Peças para o próximo leilão

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  • BRASIL IMPERIAL - RARO POTE DE FARMÁCIA EM PORCELANA COM TAMPA CONSTENDO PEGA COM FEITIO DE SERPENTE. BASE E TAMPA DECORADAS COM RICAS GREGAS RELEVADAS RECOBERTAS EM OURO. LINDO  RÓTULOS PINTADO COM BRASÃO IMPERIAL DO BRASIL.  CONTÉM A FÓRMULA LATINA DO PRINCIPIO MEDICAMENTOSO QUE CONTINHA SENDO: CONSCENTRADO DE ROSAS. PEÇA MUITO RARA! EUROPA, SEC. XIX. 27 CM DE ALTURA.NOTA: O primeiro boticário a trabalhar no Brasil foi contrato por Tomé de Sousa. Ele recebia 15 mil réis por ano para cuidar da caixa de botica. Fugindo da Inquisição, a maioria dos boticários eram cristãos-novos, de origem judaica, como Luis Antunes, que possuía uma botica em Recife, em frente ao Hospital da Misericórdia. Os cirurgiões, que formavam a maior parte dos profissionais de saúde, também atuavam como boticários. No século XVIII, como os boticários não tinham formação em química farmacêutica, os droguistas passaram a controlar o preparo e o comércio dos preparados químicos, como sais, tinturas, extratos e várias preparações de mercúrio. Dessa forma, os Vallabela, droguistas italianos radicados em Lisboa, enriqueceram enviando drogas para o Rio de Janeiro e Bahia. Uma importante fonte de renda para os boticários era o fornecimento para as naus de guerra e fragatas. A preparação das caixas de botica, bem sortidas para as tropas ou em socorro a capitanias com epidemias, podia render boa soma aos boticários. Em função da possibilidade de ganhos que o monopólio da fabricação e comércio de remédios lhes garantia, os boticários foram acusados de zelarem mais pelos próprios interesses que pela saúde dos seus semelhantes.Entre 1707 e 1749, 89 boticários prestaram exames no Brasil. Nas boticas jogava-se e conversava-se muito. Viajantes observaram que nos cafés e em certas boticas se reuniam, de portas cerradas, sociedades particulares para se entregarem apaixonadamente a jogos de cartas e de dados. No século XVIII, discussões políticas ou religiosas, além de simples confabulações, ocorriam nesses locais. Vários boticários eram membros da Sociedade Literária do Rio de Janeiro e usavam o espaço das suas boticas para reuniões em que se discutiam temas proibidos. Não havendo imprensa, as boticas tornavam-se um dos poucos espaços para a divulgação das idéias que viriam a ameaçar o próprio estatuto colonial, abrindo os caminhos que levariam à Independência.No Brasil, a Academia Imperial de Medicina (1829  1889) foi o principal fórum de debates sobre o ensino médico e a saúde pública imperial e a principal trincheira voltada a defender o modelo anátomo-clínico francês e as idéias higienistas. A formação médica no ambiente hospitalar se tornou fundamental.No final do Império, as reformas do ensino médico levantaram a bandeira do ensino experimental. Nesse contexto, a fisiologia experimental e a patologia celular, que viriam a produzir da medicina de laboratório, medicina sem doentes, estavam se consolidando no horizonte da clínica.
  • FÁBRICA DE SANTO ANTÔNIO DO PORTO  ÁFRICA  EXTRAORDINÁRIA ESCULTURA EM FAINÇA, REPRESENTAÇÃO ALEGÓRICA DO CONTINENTE AFRICANO.  LINDA FIGURA FEMININA COM TORSO DESNUDO SEGURANDO EM UMA DAS MÃOS PRESA DE MARFIM QUE SE APOIA NO CHÃO, TENDO AO SEU LADO UM LEÃO. INSCRIÇÃO EM AZUL REVELA O TÍTULO E A MARCA DA MANUFATURA. REPRESENTAÇÃO RARÍSSIMA! PORTUGAL, SEC. XIX. 83 X 30 CM. NOTA: A Fábrica de Santo António de Vale da Piedade foi fundada em 1784 pelo Genovês Jerónimo Rossi, vice-cônsul da Sardenha no Porto, na quinta de Vale Piedade em Vila Nova de Gaia e teve um período inicial de grande desenvolvimento industrial, exportando grandes quantidades da sua produção para a América. No início do Século XIX, tal como todos os fabricantes sofreu um importante golpe com as perturbações causadas pelas invasões francesas e pela posterior abertura dos mercados nacional e ultramarino aos produtos ingleses. Em 1814 a Fabrica está decadência. Rossi morre em 1821, mas as suas filhas continuam a explorar a fábrica e pedem renovação do alvará que obtém em 1825. Depois dessa data, a fábrica passa a ser explorada por Francisco da Rocha Soares, de Miragaia, até 1833. Em 1852 encontra-se na posse de João de Araújo Lima, um dos industriais mais dinâmicos da sua época, fundador da Associação Industrial Portuense e acolhe muitos operários especializados que deixaram a unidade de Miragaia quando esta fechou. Posteriormente à morte de Araújo Lima (1861), já sob a direcção de João do Rio (seu cunhado e administrador até 1886) introduziram-se modificações que levaram à produção de peças de ornamentação em relevo para interiores e exteriores. Provavelmente esta peça representando o continente africano é desse período da administração João do Rio, pois apresentam as marcas estampilhadas a azul tipícas dessa época (conforme se pode ler no Itinerário da Faiança do Porto e Gaia. Lisboa: IMC, 2001, p 290)A Fábrica continuou a sua existência até 1930.R$ 2800,00 carlos
  • raro relógio de sol construído em pedra lavrada. possui gravação com a data do ano em que foi constrúido: 1837. brasil, primeira metade do sec. xix. 145 (H) x 70 (L), pesa aproximadamente 250 kg. nota: Umrelógio de Solé um dispositivo obsoleto, que servia para determinar a hora do dia, usando como referência a posição do Sol. Os tipos de relógios mais comuns, conhecidos como relógios de jardim, feitos sobre um desenho horizontal, o Sol projeta sua sombra sobre a superfície com linhas que indicam as horas do dia. Uma haste com uma ponta fina, ou afiada, é colocada de certa forma sobre o relógio, para que, quando o Sol se mova, a sombra da haste se alinhe com as diferentes linhas das horas. Todos os relógios de sol devem ser alinhados com o eixo de rotação da Terra, para que produza uma medição precisa da hora correta. Na maioria dos estilos de relógio, ele precisa ser apontado em direção do norte verdadeiro (ao invés do magnético), ou seja, o ângulo horizontal precisa ser igual à latitude geográfica da posição em que está localizado o relógio de Sol. Em relógios decorativos, é comum que eles tenham ângulos diferentes, que não podem ser ajustados para indicarem a hora correta. Geralmente, relógios de sol podem ser ajustados para indicar a hora aparente, sempre de acordo com a posição do Sol, ou mesmo o horário padrão, que usamos nos relógios atuais.
  • IMPERIAL ORDEM DO CRUZEIRO  PLACA PEITORAL DE GRANDE OFICIAL EM OURO MACIÇO E ESMALTES. LINDA COMENDA! ESTRELA DE CINCO PONTAS BIFURCADAS E MAÇANETADAS, ASSENTADA SOBRE GUIRLANDA DE RAMOS DE CAFÉ E FUMO, PENDENTE DE COROA IMPERIAL. AO CENTRO, MEDALHÃO REDONDO AZUL-CELESTE, COM CRUZ LATINA FORMADA POR DEZENOVE ESTRELAS BRANCAS, CIRCUNDADO POR ORLA AZUL-FERRETE COM A LEGENDA "BENEMERITIUM PRAEMIUM". PRIMEIRA METADE DO SEC. XIX. 6 X 5 CM CM DE ALTURA, 29,5 G
  • IMPERIAL ORDEM DA ROSA GRAU DE GRANDE DIGNÁRIO (ASSISTA A UM VIDEO COM IMAGENS DESSA COMENDA EM PREGÃO EM: https://www.youtube.com/watch?v=LCpwHDX1Q5s&feature=youtu.be)  SUNTUOSA PLACA PEITORAL  TOTALMENTE EM OURO MACIÇO COM PROFUSÃO DE BRILHANTES (APROXIMADAMENTE 19 CT) COM LAPIDAÇÃO CABO, PEDRAS BRANCAS E MUITO VISTOSAS. ARREMATES EM ESMALTE. A COMENDA É CONSTITUÍDA POR UMA ESTRELA DE SEIS PONTAS, EM CASCATA DE BRILHANTES DE TAMANHO DECRESCENTE FINALIZANDO EM GRANDES PEDRAS TAMBÉM EM  BRILHANTE NA EXTREMIDADE. TODO O CORPO DA COMENDA É ENCASTOADO COM DIAMANTES LAPIDADOS ASSIM COMO A COROA DA QUAL PENDE (A COROA IMPERIAL SÓ FIGURA NOS GRAUS DE CAVALEIRO, COMENDADOR, GRANDE DIGNITÁRIO E GRÃO-CRUZ, HONORÁRIOS E EFETIVOS), NO DISCO CENTRAL APRESENTA-SE O MONOGRAMA A P (AMÉLIA E PEDRO), CINTURADO PELA LEGENDA AMOR E FIDELIDADE APLICADOS SOBRE ESMALTE AZUL. EMOLDURANDO ESSE DISCO, UM CÍRCULO DE MAGNIFICOS BRILHANTES. TAMBÉM EM DESTAQUE, CÍRCULO COM ROSAS EM ESMALTE EM SUA COR NATURAL. O VERSO É TRABALHADO COM FINOS GUILLOCHES LAVRA DE OURIVES DE EXCEPCIONAL HABILIDADE. COMENDA MUITO SEMELHANTE A ESTA FAZ PARTE DO ACERVO DO MUSEU HISTÓRICO NACIONAL E PROVALMENTE É OBRA DO MESMO OURIVES (VIDE EM: http://miltonbasile.blogspot.com/2011/04/historia-da-ordem-da-rosa_16.html) BRASIL. SEC. XIX. 9 CM DE ALTURA. 67 GNOTA: A Imperial Ordem da Rosa é uma ordem honorífica brasileira. Foi criada em 27 de fevereiro de 1829 pelo imperador D. Pedro I(1822 1831) para perpetuar a memória de seu matrimônio, em segundas núpcias, com Dona Amélia de Leuchtenberg e Eischstädt e tornou-se a principal ordem honorifica do país. O seu desenho foi idealizado por Jean-Baptiste Debret que, segundo discutido por historiadores, ter-se-ia inspirado ou nos motivos de rosas que ornavam o vestido de D. Amélia, a segunda Imperatriz ao desembarcar no Rio de Janeiro. Trata-se entretanto de um equívoco histórico porque no dia seguinte ao desembarque da nova Imperatriz foi realizado o casamento e Dom Pedro condecorou com a ordem os primeiros titulares. Entretanto o retrato de Dona Amélia enviado ao Brasil quando das tratativas do casamento a representavam trazendo um botão de rosa pendendo do toucado e este parece ser o motivo da enlace foram a inspiração para a comenda. Poucas foram concedidas no 1o Reinado enquanto no 2o Reinado houve um significativo aumento - mais especificamente durante a Guerra do Paraguai. Isso se deveu ao fato de não existir uma medalha específica para atos de bravura individual durante a Guerra do Paraguai. De 1829 a 1831 D. Pedro I concedeu apenas cento e oitenta e nove insígnias. O seu filho e sucessor, D. Pedro II(1840 1889), ao longo do segundo reinado, chegou a agraciar 14.284 cidadãos. Além dos dois imperadores, apenas o Duque de Caxias foi grande-colar da ordem durante sua vigência. Um dos primeiros agraciados recebeu a comenda em virtude de serviços prestados quando de um acidente com a família imperial brasileira: conta a pequena história da corte que, em 7 de dezembro de 1829, recém-casado, D. Pedro I regressava com a família do Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista. Como de sua predileção, conduzia pessoalmente a carruagem quando, na rua do Lavradio, se quebrou o varal da atrelagem e os cavalos se assustaram, rompendo as rédeas e fazendo tombar o veículo, arrastado perigosamente. O Imperador fraturou a sétima costela do terço posterior e a sexta do terço anterior, teve contusões na fronte e luxação no quarto direito, perdendo os sentidos. Mal os havia recobrado quando o recolheram à casa mais próxima, do marquês de Cantagalo, João Maria da Gama Freitas Berquó. Segundo oBoletim sobre o Desastre de Sua Majestade Imperial e Fidelíssima publicado no Jornal do Commercio, Dona Amélia foi a que menos cuidado exigiu: "não teve dano sensível senão o abalo e o susto que tal desastre lhe devia ocasionar". A filha primogênita, futura Maria II de Portugal, "recebeu grande contusão na face direita, compreendendo parte da cabeça do mesmo lado". Augusto de Beauharnais, príncipe de Eichstadt, Duque de Leuchtenberg e de Santa Cruz, irmão da imperatriz, "teve uma luxação no cúbito do lado direito com fratura do mesmo". A baronesa Slorefeder, aia da Imperatriz, "deu uma queda muito perigosa sobre a cabeça". Diversos criados de libré, ao dominarem os animais, ficaram contundidos. Convergiram para a casa de Cantagalo os médicos da Imperial Câmara e outros, os doutores Azeredo, Bontempo, o barão de Inhomirim,Vicente Navarro de Andrade, João Fernandes Tavares, Manuel Bernardes, Manuel da Silveira Rodrigues de Sá, Barão da Saúde. Ao partir, quase restabelecido, D. Pedro I condecorou Cantagalo a 1 de janeiro de 1830 com as insígnias de dignitário da Ordem e D. Amélia lhe ofereceu o seu retrato, circundado por brilhantes, e pintado por Simplício Rodrigues de Sá. Foram ainda agraciados com a Imperial Ordem da Rosa os membros da Guarda de Honra que acompanhavam o então Príncipe Regente em sua viagem à Província de São Paulo, testemunhas do "Grito do Ipiranga", marco da Independência do Brasil. Após o banimento da família imperial brasileira, a ordem foi mantida por seus membros em caráter privado, sendo seu grão-mestre o chefe da casa imperial brasileira.
