DE JOÃO DO RIO (QUANDO AS INSCRIÇÕES DAS PEÇAS ERAM ESTAMPILHADAS EM AZUL). GUILHERME DE ALMEIDA REFERENCIA ESTA PEÇA EM SUA POESIA NO TRECHO: Velam do alto da galeria, o busto de Camões Guerreiro; e das paredes do living os soberanos do Brasil Reino e do Brasil Império.... PORTUGAL, SEC. XIX. 95 CM DE ALTURA.NOTA: No carnaval de 1956, Guilherme de Almeida esteve hospedado na fazenda Santa Cândida. Logo depois, publica a poesia intitulada: Ô SAISONS, Ô CHATEAUX (CASTELOS E ESTAÇÕES) inspirada na obra do existencialista RIMBAUD. Nessa poesia, Guilherme de Almeida refere-se há casa sede da fazenda e há muitos objetos na sala em que escreveu a obra e que agora serão apregoados. Curiosamente a sala permanece com a mesma decoração de setenta anos atrás quando a poesia foi escrita. Faremos a seguir a transcrição da poesia: Ô SAISONS, Ô CHATEAUX - GUILHERME DE ALMEIDA: Sob o céu de chumbo e de ouro  ora chuva ,ora sol  a aléia curva que sobe e chega rasgando a tapeçaria, pesada das belas árvores... (as volumosas mangueiras estão soltando seus frutos moles sobre a grama e o pedregulho; os bambus imperiais, cabeceando as grimpas bem penteadas; os flamboyants, rastejando quase os verdes archotes inflamados)...para mostrar a arquitetura monárquica de cal alva debruada de azulejos e coroada de deuses: toda branca mitologia de louça portuguesa de Santo Antonio. Eis a varanda sob arcadas. Muito lustrada, a cerâmica vermelha espelha vimes e shorts, bordada de potes de malva que cheira religiosamente. Em frente, o largo tabuleiro de feltro verde estendido até onde a hera vestiu o muro baixo e as pilastras com suas pinhas e seus vasos de colonial branco-azul-amarelo. E há o gradil, à esquerda, de ferro e rosas vermelhas, com seu portão sobre degraus de pedra e azulejos, que descem para piscina. Ah! O espelho de anil entre taludes verde-musgo, sob a chuva de confetti de ouro das acácias, debruçadas  Loreleis penteando seus cabelos  e aos pés das coloridas e desdobradas lônas preguiçosas! Ao tempo sábio é de intermitências. É contra a monotonia. Há pouco, estalava o sol; agora, estralejou em raios e mandou chuva.  - Choveu muito por aí? - De fazer poça. Chuva criadeira... E de tarde. Uma clareira no céu: reflector de teatro que acendeu, longe, o pasto numa encosta. E o gado  vaquinhas de presépio  aprisionou-se sob uma espetacular paineira. A noite de poltronas de couro e lâmpadas baixas. Os livros das estantes e o whisky do bar vêm entrar na conversa pensativa e longa. Velam do alto da galeria, o busto de Camões Guerreiro; e das paredes do living os soberanos do Brasil Reino e do Brasil Império. Fazenda paulista no Carnaval de 1956. ô saisons, ô chateax ... BIOGRAFIA DE GUILHERME DE ALMEIDA:    Terceiro ocupante da Cadeira 15 da ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, eleito em 6 de março de 1930. Guilherme de Almeida, poeta e ensaísta, nasceu em Campinas, SP, em 24 de julho de 1890, e faleceu em São Paulo, SP, em 11 de julho de 1969. Filho do jurista e professor de Direito Estevam de Almeida, estudou nos ginásios Culto à Ciência, de Campinas, e São Bento e N. Sra. do Carmo, de São Paulo. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, onde colou grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1912. Dedicou-se à advocacia e à imprensa em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foi redator de O Estado de São Paulo, diretor da Folha da Manhã e da Folha da Noite, fundador do Jornal de São Paulo e redator do Diário de São Paulo. A publicação do livro de poesias Nós (1917), iniciando sua carreira literária, e dos que se seguiram, até 1922, de inspiração romântica, colocou-o entre os maiores líricos brasileiros. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, fundando depois a revista Klaxon. Percorreu o Brasil, difundindo as idéias da renovação artística e literária, através de conferências e artigos, adotando a linha nacionalista do Modernismo, segundo a tese de que a poesia brasileira deve ser de exportação e não de importação. Os seus livros Meu e Raça (1925) exprimem essa orientação fiel à temática brasileira. A essência de sua poesia é o ritmo no sentir, no pensar, no dizer. Dominou amplamente os processos rímicos, rítmicos e verbais, bem como o verso livre, explorando os recursos da língua, a onomatopéia, as assonâncias e aliterações. Na época heróica da campanha modernista, soube seguir diretrizes muito nítidas e conscientes, sem se deixar possuir pela tendência à exaltação nacionalista. Nos poemas de Simplicidade, publicado em 1929, retornou às suas matrizes iniciais, à perfeição formal desprezada pelos outros, mas não recaiu no Parnasianismo, porque continuou privilegiando a renovação de temas e linguagem. Sobressaiu sempre o artista do verso, que Manuel Bandeira considerou o maior em língua portuguesa. A sua entrada na Casa de Machado de Assis significou a abertura das portas aos modernistas. Formou, com Cassiano Ricardo, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia e Alceu Amoroso Lima, o grupo dos que lideraram a renovação da Academia. Em 1932 participou da Revolução Constitucionalista de São Paulo e esteve exilado em Portugal. Distinguiu-se também com heraldista. É autor dos brasões-de-armas das seguintes cidades: São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e Embu (SP). Compôs um hino a Brasília, quando da inauguração da cidade. Em concurso organizado pelo Correio da Manhã foi eleito, 16 de setembro de 1959, Príncipe dos Poetas Brasileiros (4o do título). Era membro da Academia Paulista de Letras; do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; do Seminário de Estudos Galegos, de Santiago de Compostela; e do Instituto de Coimbra. Traduziu, entre outros, os poetas Paul Géraldy, Rabindranath Tagore, Charles Baudelaire, Paul Verlaine e, ainda, a peça a peça Huis clos (Entre quatro paredes) de Jean Paul Sartre.
  • DOM PEDRO I - IMPERIAL ORDEM DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. PRECIOSA INSÍGNIA EM GRAU DE COMENDADOR CONSTRUIDA EM OURO DE ALTO TEOR E ESMALTES. NOTA-SE A CARACTERIZAÇÃO NACIONALISTA DA COMENDA COM A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL ATRAVÉS  DA INSERÇÃO DAS CORES PÁTREAS EM VERDE (ESMALTES NOS LOUROS) E AMARELO (DO OURO). O MODELO DA COROA É O DO PRIMEIRO IMPÉRIO. TODOS OS ATRIBUTOS DESSA COMENDA PERMITEM LOCALIZAR SUA ÉPOCA DE MANUFATURA E CONCESSÃO NA DÉCADA DE 1820. TAL AFIRMAÇÃO É COMPROVADA QUANDO VERIFICAMOS UMA GRAVURA DE DEBRET DA DÉCADA DE 1820 ILUSTRANDO OS TITULARES DA ORDEM DE CRISTO E REPRODUZINDO UMA COMENDA IDENTICA A ESSA APREGOADA (VIDE IMAGEM DA GRAVURA DE DEBRET NOS CRÉDITOS DE FOTOS EXTRAS DESSE LOTE). BRASIL, INICIO DO SEC. XIX. 5 CM DE ALTURA, 6,6 G.NOTA: Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus, ou simplesmente chamada Ordem de Cristo, é uma ordem de cavalaria instituída pelo imperador Pedro I do Brasil em 7 de Dezembro de 1822, com base da ORDEM DE CRISTO portuguesa fundada pelo rei Dom Dinis e pelo papa João XXII em 1316-1319. A ordem foi usada para premiar pessoas por serviços excepcionais que resultaram em utilidade notável e comprovada para a religião(catolicismo romano), para a humanidade e para o estado. Cavaleiros da Ordem de Cristo faziam parte da nobreza sem título do Império do Brasil. Até Dom João VI a Ordem de Cristo era concedida mediante rigoroso exame do postulante, duas características eram fundamentais: Sangue Limpo (que significava não haver em sua linhagem precedente elementos com ascendência judaica, moura ou negra) e comprovar que pelo menos há três gerações não houve registro de mácula mecânica ou seja depender da subsistência por esforço braçal. A partir do séc. XVIII, sob o reinado de DOM JOSÉ I, e da filha DONA MARIA I para garantir a fidelidade dos vassalos na colônia foi preciso dispensar alguns critérios na concessão da ordem e com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil houve um afrouxamento sem precedentes desses critérios. Não foi tarefa fácil transformar a rude colônia em sede de reino e para aglutinar esses esforços Dom João VI passou a oferecer aos  ricos proprietários de terra a possibilidade de ascender a categoria de Nobreza não Titulada com a concessão da Ordem de Cristo. Essa estratégia esbarrava em alguns problemas técnicos por assim dizer, difícil era quem não tivesse no Brasil miscigenação de sangue ou que não tivesse dado duro para chegar a condição de senhor. Havia ainda uma categoria de cidadãos abastados enriquecidos de forma escandalosa como o tráfico de escravos. Tudo isso fez com que a partir daí a Ordem de Cristo, ou os critérios para sua concessão, nunca mais fossem os mesmos no Brasil ou em Portugal. Embora a posição de senhor de engenho por si só já oferecesse status privilegiado e uma posição de destaque dentro do cenário colonial muitos senhores de engenho almejavam obter títulos de nobreza devido às vantagens que o ser nobre conferia aos titulados. Fazer parte da nobreza como membros das ordens militares, por exemplo, significava estar isento de impostos como o dízimo, o que interessava a muitos senhores de engenho e em contrapartida era uma das razões para a relutância da Coroa em conceder estas honras. Uma patente de oficial miliciano, assinada pelo rei, proporcionava aos senhores de terra não só a tão almejada distinção, mas também regalias que se caracterizavam como um estilo de vida peculiar da nobreza, que incluía ter serviçais à disposição, usar montaria, gozar de regalias, como obter autorização para celebrar missas no oratório da casa e demonstrar refinamento de maneira e de costumes, a fim de serem reconhecidos enquanto homens bons. Aos homens bons cabia também a escolha, entre o seu meio, dos eleitores que, por sua vez, elegeriam os vereadores, juízes ordinários, procuradores, escrivães, almotacés e outros cargos das câmaras municipais das Vilas.  Com a Independência do Brasil também era premente garantir as alianças locais e fidelidade dos súditos do Império nascente além da instituição de uma nobreza que garantisse a ordem social necessária ao aparato imperial. Depois da Independência do Brasil, o imperador Dom Pedro I continuou sua autoridade inerente como a fonte de honras transmitida por seu pai, o rei Dom João VI de Portugal. Seu direito estendia-se a conferir títulos de nobreza e também as três antigas ordens portuguesas de cavalaria: Ordem de Cristo, Ordem de Aviz e a Ordem de São Tiago da Espada. Dom Pedro I tornou-se o primeiro Grão-Mestre do ramo brasileiro da Ordem de Cristo. Segundo o historiador Roderick J. Barman, Dom Pedro I declarou em um decreto que seu direito se originou em: Soberanos Reis meus Predecessores, e especialmente pelo meu Santo e Soberano Padre D. João VI. Após a morte de seu pai, Dom Pedro I também se tornou o Grão-Mestre da Ordem Portuguesa de Cristo como Rei Pedro IV de Portugal. Em 1834 a Ordem de Cristo foi reformada pelo governo liberal de Portugal e pela rainha Maria II(irmã do imperador Dom Pedro II).A ordem perdeu suas prerrogativas militares com a reforma e tornou-se uma ordem nacional. Como tal, o ramo brasileiro da Ordem de Cristo era o único ramo que mantinha seu status militar. Em 1843 o ramo brasileiro também foi reformado pelo Imperador Dom Pedro II e tornou-se uma ordem nacional com o decreto N. 2853. Como tal, a Ordem de Cristo terminou a sua existência como uma ordem militar em Portugal e no Brasil; no entanto, a ordem permaneceu altamente considerada pela nobreza do Brasil e Portugal como resultado de sua importância para a história e o prestígio que proporcionava aos cavaleiros. Membros de todas as ordens brasileiras de cavaleiros faziam parte da nobreza sem título, independentemente do grau, dependendo do grau do cavaleiro eles também recebiam honras militares, saudações e estilos honoríficos. Em 22 de março de 1890, a ordem foi cancelada como ordem nacional pelo governo interino dos Estados Unidos do Brasil. No entanto, desde a deposição em 1889 do último monarca brasileiro, o imperador Pedro II, a ordem é reivindicada como uma ordem de casa, sendo concedida pelos chefes da Casa de Orleans-Bragança, pretendentes ao extinto trono do Brasil. A atual família imperial brasileira é dividida em dois ramos, Petrópolis e Vassouras, e o título Grão-Mestre da Ordem é disputado entre esses dois ramos.
  • BARÃO DE IGUAPE  SUNTUOSA CÔMODA PAPELEIRA BRASILEIRA D. JOSÉ ,EM JACARANDÁ. ORNADA  POR ALMOFADAS CONSTITUINDO MOLDURAS. ESCULPIDA E ORNAMENTADA POR  FRISOS,  FOLHAGENS  E  VOLUTAS.  TAMPO  RECLINÁVEL  CENTRALIZANDO. FÁBRICA COM GAVETINHAS E ESCANINHOS. EM POSIÇÃO CENTRAL NICHO COM PORTA CONTENDO MONOGRAMA ENTALHADO AP ENTRELAÇADO RELATIVO A ANTONIO PENTEADO CAIXA RETA COM FRENTE ABAULADA E MOVIMENTADA, APRESENTANDO TRÊS GAVETÕES ALMOFADADOS SUPERPOSTOS LADEADOS POR COLUNATAS ORNAMENTADAS POR COMPOSIÇÕES VEGETAIS. SAIA INFERIOR CURVA SUCEDIDA POR LARGOS PÉS ESPARRAMADOS E PERGAMINHOS. POSSUI COMPARTIMENTO OCULTO ACESSÍVEL POR SEGREDO. MED. FECHADA 122 X 124 X 64 CM ; MED. ABERTA 125 X 137 X 98 CM.NOTA: Antônio da Silva Prado, primeiro barão com grandeza de Iguape, (São Paulo, 13 de junho de 1778 São Paulo, 17 de abril de 1875) foi um aristocrata e político brasileiro. Morreu aos 97 anos de idade. Era filho do capitão Antônio da Silva Prado e de Ana Vicência Rodrigues de Almeida. Foi capitão-mor de São Paulo, vice-presidente da mesma província, comendador da Imperial Ordem de Cristo e oficial da Imperial Ordem da Rosa. Elevado a barão por decreto de 12 de outubro de 1848 e grandeza recebida aos 2 de dezembro de 1854, pelos relevantes serviços que prestou à causa pública. O título faz referência à cidade homônima. A 10 de agosto de 1838, em São Paulo, casou-se com Maria Cândida de Moura, com quem teve: Veríssimo Antônio da Silva Prado Veridiana Valéria da Silva Prado Teve um neto homônimo, conselheiro Antônio da Silva Prado, que foi intendente de São Paulo. Muitas lendas se criaram em torno desse ilustre personagem, figura das mais salientes de seu tempo. Mas todos perguntam: quem foi o Barão de Iguape, que é nome de rua em São Paulo? Antônio da Silva Prado era neto de portugueses. Pertencia à terceira geração da família no Brasil. Seu avô, sargento-mor Antônio da Silva Prado, patriarca da família, nasceu em Portugal e veio para o Brasil ainda moço, onde fez fortuna, aqui falecendo em 1737, em Jundiaí. Convém ressaltar que a época em que Antônio da Silva Prado foi feito barão, Iguape era uma das mais promissoras vilas do Império, famosa pela qualidade do seu arroz e pelo refinamento de sua sociedade. A filha do Barão de Iguape, Veridiana Valéria da Silva Prado (1825-1910) casou-se com o tio Martinho da Silva Prado (1811-1891), bacharel em Direito, que se dedicou à agricultura, primeiramente plantando cana e produzindo açúcar e, depois, café, ampliando consideravelmente a fortuna do sogro, irmão (somente por parte de mãe) e primo-irmão. Desse casamento nasceram quatro filhos: -Antônio da Silva Prado (1840-1929), -Martinho da Silva Prado Jr. (1843-1906), -Antônio Caio da Silva Prado (1853-1889) -Eduardo da Silva Prado (1860-1901). Muitas histórias foram criadas sobre essa família. Veridiana Prado incorporou todo o orgulho e opulência da aristocracia cafeeira, dando-se à extravagância de possuir jóias mais ricas que as da imperatriz. Seu neto, do mesmo nome, era um homem de fibra, destemido, capaz de realizar negócios mirabolantes. Começou sua fortuna (que seria uma das maiores do País na época) comprando muares nos estados de Goiás e Bahia, para, depois, revendê-los em São Paulo. Tornou-se também, além de pecuarista, grande proprietário rural, solidificando o nome da família Prado, que se transformaria na mais opulenta família paulistana do Século XIX. Antônio da Silva Prado nasceu em 1778 e faleceu em 1875, com quase cem anos. Figura saliente nos meios sociais, políticos e econômicos da Corte do Imperador D. Pedro II, deste recebeu o título nobiliárquico de Barão de Iguape no ano de 1841.