  • CANDIDO PORTINARI  OS FUNDADORES  OST  (ACERVO DA FAMÍLIA MESQUITA). ESTUDO FINAL PARA TELA OS FUNDADORES ENCOMENDADA PARA O SAGUÃO DE HONRA DO JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO. A OBRA MONUMENTAL FOI ENCOMENDADA EM 1950 PARA INAUGURAÇÃO DA NOVA SEDE DO JORNAL NA RUA MAJOR QUEDINHO. DOIS ANOS DEMOROU PARA SER EXECUTADA A MONUMENTAL PINTURA. ISSO SE DEU POUCO ANTES DE PORTINARI INICIAR A PINTURA DO HISTÓRICO PAINEL GUERRA E PAZ. A OBRA RETRATA COMO FUNDO O PÁTIO E AS ARCADAS DA FACULDADE DE DIREITO DO LARGO DE SÃO FRANCISCO. EM PRIMEIRO PLANO, SÃO REPRESENTADOS OS FUNDADORES DO JORNAL. PORTINARI RETRATOU OS PERSONAGENS NÃO COMO UMA MASSA DE PESSOAS MAS SIM INDIVIDUOS COM EXPRESSÕES DISTINTAS DE SEUS PENSAMENTOS E EXPECTATIVAS PARA O MOMENTO HISTÓRICO QUE ESTAVAM VIVENDO. SÃO REPRESENTADOS SENTADOS DA ESQUERDA PARA DIREITA MANUEL PEREIRA DE QUEIROZ, RAFAEL PAES DE BARROS, ANTONIO POMPEU DE CAMARGO, JOSÉ DE ALMEIDA PRADO, FRANCISCO GLICÉRIO, ANTONIO MORAES SALLES, BENTO BICUDO, AMÉRICO DE CAMPOS, AMÉRICO BRASILIENSE, JOÃO TIBIRIÇA PIRATININGA, JOÃO TOBIAS DE AGUIAR, JOSÉ CERQUEIRA CÉSAR, MANOEL DE CAMPOS SALLES, DIOGO DE BARROS, JOSÉ MORAES SALLES, FRANCISCO PAULA SALLES, JOÃO FRANCISCO DE PAULA SOUZA, MARTINHO PRADO JUNIOR E CANDIDO VALE. O QUADRO ESTÁ HOJE NA SEDE DO JORNAL NO BAIRRO DO LIMÃO, DIVIDE ESPAÇO COM A PRIMEIRA PRENSA ADQUIRIDA EM 1875 QUE IMPRIMIU A TIRAGEM INAUGURAL EM 4/01/1875. ELA FOI COMPRADA DE SEGUNDA MÃO, IMPRIMIA 2025 EXEMPLARES DIÁRIOS, FUNCIONAVA POR ACIONAMENTO MANUAL POR SETE NEGROS LIBERTOS (O JORNAL NÃO ADMITIA ESCRAVOS) A NOITE, A LUZ DE VELAS DE SEBO. A MESMA SALA TEM ESCRITA NAS PAREDES AS CÉLEBRES PALAVRAS DE JÚLIO DE MESQUITA FILHO : OS JORNAIS SÃO O PULMÃO DE UMA NAÇÃO E TAMBÉM AS DE RUY BARBOSA QUE BRADAM COM SABOR DE LIBERDADE:  E JORNALISTA É QUE NASCI, JORNALISTA É QUE SOU, DE JORNALISTA É QUE NÃO HÃO DE ME DEMITIR. O QUADRO É HISTÓRICO E CARREGADO DE SIGNIFICADO NÃO SÓ PARA HISTÓRIA DE SÃO PAULO, MAS DO BRASIL A QUEM TANTO O JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO SERVIU E SERVE. ESSES HOMENS, A SUA MANEIRA, LANÇARAM AS BASES DE UMA VERDADEIRA INSTITUIÇÃO DEMOCRÁTICA BRASILEIRA QUE VIVENCIOU NESSES QUASE 150 ANOS MOMENTOS CRUCIAIS DE NOSSA HISTÓRIA. O ESTUDO FOI ENTREGUE POR PORTINARI NAS MÃOS DO ENCOMENDANTE, NUNCA ANTES ESTEVE NO MERCADO, OBRA ICÔNICA, ÚNICA E MAGNIFICA.  BRASIL, 1950, 45 X 34 CM. NOTA: PORTINARI NA DECADA DE 50: 1950 Viaja para a Itália em fevereiro e visita Chiampo, terra natal de seu pai. ?Expõe seis trabalhos na XXV Bienal de Veneza. Recebe pelo painel Tiradentes, a Medalha de Ouro da Paz do II Congresso Mundial dos Partidários da Paz, em Varsóvia. 1951 Participa, com uma sala especial, da 1ª Bienal de São Paulo. A Bienal conta com mais de 2 mil trabalhos de pintura, escultura, arquitetura e gravura de artistas de 19 países. Na Itália é lançada a monografia Portinari, organizada e apresentada por Eugenio Luraghi (ed. Della Mondione, Milão). 1952 Pinta para o Banco da Bahia, em Salvador, o Mural A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia. Com ilustrações de Portinari, o semanário O Cruzeiro publica o romance Os Cangaceiros de José Lins do Rego. Pinta um conjunto de obras sacras para a Igreja Matriz de Batatais (SP), pequena cidade próxima a Brodowski. 1953 É inaugurada a decoração para a Igreja de Batatais. E realizada a Via Sacra para integrar o conjunto das obras. Começa a demonstrar um problema grave de saúde devido à intoxicação com tintas. Expõe no Museu de Arte Moderna do Rio uma mostra com mais de 100 obras. Inicia o trabalho dos enormes painéis Guerra e Paz para a sede da ONU em Nova York. 1954 Participa com mais 14 artistas de 15 países da mostra organizada pelo Comitê de Cooperação Cultural com o Estrangeiro, em Varsóvia, que tem como tema principal a luta dos povos pela paz. Executa também um painel dedicado aos Fundadores do Estado de São Paulo para o jornal O Estado de São Paulo. Expõe novamente no Museu de Arte de São Paulo. Participa da III Bienal de São Paulo, com uma sala especial. Com os sintomas da intoxicação cada vez mais presentes, é proibido pelos médicos de pintar por algum tempo. Estou proibido de viver, reclama. 1955 Participa da III Bienal de São Paulo, ocupando novamente uma sala especial. O Internacional Fine Arts Council, de Nova York, confere-lhe uma medalha como o pintor do ano. Ilustra o romance A Selva, de Ferreira de Castro. Em outubro, é inaugurado o painel O Descobrimento do Brasil, encomenda do Banco Português do Brasil, no Rio. 1956 Viaja à Itália e a Israel e faz exposição nos museus de Tel-Aviv, Haifa e Ein Harod. Os painéis Guerra e Paz são apresentados no Teatro Municipal do Rio. Recebe o prêmio Guggenheims National Award, da Fundação Guggenheim, de Nova York. O Museu de Arte Moderna do Rio edita o livro Retrato de Portinari, de Antônio Callado. 1957 A Maison De La Pensée, em Paris, apresenta uma exposição individual de Portinari, patrocinada pela Embaixada do Brasil, com 136 obras. Expõe também no Museu de Munique. Os painéis Guerra e Paz são inaugurados na sede da ONU. Recebe a Hallmark Art Award, de Nova York. Solomon Guggenheim expõe Mulheres Chorando, um dos grandes estudos preliminares do painel Guerra. No final do ano Portinari começa a escrever suas memórias: Retalhos da Minha Vida de Infância. Eram belas as manhãs frias na época da apanha do café e delicioso o canto dos carros de boi transportando as sacas da colheita. Quantas vezes adormecíamos sobre as sacas. A luz do sol parecia mais forte. Era somente para nós. Ia pela estrada afora o carro vagaroso, cantando. Dormíamos cheio de felicidades. Sonhávamos sempre, dormindo ou não. Nossa imaginação esvoaçava pelo firmamento. Fantasias forjadas, olhando as nuvens brancas, mais brancas do que a neve. Tudo se movia ao nosso redor como um passe de mágica. Belas eram as seriemas, as saracuras e os tatus. Quando víamos no chão um orifício, sabíamos a que bicho pertencia. Conhecíamos também a maioria das árvores e arbustos, sabíamos a maioria das árvores e arbustos, sabíamos suas serventias para as doenças; as chuvas, o arco-íris, as nuvens, as estrelas, a lua, o vento e o sol eram-nos familiares. O contato com os elementos moldava nossa imaginação e enchia nosso coração de ternura e esperança.
  • IMPERADOR DOM PEDRO I  BACCARAT - 1º SERVIÇO  RARÍSSIMA TAÇA EM CRISTAL  DA MANUFATURA DA "MAISON BACCARAT", APRESENTANDO DECORAÇÃO EM FACETAS INTERCALADAS POR SULCOS QUE SE AFUNILAM EM DIREÇÃO À BASE. RESERVA OCTOGONAL COM AS ARMAS DO IMPÉRIO COM A COROA DO PERÍODO DE DOM PEDRO I. BASE CIRCULAR ESTRELADA. TRATA-SE DA PRIMEIRA ENCOMENDA DE CRISTAIS DO IMPÉRIO BRASILEIRO LOGO APÓS A INDEPENDÊNCIA. REPRODUZIDO NA CAPA E TAMBÉM  SOB A PÁGINA DE Nº 70 DO LIVRO "O CRISTAL NO IMPÉRIO DO BRASIL", POR JORGE GETÚLIO VEIGA. EM TODO PERÍODO IMPERIAL BRASILERIO QUE PERDUROU QUASE SETENTA ANOS SÓ EXISTEM QUATRO SERVIÇOS IMPERIAIS DE CRISTAIS ENCOMENDADOS, ESSE É O PRIMEIRO.  FRANÇA. SÉCULO XIX. DEC. 1820. 13 CM DE ALTURA.