  • PERIODO VITORIANO - SUNTUOSA SOPEIRA COM SEU PRESENTOIR EM PRATA DE LEI. MARCAS PARA CIDADE DE LONDRES E LETRA DATA 1887. MARCAS DO PRATEIRO EDWARD BARNAD & SON, PRATEIRO DA RAINHA VITORIA AUTOR DA LILY FONT A GRANDE PIA BATISMAL ENCOMENDADA PARA BATIZAR OS PRINCIPES DA INGLATERRA. A SOPEIRA TEM O CORPO LISO, COM PRESENTOIR DOTADO DE ELEVAÇÃO PARA ENCAIXE DA SOPEIRA DEIXANDO-A EM DESTAQUE. ARREMATES COM PEROLADOS. POSSUI EM RESERVA NO BOJO TIMBRE ARMORIAL COM FIGURA DE CAVALO E O LEMA SI JE PUIS- SIM EU POSSO. PEÇA COM VALOR DE MERCADO INTERNACIONAL. INGLATERRA, SEC. XIX. 45 X 29 CM, 3,5KGNOTA: Edward Barnard and Sons era uma empresa de ourives britânicos. Eles criaram a fonte Lily , uma grande fonte batismal em prata dourada usada nos serviços de batismo de membros da família real britânica. A fonte Lily foi encomendada pela rainha Victoria a Edward Barnard and Sons, para o batizado de seu primeiro filho, em 10 de fevereiro de 1840. Em 1898, eles se mudaram para Fetter Lane e, em 1920, para Hatton Garden , Londres.
  • MESTRE VALENTIM  grandioso aparador em talha de madeira policromada. procedente da igreja bom jesus do calvário do rio de janeiro. esta igreja foi demolida na decada de 1940 durante o governo de getúlio vargas a fim de permitir o traçado da avenida rio branco. possui nota fiscal de venda emitida pelo antigo antiquário stanislaw herstal em 8  de agosto de 1956 (vide foto da nota nos créditos extras desse lote). nessa nota o antiquario declara a venda e a origem da peça. na época da venda nos anos 50 ainda não se falava no mestre valentim, gênio do barroco carioca, somente nas últimas décadas veio á luz graças aos esforços dos historiadores da arte sacra colonial brasileira a riqueza do trabalho desse que é considerado o aleijadinho carioca. uma grandiosa talha dessa mesma igreja de bom jesus do calvário integra hoje o acervo do mar (museu de arte do rio de janeiro), vide a foto da talha do mar nos créditos extras desse lote. note inclusive que além do mesmo tipo de talha a peça do mar tem a policromia idêntica a da pertencente ao acervo da santa cândida. a peça exposta no mar tem a autoria confirmada do trabalho de mestre valentim, a da santa cândida, irmã em todos os aspectos da exposta no museu (origem, tipo da talha e policromia) sem sombra de dúvidas é também de autoria do mestre barroco. muitas talhas se tem atribuido ao mestre valentim  mas poucas tem como essa  apregoada, a virtude de ser incontestavelmente obra do artista que revolucionou a construção civil, as esculturas em bronze dos parques públicos e a talha preciosa das igrejas no rio de janeiro colonial. rio de janeiro, sec. xviii.  190 X 85 X 48 CMnota: a Igreja Bom Jesus do Calvário foi erguida na segunda metade do sec. XVIII contigua ao hospital pertencente a mesma Ordem. Elegante e de esmerada execução esteve presente na vida do povo Carioca até a década de 1940 quando foi criminosamente destruído junto com outros templos e cerca de mil outros prédios para dar lugar a Av. Rio Branco idealizada por Getúlio Vargas. Pouco se tem de memória até mesmo documental sobre esse templo, o Instituto do Patrimonio Artístico Nacional (IPHAN) conserva apenas como único documento o termo de destombamento do templo para permitir sua demolição. Mas alguns fragmentos do antigo templo, obra da magnifica talha de Mestre Valentim ainda subsistem para que possamos lamentar aquilo que já foi perdido, talvez como um alerta sobre o quão imprudente pode ser o planejamento urbanístico que não respeita suas raízes históricas. Também fica para gerações futuras a menção desse templo em uma obra, essa sim imortal, de Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias. Em dado trecho da obra existe a seguinte narrativa contando as peripécias do protagonista: Era no tempo do rei. Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo O canto dos meirinhos... Quem passasse por aí em qualquer dia útil dessa abençoada época veria sentado em assentos baixos, então usados, de couro, e que se denominavam  cadeiras de campanha  um grupo mais ou menos numeroso dessa nobre gente conversando pacificamente em tudo sobre que era lícito conversar: na vida dos fidalgos, nas notícias do Reino e nas astúcias policiais do Vidigal..... Às quartas-feiras e em outros dias da semana saía do Bom Jesus e de outras igrejas uma espécie de procissão composta de alguns padres conduzindo cruzes, irmãos de algumas irmandades com lanternas, e povo em grande quantidade; os padres rezavam e o povo acompanhava a reza. Em cada cruz parava o acompanhamento, ajoelhavam-se todos, e oravam durante muito tempo. Este ato, que satisfazia a devoção dos carolas, dava pasto e ocasião a quanta sorte de zombaria e de imoralidade lembrava aos rapazes daquela época, que são os velhos de hoje, e que tanto clamam contra o desrespeito dos moços de agora. Caminhavam eles em charola atrás da procissão, interrompendo a cantoria com ditérios em voz alta, ora simplesmente engraçados, ora pouco decentes; levavam longos fios de barbante, em cuja extremidade iam penduradas grossas bolas de cera. Se ia por ali ao seu alcance algum infeliz, a quem os anos tivessem despido a cabeça dos cabelos, colocavam-se em distancia conveniente, e escondidos por trás de um ou de outro, arremessavam o projétil que ia bater em cheio sobre a calva do devoto; puxavam rapidamente o barbante, e ninguém podia saber donde tinha partido o golpe. Estas e outras cenas excitavam vozeria e gargalhadas na multidão. Era a isto que naqueles devotos tempos se chamava correr a via-sacra. O menino, como já dissemos, estremecera de prazer ao ver aproximar-se a procissão. Desceu sorrateiramente a soleira, e sem ser visto pelo padrinho colocou-se unido à parede entre as duas portas da loja, levantando-se na ponta dos pés para ver mais a seu gosto. Vinha aproximando-se o acompanhamento, e o menino palpitava de prazer. Chegou mesmo defronte da porta; teve ele então um pensamento que o fez estremecer; tornou-se a lembrar das palavras do padrinho: "farte-se de travessuras"; espiou para dentro da loja, viu-o entretido, deu um salto do lugar onde estava, misturou-se com a multidão, e lá foi concorrendo com suas gargalhadas e seus gritos para aumentar a vozeria. Era um prazer febril que ele sentia; esqueceu-se de tudo, pulou, saltou, gritou, rezou, cantou, e só não fez daquilo o que não estava em suas forças. Fez camaradagem com dois outros meninos do seu tamanho que também iam ao rancho, e quando deu acordo de si estava de volta com a via-sacra na igreja do Bom Jesus... BIOGRAFIA MESTRE VELENTIM: "Filho de um fidalgote português contratador de diamantes e de uma crioula natural do Brasil",o mulato Valentim da Fonseca e Silva, comumente conhecido como Mestre Valentim, destaca-se como um dos artistas mais originais em atuação no Rio de Janeiro entre o último quartel do século XVIII e o início do XIX. Seu estilo "híbrido", no qual concilia formas barrocas e rococóscom certo sentido de contenção e sobriedade neoclássicas, sinaliza os processos de aculturação ocorridos nessa cidade desde sua proclamação a capital do vice-reino. Entre os principais nomes da arte colonial brasileira, comoAleijadinho (1730 - 1814)eManoel da Costa Athaide (1762 - 1830), diferencia-se por ser o único a desenvolver, paralelamente aos trabalhos em igrejas, obras no campo da arte civil. No âmbito da arte civil, o artista realiza tanto obras de embelezamento público quanto de saneamento e abastecimento de água, executando trabalho originalmente de engenheiros militares. Seu principal solicitante é o vice-rei,Dom Luís de Vasconcelose Sousa. De todas as suas obras, a mais marcante, sem dúvida, é o conjunto formado peloPasseio Público(1783), primeiro jardim de lazer do carioca, e pelo Chafariz das Marrecas (1785, destruído em 1896). Seu projeto reporta-se às idéias iluministas de bem-estar, civilidade, higienização, progresso, que deveriam transformar a capital brasileira numa cidade moderna. Tal projeto simboliza também uma natureza dominada pela razão e ação do homem.
  • DINASTIA SONG  MINGQUI  IMPORTANTE PAR DE ATENDENTES ESCULPIDOS EM ROCHA BASÁLTICA COM RESQUICIOS DE POLICROMIA. ESTAS PEÇAS FORAM ADQUIRADAS EM PARIS NO INICIO DO SEC. XX.  POR DONA STELLA PENTEADO DA SILVA PRADO, AVÓ DA ATUAL PROPRIETÁRIA DA FAZENDA SANTA CÂNDIDA E GUARNECERAM SEU APARTAMENTO NAQUELA CIDADE. FOTOS DAS DUAS PEÇAS TIRADAS NA DECADA DE 20 AINDA EM PARIS SÃO APRESENTADAS NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE ANÚNCIO. DONA STELLA PENTEADO DA SILVA PRADO ERA FILHA DO CONDE ÁLVARES PENTEADO E NETA DO BARÃO DE ARARAS, FOI CASADA COM MARTINHO DA SILVA PRADO NETTO (VIDE RETRATO DE DONA STELLA COM SUA FAMÍLIA NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE). SÃO PEÇAS DE ALTA COTAÇÃO INTERNACIONAL, IMPORTANTES E CARREGADAS DE HISTÓRIA. CHINA, SEC. XIV, 37 CM DE ALTURA.NOTA: MINGQUI são Figuras em cerâmica ou rocha. Representam pessoas, animais e objetos e foram empregadas em rituais fúnebres de cidadãos nobres e ricos na China do primeiro milênio até os anos 1400.  Havia uma crença de que o que fosse representado nas figuras se tornaria disponível na outra vida da pessoa a que fossem destinados. Geralmente eram policromados, embora os muitos séculos em condições adversas tornam a pintura original quase inexistente. As figuras, chamadas mingqui, eram muitas vezes servos, soldados (em túmulos masculinos) e atendentes como dançarinos e músicos, também eram comuns figuras de cortesãs. Os animais são, na maioria das vezes, cavalos, mas há número surpreendente de camelos. As representações são realistas em um grau sem precedentes na arte chinesa, e tais figuras dão aos arqueólogos informações muito úteis sobre a vida nos primórdios da China. O uso de MINGQUI ficou restrito as classes superiores e a produção foi controlada pela burocracia imperial. Célebres são as figuras dos Guerreiros de Xian descobertos em 1974 por agricultores que constituem o exército do Imperador Qin, o primeiro imperador da China. Havia mais de 8000 soldados, 130 carruagens com 520 cavalos e 150 cavalos de cavalaria, a maioria dos quais ainda estão enterrados nas covas nas proximidades. DONA STELLA PENTEADO DA SILVA PRADO  FILHA DO CONDE ÁLVARES PENTEADO E NETA DO BARÃO DE ARARAS, FOI CASADA COM MARTINHO DA SILVA PRADO NETTO. A virada do século surpreendeu a família patriarcal com o inexorável deslocamento do eixo econômico do campo para a cidade. Em 1908 existiam já cerca de 3 000 indústrias no país. Acompanhando o crescimento das cidades , uma parte das velhas famílias patriarcais abandona o campo, trocando a casa-grande de fazenda ou de engenho pelo sobrado. Sem abandonar completamente suas terras, muitos fazendeiros fazem-se industriais e comerciantes. Em São Paulo, os Prado e os Alvares Penteado são o protótipo desse personagem híbrido. A junção dessas duas famílias deu-se com o casamento de Martinho da Silva Prado Netto e Dona Stella Álvares Penteado UM CASAMENTO tríplice de irmãos Silva Prado e Alvares Penteado. Dona Stella teve a educação quase que totalmente realizada em Paris, educada por preceptoras como suas irmãs era o protótipo da aristocrata da Belle époque frequentando os salões da sociedade Paulista e Parisiense.
  • DOM PEDRO I  RARA ESPINGARDA DE PEDERNEIRA DE ALTO LUXO PARA CAÇA. FECHO DE FLINTLOCK. MARCADA COM COROA IMPERIAL PEROLADA SOB INICIAL PI (DOM PEDRO I).  ESSA  MARCAÇÃO FOI A  A UTILIZADA  NAS ARMAS DO ARSENAL IMPERIAL BRASILEIRO E TAMBÉM ADOTADA NAS ARMAS PESSOAIS DO IMPERADOR DOM PEDRO I. CORONHA ENTALHADA COM EXUBERANTES  MOTIVOS FLORAIS EM BAIXO RELEVO. PONTEIRA E TAMPA DO PATCHBOX (RECIPIENTE PARA ARMAZEZAR O SILEX DE DETONAÇÃO) EM CHIFRE, MARFIM E MADREPÉROLA. NA FACE OPOSTA DA CORONHA ONDE ESTÁ O PATCHBOX O MESMO ACABAMENTO EM PLACA COM CHIFRE, MADREPEROLA E MARFIM. SOLEIRA E GUARDA MATO EM METAL DOURADO ASSIM COMO DETALHES INCRUSTRADOS NA MADEIRA. O CANO É DECORADO COM RICOS ARABESCOS E POSSUI A INSCRIÇÃO: Innsbruck (IMPÉRIO AUSTRIACO) E MARCAS DO ARMEIRO 'FRANZ SCHLÖGL ZU INNSBRUCK'. ESSA ESPINGARDA PERTENCEU A UMA IMPORTANTE COLEÇÃO INTERNACIONAL. TODAS AS CARACTERÍSTICAS DA ARMA LEVAM A INFERIR TRATAR-SE DE UMA PEÇA DE USO DE GRANDE DIGNÁRIO OU MESMO DO PRÓPRIO IMPERADOR DOM PEDRO I. ÁUSTRIA, SEC. XVIII. 117 CM DE COMPRIMENTO.  NOTA: D. Pedro I, segundo filho de D. João VI de Portugal e D. Carlota Joaquina, nasceu em 12 de outubro de 1798. Permaneceu em Portugal até próximo aos 10 anos de idade, já que teve que sair do país natal com toda a Família Real rumo ao Brasil. Isso ocorreu no contexto das guerras napoleônicas. Passando a adolescência e a juventude no Brasil, D. Pedro revelou-se um sujeito frenético e efusivo. Segundo a historiadora Isabel Lustosa, D. Pedro era possivelmente, o que hoje os médicos diagnosticam como uma pessoa hiperativa. Vivia em permanente movimento, não sabia o que era sossego, repouso, tédio e também não conheci a fadiga.1Essa hiperatividade pode ser notada em outra descrição da mesma historiadora. Segundo Lustosa, D. Pedro era: matinal, dinâmico, sóbrio (quase não bebia, apenas um copo de vinho do Porto nas refeições, acompanhado de muito copos de água), ocupava integralmente o seu tempo. Levantava-se da cama entre cinco e seis horas da manhã, e segundo reverendo Walsh, por já estar acordado, não se mostra disposto a deixar os outros continuarem dormindo, começando a disparar sua espingarda de caça pelo palácio até que a família inteira estivesse de pé. Essas características de personalidade foram determinantes para a vida política do primeiro imperador do Brasil.