  • S.M. IMPERADOR DOM PEDRO II. ESPADIM DE CORTE QUE PERTENCEU AO PRÓPRIO IMPERADOR DOM PEDRO II QUE A RECEBEU COMO PRESENTE DA CIDADE DE SANTA LUZIA EM MINAS GERAIS. ACONDICIONADA EM ESTOJO DE MADEIRA ORIGINAL EM JACARANDÁ DECORADO COM ALMOFADAS. AO CENTRO BRASÃO IMPERIAL DO BRASIL REVESTIDO EM OURO. INTERIOR REVESTIDO EM VELUDO CARMESIM. PUNHO EM PRATA DE LEI E MARFIM. BAINHA GRAVADA COM RAMOS DE CAFÉ EM UMA FACE E DE FUMO NA OUTRA. GUIA DA ESPADA DECORADO COM DRAGÃO DOS BRAGANÇA EM RELEVO COROADO COMO NO CETRO IMPERIAL. MONOGRAMA REVELADO EM ESCUDELA REVESTIDO EM OURO PII. LÂMINA COM DEDICATÓRIA: DOS SUBDITOS DE SANTA LUZIA A S.M.I D. P. II (vide imagem da chegada da comitiva de Dom Pedro II publicada nos jornais da época nos créditos extras desse lote). BRASIL, SEC. XIX.  98 CM DE COMPRIMENTO (o Espadim) e  105 CM (o estojo). NOTA: Ao viajar ao interior do País Dom Pedro II prestava um grande serviço à imagem do Império e à sua unidade. Essas viagens eram acompanhadas de todo um cerimonial, tanto da parte da comitiva que viajava quanto da parte dos locais visitados. Normalmente, o Imperador se fazia acompanhar de um ou mais ministros, de políticos com origem nos locais visitados, de médicos pessoais, de alguns criados, às vezes da Imperatriz e suas criadas e, muitas vezes, a comitiva aumentava ao longo do caminho. Organizava-se um programa que era enviado aos governos que seriam visitados, e esses, por sua vez, divulgavam esse programa. As Câmaras publicavam editais com os cerimoniais de chegada, que sempre previam ruas adornadas com flores, casas iluminadas, festejos religiosos e civis e outros. Reformas eram feitas nos estabelecimentos públicos e nas casas dos principais do lugar, festas com recitais de música, teatro e danças eram preparados, monumentos eram erguidos. O Imperador, quando no local, seguia uma rotina quase sempre igual, visitava escolas; assistia às aulas; inquiria os alunos; visitava e fiscalizava todos os órgãos públicos; reclamava do que estava errado; visitava as igrejas e seminários; conversava com autoridades civis e eclesiásticas; em suma, percorria todos os meandros e locais da administração e da política, marcando com seu corpo, sua presença e seu poder, e sendo visto e ouvido por seus súditos. Um grande exercício de visualização do poder imperial. D. Pedro II faz muitos apontamentos sobre o hábito dos senhores locais de se vangloriar, de elevar seus feitos públicos para mostrarem que são súditos especiais e homens preocupados com o bem público, mas também, para demonstrarem o alcance e a qualidade do seu mando local ou regional. Visita igrejas, distribui esmolas, faz apontamentos sobre os padres, sobre as cerimônias e sermões. As cidades por onde passava organizavam festas com bandas de música, fogos de artifício, missas e outras cerimônias religiosas, bailes. O costume do beijão-mão existiu até 1873, primeira viagem internacional do Monarca que ao viajar e conhecer outras cortes no mundo, percebeu o quão antiquado era esse costume. A viagem imperial começa no dia 26 de março de 1881, um sábado. Às 6 horas da manhã parte o trem especial da Estrada de Ferro D. Pedro II da estação de São Cristóvão. Fazia parte da comitiva, além do próprio D. Pedro II, a imperatriz D. Teresa Cristina, sua dama de honra Maria Cândida de A. V. de Figueiredo, o veador mor José Caetano de Andrade Pinto, o camareiro-mor Barão de Nogueira da Gama, o médico pessoal do Imperador Barão de Maceió, o conselheiro José Rodrigues de Lima Duarte, ministro da Marinha, o conselheiro Manuel Buarque de Macedo, ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, além de criados. A comitiva Imperial visitou inúmeras cidades mineiras, o percurso que os levou até Santa Luzia de Sabará foi vencido navegando sobre o Rio das Velhas. O Imperador anotou no Diário o tempo de navegação, a situação das margens ribeirinhas, a profundidade em alguns pontos e as fazendas e pequenos arraiais nas margens. Chegaram em Santa Luzia e foram recepcionados pela população e por autoridades na Ponte Grande sobre o rio das Velhas. A comitiva ocupava dois barcos. O barco à frente com a bandeira hasteada levava o Imperador, a Imperatriz e a comitiva. O barco atrás levava os criados e uma banda de musica. Vemos na  ilustração mostrada nos créditos desse anuncio os arcos de folhagem que foram montados pela cidade na chegada da comitiva. Durante o almoço com a comitiva D. Pedro II ficou conversando com o médico e chefe do Partido Liberal nessa localidade, Modestino C. da Rocha Franco, filho do 2º Barão de Santa Luzia Quintilliano R da Rocha Franco  sobre o caminho da EF DP II. Após o almoço partiram de Santa Luzia continuando sua viagem pelo rio rumo a Macaúbas. No retorno no dia seguinte, se detiveram com mais vagar em Santa Luzia. Almoçaram e  logo após Dom Pedro saiu para visitar a cidade, tendo ido a igreja matriz, aos locais onde se davam as aulas de meninos e meninas  (gostou só da de meninos), à casa da Câmara e Cadeia - e ao hospital da Misericórdia fundado com o dinheiro do 1º Barão de Santa Luzia, Manuel Ribeiro Viana (1767-1844). A comitiva ficou alojada no sobrado que tinha sido dos Barões de Santa Luzia, ocupado pela filha do 2º Barão Quintiliano, (Esse Quintiliano tornou-se 2º Barão depois de casar com a viúva do 1º, Maria Alexandrina de Almeida). Às 14 horas voltou a sair com representantes da Câmara com quem discutiu a situação financeira da mesma. Logo depois, voltam para Sabará pelo rio das Velhas. No caminho pegaram uma forte chuva e todos chegaram molhados na casa do coronel Jacinto Dias - hoje a Câmara de Sabará. Assim foi a visita do Imperador Dom  Pedro II a Santa Luzia onde recebeu como homenagem e presente essa espada hora apregoada.
  • CASTAGNETO, GIOVANNI -   PORTO DO RIO DE JANEIRO -   OSM  ASSINADO E DATADO 1886  ACERVO FAMÍLIA MESQUITA . SELO DA EXPOSIÇÃO GIOVANNI BATTISTA CASTAGNETO DO MUSEU DE BELAS ARTES DO RIO DE JANEIRO, INDIVIDUAL, REALIZADA EM 1944.  BRASÃO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE. BELA PAISAGEM MARINHA DE CASTAGNETO. ESPETACULAR OBRA DO MESTRE DAS MARINHAS!  QUADRO TOMADO EXATAMENTE DO MESMO PONTO DE VISTA DO PINTOR INTEGRA O ACERVO DO MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES DO RIO DE JANEIRO VIDE EM: http://www.tempocomposto.com.br/descricao.php?id_cad_imagem=952&kw=p%F4r%20do%20sol&horizontal=1&vertical=1&page=0. VIDE TAMBÉM FOTO DA OBRA DO MUSEU NOS CRÉDITOS EXTRAS DESSE ANUNCIO.  BRASIL, SEC. XIX. 67 X 40 CMNOTA: NOTA: CASTAGNETO foi um grande pintor ítalo brasileiro do sec. XIX. Na Itália, Castagneto era marinheiro. Nada se sabe sobre haver ele ou não frequentado academias ou ateliês onde teria iniciado estudos artísticos. Porém, é certo que possuía forte vocação para as artes, pois só esse fato explica que, logo ao chegar ao Rio de Janeiro em 5 de outubro de 1874, acompanhado de seu pai Lorenzo, também marinheiro, tenha procurado ingressar na Academia Imperial de Belas Artes.O arguto pesquisador e biógrafo do pintor, Carlos Roberto Maciel Levy, descobriu que Castagneto, ao pretender ingressar na Academia, em 1877, já tinha 23 anos. Mas como o limite de ingresso era 17 anos, o pai Lorenzo Di Gregorio Castagneto, ao requerer a admissão do filho, falseou informações ao declarar que residia na Brasil desde 1862 e que Giovanni Battista completara 16 anos de idade. Surgiu assim a versão, até há bem pouco desconhecida, de que Castagneto nascera em 1862. Portanto, ao falecer em 1900, já contava com quase cinquenta anos e não apenas trinta e oito como anteriormente se acreditava. Quando se radicou no Brasil era homem feito. Ultrapassara há muito a fase da adolescência.Tinha um grau de instrução muito precário, beirando o analfabetismo, como provam os exames que realizou na Academia. Apesar disso, foi aceito como ouvinte e pode frequentar o curso de 1878 até 1884 tendo como mestres, entre outros, Zeferino da Costa e Vitor Meireles. Foi também orientando de Georg Grimm entre 1882 e 1884, tendo acompanhado o paisagista alemão, quando este deixou a Academia e foi instalar seu ateliê, ao ar livre, na praia da Boa Viagem, em Niterói. Nesse entretempo, em 1883, foi assistente de João Zeferino da Costa na pintura dos painéis decorativos da Igreja da Candelária no Rio de Janeiro. Também exerceu o magistério ministrando aulas de desenho no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Castagneto foi um dos participantes do Grupo Grimm juntamente com Antônio Parreiras, Domingo Garcia y Vásquez, Hipólito Boaventura Carón, Joaquim José de França Júnior e Francisco Joaquim Gomes Ribeiro. Um outro alemão, Thomas Driendl, fazia o papel de assistente e substituto do mestre. Foi um importante pintor do estilo marinhista (representação de cenas ligadas ao mar), assim como o também ítalo-brasileiro José Pancetti, e seu estilo evidencia influências desde o Romantismo, passando pelo Realismo, até incorporar traços impressionistas.