  • MONUMENTAL MODELO DO GLOBO TERRESTRE  ESCOLA DE VINCENZO CORONELLI - PRECIOSA REPRESENTAÇÃO DO GLOBO TERRESTRE EM MADEIRA  RECOBERTA POR PAPEL ARTISTICAMENTE DECORADO. RARO TRABALHO SEISCENTISTA QUE CERTAMENTE PERTENCEU ORIGINALMENTE A UMA GRANDE BIBLIOTECA REAL OU DE MONASTÉRIO. CONTEM INSCRIÇÕES LATINAS: PAX TIBI MAR CE VAN GELISTUS QUE SIGNIFICA: PAZ PARA CONTIGO Ó MARCOS MEU EVANGELISTA. FRASE ALUDIDA MUITAS VEZES PARA REFERENCIAR A CIDADE DE VENEZA, ONDE REPOUSA SÃO MARCOS PADROEIRO DA CIDADE. TAMBÉM A DATA EM ALGARISMOS ROMANOS MDCLIX (1659). TRATA-SE DE UM OBJETO RARISSIMO POR SER UM DOS POUCOS DA ÉPOCA AINDA EXISTENTES. POSSUI CARACTERISTICAS DA PRODUÇÃO DE VINCENZO CORONELLI  ATIVO NO SÉC XVII EM VENEZA (VIDE NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE LOTE, FOTO DE DOIS GLOBOS DE CORONELLI EXPOSTOS NO MUSEU DA CIDADE DE VENEZA) . CORONELLI FOI O MAIS IMPORTANTE FABRICANTE DE GLOBOS DO SEC XVII MUITOS IMPORTANTES REIS DA HISTÓRIA POSSUÍAM SEUS GLOBOS COMO LUIZ  XIV, REI DA FRANÇA E O PODEROSO DOM JOÃO V DE PORTUGAL. O GLOBO É ELABORADO COM COMPONENTES ARTÍSTICOS ERUDITOS CONTEM NO OCEANO A REPRESENTAÇÃO DE CARAVELAS, DEUS NETUNO CAVALGANDO PEIXE, SERPENTES MARINHAS. NA REPRESENTAÇÃO DOS CONTINENTES FORAM EMPREGADOS ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS COMO A FIGURA REPRESENTATIVA DA ÁFRICA, UM NEGRO CINGINDO MANTO VERMELHO. NO BRASIL ONDE SE LÊ AMERICA MERIDIONALE UM ÍNDIO É REPRESENTADO. VÊ-SE A REPRESENTAÇÃO DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS COM CIDADES SOMENTE NO LITORAL E OS MAIS IMPORTANTES CURSOS DE ÁGUA, OS RIOS, DO INTERIOR DO PAÍS. NA ÁREA EM QUE HOJE TEMOS A AMÉRICA DO NORTE, É IMPORTANTE DESTACAR QUE O GLOBO APRESENTA A CALIFÓRNIA COMO UMA ILHA, O QUE ERA UMA CARACTERÍSTICA DOS MAPAS EMITIDOS DE 1620 ATÉ MEADOS DO SÉCULO XVIII, PELO FATO DA CALIFÓRNIA TER SIDO CONSIDERADA, DURANTE CERCA DE DOIS SÉCULOS, COMO UMA ÁREA SEM LIGAÇÃO POR TERRA COM O CONTINENTE. PEÇA RARA, COM ALTA COTAÇÃO INTERNACIONAL, DIGNA DE MUSEUS DE PRIMEIRA LINHA. PERTENCEU AO JORNALISTA, ESCRITOR E MESTRE EM ETIQUETA SOCIAL, MARCELINO DE CARVALHO GRANDE AMIGO DE CAIO PINTO GUIMARÃES. NOTA: Um globo é uma representação espacial da Terra ou do céu, pintada ou impressa em uma superfície esférica. Mas desde a antiguidade, e na mudança do conhecimento, a história dos globos está intimamente ligada à da astronomia, dos calendários babilônicos à cosmologia grega, de Ptolomeu às esferas armilares até o início da modernidade. O mais antigo globo terrestre da nossa história remonta ao fatídico 1492 e ainda é baseado em noções e crenças do mundo clássico.A partir de então, toda jornada traz novos conhecimentos, enquanto o debate científico fundamental que - de Copérnico (1473-1543) a Kepler (1571-1630), de Galileu (1564-1642) a Newton (1643) -1727) - inicia a era moderna do pensamento científico. A idade de ouro dos globos terrestres remonta a esse período e foi iniciada na Holanda pelos grandes designers e editores gráficos Hondius e Blaeu e continuou na Alemanha, Itália, França e Inglaterra durante o século XVIII, quando os globos terrestres e celestes eles se tornam cada vez mais importantes. Ferramentas para estudo e ensino, eles logo se tornam ricos objetos ornamentais. Pintores e gravadores ilustres retratam as constelações nos globos celestes, enquanto cartelas decoradas preenchem o desconhecido dos terrestres. Esferas de metal precioso elaboradas adornam os Wundernkammerns, e até globos de tamanho excepcional são construídos. Mas foi na Veneza mercante e navegante que a arte dos globos alcançou seu mais importante apogeu nas mãos de  Vincenzo Coronelli  e seus aprendizes. Coronelli é o esferógrafo mais famoso do século XVII, mesmo no século XIX. Globos similares podem ser vistos na biblioteca real do EL ESCORIAL em Madri e em outras bibliotecas reais espalhadas pela Europa.  O processo era iniciado cobrindo uma esfera de madeira com papel firme que era coberto de cola para que uma espécie de casca dura fosse criada. Com isso, os artesãos conseguiam uma superfície lisa e firme suficiente para que os mapas pudessem ser colados sobre ela. Veja como eram fabricados os globos terrestres já em produção escalar, embora manual, em meados do século passado na Inglaterra: https://www.youtube.com/watch?v=4RWcWSN4HhI. O processo é similar ao dos primeiros a  diferença é que nos anos anos  50 o globo em madeira era somente uma forma para montar a casca que constituía os globos o apregoado em leilão é um enorme globo em madeira.
  • ELEGANTE GOMIL E LAVANDA EM PRATA DE LEI DE GRANDES DIMENSÕES ESTILO E ÉPOCA DONA MARIA I. MARCAS DE CONTRASTE REFERENCIADAS POR MOITINHO COMO BR27B (PAG. 364) CLASSIFICADAS COMO PSEUDO CONTRASTE DO PORTO. TRATA-SE DE TRABALHO DE OURIVES BRASILEIRO DO INICIO DO SEC. XIX. PEÇAS MAGNIFICAS COM GRANDE QUALIDADE NA EXECUÇÃO. CORPO DO GOMIL E LAVANDA CONSTRUÍDOS EM REQUINTADAS CANELURAS. MESMO TRABALHO NA ALÇA DO GOMIL. LAVANDA EM FORMATO OBLONGO. TODAS ESSAS CARACTERÍSTICAS FAZEM CRER TRATAR-SE DE ARTÍFICE DOTADO DE ERUDIÇÃO E GRANDE CAPACIDADE DE EXECUÇÃO. BRASIL, INICIO DO SEC. XIX. 48 CM DE COMPRIMENTO (LAVANDA).
  • DINASTIA TANG - MINGQUI  GRANDE FIGURA DE ATENDENTE EM TERRACOTA OCADA COM RESQUICIOS DE POLICROMIA EM VERMELHO E PRETO. A FIGURA É REPRESENTADA DE PÉ CINGINDO TÚNICA COM MANGAS LARGAS E MÃOS UNIDAS SOBRE O VENTRE COMO QUE A AGUARDAR ORDENS. A DATAÇÃO FOI REALIZADA ATRAVÉS DE TESTE DE TERMOLUMINESCÊNCIA REALIZADO POR RALF KOTALLA. PROCEDE DE ANTIGA COLEÇÃO BRITÂNICA QUE FOI LEVADA AO MERCADO NA INGLATERRA NA DEC. DE 1970. CHINA, DINASTIA TANG, SEC IX, 57 CM DE ALTURANOTA:  MINGQUI são Figuras em cerâmica ou rocha. Representam pessoas, animais e objetos e foram empregadas em rituais fúnebres de cidadãos nobres e ricos na China do primeiro milênio até os anos 1400.  Havia uma crença de que o que fosse representado nas figuras se tornaria disponível na outra vida da pessoa a que fossem destinados. Geralmente eram policromados, embora os muitos séculos em condições adversas tornam a pintura original quase inexistente. As figuras, chamadas mingqui, eram muitas vezes servos, soldados (em túmulos masculinos) e atendentes como dançarinos e músicos, também eram comuns figuras de cortesãs. Os animais são, na maioria das vezes, cavalos, mas há número surpreendente de camelos. As representações são realistas em um grau sem precedentes na arte chinesa, e tais figuras dão aos arqueólogos informações muito úteis sobre a vida nos primórdios da China. O uso de MINGQUI ficou restrito as classes superiores e a produção foi controlada pela burocracia imperial. Célebres são as figuras dos Guerreiros de Xian descobertos em 1974 por agricultores que constituem o exército do Imperador Qin, o primeiro imperador da China. Havia mais de 8000 soldados, 130 carruagens com 520 cavalos e 150 cavalos de cavalaria, a maioria dos quais ainda estão enterrados nas covas nas proximidades.
  • SERVIÇO DE JANTAR DE SUA SANTIDADE O PAPA PIO XI  O. BLAU KARLSBAD  BERLIN  PRINCIPESCO APARELHO DE JANTAR EM PORCELANA DA MANUFATURA DE SCHLAG GENWALD. ESSE APARELHO FOI DUPLICADO E CONFECCIONADO JUNTAMENTE COM O PRODUZIDO PARA ENCOMENDA DO VATICANO SOB O PONTIFICADO DE PIO XI EM 1930. POR OCASIÃO DA ENCOMENDA A MANUFATURA, SOB LICENÇA, EXECUTOU ALGUNS POUCOS APARELHOS QUE FORAM COMERCIALIZADOS NO MOMENTO DA CONFECÇÃO DO APARELHO PONTIFICIO. ESSE APARELHO FOI ENCOMENDADO PELO BANQUEIRO ALEMÃO SAMMUEL ROTHMANN, IRMÃO DO MÉDICO PESSOAL DO KAISER. EM 1930 E NEGOCIADO POR ESTE EM 1943 DURANTE SEU EXÍLIO NO URUGUAY REFUGIANDO-SE DO HOLOCAUSTO. NESSA OCASIÃO FOI PRODUZIDO O DOCUMENTO DE TRANFERÊNCIA DO APARELHO PARA O SENHOR OCTÁVIO C. ASSUNÇÃO, INDUSTRIAL URUGUAIO E UM DOS MAIORES COLECIONADORES DE ARTE DA AMÉRICA DO SUL. ACOMPANHA A NOTA DE AQUISIÇÃO DE 1930 E O DOCUMENTO DE TRANSFERENCIA DATADO DE 1943. O APARELHO É MAGNIFICO, SUNTUOSO E QUASE ÚNICO, DEVORADO COM ABUNDANTE OURO RELEVADO E RERERVAS COM FUNDO AZUL ROYAL CONTENDO RICAS ROSÁCEAS TAMBÉM EM OURO. TODO O SERVIÇO É REQUINTADO TANTO NO FORMATO DAS PEÇAS QUANTO NO ACABAMENTO. DOTADO DE  70 PEÇAS SENDO: 22 PRATOS RASOS, 11 PRATOS PARA SOPA, 12  PARA PÃO, 11 PARA SOBREMESA E 14 MAGNIFICAS PEÇAS DE SERVIÇO: UMA GRANDE SOPEIRA COM PRESENTOIR, 1 MOLHEIRA COM TAMPA, PRESENTOIR E CONCHA, 1 SALEIRO DE MESA, 2 COVILHETES, 1 TRAVESA CIRCULAR PARA ARROZ, 1 TRAVESSA CIRCULAR MENOR, 1 TRAVESSA FUNDA OITAVADA PARA SERVIR PÃO, 1 TRAVESSA OVAL, DUAS GUIZEIRAS COM BELO FEITIO DIFERENCIADO. ALEMANHA, 1930. 40 CM DE COMPRIMENTO. MAIOR TRAVESSA.
  • SANTO ANTONIO DO PORTO  ESTIO (VERÃO)  BELA ESCULTURA EM CERÂMICA DE SANTO ANTÔNIO DO PORTO REPRESENTANDO ALEGORIA AO VERÃO. MARCAS DA MANUFATURA DE SANTO ANTONIO DO PORTO E INSCRIÇÃO ESTIO. PORTUGAL, SEC. XIX. 120 CM DE ALTURA
  • HANAU - MAGNÍFICO ORNAMENTO DE MESA EM PRATA DE LEI COM ROSTO EM MARFIM. DECORADO COM INCRUSTAÇÃO DE CABOCHONS MINERAIS. PEÇA DE GRANDE DIMENSÃO IMPRESSIONA PELA EXTRAORDINÁRIA QUALIDADE DE EXECUÇÃO. REPRESENTA CAVALEIRO VESTIDO DE ARMADURA SEGURANDO LANÇA PRONTO PARA UM COMBATE DE JUSTA. O CAVALO TAMBÉM ESTÁ COM ARMADURA. BASE ARTISTICAMENTE ELABORADA COM BRASÃO REAL DOS HABSBURG. NA PARTE FRONTAL FIGURA DE LEÃO. PEÇA IMPORTANTE DOS PRATEIROS DE HANAU. ALEMANHA, CIRCA DE 1880. 31 CM DE ALTURA. 1915 GNOTA: A indústria de prata antiga de Hanau se especializou em excelentes cópias do trabalho dos antigos ourives, em particular peças de Nuremberg, copos duplos, taças velhas, taças velhas, caixas de rapé e assim por diante. Essas cópias foram marcadas com marcas de fantasia, um pouco parecidas com marcas antigas, que também se harmonizaram com o estilo da peça. Por exemplo, reproduções em estilo rococó francês são marcadas com marcas francesas, peças inspiradas na Alemanha do século XVII têm marcas alemãs e assim por diante. Essas marcas eram geralmente em um estilo remanescente das marcas dos fabricantes dos séculos XVII e XVIII.
  • CLÓVIS GRACIANO - CAÇADORES  DE BORBOLETAS  OST - 1958 - ASSINADO NO CANTO INFERIOR DIREITO.  IMPORTANTE OBRA DO ARTISTA. EXTRAORDINARIAMENTE EXPRESSIVA. BRASIL, DEC. 50. 55 X 40 CM SEM CONSIDERAR O TAMANHO DA MOLDURA. COM ELA:  77 X 67 CM. NOTA: Nascido em Araras (SP) e falecido em São Paulo. Descendente de imigrantes italianos, ficou órfão aos 12 anos e, para sobreviver, desempenhou os mais humildes ofícios. Desenhando desde o grupo escolar (escola de 1º grau), empregou-se, em 1927, na Estrada de Ferro Sorocabana (Fepasa), cabendo-lhe pintar postes e tabuletas para a ferrovia. Em 1934 transfere-se para São Paulo, como fiscal do consumo, dividindo a partir de então seu tempo entre o emprego de burocrata e a arte, com evidentes vantagens para essa, tanto que dez anos depois foi demitido - por abandono de emprego. O desenho, que praticava como autodidata, será a sólida base sobre a qual construirá, desde então, sua carreira. Um colega de pensão que lhe viu alguns trabalhos aproximou-o de Portinari (cinco anos mais velho que ele) e, a conselho deste, Graciano passou a freqüentar o ateliê deWaldemar da Costae a lhe absorver os ensinamentos (1935-1937). Do desenho, logo passa à aquarela, e daí ao óleo. Segue também como aluno livre o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes, até 1938. Instalara-se, em 1937, no Palacete Santa Helena ali, junto com Rebolo, Zanini, Bonadei e outros pintores que trabalhavam e pesquisavam em atmosfera de íntima cooperação, realizou avanços técnicos notáveis. Como diria, muitos anos mais tarde, o Grupo Santa Helena poderia não ter uma tese. Era um grupo mais de pintores artesãos, que procuravam reformar a pintura acadêmica, e havia um trânsito de conhecimentos entre todos eles: Volpi, Rebolo, Bonadei, Pennacchi, TomásSanta Rosae uma porção deles. Permutavam conhecimentos, permutavam técnicas, e acabaram fazendo uma coisa, para a época, muito importante. Realizou sua primeira exposição em 1937, no Pará, com outros integrantes do Grupo Santa Helena. Do Grupo, passara à Família Artística Paulista (da qual seria presidente, em 1939) e ao Sindicato dos Artistas Plásticos, participando regularmente de suas exposições. Mas só em 1941 fez uma individual, no Centro Paranaense em São Paulo: desenhos a nanquim, guaches e monotipias, de vez que só em 1943 exporia suas primeiras pinturas a óleo. No ano seguinte participou de um concurso de desenho promovido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, recebendo o primeiro prêmio. A partir de 1940, expondo no Salão Nacional de Belas Artes (Divisão Moderna), recebe sucessivamente menção honrosa em pintura (1940), medalha de prata em desenho (1941), medalha de ouro em pintura (1941). Recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro em 1948. Assim, embarca, em 1949, para uma permanência de dois anos em França, Itália, Bélgica e outros países. Ao retornar, expôs 30 pinturas, lançando-se depois à execução de uma série enorme de painéis em São Paulo e em outras cidades. E explica porquê: O painel é a forma mais democrática da pintura. O governo, se quisesse, poderia mandar pintar painéis em logradouros públicos, como estações, campos de esporte, etc. É uma forma de levar a arte ao povo, de imortalizar momentos históricos, de maneira a que todos tenham possibilidades de vê-los. A tela pertence a uma minoria. O painel a todos quantos queiram vê-lo. Graciano, que também se dedicou à cenografia e fez costumes para teatro e balé, destacou-se como ilustrador de livros e também desempenhou alguns cargos públicos, como a direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (para a qual foi nomeado em 1971) e a função de adido cultural em Paris. No decurso de toda a sua carreira, Graciano permaneceu fiel ao figurativismo, jamais tendo sequer de leve sentido a sedução do Abstracionismo. O artista, numa entrevista de 1972, explicaria, não sem certo orgulho: Meu negócio é a figura, que nunca abandonei. Estudando essa aparente invulnerabilidade de Graciano ao Não-Figurativismo, José Geraldo Vieira explicou-a de modo engenhoso, num texto de 1957 publicado em Habitat: A quem porventura estranhar que Clovis Graciano, sempre tão arguto, haja permanecido renitentemente na figura humana e na natureza, se pode responder que, de início, foi forçosamente um pintor abstrato por profissão. Pois, pintando postes e porteiras, em eventuais itinerários de tabuletas e ramais duma estrada de ferro, deixou em cima de muita tora, com aspecto tabu de totem, cores concretas, sem gama, suficientemente densas. Mas, como tantos outros pintores brasileiros do seu tempo, Graciano sofreu por vezes a influência do Cubismo picassiano - e talvez seja lícito ver, nessas mesmas pinturas da série Bombardeio, um eco de Guernica, que a antecedeu somente em alguns anos. Mais do que Picasso, foi porém Cézanne que o marcou. Curiosamente, não é nas naturezas-mortas que a nota cézanniana repercute, ao contrário: as