  • IMPERADOR DOM PEDRO I  ROBUSTO SINETE EM BRONZE COM CABO EM MARFIM. O SINETE TRAZ BRASÃO IMPERIAL DO BRAZIL SOB A COROA DE DOM PEDRO I ENTRE RAMOS DE FUMO E DE CAFÉ.  AO REDOR DO BRASÃO TEM GRAVADA A INFORMAÇÃO: LEGAÇÃO DE S.M. O IMPERADOR DO BRASIL EM ROMA. NA PARTE SUPERIOR DO BRONZE INSCRIÇÃO DON PEDRO I IMP (DOM PEDRO I IMPERADOR). PEÇA RARÍSSIMA QUE REMONTA A PRIMEIRA LEGAÇÃO BRASILEIRA NO VATICANO COMANDADA PELO MONSENHOR FRANCISCO CORREA VIDIGAL. RESPONSÁVEL PELO RECONHECIMENTO DO BRASIL COMO NAÇÃO INDEPENDENTE E TAMBÉM RESPONSÁVEL PELA ANULAÇÃO DO CASAMENTO DE DOMITILA DE CASTRO CANTO E MELLO COM SEU PRIMEIRO MARIDO FELÍCIO PINTO COELHO DE MENDONÇA. O SINETE TRAZ A INFORMAÇÃO LEGAÇÃO DO BRAZIL PORQUE COMO O VATICANO SÓ RECONHECEU NOSSA INDEPENDÊNCIA APÓS A ANUÊNCIA DESTA POR PORTUGAL EM 1825, A MISSÃO BRASILEIRA EM ROMA ESTABELECIDA AINDA EM 1824 NÃO TINHA STATUS DE EMBAIXADA ERA APENAS UMA LEGAÇÃO OU SEJA, MISSÃO DE NAÇÃO QUE NÃO POSSUI EMBAIXADA FORMAL.  BRASIL, 1824. 14 CM DE ALTURANOTA: As relações diplomáticas entre o Brasil e a Santa Sé tiveram início formal no dia 23 de janeiro de 1826, quando o Monsenhor Francisco Corrêa Vidigal, Plenipotenciário enviado por Dom Pedro I a Roma, entregou suas cartas credenciais ao Papa Leão XII. A Santa Sé apenas reconheceu a independência do Brasil depois que Portugal o fez, em agosto de 1825. Até o reconhecimento por Portugal O PAPA LEÃO XII recusou-se a receber oficialmente o representante brasileiro. O que é perfeitamente compreensível entendendo-se a perfeita interação da Cúria Romana com Portugal. Mas ao mesmo tempo o PAPA LEÃO XII não fechou as portas ao recém criado Império do Brazil. O não reconhecimento do Vaticano era apenas uma teatralidade para apaziguar os ânimos portugueses. Desde 1824 o Monsenhor Francisco Corrêa Vidigal atuava dentro da corte papal para tratar dos interesse do Império. A própria anulação do casamento da  Marquesa de Santos com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça, preferida do Imperador Dom Pedro I foi despachada em apenas  um dia atentendendo os anseios do Imperador, e selada com esse sinete hora apregoado. Após o reconhecimento formal do Vaticano da independência da Nação Brasileira, o Monsenhor Pedro Ostini , o primeiro Núncio na América Latina, foi acreditado junto ao Imperador Pedro I, em 1829, e designado Delegado Apostólico para toda a América Latina. A Constituição brasileira de 1824 formalizara o Padroado, ou seja, o sistema de religião de Estado: a religião católica apostólica romana continuará a ser a religião do Império (artigo 5º). Tal privilégio vinha compensado por outros dispositivos que, na esteira da tradição jurídica portuguesa do Padroado, exigiam o beneplácito imperial para a aplicação de quaisquer decretos, regulamentos ou disposições da Santa Sé e, ainda, reservavam ao Governo brasileiro a iniciativa da indicação de prelados e cargos eclesiásticos. O clero era pago pelo Estado, o que, de certo modo, o equiparava ao funcionalismo público. As bases desse relacionamento logo geraram atritos, inclusive dentro do próprio clero brasileiro, como a campanha do Padre Feijó em prol da abolição do celibato sacerdotal. Ao assumir a Regência, Feijó chegou quase a romper relações com Roma por causa da nomeação de um bispo do Rio de Janeiro em desacordo com a Santa Sé. O RUIDOSO DIVÓRCIO DE DOMITILA: Pelas leis da Igreja, o matrimônio devia garantir estabilidade, funcionando como uma entidade organizada e incumbida de certas funções sociais. Se tensões graves se estabeleciam entre os cônjuges, cabia ao Juízo Eclesiástico mediar separações ou a coabitação. E o problema atingia a todas as camadas sociais. Pois uma aliança não era só morada de doçura e proteção mas espaço de confrontação e de todos os incêndios. Que o diga o requerimento dramático enviado por Domitila a D. João VI. Nele, afirmava que seus pais a tinham feito casar com Felício e que este, mal chegado a Ouro Preto, submetera-a a seu péssimo gênio e depravados costumes, atentando até contra a vida da suplicante. O fidalgo escondia um monstro. Ele a seguira de volta, até São Paulo, com protestos de amizade. Os pais a convenceram a voltar aos braços do marido. As consequências? Sevícias caseiras, desordens e até falta de camisa para vestir-se e aos seus filhos. Felício devia a todo mundo, vendeu o próprio uniforme, falsificou a assinatura da esposa para vender bens, tentou arrancar dinheiro da Pagadoria das Tropas, acabou em más companhias nas casas de jogo, chegando até a levar seus filhos pequenos para casas indecentes, tudo consumiu. Inclusive a paciência da mulher. Nas duas primeiras décadas do século, separações e anulações de casamento foram encaminhadas à Cúria Metropolitana de São Paulo. Só no ano de 1819, foram 16. A do casal entre elas. As alegações eram subjetivas e, em muitos casos, apresentavam os argumentos mais adequados para que fossem aceitos pelas normas da Igreja Católica: sevícias, ameaças de morte, adultérios, abandono de lar, injúria grave e doenças infecciosas. As que mais mereciam atenção e compreensão do bispo se referiam aos atentados à moral e aos costumes. O adultério ou quebra de fidelidade matrimonial era considerado falta grave para ambos os sexos, porém colocava a mulher numa situação inferior do ponto de vista jurídico. O antigo direito português punia o adultério com pena de morte tanto para a mulher casada quanto para seu amante. Mas, o do marido, não merecia tão grave repulsa por parte do velho código filipino: infidelidades transitórias não eram consideradas graves. Só os barregueiros, os que viviam em concubinato estável, eram passíveis de degredo. O mesmo estava previsto na legislação civil. Na verdade, sevícias, adultério, má gestão dos bens, tudo era usado quando se tratava de incompatibilidade entre os pares. Difícil era detectar a origem dos conflitos ou sua real dimensão. Não se conhecem, portanto, as razões que teriam levado Felício a esfaquear a esposa, numa manhã em que ela se dirigia para a casa da prima. Possuir, dominar, devorar, incorporar por fim, matar. A violência patriarcal fazia parte das reações masculinas para lavar a honra manchada. O que Felício saberia sobre Domitila? Ele a esperou numa esquina. Eram sete horas da manhã. Esfaqueou-a no baixo ventre e nas coxas. Ela estava grávida. Dele? Corriam rumores sobre a jovem e D. Francisco de Lorena, adido ao Exército do Brasil como integrante deseu Estado-Maior. Um colega de farda  o que transformava os cornos de Felício num problema maior. Rumores corriam na cidade. Tinham sido vistos na fonte de Santa Luzia, próxima à chácara do oficial. Com a faca manchada de sangue, o marido correu para a casa de amigos. Pensou ter matado a mulher. Desesperou-se. Quando Domitila deu à luz o pequeno João, cuja vida foi efêmera, já estava restabelecida dos ferimentos. O crime não ficou impune e ele foi encarcerado por três meses. Contudo, salvou a honra. Mais três meses e pediu para ir ao Rio de Janeiro, tratar de dependências de sua Casa. Sair de cena: uma boa iniciativa. Ficaram, porém, as cicatrizes no corpo. A separação do casal foi o assunto que aproximou Pedro e Domitila. Inúmeras requisições encaminhadas a D. João VI não foram cumpridas pelo então governador de São Paulo. Poucas vezes um divórcio foi requerido, assentado e concluído tão rapidamente. De esfaqueada, abandonada e vulnerável, ela passou a preferida do Imperador.. No dia 4 de março de 1824, teria início o processo. E, no dia seguinte, monsenhor Francisco Corrêa Vidigal reconheceria oficialmente os maus-tratos. Durante o processo, choveram acusações ao marido: ameaçava-a de morte e dormia com facão sob o travesseiro, mantinha amante em pública mancebia. Felício, um monstro? Segundo alguns cronistas, o marido não deu sinal de si, nem apresentou defesa. No dia 9, assinou-se a sentença em favor da queixosa. A justiça eclesiástica trabalhou a passos largos, auxiliada por provas irrefutáveis: as duas facadas e as duas filhas bastardas de Felício. Ele também abriu mão do pátrio poder. O prêmio de consolação para o ex-marido foi sua nomeação como administrador da feitoria de Periperi na mesma localidade de Marapicu. Resignou-se. A 21 de maio de 1824, a sentença seria exarada em favor de Domitila.
  • PRECIOSO CRUCIFIXO SETECENTISTA LUSÍADA EM MARFIM  COM CRUZ EM MADEIRA DITA GONÇALO ALVES. PROFUSAMENTE ADORNADO COM PRATA DE LEI E VERMEIL.  CRISTO EM MARFIM POLICROMADO DE EXTRADIONÁRIA FEITURA. GRANDE PERFEIÇÃO NAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS COM RICOS DETALHES. LINDOS CABELOS LHE CAEM EM CASCATA. SENDAL EXTREMAMENTE ELABORADO COM EXUBERANTES DOBRAS. NAS EXTREMIDADES DA CRUZ ARREMATES EM MARFIM ASSIM COMO A PLACA INRI. MAGNIFICA PRATARIA SENDO OS RAIOS DO RESPLENDOR QUEN ACERCAM O CRISTO DECORADOS EM RELEVO COM FIGURAS DE ANJOS. FINALIZADO EM VERMEIL. RESPLENDOR TAMBÉM EM PRATA DE LEI.  TODAS ESSAS CARACTERÍSTICAS DENOTAM A QUALIDADE E SITUAM A EXECUÇÃO DA PEÇA NO ALTO PERÍODO DO BARROCO PORTUGUÊS A ÉPOCA DO REI DOM JOÃO V NO INICIO DO SEC. XVIII. PORTUGAL, INICIO DO SEC. XVIII. 74 CM DE ALTURA. SOMENTE O CRISTO. 30 CM DE ALTURA SOMENTE O CRISTO.
  • ÚNICO E MAGNÍFICO RELÓGIO DE PAREDE DE GRANDE DIMENSÃO. PERTENCEU A EMBAIXADA PORTUGUESA EM PETRÓPOLIS NÃO SE CONHECEM OUTROS EXEMPLARES COMO ESSE. CAIXA EXTRAORDINÁRIA COM RICA MARCHETARIA. MOSTRADOR ESMALTADO DECORADO COM BRASÃO DE PORTUGAL PARA MOSTRAR A HORA LOCAL. POSSUI CURIOSO MECANISMO QUE FORNECE HORA DE LISBOA E DE PARIS. PORTA COM ESPELHO BISOTADO TEM QUATRO VISORES SENDO UM PARA O MOSTRADOR, OUTRO PARA O HORÁRIO DE LISBOA E UM OUTRO PARA O HORÁRIO DE PARIS ABAIXO DO MOSTRADOR DA HORA DE PARIS HÁ UM OUTRO MOSTRADOR MUITO CURIOSO QUE MOSTRA ROSTO DE PERSONALIDADES IMPORTANTES DE PORTUGAL, A MEDIDA QUE O RELÓGIO SE MOVIMENTA AS FACES PINTADAS MANUALMENTE EM UM GLOBO EM METAL VÃO GIRANDO E MOSTRANDO UM PERSONAGEM DIFERENTE. ASSIM VEMOS DOM PEDRO I (NOSSO IMPERADOR QUE FOI DOM PEDRO IV DE PORTUGAL), MARQUES DE POMBAL, CAMÕES, O REI DOM CARLOS I (ÚLTIMO REI DE PORTUGAL ASSASSINADO EM 1908 NO EPISÓDIO CONHECIDO COMO REGICÍDIO) E MAIS TRÊS NÃO IDENTIFICADOS. MECANISMO DE SONERIA COM REPETIÇÃO DE BATIDA DAS HORAS E MEIAS HORAS. PORTUGAL, SEC. XIX/XX. 145 CM DE ALTURA.NOTA: Desde o período imperial as embaixadas estrangeiras se fizeram representar na cidade Imperial de Petrópolis. Não era para menos, afinal o governo junto com o imperador transferiam-se para essa cidade nos meses mais quentes do ano. Com o golpe republicano a cidade de Petrópolis não perdeu seu prestígio como veremos a seguir. Tudo, talvez fosse diferente se não surgisse, em setembro de 1893, a Revolta da Armada, comandada por custódio José de Melo. Navios de guerra que se encontravam na baía de Guanabara, insurgiram-se contra o governo do marechal Floriano Peixoto. Imediatamente foram cortadas as comunicações marítimas entre o Rio de Janeiro e Niterói. As forças revoltosas tomaram, depois, de encarniçado combate, a ponta da Armação, que faz parte do território niteroiense e onde se encontravam os depósitos de material bélico da marinha. Era pensamento dos chefes revoltosos ocupar também toda a cidade de Niterói, e, com o fito de evitar mais lutas entre irmãos, intimaram o presidente do estado a comparecer à presença da chefia do movimento e entregar a cidade. Corajoso e fiel às hostes florianistas, o Presidente do Estado, Dr. Porciúncula respondeu altivamente à intimação, convidando-os a entendimentos no seu palácio de governo, o que não foi aceito, seguindo-se combates tremendos entre a marinha revoltada e a guarnição de Niterói, que resistiu bravamente, conquistando mais um título para a cidade de Niteroi: A INVICTA .  