naturezas-mortas de Graciano permanecem fiéis à tradição, e numa, de cerca de 1942, é possível até mesmo ver insetos e larvas, as mesmas que pululam sorrateiras nas maravilhosas flores de Bruegel de Velours ou de Daniel Seghers, numa doentia alusão à morte e à destruição da matéria. Não: a lição de Cézanne, assimilou-a Graciano, ao ordenar, de modo racional, os grandes espaços de seus painéis, ao compor com preocupações de geômetra o espaço das suas paisagens bíblicas ou das cenas de músicos e passarinheiros, nas quais o partido figurativo do primeiro plano contrasta com a esquematização geométrica que lhe serve de cenário. Retratando cavalos e cavaleiros, músicos e dançarinos que se contorcem em poses inusuais, passarinheiros e outros temas semelhantes, Graciano roçou por vezes no fantástico e no insólito. Nenhuma influência superou contudo a de Portinari, companheiro mais velho, conselheiro e amigo, com quem chegou a trabalhar algum tempo durante sua permanência no Rio de Janeiro. Portinari marcou-o técnica, temática, estilisticamente: uma pintura como Família, de 1945, vincula-se às grandes composições de tema nordestino que Portinari realizara pouco antes, assim como os vários São Franciscos que Graciano pintou ao longo dos anos apontam, todos, para a Pampulha. Inversamente, há quem sustente que Portinari colheu nos Espantalhos de Graciano a motivação para os muitos que em seguida faria. Todas essas influências não bastam para sufocar ou esconder as características pessoais do estilo de Graciano, resumidas por Almeida Sales num texto de 1972 como presença saliente do desenho, composição solenemente cenográfica e, na temática, o afã de conferir dignidade à humildade. Sobretudo a cenografia parece marcar toda a obra de Graciano mas também destacaríamos a tendência, que possui o artista, em congelar, em pleno ar, no meio de um movimento, massas e volumes, temporariamente desprovidos de gravidade tendência mais de cineasta que de pintor, e da qual é exemplo o quadro O Domador, de 1974, no qual a perna do cavaleiro forma uma paralela com o dorso do animal, no instante anterior ao em que irá montá-lo. Essa tendência ao movimento, combinada talvez a algum resquício do Cubismo, é responsável também pelas pinturas em que os limites das formas se interpenetram, como numa justaposição de negativos fotográficos, formando o que chamamos de "o estilo raios-X", Mulher na Cadeira, 1942, O Violinista, 1945, etc. Para Mário de Andrade:  (...) Se Clóvis Graciano der todo o brilho das cores e toda a lucilação dos tons a uma leve flor (de papel), no desenho colorido da monotonia, ele não é o virtuose falso que esquece a obra-de-arte, mas o artista legítimo que sabe se esquecer a si mesmo. E é nesta aceitação, sempre modesta, que escolhe a imodéstia adúltera da monotipia para deixá-la brilhar, a força confessional do desenho para revelar os homens, o quadro de gênero pra combater, a paisagem pro recato grave da pintura estrita, que Clóvis Graciano é um perfeito antivirtuosista. A sua lição é inteligentíssima".
  • CLÓVIS GRACIANO  SÃO JORGE E O DRAGÃO  OST  1958  EXTRAORDINÁRIA E EMBLEMÁTICA OBRA DE CLÓVIS GRACIANO RICAMENTE EMOLDURADA. REPRESENTA A MÍTICA LUTA EM QUE SÃO JORGE DERROTOU O DRAGÃO. O TEMA DESSA TELA FOI INTENSAMENTE EXPLORADO POR CLÓVIS GRACIANO E SURGIU A PARTIR DE SUAS EXPLORAÇÕES AO MUSEU DO LOUVRE EM PARIS QUANDO EM SUA PRIMEIRA ESTADA NA EUROPA EM UM PERÍODO DE DOIS ANOS ENTRE 1948 E 1950 APÓS TER RECEBIDO O PRÊMIO DE VIAGEM AO EXTERIOR DO SALÃO NACIONAL DE BELAS ARTES. 81 X 65 CM (SEM CONSIDERAR O TAMANHO DA MOLDURA). COM A MOLDURA QUE ALIÁS, É BELISSIMA SENDO REMATADA EM FOLHAS DE PRATA E OURO (DESTACAMOS TAMBÉM A INTERESSANTE AMARRAÇÃO DO CHASSI) TEM 98 X 82 CMNOTA:  O instante consagrador do trajeto artístico de Clóvis Graciano e que o elevou praticamente à categoria de unanimidade, foi quando ganhou o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Belas Artes, em 1948. Pôde assim passar uma temporada de dois anos na Europa, na companhia de sua mulher, Maria Aparecida, e de seus dois filhos. Em Paris aprofundou suas pesquisas no Museu do Louvre e pintou composições como o óleo São Jorge e o Dragão. Às vésperas da viagem, Graciano declarou ao jornal Folha da Noite: Creio que, no meu caso pessoal, já com mais de 40 anos de idade, estou apto para tirar o maior partido possível dessa viagem, por já ter superado a fase na qual o artista é por demais sensível às influências estranhas. Em Paris Graciano trocava intensa correspondência com seu amigo Jorge Amado. Da Polônia, Zélia Gattai, mulher do romancista baiano, escreveu para o pintor pedindo notícias da temporada francesa: E por aí, como vai o frio? Vocês têm suportado bem? E os meninos, já estão falando o francês? Nessa mesma carta, Zélia contou que, na Polônia, Jorge havia comprado um trenó para passear no gelo. Levamos tombos incríveis, mas não desistimos, informa Zélia.  Biogragia: Clóvis Graciano (Araras, São Paulo, 1907 - São Paulo, São Paulo, 1988). Pintor, desenhista, cenógrafo, gravador, ilustrador. Reside em São Paulo a partir de 1934. Realiza estudos com o pintor Waldemar da Costa (1904-1982), entre 1935 e 1937. Em 1937, integra o Grupo Santa Helena, com Francisco Rebolo (1902 - 1980),Mario Zanini (1907-1971)e Bonadei (1906-1974). Freqüenta como aluno ouvinte o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes, até 1938. Membro da Família Artística Paulista - FAP, em 1939 é eleito presidente do grupo. Participa regularmente dos Salões do Sindicato dos Artistas Plásticos e, em 1941, realiza sua primeira individual. Em 1948, é sócio-fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Viaja para a Europa em 1949, com o prêmio recebido no Salão Nacional de Belas Artes. Permanece dois anos em Paris, onde estuda pintura mural e gravura. A partir dos anos 1950, dedica-se principalmente à pintura mural. Faz ilustrações de obras literárias, como o livro Cancioneiro da Bahia, de Dorival Caymmi (1914-2008), publicado pela editora Martins, em 1947, e o romance Terras do Sem Fim, deJorge Amado (1912-2001), pela editora Record, em 1987. Em 1971, assume o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo. De 1976 a 1978, exerce a função de adido cultural em Paris. Ao longo de sua carreira permanece fiel ao figurativismo, com o predomínio de temas sociais.