Toda a população civil niteroiense abandonou o litoral, fugindo para os bairros e subúrbios do interior. Evidentemente, naquela situação não podia continuar a se reunir a Assembléia Legislativa do estado, a quem competia votar o orçamento financeiro para o ano de 1894, e proporcionar ao Executivo meios legais de fazer face ao estado de guerra. Grande parte dos deputados provinciais fluminenses residia no Rio de Janeiro e tomaram a deliberação de reunir a Assembléia em Petrópolis. A primeira reunião foi realizada em 18 de dezembro de 1893 com a presença apenas 15 legisladores, deixando-se para o dia seguinte a ordem do dia. Havia um artigo na Constituição Estadual, que previa que o presidente podia mudar provisoriamente a capital para Petrópolis, ou para onde se julgasse conveniente. Terminado o período monárquico com a presença tão festejada do imperador e sua Corte, contribuindo muito para o progresso de Petrópolis, muita gente previu que Petrópolis perderia com o advento da República e todas as atividades sofreriam um colapso. Entretanto, já estavam decorridos mais de 3 anos e a cidade nada sofrera com o fechamento do nobre Palácio Imperial, vazio dos seus esplendores, dos seus móveis e dos seus moradores. A quase totalidade dos membros da antiga Corte que ficara no Brasil não abandonou a cidade. Faça-se um parêntesis para afirmar, que Petrópolis contou sempre, nos momentos oportunos, com um aliado lúgubre para o seu desenvolvimento: a febre amarela. Aparecida pela  pela primeira vez em 1850 no Brasil, a terrível doença trouxe para a cidade uma legião de moradores do Rio de Janeiro, dentre eles o inolvidável Mauá, que proporcionou às duas cidades uma comunicação rápida com a construção da estrada de ferro e a linha regular de barcas a vapor, causa principal do progresso que de 1854 a 1857 fazia Petrópolis ser elevada à categoria de cidade. Na reunião do dia 5 de janeiro de 1894, o deputado João da Costa Campos apresentou ao plenário o projeto transferindo provisoriamente a capital do estado para Petrópolis. A 23 do mesmo mês era aprovado em 3.ª discussão e, em 30 promulgado pelo presidente do estado, transformando-se na Lei n.º 50, assim redigida: Art. 1º  É transferida provisoriamente para a cidade de Petrópolis a capital do estado.  1.º  A efetiva remoção da sede do governo das repartições públicas e dos seus respectivos empregados deverá realizar-se no mais breve tempo possível. Em 20 de fevereiro de 1894 instalou-se solenemente a capital em Petrópolis.  O palácio do governo foi instalado no prédio da praça Rui Barbosa, aos fundos da Vila Itararé, construída muito mais tarde. É um edifício condigno, tinha um grande jardim à frente, e entrada pela atual Avenida Koeler, que então se chamava Avenida 28 de Setembro. A Secretaria de Finanças e o Tribunal de Contas ficaram instalados na antiga residência do visconde Ubá, na Rua Silva Jardim. Em frente, na mesma rua situava-se o Arquivo do Estado. A Secretaria de Obras Públicas ocupou o prédio que existia na Rua Paulo Barbosa, agora ocupado pelo edifício Rocha, e onde funcionou em 1859 a primeira Câmara Municipal de Petrópolis. O Tribunal da Relação esteve em um sobrado da Rua 15, nas imediações da Casa Copacabana, mudando-se depois para o Palácio Grão Pará, que então possuia grande parque á frente com entrada pela Avenida Quinze. Finalmente, a Secretaria de Polícia ficou instalada no prédio sito na esquina das Ruas 15 e João Pessoa. A revolta continuava e de Petrópolis partiam muitas pessoas para ajudar o governo federal e a combater os revoltosos. Apesar dos combates, a febre amarela matava mais que as balas. Em um só dia de verão de 1894 faleceram no Rio de Janeiro, 59 pessoas vitimadas pela epidemia! Baseados no recenseamento oficial de agosto de 1892, dando ao município de Petrópolis a população de 29 mil pessoas, pode-se calcular que, na ocasião da mudança da capital, em fevereiro de 1894 a mesma se elevasse a 35 mil almas, pois, achava-se a cidade em plena estação de veraneio, repleta de fugitivos não só da revolta como do mau estado sanitário da capital do país. A iluminação pública era ainda toda a querosene, estando adiantados, entretanto, os trabalhos para iluminação elétrica, sendo Petrópolis uma das primeiras capitais do Brasil a receber este melhoramento. A Revolta da Armada terminou em março de 1894 e aos poucos a situação foi se normalizando. Aberta a sessão ordinária da Assembléia Legislativa em julho, lida a mensagem presidencial dando conta dos acontecimentos, verificou-se que o presidente Porciúncula deixara a critério dos legisladores a questão do retorno da capital. Em 23 de agosto, o mesmo deputado Costa Campos, que apresentara o projeto da mudança provisória para Petrópolis, apresentou outro, tornando-a definitiva. Depois de prolongados debates, em que não faltaram acusações ao chefe do governo de ser interessado no assunto o projeto foi aprovado, tornando-se Lei n.º 89 de 1.º de outubro de 1894, que abriu também ao Executivo o crédito necessário, para aquisição ou arrendamento dos prédios necessários à instalação das repartições. Este acontecimento foi recebido festivamente, dando lugar a grande foguetório, comícios,marche aux flambeaux, sendo vivamente aclamado o governo fluminense. Foram adquiridos os prédios do Palácio Rio Negro, para sede do governo, e o lateral para o Tribunal da Relação, o do Hotel Orleans, hoje Faculdade, onde funcionavam todas as repartições públicas estaduais, e o do Ginásio Fluminense. Entretanto passados alguns anos, diante de dificuldades causadas pela distância com a Capital do país. a lei n.º 542, de quatro de agosto de 1902 autorizou a mudança, mas só em 20 de junho do ano seguinte de 1903 foram transferidas as repartições. Muito dos funcionários preferiram deixar os empregos e permanecer em Petrópolis, não só pelo atraso nos pagamentos, como pelo terror de viver naquela cidade. Hipotecado ao Banco do Brasil, o Palácio Rio Negro foi transformado em residência de verão para os Presidentes de República, que antes ocupavam do prédio do antigo Colégio São José, também Avenida na Avenida Koeler. No momento do retorno da capital para Niterói houve pressentimentos de que Petrópolis fosse perder seu prestígio de cidade progressista. Entretanto tal não aconteceu, devido à fibra dos seus habitantes e ao apoio que sempre recebeu da capital federal. Os verões presidenciais tornaram-se mais constantes, as construções de belas vivendas aumentaram, as indústrias progrediram, numerosas embaixadas estrangeiras se estabeleceram definitivamente na cidade em que residia o Barão do Rio Branco, ministro das Relações Exteriores que, já em 1903 firmava-se na cidade o célebre Tratado de Petrópolis, que passava a ser a capital diplomática do Brasil, e ano após ano, continuou a progredir (http://ihp.org.br/26072015/lib_ihp/docs/jkf19960125.htm)
  • IMPERIAL ORDEM DO CRUZEIRO  INSIGNIA DE GRANDE OFICIAL EM OURO MACIÇO E ESMALTES. LINDA COMENDA! ANVERSO - ESTRELA DE CINCO PONTAS BIFURCADAS E MAÇANETADAS, ASSENTADA SOBRE GUIRLANDA DE RAMOS DE CAFÉ E FUMO, PENDENTE DE COROA IMPERIAL. AO CENTRO, MEDALHÃO REDONDO AZUL-CELESTE, COM CRUZ LATINA FORMADA POR DEZENOVE ESTRELAS BRANCAS, CIRCUNDADO POR ORLA AZUL-FERRETE COM A LEGENDA "BENEMERITIUM PRAEMIUM". REVERSO  IGUAL AO ANVERSO, COM ALTERAÇÃO NO MEDALHÃO PARA A EFÍGIE DE D. PEDRO I, E NA LEGENDA PARA "PETRUS I  BRASILIAE IMPERATOR D". BRASIL, A ORDEM PENDE E COROA IMPERIAL DECORADA COM ESMALTES SIMULANDO ESMERALDAS E RUBIS. PRIMEIRA METADE DO SEC. XIX. 11 CM DE ALTURA, 35,7 GNOTA: Com a Independência do Brasil, D. Pedro I criou a Ordem Imperial do Cruzeiro, em 1º de dezembro de 1822, para comemorar a sua Aclamação, Sagração e Coroação. Foi, assim, a primeira ordem honorífica genuinamente brasileira. Seu desenho partiu de modelo francês, mas seu nome e suas características basearam-se na "posição geográfica desta vasta e rica região da América Austral, que forma o Império do Brasil, onde se acha a grande constelação do Cruzeiro, e igual, em memória do nome, que sempre teve este Império, desde o seu descobrimento, de Terra de Santa Cruz." Era destinada a premiar brasileiros e estrangeiros e sua maior distribuição ocorreu no dia da Coroação e Sagração de D. Pedro I. Aos agraciados não eram cobrados emolumentos, exceto o feitio da insígnia e o registro dos diplomas. Ficavam, porém, obrigados a dar uma joia qualquer, ao seu arbítrio, para dotação de uma Caixa de Piedade, destinada à manutenção dos membros pobres da Ordem ou dos que, por casos fortuitos ou desgraças, caíssem em pobreza.
  • ESPADA PII GUERRA DO PARAGUAI  ESPADA DO PERÍODO IMPERIAL: RARA ESPADA DE CAVALARIA DO IMPÉRIO BRASILEIRO. BAINHA EM METAL, GUARDA DECORADA COM COROA IMPERIAL, ALADA POR RAMO DE CAFÉ E FUMO. AO CENTRO INICIAIS PII ALUSIVAS AO IMPERADOR DOM PEDRO II. PEGA EM MADEIRA REVESTIDA EM COURO. LÂMINA EM AÇO ADAMASCADO DECORADO NAS DUAS FACES. DE UM LABO LAUREL QUE ENVOLVE A COROA IMPERIAL E INSCRIÇÃO PII E NA FACE OPOSTA LAUREL QUE ENVOLVE O BRASÃO DO IMPÉRIO DO BRASIL E A INSCRIÇÃO VIVA O IMPERADOR. ACOMPANHA BELO TALABARTE ORIGINAL DA ESPADA EM PRATA DE LEI. ESSE MODELO DE ESPADA FOI ENCOMENDADA PELO EXÉRCITO IMPERIAL BRASILEIRO A ÉPOCA DOS CONFLITOS DA GUERRA DO PARAGUAI NA DÉCADA DE 1860. ACOMPANHA TALIM EM PRATA DE LEI. BRASIL, SEGUNDA METADE DO SEC. XIX. 99 CM DE COMPRIMENTO.NOTA: De acordo com tradição transmitida por oralidade familiar essa espada foi utilizada em combate na batalha de  Lomas Valentinas  que ficou conhecida como dezembrada e aconteceu no território do Paraguai. A espada ofertada no lote posterior também fez parte dessa batalha entretanto pertencia a soldado paraguaio e foi  tomada como troféu de batalha.  A Batalha de Lomas Valentinas (também conhecida como a Batalha de Ita Ybate) foi travada no Departamento Central do Paraguai entre 21 e 27 de dezembro de 1868. O Exército Paraguaio, liderado pessoalmente pelo Presidente Francisco Solano López, foi decisivamente derrotado, embora tenha conseguido escapar. Em 30 de dezembro de 1868, a guarnição paraguaia em Angostura, com 1.907 homens, rendeu-se aos Aliados. O marechal Caxias (na epóca Marquês de Caxias) havia deixado Villeta às 02:00 do dia 21, e estava pronto para invadir a fortificação Lomas Valentinas ao meio-dia. Duas colunas de infantaria, uma sob o comando do general José Luis Mena Barreto atacando as defesas ocidentais de Ita Ybate e outra sob o comando do general Jacinto Machado de Bittencourt, auxiliadas pela cavalaria sob o comando do general Andrade Neves atacando as defesas do norte em Loma Acosta. Onde a colina Cumbarity foi localizada, sendo tomada ao amanhecer. No dia 22 de dezembro, as tropas argentinas e uruguaias avançaram em direção a Lomas. O marechal Caxias passou o dia 23 reorganizando seus batalhões. Um dia depois, o marechal Caxias exigiu a rendição de Lopez, que foi recusada. O ataque aliado voltou a ser comemorado com o amanhecer nos dias 25 e 26. As defesas paraguaias foram finalmente tomadas em 27 de dezembro.
  • NOSSA SENHORA DO CARMO  GRANDE IMAGEM EM MADEIRA POLICROMADA E DOURADA DE EXCEPCIONAL FATURA! SINGULAR REPRESENTAÇÃO COM RICO PANEJAMENTO E BASE MAGNÍFICA! BRASIL, SEC. XIX. 48 CM DE ALTURA
  • SEDE DA FAZENDA IRACEMA  GLEBA DE TERRA COM APROXIMADAMENTE 19,2 ha (8 alqueires). COM CASA DE ADMINISTRADOR CONSTRUIDA NO INICIO DO SEC. XIX, 6 CASAS DE COLONOS. Casa sede com 2000 METROS QUADRADOS DE CONSTRUÇÃO, 7 DORMITÓRIOS, CINCO BANHEIROS, AMPLA COZINHA, COPA, SALA DE JANTAR, GRANDE SALA DE VISITAS, SALA COM LAREIRA. ÁREA SOCIAL COM GRANDE PISCINA, CHURRASQUEIRA, QUADRA, LINDOS JARDINS E LAGO.  A CASA FOI RESTAURADA  EM 1992 RESPEITANDO-SE SUAS CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS. TAMBÉM HÁ  ANTIGO TERREIRO DE CAFÉ. ÁREA PLANA, PRÓPRIA PARA CONSTRUÇAO EM REGIÃO NOBRE JÁ CERCADA POR CONDOMÍNIOS. A SEDE TEM INTERNAMENTE LINDAS PINTURAS EM TRONP LOEIL REPRODUZINDO CENAS DA FAZENDA EM PRODUÇÃO COM CAFEZAIS, A PRÓPRIA CASA SEDE, SECAGEM DO CAFÉ NO TERREIRO. TAMBÉM O BARÃO DE LIMEIRA CAÇANDO. TEMAS DE CAÇA, PESCA E CACHOEIRA. NA PARTE INFERIOR A ANTIGA SENZALA FOI TRASFORMADA EM CAVE. A FAZENDA ESTA REPRODUZIDA NO LIVRO CAMPINAS UM MUNICIPIO NO IMPÉRIO DO PROF. CELSO MARIA PUPPO EXTEROR NA PAGINA 168 E INTERIOR COM A SALA PRINCIPAL E O MÓVEL APREGOADO NO LOTE 117 NA PAGINA 103. A FAZENDA IRACEMA É O NÚCLEO FUNDADOR DE VÁRIAS E GRANDES FAZENDAS IMPORTANTES DA REGIÃO DE SOUSAS EM CAMPINAS. PERTENCEU ORIGINALMENTE AO BRIGADEIRO LUIZ ANTONIO DE SOUZA QUEIROZ, QUE A LEGOU A SEU FILHO, O BARÃO DE LIMEIRA, DEPOIS HERADADA PELO FILHO DO BARÃO TEOBALDO DE SOUZA QUEIROZ  E ESTE VENDEU A PROPRIEDADE PARA FAMÍLIA DA MARQUESA DE SANTOS, DOMITILA DE CASTRO CANTO E MELLO E SEU MARIDO BRIGADEIRO RAFAEL TOBIAS DE AGUIAR. POR TODAS AS RAZÕES É UMA FAZENDA HISTÓRICA PARA O MUNICÍPIO DE CAMPINAS, NUMA REGIÃO BASTANTE BONITA CORTADA PELOS RIOS ATIBAIA E JAGUARI.