  • CLÓVIS GRACIANO  SÃO FRANCISCO DE ASSIS  OST  MAGNÍFICA OBRA DO ARTISTA EMBLEMÁTICA POR SER UMA TEMÁTICA RECORRENTE DO ARTISTA. ESTA OBRA ESTA REPRODUZIDA NO RASONEE DO ARTISTA EDITADO POR MARCOS ANTONIO MARCONDES NA PRANCHA DE NUMERO 23 EDITADO  EM 1975 (ACOMPANHA COPIA DA PUBLICAÇÃO COM ASSINATURA DO PRÓPRIO GRACIANO.  TAMBÉM FOI REPRODUZIDO PELO CATÁLOGO DA BOLSA DE ARTE DO RIO DE JANEIRO. NOTA-SE NITIDAMENTE NESSE COMO EM OUTROS DOS INÚMEROS SÃO FRANCISCOS PINTADOS POR GRACIANO A INFLUÊNCIA DO AMIGO E COMPANHEIRO MAIS VELHO PORTINARI COM QUEM GRACIANO TRABALHOU JUNTO ALGUM TEMPO AO CHEGAR NO RIO DE JANEIRO. TODOS OS SÃO FRANCISCOS DE GRACIANO APONTAM PARA PAMPULHA LEGADO IMORTAL DE PORTINARI. NENHUMA OUTRA INFLUÊNCIA NA OBRA DE GRACIANO FOI TÃO FORTE QUANTO A DE PORTINARI. ACOMPANHA CERTIFICADO DE AUTENTICIDADE DA OBRA. BRASIL, SEC. XX. 56 X 46 CM (SEM CONSIDERAR O TAMANHO DA MOLDURA) E  86 X 74 CM (CONSIDERANDO-SE A MOLDURA)
  • EMILIANO DI CAVALCANTI -  RETRATO DE DONA BEATRIZ PENTEADO DA SILVA PRADO  OST  ACID  BELO RETRATO DE DONA BEATRIZ PINTADO POR DI CAVALCANTE. O ARTISTA FICOU POR MAIS DE UMA VEZ HOSPEDADO NA FAZENDA SANTA CÂNDIDA. VIDE FOTO DA MENSAGEM DO ARTISTA NO LIVRO DE OURO DA FAZENDA. DONA BEATRIZ PENTEADO FOI UMA BELDADE PAULISTA À SEU TEMPO, FILHA DE DONA STELLA PENTEADO E DE MARTINHO DA SILVA PRADO NETO FOI FRUTO DE UMA UNIÃO QUE UNIU DUAS DAS MAIS PODEROSAS FAMÍLIAS PAULISTAS NO INICIO DO SEC. XX. BRASIL, DEC. 1930. 56 X 47 CMNOTA: NOTA: Emiliano Augusto Cavalcanti de Paula Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1897 Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1976), foi um pintor modernista, desenhista, ilustrador, muralista e caricaturista brasileiro. Sua arte contribuiu significativamente para distinguir a arte brasileira de outros movimentos artísticos de sua época, através de suas reconhecidas cores vibrantes, formas sinuosas e temas tipicamente brasileiros como carnaval, mulatas e tropicalismos em geral.Di Cavalcanti é, juntamente com outros grandes nomes da pintura como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Graça Aranha, um dos mais ilustres representantes do modernismo brasileiro. Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque nasceu dia 6 de setembro de 1897 no Rio de Janeiro, filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo e Rosalia de Sena. Seu pai era membro da tradicional família pernambucana Cavalcanti de Albuquerque. Já pelo lado materno, era sobrinho da esposa de José do Patrocínio, grande abolicionista negro brasileiro. Estudou no Colégio Pio Americano e aprendeu piano com Judith Levy, e começou a trabalhar fazendo ilustrações para a revista Fon-Fon, uma revista que consagrou-se principalmente na caricatura política, na charge social e na pintura de gênero. Em 1916, transferindo-se para São Paulo, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Seguiu fazendo ilustrações e começou a pintar. O jovem Di Cavalcanti frequentou o ateliê do impressionista George Fischer Elpons e tornou-se amigo de Mário e Oswald de Andrade. Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, criando, para essa ocasião, as peças promocionais do evento: catálogo e programa. Fez sua primeira viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925. Frequentou a Academia Ranson. Expôs em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris. Conheceu Pablo Picasso, Fernand Léger, Matisse, Erik Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses. Retornou ao Brasil em 1926 e ingressou no Partido Comunista. Seguiu fazendo ilustrações. Fez nova viagem a Paris e criou os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro. Os anos 1930 encontram um Di Cavalcanti imerso em dúvidas quanto à sua liberdade como homem e artista e quanto a dogmas partidários. Iniciou suas participações em exposições coletivas e salões acionais e internacionais, como a International Art Center em Nova Iorque. Em 1932, fundou, em São Paulo, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas Modernos. Sofreu sua primeira prisão em 1932 durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Casou-se com a pintora Noêmia Mourão. Publicou o álbum "A Realidade Brasileira", série de doze desenhos satirizando o militarismo da época. Em Paris, em 1938, trabalhou na rádio "Diffusion Française" nas emissões "Paris Mondial". Viajou ao Recife e Lisboa, onde expôs no salão "O Século"; ao retornar, foi preso novamente no Rio de Janeiro. Em 1936, escondeu-se na Ilha de Paquetá e foi preso com Noêmia. Libertado por amigos, seguiu para Paris, lá permanecendo até 1940. Em 1937, recebeu medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris. Com a iminência da Segunda Guerra, deixou Paris e retornou ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Um lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa não chegaram ao destino, extraviando-se. Passou a combater abertamente o abstracionismo através de conferências e artigos. Viajou para o Uruguai e Argentina, expondo em Buenos Aires. Conheceu Zuília, que se tornou uma de suas modelos preferidas. Em 1946, retornou a Paris em busca dos quadros desaparecidos; nesse mesmo ano, expôs no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa. Ilustrou livros de Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado. Em 1947, entrou em crise com Noêmia Mourão - "uma personalidade que se basta, uma artista, e de temperamento muito complicado...". Participou com Anita Malfatti e Lasar Segall do júri de premiação de pintura do Grupo dos 19. Seguiu criticando o abstracionismo. Expôs na Cidade do México em 1949. Foi convidado e participou da I Bienal Internacional de Arte de São Paulo em 1951. Fez uma doação generosa ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, constituída de mais de quinhentos desenhos. Beryl passou a ser sua companheira. Negou-se a participar da Bienal de Veneza. Recebeu a láurea de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi. Em 1954, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou exposição retrospectiva de seus trabalhos. Fez novas exposições na Bacia do Prata, retornando a Montevidéu e Buenos Aires. Publicou "Viagem de minha vida". 1956 foi o ano de sua participação na Bienal de Veneza. Recebeu o I Prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. Adotou Elizabeth, filha de Beryl. Seus trabalhos fizeram parte de exposição itinerante por países europeus. Recebeu proposta de Oscar Niemeyer para a criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada; também pintou as estações para a via-sacra da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, em Brasília.
  • GRANDE TRÍPTICO DE MESA EM MADEIRA COM PLACAGEM EM PRATA DE LEI RELEVADA. DE INSPIRAÇÃO RENASCENTISTA TEM AO CENTRO NA PARTE SUPERIOR FIGURA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO, LOGO ABAIXO O PAI ETERNO SEGURANDO ORBE PRESIDE A REPRESENTAÇÃO. EM SEGUIDA DOIS ANJOS ADORADORES SUSTENTAM ESCUDO COM A REPRESENTAÇÃO TORRE DE DAVI. A PARTIR DAÍ REPRESENTAÇÃO DA ANUNCIAÇÃO, NATIVIDADE COM OS REIS MAGOS, SÃO JOÃO BATISTA REPRESENTADO COMO MENINO SEGURANDO CORDEIRO, SANTANA E SÃO JOAQUIM VESTIDOS COMO PERSONAGENS DO PERÍODO MEDIEVAL. NAS PORTAS LATERAIS REIS, CARDEAIS, NOBRES E O PAPA. TODAS AS PLACAS SÃO EMOLDURADAS POR GUIRLANDA VEGETALISTA. EUROPA, SEC. XIX. 63 X 49 CM  (ABERTO)
  • FAUSTOSO PAR DE LANTERNAS PROCESSIONAIS EM PRATA DE LEI. OCÚLOS PROTEGIDOS COM VIDROS LAPIDADOS EM BIZOTE. DECORADA COM ROCAILLES E GOMADOS. FINALISA COM PINHA NA PARTE SUPERIOR. VARA EM MADEIRA REVESTIDA EM VELUDO. BRASIL, SEC. XIX. 57 CM DE ALTURA (SOMENTE AS LANTERNAS). 180 CM DE ALTURA AS LANTERNAS COM AS VARAS.
  • BARÃO DE ARAÚJO MAIA  Prato EM porcelanaCOM borda  REMATADA POR filete preto DELIMITADO POR fRISOS dourados. em reserva monograma em ouro com as iniciais AMentrelaçadas sob coroa de Barão COM GRANDEZA.  pertenceu Ao serviço de Honório de Araujo Maia primeiro e único barão de araújo maia; no reverso marca deW. Guerin; Exemplar do mesmo serviço reproduzido no livro Louça da Aristocracia no Brasil, por Jenny Dreyfus.na parte traseira selo da coleção antenor de rezende. França, séc. XIX.23 cm de diâmetro.  (insignificante fio de cabelo na borda)nota: Honório de Araújo Maia, primeiro e únicobarão de Araújo Maia, (Valença,8 de janeirode1838Petrópolis,8 de maiode1904) foi umcafeicultorecomerciantebrasileiro, tendo exercido função na diretoria doBanco do Brasil. Nasceu na Fazenda do Bom Jardim. Possuía propriedades na região Serrana. Era filho do major José Joaquim de Araújo Maia e de Teodósia Vieira da Cunha, e sobrinho dobarão de Madalena. Casou-se em9 de novembrode1861com Cândida Rosalina de Sousa Maia, da famíliadiamantinenseSousa Maia, com a qual teve 4 filhas (Aurora, Francisca, Corina e Letícia) e um filho, também denominado Honório de Araújo Maia. O título de barão de Araújo Maia lhe foi concedido pelo governo imperial do Brasil após expedição comercial àRússia, na qual Araújo Maia contribuiu para a divulgação do café brasileiro naquele país, apresentando o produto em exposições realizadas emSão PetersburgoeNovgorod, chegando a oferecer a bebida ao czarAlexandre IIIe a membros da família imperial russa. Durante esta incursão comercial, diversos acordos foram firmados, com vistas à exportação do café brasileiro para a Rússia. Em decorrência, Honório de Araújo Maia foi também condecorado pelo czar com o título de cavaleiro daOrdem de São Estanislau. Ainda na Rússia foi honrado com o titulo de cidadão da Municipalidade de Nidji-Novgorod. No Brasil foi Comendador da Imperial Ordem da Rosa. Foi também um dos homens que planejou a Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará.

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