  • BRIGADEIRO RAFAEL TOBIAS AGUIAR  OST   IMPORTANTE OBRA RETRATANDO O BRIGADEIRO TOBIAS AGUIAR EM RARA (A ÚNICA CONHECIDA) REPRESENTAÇÃO AINDA JOVEM DESSE VULTO IMPORTANTE DA HISTÓRIA BRASILEIRA. TOBIAS AGUIAR È REPRESENTADO COM TRAJE DE GALA DE OFICIAL DO EXÉRCITO IMPERIAL. FIVELA DO CINTURÃO OSTENTA LINDO BRASÃO IMPERIAL. RICA MOLDURA RECOBERTA EM OURO. ESSE RETRATO TOMOU PARTE NA DECORAÇÃO DO SALÃO DE RETRATOS, UM DOS TRÊS SALÕES CONTÍGUOS QUE CONSTITUIAM OS AMBIENTES SOCIAIS DO PALACETE DA MARQUESA QUE EM SUA ÉPOCA FORAM O CENTRO DA VIDA SOCIAL PAULISTANA. BRASIL, PRIMEIRA METADE DO SEC. XIX. 88 X 70 CM. NOTA: RAFAEL TOBIAS DE AGUIAR era um paulista de cepa. Rico sorocabano, politico influente em toda Província de São Paulo. Era filho, neto e bisneto de comerciantes de gado. Pela imensa riqueza tinha a alcunha de "Reizinho de São Paulo". Quando Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, voltou para São Paulo no final de 1929, grávida de sua última filha com Dom Pedro I e expulsa da  da corte por seu antigo amante, encontrou em São Paulo um ambiente dividido entre marquesistas e anti marquesistas. Para alguns ela era a moça do Imperador e para outros a filha de São Paulo que fez brilhar sua terra. O Brigadeiro Tobias Aguiar era do grupo dos anti marquesistas ferrenho inimigo de Domitila. Tal a implicância com a Marquesa que teria até apelidado uma escrava fujona e problemática como Domitila. Mas se a Marquesa derreteu o coração do Imperador, como não poderia fazer o mesmo com o coração do Reizinho de São Paulo? Já em 1832 sua implicância abrandou, talvez conhecendo a figura cativante, as reservas tenham se dissipado. O fato é que já em 1833 os dois aparecem juntos como padrinhos de batismo de uma criança. No mesmo ano o Brigadeiro já havia passado a administrar os bens da Marquesa e em 1834 tiveram o primeiro filho juntos. Nascido no dia quatro de outubro de 1795,Rafael Tobias de Aguiarera proveniente de Sorocaba. Seus pais, Antônio Francisco de Aguiar e Gertrudes Eufrosina Aires, eram fazendeiros e possuíam um enorme patrimônio. Rafael passou apenas sua infância na cidade natal, logo foi para São Paulo, onde iniciou seus estudos e foi colega de escola doPadre Diogo Antônio Feijó. Após concluí-los, não tardou muito também para iniciasse sua vida pública como representante da comarca de Itu, aos 26 anos de idade. Foi sua responsabilidade participou da escolha dos deputados brasileiros do Estado de São Paulo que integraram as Cortes Gerais e Constituintes de Lisboa. Anos depois, em 1824 foi eleito membro do Conselho da Província de São Paulo. Na época do fico, em 1821, ele foi um dos que contribuiram enviando tropas fiéis a Dom Pedro I. Armou a própria cussta mais de 100 homens e marchou com eles para  o Rio de Janeiro. Chegou a contribuir com 12 contos de réis (uma grande fortuna) para a causa da independência do Brasil. Tobias era tão rico que não apenas uma vez emprestou dinheiro para cobrir as finanças do tesouro da província sem cobrar juros. Pagou por suas expensas inclusive o salário dos servidores do Estado na impossibilidade da máquina pública assumir o compromisso. Foi ele a fundar o Gabinete Topográfico que seria o embrião da Escola Politécnica de São Paulo.   Além disso, também foi nomeado pelo imperador Dom Pedro I para o Conselho de Estado, órgão criado após a dissolução da Assembleia Constituinte. O principal objetivo dessa autarquia era elaborar a primeira constituição do país. Rafael Tobias de Aguiarse envolveu muito com a vida pública e se tornou um dos grandes líderes liberais da primeira metade do século XIX. Sua carreira se desenvolveu com muita rapidez, em pouco tempo ele se tornou conselheiro do governo provincial. Este cargo foi sucedido pelas posições de deputado provincial e deputado geral em várias legislaturas. Dez anos apenas depois de ter iniciado sua vida pública, Rafael Tobias de Aguiar chegou ao respeitável posto de Presidente da Província de São Paulo, o primeiro paulista a ocupar o cargo. (que ocupou por duas vezes, inclusive). Durante o exercício de seus dois mandatos, Rafael ganhou a admiração de todos por conduzir ótimas gestões administrativas e investir o próprio salário em melhorias nas escolas e em obras públicas e de caridade. Sua conduta o rendeu o título de Brigadeiro Honorário do Império, tornando-o, então, conhecido comoBrigadeiro Rafael Tobias de Aguiar. Foi um dos principais nomes do movimento liberal no século XIX e foi um dos chefes da Revolução Liberal de 1842. Nesta época, uniu-se a seu colega de escola, Padre Diego Antônio Feijó, para combater os conservadores que ganhavam espaço no começo do reinado deDom Pedro II. Os revolucionários mudaram provisoriamente a capital da Província de São Paulo para Sorocaba e formaram um exército de 1500 homens que recebeu o nome de Coluna Libertadora para invadir São Paulo e depor o Presidente da Província,Barão de Monte Alegre. Porém, o movimento foi derrotado pelo então Barão de Caxias que chegou com suas tropas às portas  da cidade de Sorocaba fazendo com que Tobias de Aguiar buscasse refúgio no Rio Grande do Sul, junto aos rebelados daGuerra dos Farrapos. O Brigadeiro acabou preso em 1842 e levado para a Fortaleza de Laje no Rio de Janeiro encravada em uma rocha no meio da Baia da Guanabara. A marquesa de Santos, ao saber da sua prisão, partiu para a corte onde, por meio de um procurador, rogou ao imperador d. Pedro II que pudesse viver com o marido na Fortaleza de Laje para cuidar da saúde dele, o que foi concedido. Em 1844 Tobias de Aguiar foi anistiado e o casal retornou para São Paulo, onde foram recebidos como heróis por uma multidão. Como Presidente da Província de São Paulo criou a Guarda Municipal Permanente, que em 1891 virou Força Pública e, na década de 70, Polícia Militar. Também abriu a Estrada da Maioridade ligando São Paulo ao Rio de Janeiro. Uma de suas frases mais marcantes para falar de sua dedicação à São Paulo era: Servir São Paulo é, sobretudo, antes de tudo e acima de tudo, servir ao Brasil!. O Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, além de político e militar, era também rico fazendeiro em Sorocaba. A ele se deve a criação daqueles vistosos cavalos, pelagem de duas cores, conhecidos como pampas. Quando de sua retirada para o Rio Grande do Sul, no remate doloroso da Revolução Liberal de Sorocaba, em 1842, presenteou certo fazendeiro gaúcho de Cruz Alta com alguns desses cavalos, que se reproduziram e espalharam até o Rio do Prata, formando uma raça cavalar que tomou o nome do criador sorocabano - Raça Tobiana. Tobias de Aguiar morreu aos 63 anos, a bordo de um navio Piratininga, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro quando se dirigia à cidade para procurar tratamento médico. Estava em companhia da Marquesa e de um de seus filhos.  Seu corpo, embalsamado e trazido por Domitila para São Paulo, foi sepultado em 26 de outubro de 1857 no jazigo da Ordem Terceira da Igreja de São Francisco.  O relacionamento entre Tobias e Domitila foi o mais longo da marquesa, durando 24 anos ao longo dos quais o casal teve seis filhos, sendo que 4 conseguiram chegar a idade adulta: Rafael Tobias de Aguiar e Castro (1834  1891). João Tobias de Aguiar e Castro (1835  1901). Gertrudes de Aguiar e Castro (1837  1841). Antônio Francisco de Aguiar e Castro (1838  1905). Brasílico de Aguiar e Castro (1840  1891). Heitor de Aguiar e Castro (1842  1846).
  • ERNST PAPF - O DUQUE DE CAXIAS (1803-1880)  LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA POR ERNST PAPF  OST  ASSINADO E DATADO 1871. MAGNIFICA TELA RICAMENTE EMOLDURADA. O DUQUE OSTENTA AS COMENDAS DA ORDEM DA ROSA, CRUZEIRO DO SUL, A COMENDA DA CAMPANHA GUERRA DO PARAGUAI, DA ORDEM DE SÃO BENTO DE AVIS E TAMBÉM A SUA COMENDA PREDILETA A MEDALHA DE OURO COMEMORATIVA DA RESTAURAÇÃO DA  BAHIA   DA QUAL MUITO CAXIAS SE ORGULHAVA  DE OSTENTAR COMO VETERANO DA GUERRA DA INDEPENDÊNCIA (A MEDALHA DA RESTAURAÇÃO DA BAHIA CUNHADA NO RIO DE JANEIRO ERA A UNICA MEDALHA UNIFACE DAS CRIADAS NO PERIODO DE DOM PEDRO I SUA CONCESSÃO SURGIU NA ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE DE 1823 POR UMA SUGESTÃO DO DEPUTADO RODRIGUES DE CARVALHO) VIDE SOBRE TODAS AS COMENDAS DO DUQUE DE CAXIAS EM: HTTP://WWW.AHIMTB.ORG.BR/CAXICO361.HTM. PAPF RETRATOU COM SUA EXTRAORDINÁRIA HABILIDADE DE RETRATISTA A AUSTERA E RESPEITÁVEL FIGURA DO MAIOR MILITAR BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS, ÚNICO DUQUE SEM SANGUE REAL DO IMPÉRIO. CONTA-SE QUE QUANDO RENDEU AO BRIGADEIRO LUIZ ANTONIO E OUTROS CHEFES DA REVOLTA LIBERAL NO RIO GRANDE DO SUL DIRIGIU-SE A ELES RESPETOSAMENTE COM ESSAS PALAVRAS: MEUS SENHORES, ISSO SÃO CONSEQÜÊNCIAS DO MOVIMENTO, MAS PODEM CONTAR COMIGO PARA QUANTO ESTIVER EM MEU ALCANCE, EXCETO PARA SOLTÁ-LOS. POR CONTA DE SUA NOBREZA DE CARÁTER FOI MUITO RESPEITADO INCLUSIVE PELOS ADVERSÁRIOS NOS CAMPOS DE BATALHA. A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DESSE RETRATO TRANSCENDE QUAISQUER PALAVRAS QUE POSSAM SER ESCRITAS MAS COMO GRANDES ADMIRADORES QUE SOMOS DO PATRIOTISTO, DOR SERVIÇOS IMENSURÁVEIS QUE PRESTOU O DUQUE DE CAXIAS, FUNDADOR DA NOSSA NACIONALIDADE AO LADO DE DOM PEDRO I,  NOS  SENTIMOS HONRADOS COM A OPORTUNIDADE DE APRESENTÁ-LO. RIO DE JANEIRO, 1871, 95 X 79 CM.NOTA: LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA, (1803-1880). Lutou em 1823 contra Portugal na Independência do Brasil e depois passou três anos na Cisplatina enquanto o governo tentou resistir sem sucesso contra a secessão da província. Caxias permaneceu leal ao imperador Pedro I durante protestos em 1831, apesar de seus familiares terem abandonado o monarca. Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro II, a quem Caxias serviu como mestre de armas, ensinando-lhe esgrima e hipismo, eventualmente tornando-se seu amigo. A regência que governou o Brasil durante a minoridade de Pedro II enfrentou várias revoltas por todo o país. Caxias novamente ficou contra seu pai e tios, que eram simpatizantes dos rebeldes, comandando as forças legalistas de 1839 a 1845 na supressão de revoltas como a Balaiada, as Revoltas Liberais e a Revolução Farroupilha. Sob seu comando o Exército do Brasil derrotou a Confederação Argentina em 1851 na Guerra do Prata. Uma década depois, já como Marechal, ele novamente liderou as forças brasileiras para a vitória, desta vez na Guerra do Paraguai. Como recompensa foi elevado a nobre, tornando-se em sucessão barão, conde, marquês e, por fim, a única pessoa a receber um título de duque durante o reinado de Pedro II.  Caxias se tornou um membro do Partido Regressista na década de 1840, que depois se tornou o Partido Conservador. Foi eleito senador em 1846 e dez anos depois virou o Presidente do Conselho de Ministros. Ele ocupou o cargo novamente durante um breve período entre 1861 e 1862, porém saiu quando seu partido perdeu a maioria no parlamento. Durante as décadas seguintes, Caxias viu seu partido crescer, alcançar seu apogeu e entrar em declínio por conta de conflitos internos. Ele voltou à presidência do conselho pela última vez em 1875 e ficou até 1878, porém exerceu mais uma presidência figurativa. Em 5 de janeiro de 1878, o Duque do Caxias muito doente, recolheu-se à Fazenda de Santa Mônica debruçada à margem esquerda do Paraíba cerca de 1Km da estação de Barão de Juparanã e a 8 Km de Vassouras. Ali ficou aos cuidados da sua filha mais moça a baronesa do Santa Mônica e passou os últimos 850 dias de sua grande vida de marcante projeção positiva nos destinos da Pátria ,teve de ser removido da sela. Poucos dias depois se recuperou e pediu que lhe dessem um cavalo com os seus arreios para poder desfrutar do único prazer que lhe restava  andar a cavalo pelos arredores. Quando foi montar, o cavalo, já não conseguiu fazê-lo. Faltaram-lhe forças nos braços e pernas. O mal que o consumia fizera grandes progressos. Recusou a ajuda do empregado para montar. Muito triste recolheu-se para o interior da casa. Em pouco tempo foi obrigado a socorrer-se de uma improvisada cadeira da rodas e limitar seus movimentos ao segundo piso do prédio.e a contemplar a paisagem, e a atividade da Fazenda e, o Paraíba de seu quarto e sacada. Ao anoitecer do dia. 7 de maio, após vários dias tranquilos a saúde do velho marechal apresentou sensível queda. Foi removido para sua cama que logo foi cercada por sua filha, genro, neto, monsenhor Meirelles e coronel José Julião Carneiro da Silva, Carlos Arthur da Silva e Manoel respectivamente seus assistentes, amigo e empregado. Após despedir-se de todos expirou entre às 8 e 9 horas da noite. A seguir foram tomadas as providências para seu transporte porá o Rio para ser sepultado junto a Duquesa de Caxias Como mortalha vestiram-lhe sua farda de Marechal do Exército com as medalhas de cobre do Mérito Militar e da Campanha Geral do Paraguai. O corpo foi velado durante todo o resto da noite até às 13 horas do dia seguinte na capela da fazenda, onde foi celebrada missa de corpo presente. O corpo foi transportado à braço por amigos até a estação ferroviária de Juparanã. Daí saiu às 14 horas para o Rio em trem especial o falecer sua esposa em1874, o Duque de Caxias em23de abril, fez seu testamento nomeando para seus testamenteiros, pela ordem, seus genros Barão de Santa Mônica e Visconde de Uruguai e seu irmão Barão de Tocantins. Como disposições de interesse registre-se:Não ser embalsamado, ser enterrado pela Irmandade Cruz dos Militares, sem expedir-se convites, dispensa de honras militares e do Império a que tinha direito como Marechal de Exército e Duque e ser seu caixão transportado por soldados de bom comportamento dos mais antigos das diversas unidades da cidade do Rio 'Corte). Legou os sem bens as seguintes pessoas: ao Barão da Penha seu fiel ajudante. de ordens na guerra contra Oribe e Rosas1851-52 e Chefe de Estado-Maior na guerra do Paraguai, "todas as suas armas, inclusive sua espada de comando, com a qual fez todas as suas campanhas, e o seu cavalo com os melhores arreios que tivesse, como prova distinta do apreço em que sempre teve a sua fidelidade eco-participação dos trabalhos em campanha", ao capitão Salustiano Barros de Albuquerque "como prova de apreço a lembrança de seus serviços prestados no seu Gabinete o seu relógio e corrente de ouro", a seu irmão Visconde de Tocantins um candiero de prata que pertencera ao pai, a sua irmã, a Baronesa de Surui. as suas insígnias de brilhantes da Grã-Cruz da Ordem de D. Pedro I, a cada um dos seus sodados que transportarem seu caixão 30 mil réis, a sua afilhada Ana, esposa do capitão Noronha aquantia de 2 contos de réis (2.000.000 de réis), a seu criado Luiz Alves "a quantia de 400.000 réis e a roupa de seu uso". Contou-me Vilhena de Morais seu grande biógrafo que o criado referido a quem Caxias deu o seu próprio nome fora um Indiozinho órfão que trouxera do Maranhão em 1841. Era pessoa de absoluta confiança do Duque e da Duquesa que o consideravam como filho de criação.Segundo o historiador citado, Caxias trouxera como único troféu de guerra" do Maranhão o índio órfão referido e da guerra do Paraguai um altar portátil mandado fazer em campanha que se encontra no Convento de Santo Antonio. O corpo trazido por seu genro Francisco Nicolau Carneiro Nogueira da Gama e sua filha Ana de Loreto, chegou à estação D. PedroII às 17h45min Foi recebido pelos Conde de Iguaçu e Beaupaire Roham representantes do Imperador e Imperatriz e que colocaram, à disposição da família do Duque de Caxias um coche imperial destinado ao enterro de príncipes. Fizeram-se presentes na estação, além de diversos oficiais e cadetes do Exército, as seguintes autoridades: Viscondes de JaguariPresidente do Senado, Visconde da Gáveado Conselho Supremo Militar e Visconde de Tocantinsirmão de Caxias, Conde de Baependi, barões de Cotegipe, de Piraquara, de Maroim, de Vila da Barra, conselheiros Diogo Velho e Dr. Constantino, Jaguaribe, Fausto de Aguiar, Luiz Carlos da Fonseca, Paulino de Souza Miranda de Carvalho e major Delgado de Carvalho.O corpo foi transportado do trem para o coche por seis soldados de Infantaria, sendo Cândido Barbosa de Oliveira, Juvêncio Pereira da Serra e Anastácio José dos Santos do 1.ºBI, o atual Batalhai Sampaio e José Talião Papa, Manuel Paula de Albuquerque e Tiburcio Rodrigues Torres do 10. BI. O coche foi acompanhado por 16 moços de estribeira da casa imperial" e o séquito rumou para o palacete do Duque de Caxias na Tijuca, na rua Conde de Bonfim. Este palacete histórico foi demolido ern 1979 e situava-se entre as ruas Visconde de Figueiredo e Conselheiro Azenha. Neste local o corpo foi velado pela filha mais velha de Caxias D. Luiza Loreto e Baronesa de Surui e demais familiares. O caixão foi removido do coche parauma eça no interior do palacete, rodeada de seus toucheiros. Transportaram o caixão os Viscondes de Tocantins e da Gávea, Barão da Penha, tenentes coronéis João Manoel de Lima e Silva e Ayres Antonio de Moraes Ancora, majores José Dias Delgado de Carvalho e Luiz da Costa Pimentel e capitão João Antonio de Ávila. O corpo foi ali velado até a manhã do outro dia. Depois de missa e encomendação, o féretro do Duque de Caxias saiu às 9h30min de 9 com destino ao Cemitério São Francisco de Paula no Catumbi. Transportaram seu caixão ao coche, conforme seu desejo, seis soldados de bom comportamento. Além das representações do Ministério, do Senado, da Câmara, do Exército, da Marinha da 5Imprensa, da Magistratura do Clero e Estudantes comparecerão os senadores Visconde de Rio Branco. Barão de Cotegipe, Afonso Celso e Correia e os deputados Joaquim Nabuco e Fernando Osório(filho do general Osorio), conselheiros Paulino de Souza e Pereira Franco, Viscondes de Tocantins, da Gávea e do Rio-de-vez, barões de Mesquita e da Penha, almirante Delamare, major de Engenheiros Alfredo de Taunay e Drs. Mello Mattos e Gusmão Lobo. O caixão de Duque ia no primeiro carro. No segundo tem uma coroa de Duque com uma fita preta, a espada, as dragonas, o talim, a banda e o chapéu de marechal de Caxias. No terceiro carro ia o Capelão imperial. No quarto carro e seguintes: os ministros, General Câmara e Visconde de Pelotasda Guerra, conselheiros Saraiva. Dantas, Buarque de Macedo, Lima Duarte e Pedro Luiz, familiares do Duque de Caxias e representações do Senado e Câmara. O Imperador e Imperatriz se fizeram representar. O Comandante do Corpo de Polícia do Rio, junto com seus oficiais, acompanharão o enterro todo o tempo. Segundo o Jornal do Comércio, "era tal o número de pessoas que quiseram prestar esta última homenagem ao ínclito cidadão, que quando o coche fúnebre chegou às 11 horas no Cemitério... a fieira de carros estendia-se até a rua Conde de Bonfim,de onde saíra o féretro... Em todas as casas estavam as janelas apinhadas de famílias nas ruas ,o povo estendia-se em alas, e na entrado do cemitério tão crescido o número de pessoas já aguardava o féretro, o que só com grande dificuldade puderam os soldados que carregarão o corpo, alcançar o portão e passar além. "Do palacete de Caxias na Tijuca até o cemitério o enterro percorreu cerca de 6 Km, ao longo das atuais ruas Conde de Bonfim,. Hadock Lobo, Estácio de Sá e Frei Caneca. Ao chegar ao cemitério o caixão foi tirado do coche pelos seis soldados que com dificuldade conseguiram transpor o portão do mesmo. Depois, no interior do Cemitério São Francisco de Paula o corpo recebeu a 2aencomendação e foi recebido pela Ordem Terceira de São Francisco de Paula. Daí entre alas de oficiais, e alunos das escolas Politécnica e Militar do Exercito e praças de diversas armas, foi transportado por seus irmãos da Irmandade Cruz dos Militares, e Barão de Mesquita, José de Berra, Dr. Thomaz Alves Joaquim José do Rosário, José Joaquim Ferreira Leal e irmão provedor. Foram revesados por outros graduados da ordem e pelo Visconde de Tocantins(irmão e grande amigo de Caxia se o que salvara de um desastre militar no combate de Sinta Luzia em Minas Gerais em 1842), major Bernadino Borman(herói da guerra do Paraguai do Regimento de Mallet), Ajudante-de-ordens de Caxias e seu biógrafo e mais tarde destacado escritor com o pseudônimo de Vilagran Cabrita, historiador Militar e chefe de Estado-Maior do Exército e. Brigadeiro Conrado Maria da Silva Bitencourt, o heróico, competente e valoroso Chefe da Comissão de Engenheiros na guerra do Paraguai .O assessor de Engenharia que Caxias dispôs. Após a terceira e última encomendação o corpo do Duque de Caxias foi colocado ao lado do túmulo de sua grande esposa, amiga e inspiradora de sua grande obra. A seguir usaram da palavra: o major de Engenheiros Alfredo de Taunay,em nome do Exército, o senador Correia pelo Senado, o Dr. Rosendo Muniz pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro do qual o Duque de Caxias era membro, o Dr. Aquino como veterano da guerra da Independência, o 5. anista Barros Falcão, pela escola de Medicina e o coronel de Engenheiros Conrado Jacob de Niemeyer(que fizera vários e arriscados reconhecimentos para Caxias em Humaitá usando os balões cativos vindos dos EUA) eo Dr. Duque Estrada Teixeira. Sobre seu túmulo a imprensa registrou coroas enviadas por suas filhas, a afilhada, empregados, Escola Politécnica do Exercito;o jornais O Cruzeiro, do Comercio e Gazeta de Notícias e várias outras. Do discurso do Major de Engenheiros Alfredo de Taunay, em nome do Exército, destacamos estes antológicos e significativos trechos:"Só a mais vigorosa concisão,unida à maior singeleza é que poderá contar os seus feitos. Não há pompas de linguagem, não há arroubos de eloquência capazes de fazer maior esta individualidade, cujo principal atributo, foi a SIMPLICIDADE na GRANDEZA".E finalizou: "Carregaram seu féretro seis soldados. Mas. senhores, estes soldados que circundam agora a gloriosa cova é a minha voz que se levanta para falar em nome deles que são o corpo e espírito de todo o Exército Brasileiro. Re-presentam o preito derradeiro de um reconhecimento inextinguível que nós militares, de norte a sul deste vasto Império, viemos render ao nosso velho-marechal, que nos guiou como general, como protetor, quase como pai, durante quarenta anos.. Nós soldados e orador humildes todos em suas esferas e muito pequenos pela valia própria, nos sentimos grandes pela elevação da homenagem e pela sinceridade da dor". Se revesaram no carregamento do féretro de Caxias do palacete para o coche fúnebre e deste até o interior do cemitério além de rodearem seu túmulo durante os discursos os seguintes soldados: João Alves de Souza, José Ferreira da Silva, João Batista de Santana, João Antonio da Silva e Valentim Delfim do Amaral do 1. RC,(o atual Dragões da Independência de Brasília) e mais o cabo dessa mesma unidade Francisco de Meneses e soldados Manoel Ferreira de Mello do 2. R Art e Alexandre Idalino Ferreira, do 7. BI. Portanto 1 cabo e 13 soldados ,satisfizeram a vontade do Patrono do Exército de ser seu caixão transportado por "seis soldados dos mais antigos e de bom comportamento dos diversos corpos ás guarnição do Rio de Janeiro. http://www.ahimtb.org.br/Centen%C3%A1rio%20da%20Morte%20de%20Caxias.pdf
  • CANDIDO PORTINARI ESPANTALHO. GRAVURA ÁGUA FORTE. ASSINADA PELO ARTISTA A LÁPIS NO CANTO INFERIOR DIREITO. ORIGINALMENTE EXECUTADO PARA CARTÃO DE NATAL REPRODUZIDO NO CATÁLOGO RAISONNÉ E CATALOGADO NO PROJETO PORTINARI. BRASIL, DEC. 40  22 X 14 CMNOTA: A obsessão de pintar espantalhos acompanhou o pintor Cândido Portinari em sua trajetória artística. A partir do final da década de 30, e por mais de vinte e três anos, de maneira avulsa, os quadros terminaram por compor uma série temática. O espantalho, o simulacro do humano, construído com a finalidade de espantar as aves das plantações, é uma figura comum a muitas culturas. No artigo Espantalhos: uma Metáfora dos Sujeitos, José Carlos Freitas, professor de Filosofia, cita que nas Artes Plásticas, talvez ninguém tenha tido tamanha obsessão pelo espantalho como Cândido Portinari. Nascido e criado em uma fazenda próxima a Brodósqui, cidade paulista, o menino Portinari cresceu nesse ambiente em que aparece o tradicional guardião das semeaduras e plantações. Ao contrário dos bonecos de Judas, que, na tradição católica, são malhados pela criançada no sábado de aleluia, o espantalho é intocável. Feito para afugentar os pássaros, costumava ser assustador até para as crianças. Freitas conta que espantalhos faziam parte dos pesadelos do menino Portinari e, muito provavelmente, devido a isso foram mostrados em 111 quadros do pintor. Segundo o articulista, nesses quadros o espantalho era retratado ou aparecia como elemento constitutivo da cena. Como as obras foram elaboradas em fases distintas da carreira de Portinari, os quadros, segundo Freitas, não apresentam uma unidade. Às vezes comparecia em primeiro plano, preenchendo a tela, com uma plantação ao fundo. Outras vezes, compõe o cenário de cores densas e escuras, com carcaças de bois e um solo desprovido de plantas. E, em outras, acompanha crianças soltando pipas, conclui o teórico. Uma das obras dessa temática é o Espantalho, óleo sobre cartão, assinado e com data de 1941. Na pintura observa-se um espantalho constituído apenas de cabeça, em que a face está dividida em duas partes, sendo uma clara e outra escura. A parte clara é a banhada pelo sol e a escura, tecnicamente, pode representar a sombra. Tecidos esvoaçantes formam o corpo e os membros do espantalho. A figura está apoiada em uma cruz que, por sua vez, está fincada em um cenário árido com pouca vegetação e um monte ao fundo. A Revista Agulha, no artigo Cândido Portinari: Retrato do Brasil, cita Jacob Klintowitz para quem o espantalho de Portinari, ganha conotações transcendentais e se transforma numa das mais poderosas metáforas de nossa arte. Costuma ser carregado de dramaticidade, denso e impregnado de humanidade, idealizado ao limite do homem, elevado à condição divina, símbolo do homem sacrificado por seu amor ao próximo. Klintowitz conclui que a maioria dos espantalhos de Portinari estão na cruz, na postura de Jesus Cristo, tornando-se verdadeiro símbolo nacional e se constituindo de inúmeras facetas, como é próprio do simbólico.No artigo sobre Portinari, a Revista Agulha destaca ainda um poema do pintor, escrito, em Paris, em 1961, em que invoca e define a figura do espantalho como um Deus amoroso e acolhedor através dos seguintes versos: Espantalho, espantava as angústias, a maldição e o silêncio. BIOGRAFIA: Cândido Torquato Portinari nasceu numa cidade do interior de São Paulo, em Brodowski, no dia 29 de dezembro de 1903, mais precisamente em uma fazenda de café. Era filho de italianos de linhagem humilde, e o segundo filho de doze irmãos. Portinari esteve apenas no ensino primário, contudo, participou da elite intelectual brasileira da década de 1930. Portinari abandona São Paulo aos 15 anos e parte para o Rio de Janeiro, onde se matricula na "Escola Nacional de Belas Artes". Aos 20 anos Cândido já é prestigiado pela crítica nacional. Contudo, será em 1928, quando conquistou o "Prêmio de Viagem ao Estrangeiro" da Exposição Geral de Belas-Artes, que Portinari ganhará o mundo. Morou em Paris e outras cidades europeias, onde conheceu outros artistas, tal como Van Dongen, Othon Friesz e sua esposa, Maria Martinelli, uruguaia com quem viveu toda a vida. Regressa ao Brasil em 1931 e seus trabalhos passam a valorizar mais cores e abandona a convenção volumétrica com o fim da tridimensionalidade em suas obras. No ano de 1935 que Cândido Portinari será agraciado com a "Menção Honrosa" na Exposição Internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh, Estados Unidos. Esse evento abriu de vez as portas para o pintor naquele país e em muitos outros. Em consequência, produz três grandes painéis para o pavilhão do Brasil na "Feira Mundial de Nova York", em 1939. Contudo, será na década de quarenta que este processo de reconhecimento irá se consolidar. O pintor participa da "Mostra de arte latino-americana" noRiverside Museum, em Nova York. Além disso, destaocu-se com sua exposição individual no Instituto de Artes de Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova York. Tudo isso ao lado dos artistas mais consagrados mundialmente naquele contexto. É por mérito, então, que Portinari terá o primeiro livro dedicado a sua pessoa, a obra Portinari,His Life and Art, da Universidade de Chicago. Em 1941, o artista leva a cabo a produção dos murais na Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington, sempre relevando a temática latino-americana. Será convidado porOscar Niemeyerem 1944 a decorar, com suas obras, o complexo arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).l Nesse projeto se destacaram as obras sacras na Igreja da Pampulha (São Francisco e a Via Sacra). A primeira exposição de Portinari na Europa será em 1946, quando o pintor regressa à Paris para expor na renomada Galerie Charpentier no ano seguinte (1947). Suas obras terão lugar no salão Peuser, em Buenos Aires, bem como nos salões da Comissão nacional de Belas Artes, em Montevidéu. A estada pela América Latina se estende quando Portinari exila-se no Uruguai, por pretextos políticos, em 1948. Ele era ativo no movimento político-partidário e filiado ao "Partido Comunista Brasileiro". Se candidatou a deputado, em 1945, e a senador, 1947, perdendo em ambas as eleições. Em 1950, irá receber a medalha de ouro do "Prêmio Internacional da Paz" e, e, em 1951, irá expor com destaque na 1 Bienal de São Paulo. A década de 50 marcaria a vida de Cândido. Isso porque surgem problemas de saúde causados por intoxicação de chumbo presente nas tintas que o pintor utilizava em suas obras. Mais adiante, em 1955, Portinari é honrado com a medalha de ouro da Internacional Fine-Arts Council de Nova York, na categoria melhor pintor do ano. Importante ressaltar que Portinari foi o único artista brasileiro convidado para exposição 50 Anos de Arte Moderna, noPalais des Beaux Arts, em Bruxelas, em 1958. Por fim, em meados de 1962, Portinari aceita uma encomenda da prefeitura de Barcelona, contudo, seu nível de intoxicação pelas tintas torna-se fatal e ele falece neste ano em 06 de fevereiro. Portinari tinha 58 anos. Portinari pintou quase cinco mil obras, de pequenos esboços a gigantescos murais. Foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional.
  • JEAN LURÇAT  (FRANÇA, 1892  1966)   D'étoiles (NAS ESTRELAS). BELA TAPEÇARIA COM CERTIFICADO DE AUTENTICIDADE NA PARTE TRASEIRA. NUMERADA 286 E ASSINADA PELO ARTISTA. DEC. 1950. 190 X 110 CMNOTA: Artista engajado, comunista, antigo resistente da Segunda Guerra, Jean Lurçat encanta-se pela tapeçaria. Ele muda para Aubusson em 1939 (cidade onde foi criada a Manufatura Real do século XVII) e reúne, em volta dessa expressão, os maiores artistas da época: Picasso, Matisse, Chagall...Com o tapeceiro François Tabard, ele cria uma série de obras que irão marcar o seu tempo. Sobretudo, Lurçat empenha-se em divulgar vigorosamente a arte da tapeçaria: ele viaja, convence e obtém, além de encomendas, o apoio público. Em 1946, a exposição "A tapeçaria francesa da Idade Média aos dias de hoje" reúne oitenta obras modernas.Lurçat quer popularizar a arte da tapeçaria. Ele preconiza um ponto maior, mais rápido, e um número reduzido de colorações. Assim, ele resgata técnicas da Idade Média - sem estampas e de estilo simplificado - permanecendo, contudo, deliberadamente moderno.A escola de Lurçat congrega nomes como Dubreuil, Gromaire, Picart Le Doux, Dom Robert, Perrot, Petit e Adam, cujas obras estão hoje expostas em grandes museus. Com a reabilitação de Aubusson artistas afluem de toda parte do mundo. Em 1962, acontece a primeira Bienal da Tapeçaria, em Lausanne. Em 1966, a grande obra de Lurçat de 347 m2, Le Chant du monde (O Canto do mundo), marca o seu tempo. A França promove um movimento mundial: ateliês são montados na Polônia, Austrália, Tunísia, Alemanha, Escócia, Espanha...A França permanece o centro da criação contemporânea em tapeçaria onde os maiores artistas realizam ou realizaram suas obras: Arp, Kandinsky, Le Corbusier, Léger, Vasarely, Calder, Ernst, Picasso, Man Ray. A tapeçaria é novamente uma indústria de exportação. " Aubusson é um nome mágico, mais conhecido fora do que na França", ressalta Manon Lerat, da manufatura François-Pinton, que trabalha em Aubusson desde 1968, e que hoje abriu uma galeria em Paris.O savoir-faire francês fez de Paris uma referência em matéria de perícia e restauração de tapeçarias antigas. A Maison Chevalier orienta e restaura tapeçarias para os maiores museus, utilizando tecnologias de vanguarda e respeitando os materiais preciosos.

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